domingo, novembro 30

É a crise…

Sexta-feira ao fim da tarde regressava a casa no Volvo amarelo, pára-arranca, pára-arranca, pára-arranca… mesmo dentro da sua faixa, o Volvo não andava. Carros por todo o lado. É um engarrafamento monumental: toda a Gago Coutinho, desde o Areeiro ao Relógio. Devem ir para a neve aproveitar as mini-férias. Mais tarde, ao ouvir o noticiário, confirmaram estarem esgotados todos os hotéis da Serra da Estrela. É claro para não falar no fim do ano na Madeira e noutros sítios.

É a crise…

Aqui há 15 dias pretendi comprar bilhetes para um espectáculo no Campo Pequeno, dia 12 de Dezembro. Já não consegui, estava esgotado. Também um dos meus filhos pretendeu comprar bilhetes para ele e para a namorada para um concerto em Fevereiro. Não conseguiu, já estavam esgotados.

É a crise…

Os hipermercados triplicaram o espaço para a venda de brinquedos. Nesta quadra os mais pequenos são reis. Sempre foram, mas não estaremos agora a exagerar? O sucesso escolar, salvo para os mais dotados intelectualmente, não dispensa o acompanhamento dos pais. Mas onde está ele? Se os pais também já vingaram na época do “facilitismo escolar”… e depois o trabalho é para os profs, é para isso que lhe pagam.
- Maria, compra lá o brinquedo ao miúdo a ver se ele se cala!
É o laxismo que assentou arraiais, os pais demitiram-se das suas obrigações (e se fossem só os pais…) e assim estão criando “tiranetes”.

É a crise…

À escala local, aqui os cafés de bairro aí pelas 10/11h estão cheios de senhoras de idade a tomarem o pequeno almoço. Poderiam tomá-lo em casa, como eu faço. Mas está bem, depois pedem dois pastéis de bacalhau para levarem. Será esse certamente o seu almoço.

É a crise…

- E você, não sente a crise? (Perguntam-me).
- Se quer ir ao espectáculo e o seu filho ao concerto mais a namorada, não sentem a crise? Se calhar o que você tem é inveja de não poder fazer o mesmo e ir para neve!
Meto a viola no saco…
Que diabo! Se o Sócrates não está preocupado, nem o Vítor Constâncio, nem o Dias Loureiro, hei-de eu preocupar-me?

Recortes

“A vergonha tem hoje duas faces em Portugal: a de uma nova pobreza envergonhada e a de uma riqueza sem vergonha de espécie alguma.”

(João Paulo Guerra, “Diário Económico”)

sábado, novembro 29

Obviamente demito-o

Estava um cidadão jantando e vendo o noticiário da TV, quando a “pivot”, Manuela Moura Guedes, introduziu Paulo Portas. Aqui muitos que me lêem e até eu, colocarão à partida certa reserva. Mas poderemos abstrair da conotação partidária de PP e encará-lo como um cidadão com possibilidade de acesso à TV e que vai analisar um assunto de interesse nacional.



Ou não poderemos? Teremos sempre que não abstrair da conotação partidária de PP? Acho que não, e acho que não porque não só eu não me revejo em PP, como sou apenas um simples cidadão que ouve, compreende e concorda, com a argumentação do entrevistado e não aceita o modo atabalhoado e pouco explícito, como Vítor Constâncio respondeu às perguntas postas por Maria Elisa, quando esta o entrevistou na RTP1 sobre a sua actuação no caso do BPN.

Não me interessa absolutamente nada que VC seja o gestor público mais bem pago em Portugal, não sei se é ou não é, mas pelas funções que desempenha como governador do BdP, que é o banco de todos nós, meu também, exige-se que actue atempadamente, com rigor e isenção, que mande averiguar com prontidão e seja duro quando tiver que punir. Ora a documentação que PP apresentou, demonstram à saciedade que tal não aconteceu em parte, ou que não aconteceu atempadamente, que existem demoras incompreensíveis quando deveria ter existido celeridade e que revendo em “flash-back” as respostas dadas por VC às perguntas da entrevistadora ME as mesmas não satisfazem.

“Quid iuris”?
A resposta está no título.

sexta-feira, novembro 28

Praga – Praça da Cidade Velha


O centro de Praga pertence à lista do património mundial da UNESCO. As três principais referências da cidade são: a Praça de S. Venceslau, a Praça da Cidade Velha, e a Ponte de Carlos. A ponte liga o Bairro Menor - e o Castelo que o domina - à Cidade Velha e à Cidade Nova. O centro apresenta 5 grandes zonas de interesse turístico: Hradcany (as redondezas do Castelo), com Malá Strana (Bairro Menor) a seus pés. Do outro lado da Karluv Most (Ponte de Carlos), situa-se a Staré Mesto (Cidade Velha), com o bairro de Josefov (o Bairro Judaico) a norte, e, a sul, a Nové Mesto (Cidade Nova).

(Foto Peter)

quinta-feira, novembro 27

O Relógio Astronómico na Praça da Cidade Velha em Praga


O Orloj é um relógio astronómico medieval (1410) montado na parede sul da Prefeitura Municipal da Cidade Velha, na Praça da Cidade Velha em Praga, capital da República Checa.
É composto:
- pelo mostrador astronómico, representando a posição do Sol e da Lua no céu, além de vários detalhes celestes. Do seu lado esquerdo, a morte lembra que é ela que comanda a vida;




- a ”Caminhada dos Apóstolos”, um show mecânico representado todas as horas, com as figuras dos apóstolos e outras esculturas com movimento;
- um mostrador-calendário com medalhões representando os signos do Zodíaco.

quarta-feira, novembro 26

Divagando sobre velocidade da luz e Big Bang

É do conhecimento comum que a velocidade da luz é a máxima velocidade possível. A constante "c" pela qual a mesma é designada, refere-se à propagação da luz no vácuo, nas suas diversas modalidades, como sucede por exemplo com as radiações electromagnéticas, portadoras de informação, que nos possibilitam ver TV. Para elas "c" é a barreira intransponível. Mas Einstein não se opunha a que essa velocidade pudesse ser ultrapassada, desde que a emissão não fosse portadora de informação.

Numa experiência laboratorial efectuada nos EUA, pesquisadores científicos (Lijun Wang e dois colegas do Instituto de Pesquisa da NEC, em Princeton, Nova Jersey) conseguiram fazer com que um feixe luminoso, não apenas viajasse cerca de 300 vezes mais rápido que a velocidade da luz, como também que ele parecesse chegar ao seu destino final, antes mesmo de ali ter entrado!
O “impulso de luz” saiu da câmara repleta de gás césio, onde se fez a experiência, exactamente 62 bilionésimos de segundo antes de ali ter entrado. Este estudo foi publicado na revista cientifica "Nature", que é uma revista de prestígio mundial.

Os resultados da experiência violam não só o senso comum, mas também parecem ir contra uma das bases da física moderna, a “teoria da relatividade” de Einstein.
Como se sabe, a “teoria da relatividade especial” de Einstein e o “principio da causalidade” implicam que a velocidade de qualquer OBJECTO em movimento não pode exceder a velocidade da luz no vácuo.

Os autores da experiência garantem que apesar do resultado, a física não foi abalada. Segundo Wang, a explicação para o resultado da sua experiência acima relatada, estaria nas características das ondas luminosas. Um “impulso de luz” é constituído por um conjunto de ondas com frequências diferentes que no seu conjunto, têm uma "velocidade de grupo". Ao passarem por qualquer material (o ar, a água …) essas ondas luminosas têm uma “velocidade de grupo” menor do que se se propagassem no vácuo.
Inversamente, para fazer o “impulso de luz” viajar mais rápido, será preciso criar um meio de propagação - como a câmara com gás césio resfriado, onde se realizou a experiência - capaz de amplificar as frequências das ondas, por meio de interacções destas com os átomos e foi o que aconteceu.

Tal não significa que se possa um dia criar alguma máquina (é um OBJECTO…) capaz de viajar mais rápido que a luz.
O feixe luminoso com uma velocidade superior à da luz é incapaz de transmitir algum tipo de informação pois esta não poderia ser “filtrada” a tal velocidade. Uma velocidade de propagação superior à da luz implicaria, de acordo com a conhecida fórmula E=mc^2 , que “E” e “m” fossem infinitos. A “informação” desempenha aqui um papel “sine qua non”.

Durante muito tempo estes assuntos pertenceram ao âmbito da religião, do mito ou da filosofia, mas acabariam por encontrar na teoria do Big Bang uma resposta científica. Rememorando:
- o nosso universo (pois talvez haja outros…) encontra-se em expansão, tendo nascido de uma gigantesca “explosão” (entre aspas…). Mas embora quase todos os cosmólogos concordem que o Cosmos teve o seu início num big bang, há aspectos do universo que a teoria do BB, tal como a entendemos actualmente, não explica. Não vamos entrar em pormenores (nem eu sei…) que os físicos teóricos designam por “problemas cosmológicos” e que têm a ver com o facto do modelo do BB ser instável. E é “instável” porque é preciso introduzir “à mão” (em vez da deduzir a partir de processos físicos concretos e calculáveis, impossíveis de fazer, como é óbvio) essa condição inicial (à partida altamente improvável) que desencadeou o BB.

A “teoria da inflação” de Alan Guth, eminente físico do MIT e posteriormente aperfeiçoada por outros, diz-nos que na sua “infância”, o Universo ter-se-ia expandido inimaginavelmente mais depressa do que o faz hoje (“inflacionando” assim as suas dimensões). Esta é presentemente a melhor solução para os “problemas cosmológicos”, bem como a melhor explicação do estado actual do universo. Essa inflação ter-se-ia desenrolado durante um período incrivelmente pequeno de tempo (de 10^-35 segundos a 10^-32 segundos). Mas, uma vez que ainda não pôde ser verificada experimentalmente, não foi validada e é uma mera hipótese que nem por isso deixa de ser credível.

O desabar dos mitos

Veio parar-me às mãos um desses jornais de distribuição gratuita, pois o diário quotidianamente comprado, já era. Nesse jornal, li uma das “cartas ao director” que passo em parte a transcrever:
“Não consegui compreender como é (foi) possível chegar-se (o entrevistado chegar) ao patamar do topo hierárquico de uma empresa e tão candidamente afirmar-se que não se sabe quase nada do que nela se passava. Depois, mais adiante, na dita prelecção, não cheguei a saber como se pode ganhar tanto dinheiro em tão pouco tempo. Enfim, se os anjos não têm costas, o referido cavalheiro é um deles. Mas, compreendi como tem sido possível chegar-se a certos postos de topo sem o mínimo de qualificações para os mesmos, dado que ter-se sido ministro ou titular de outro cargo público não é sinónimo de se ter competência para tudo o que venha à rede.”
Ass) J.A.

Mas quem pretendem enganar? Julgam que somos todos “lorpas”?

Num período da minha vida, ainda jovem e cheio de ilusões, fui colocado numa situação profissional que me levava a despachar diariamente com um indivíduo altamente colocado e com funções governativas. Foi o “desabar dos mitos”. Aquele indivíduo desconfiado, medroso e hesitante, incapaz de tomar uma decisão atempada e acertadamente e que, segundo o meu conceito de governante deveria ser uma criatura de excepção, não passava afinal dum medíocre…

terça-feira, novembro 25

A Educação e o seu Mi(ni)stério

Trata-se dum texto ponderado, do qual omiti alguns períodos, sem qualquer intenção de censura, longe disso, mas apenas no intuito do aligeirar. Nele não se insiste em temas demagógicos, usuais quando se pretende atingir efeitos destrutivos, mas sim na utilização duma linguagem construtiva, insistindo num tema que não tenho visto até aqui ser utilizado: a culpabilidade do Ministério da Educação.

De facto, manda a mais elementar lógica atribuir ao Ministério em causa o desaire de tantos ministros que têm sobraçado esta pasta. Não podiam todos eles ser incompetentes, a “incompetência”, melhor dizendo o partidarismo daquele, teria “minado” a actuação ministerial.

Transcrevo seguidamente e devidamente autorizado pelo seu autor, Armando Vieira, Armando.vieira@kanguru.pt Professor Coordenador do ISEP, o texto em questão:

“ (…) O que me preocupa é que se discutam problemas relacionados com a educação e raramente se falar de educação. (…) perde-se o tempo a falar de tópicos que têm mais a ver com o Ministério da Educação (ME) do que com a educação. Gostaria que se falasse da qualidade dos manuais escolares, da relevância dos programas escolares arcaicos, mais adaptados à realidade do século XIX do que aos alunos do século XXI. Seria interessante perceber porque se ensinam tantas horas de matemática e os alunos chegam ao ensino superior quase sem saber fazer uma conta de dividir. Poderia ainda ser esclarecedor saber porque não se ensina mais informática nas escolas ou não se realizam trabalhos laboratoriais, essenciais ao desenvolvimento do espírito crítico e de reflexão. Perceber enfim, porque continuamos na cauda da Europa no que respeita ao desempenho dos alunos em várias matérias e que, por mais artifícios que se criem para iludir as estatísticas, o nosso sistema de ensino falha redondamente. Mas já que esses temas parecem despertar pouco interesse, falemos então do que inquieta as pessoas.
As escolas estão novamente em guerra. Desta vez é a questão da avaliação dos professores. Embora partilhe alguma da antipatia dos professores por esta ministra, acho, que desta vez, o problema não é dela. (…) Maria de Lurdes Rodrigues é uma excelente profissional mas uma péssima ministra. Acho que qualquer pessoa, por mais sensata e inteligente que seja, seria sempre um péssimo ministro da educação. Porquê? Porque o maior problema da educação em Portugal é o próprio ME.
Senhora ministra, deixe os professores fazer o que eles sabem, e querem, fazer: ensinar. Deixe de os tratar como se fossem meninos irresponsáveis e indisciplinados. Em vez de transformar os professores em obedientes funcionários públicos que passam o dia a preencher papeis, dê-lhes autonomia e espaço para a criatividade.
Dê autonomia às escolas e deixe que sejam elas a recrutar e gerir os seu corpo docente. A questão da avaliação do desempenho dos professores fica naturalmente resolvida pelas leis do mercado.
Assim conseguiria reduzir para uma décima parte os funcionários da 5 de Outubro e para uma milésima parte as suas dores de cabeça. Já agora, senhora ministra, em vez de criar guerras desnecessárias canalize as suas energias para fazer uma coisa importantíssima: definir uma estratégia de educação nacional com pés e cabeça, não para um, mas para dez anos."

segunda-feira, novembro 24

A cientista da electrónica transparente


“Elvira Fortunato é a nossa medalha de ouro da Ciência. Passou do anonimato a figura pública em 2008, ao ganhar o cobiçado prémio europeu em engenharia, atribuído pelo Conselho Europeu de Investigação: o 1º Prémio do European Research Council, na área da engenharia, com um atractivo suplemento de 2,5 milhões de euros – o maior valor atribuído em prémios científicos.
A cientista, com raízes familiares na Louriceira (concelho de Alcanena), entrou assim para o grupo dos cinco melhores cientistas do mundo em electrónica transparente. Viu premiado o seu trabalho na área da electrónica transparente, mas são os projectos dos transístores transparentes e dos transístores em papel que lhe têm dado maior destaque.
Basta fazer uma pesquisa na net, nas palavras “paper transistor” e ver quantas páginas são dedicadas à descoberta desta cientista portuguesa. Este é um dos maiores inventos mundiais na área da nanotecnologia e pode ser um salto muito lucrativo para as indústrias de informação e entretenimento. O prémio europeu vem ajudar esta brilhante académica e a sua equipa científica a prosseguirem a investigação no CENIMAT (Centro de Investigação de Materiais que dirige há dez anos) da Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.”

(http://www.oribatejo.pt/?lop=conteudo&op=ec8956637a99787bd197eacd77acce5e&id=10d8723b93892d1b4c71f9fe45433e72)

Não se divulga! Ninguém sabe! Não é motivo de orgulho?
Soube-o hoje através da RTP1 no noticiário das 13.00h e fui à procura no GOOGLE. São páginas e páginas escritas em inglês, claro, como não se trata dum futebolista, não vale a pena noticiar. É um blogue regional que orgulhosamente o faz.

Que lhe vamos fazer? Esquecê-la, desaproveitar a sua descoberta?
É o costume, já estamos habituados a “entregar o ouro ao bandido”…


img in blog 'coisas minhas'

«Diz toda a Verdade mas di-la tendenciosamente –
O êxito está no Circuito
É demasiado brilhante para o nosso enfermo Prazer
A esplêndida surpresa da Verdade

Como o Relâmpago se torna mais fácil para as Crianças
Com uma amável explicação
A Verdade deve ofuscar gradualmente
Ou cada homem ficará cego –»


Emily Dickinson

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domingo, novembro 23

Um blogue em destaque

Li com interesse o artigo “Reformas ou Revoluções (II)” de Sábado, 22 de Novembro de 2008 publicado no blogue Bolinas:

"Ao que parece, o governo em funções desejou ser visto pela opinião pública como tendo colocado o combate aos grupos de interesse corporativos no topo das suas prioridades."
(…)
“Quando Margaret Thatcher chegou ao poder no Reino Unido, também ela sonhava com a possibilidade de estabelecer uma relação directa entre o poder político e o eleitorado, curto-circuitando o papel dos grupos de interesses na formulação das políticas públicas. (…)”

http://manuelrrocha.blogspot.com/

Permito-me acrescentar a frase do mesmo dia:

“Neste momento a oposição ao primeiro-ministro é feita pelos Gato Fedorento.”
(João Gil, entrevistado por José Fialho Gouveia, in semanário “SOL”)

sábado, novembro 22

Pôr do sol em Lisboa

Uma excelente vista panorâmica da cidade de Lisboa:

http://antwrp.gsfc.nasa.gov/apod/

No restaurante

Sentado a um canto do restaurante, saboreando o café que acabava de beber, entretinha-me a ler um artigo de uma revista e a fazer horas para o regresso ao escritório.

“O que é que nos excita e nos provoca e estimula o interesse sexual?”

Será que agora só se pensa em sexo, ou serei eu que estarei a ficar demasiado velho para pensar nele? (interrogo-me).

“Cada pessoa é um mundo e enquanto a algumas são determinadas características que as excitam, a outras podem causar-lhe o efeito contrário, a perda do interesse sexual. Tanto podem ser problemas físicos, de personalidade ou atitudes.”

O homem está a perder o seu estatuto, já que a iniciativa passou a ser da mulher em muitos casos. A emancipação feminina, iniciada com o trabalho fora de casa, completou-se com a pílula anticoncepcional. (“marialvismo” meu? Possivelmente sim).

Continuo a ler:

“Quando se inicia uma relação, gera-se um processo de selecção. Neste processo ambos vão explorando compatibilidades e complementaridades. Pode ser que nem sequer se procure qualquer compromisso e que o interesse em conhecer alguém nem sequer tenha em mente o aspecto sexual, o que não impede que o mesmo possa vir a acontecer.”

O artigo é mesmo chato e acabo por pôr de parte a revista.

É então que reparo no casal da mesa ao lado, ainda em meio da refeição. Ela muito atraente, uma bela morena, na casa dos quarenta, altura em que a mulher atinge a sua plenitude. Ele talvez dez anos mais velho, nem tanto. Magro alto, mas não em demasia. Casaco e gravata, portanto todo o ar de dois colegas de trabalho.

Não sou “cusco”, mas sem querer dou comigo a ouvi-los.

M - Tens um problema a resolver, e hás-de resolvê-lo. És um homem muito atraente sob todos os aspectos, mas sabes que o desgaste e o passar do tempo num casamento dificultam as coisas e diminui o desejo.

H – Uma boa parte das nossas preferências são de índole cultural, mas nem todas.

Retomo a leitura. Acho indecente estar a ouvir as conversas dos outros.

“Na nossa atracção, ou rejeição, podem concorrer muitos factores, um simples aspecto, um pequeno detalhe, eventualmente uma parte da história da outra pessoa, que têm maior importância que tudo o resto e que as desencadeiam.”

Alto! A morena parou de comer e fita-o, olhos nos olhos.

M - É natural que num casal a mulher seja a mais afectada, sem se dar conta. Um de vocês tem que tomar a iniciativa e pelo que vejo, terás que ser tu.

Ele não responde, e deixa-a falar.

- Vejo-te muito ansioso com a falta de receptividade da outra parte, mas isso resolve-se conversando sobre o assunto.

Comecei a ver a questão, ou talvez não. Nós homens nunca compreendemos as mulheres.

Ela continua e ele, estúpido, ainda não percebeu que é ela que está profundamente interessada nele e que não o esconde.

M - A certa altura reparei no meu egoísmo...tu a quereres falar sobre o teu problema e eu sem dar conta disso. Mas se te puseres no meu lugar, entenderás que não é fácil a uma mulher que ama alguém, ouvir esse alguém falar de sexo e de ansiedade por outra mulher, mesmo que seja a sua. Por isso não te ouvi como devia ser...Problema meu, não teu, pois tu sempre foste muito directo, eu é que não entendi bem a questão (é caso para dizer que "o amor é cego").

Levantei-me e saí. Estou certo que ele finalmente acabou por compreendê-la, ou talvez não …

(Texto incluído no livro “nuvens”, a publicar)

sexta-feira, novembro 21

FOTO DO DIA 21NOV08

Dá-me um prazer muito especial fotografar em lugares proibidos e já uma vez em Assis estive mesmo quase a "ir dentro", ou no mínimo, a ter o rolo apreendido, mas escapei com umas quantas fotos dos frescos de Giotto.
Na Stanza della Segnatura (Sala da Assinatura) no Vaticano, onde o Papa Júlio II assinava os decretos da corte eclesiástica, foram pintados frescos que representavam as quatro disciplinas fundamentais da cultura: Teologia, Filosofia, Poesia e Jurisprudência. O fresco de Rafel Sanzio que retratei é a famosa « Escola de Atenas» , pintada entre 1510/11 e que representa a ciência secular da Filosofia.
No centro aparecem Platão e Aristóteles, o primeiro segurando o Timeu e apontando para o alto, sendo identificado com o ideal, o mundo inteligível, enquanto Aristóteles segura a Ética e tem a mão na horizontal, representando o mundo terrestre, o mundo sensível.

(Foto Peter)

quinta-feira, novembro 20

Gostar e amar

"Não tenho seja o que for contra o meu marido, não tenho seja o que for contra ninguém. No caso de perguntarem
- Gostas dele?
respondo que gosto sem saber ao certo o que é gostar de ti, o que isso significa" (*)

Gosto de te ouvir rir quando converso contigo, como gosto de estar junto a ti e de te sentir satisfeita. Sinto-me feliz por isso, por te dar este prazer. Gosto de te poder ser útil e procuro ajudar-te com os meus conselhos, como me preocupo com a tua saúde.
Será isto o amor? Se calhar não é, se calhar nunca amei ninguém.

Lembro-me da minha mãe, depois de terem morrido os meus outros dois irmãos, se ter tornado extremamente possessiva, agarrando-se a mim aos beijos e de eu a afastar.

- "Não tens coração. No seu lugar tens uma pedra", dizia-me ela. Talvez fosse isso que me marcou para sempre ...

"Somos felizes acha a minha mãe. Será ideia minha ou a felicidade é uma maçada?

(...)

Quando a minha mãe acha que somos felizes o meu pai olha para mim de banda, calado" (*)

Se calhar é mesmo uma "maçada".

Os telemóveis servem para comunicar, embora sejam utilizados principalmente para conversar, ou namorar. O pior é a conta das chamadas ...
Mas essa obsessão quase doentia de estar sempre em contacto, não será uma manifestação de insegurança de um e controlo que o outro sente pesar sobre si e que por isso acha que lhe corta a liberdade?

Os homens querem-se livres como os pássaros, como dizia o professor Leal, no livro de Isabel Allende, "De amor e de sombra":

- "se a liberdade é o primeiro direito do homem, com maior razão devia sê-lo para as criaturas com asas nas costas"

Por isso gosto de os ver voar livremente e como gostaria de me poder juntar a eles ...

"Voo" junto ao mar, rasando as ondas, nas quais mergulho.

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(*) - Citações de António Lobo Antunes, in "Crónica do domingo de manhã", revista VISÃO nº 696 de 6 a 12 de Julho de 2006.
- Texto do livro “nuvens” a publicar, espero…

quarta-feira, novembro 19

Recordações de infância

Na vila onde nasci frequentei a então chamada Escola Primária, cuja frequência era obrigatória até à 3ª classe. Ali andei com rapazes (porque as escolas não eram mistas) de todos os extractos sociais. Era um privilegiado, pois tinha botas, enquanto a maior parte dos meus colegas iam descalços.
Enquanto lá andava, saiu legislação que estendia a escolaridade obrigatória até à 4ª classe, o que originou fortes protestos dos latifundiários que, diziam, viam-se assim privados dos "ajudas" para os pastores.
Não havia nenhumas actividades extras, jogava-se futebol com bolas feitas de meias que as nossas mães coziam, depois de cheias com trapos. De vez em quando aparecia um "sortudo" com uma bola que nós chamávamos de “cautchu”, que eram as utilizadas pelas equipas de futebol da época. Eram de borracha resistente, envolvidas com um revestimento de couro, mas com atacadores também em couro. Tinham de ser cheias com uma bomba de bicicleta, que era coisa que ninguém tinha, e por isso tínhamos de pagar $50 na loja onde alugavam as bicicletas em que andávamos. Uma fortuna!


A cobiçada bola de “cautchu” saía com uns cromos de jogadores de futebol que envolviam uns rebuçados intragáveis e com os quais se ia enchendo a caderneta, à excepção do jogador premiado. Saía uma bola por caixa e o dono da mercearia, porque o comercio não estava diversificado como hoje, recebia do fornecedor a caixa de rebuçados e, num envelope à parte, o jogador premiado, que ele só metia lá dentro, quando os rebuçados estavam quase no fim. Então a malta fazia uma "vaquinha" e comprava os rebuçados todos que ainda havia na referida caixa.

Outra actividade extra-curricular era caçar pardais. Cada um de nós tinha uma fisga, que fazíamos a partir de um pequeno ramo de oliveira em forma de Y (hoje parece que se vendem feitas de plástico). Arranjávamos umas tiras de borracha das câmaras de ar dos pneus que já não servissem por terem demasiados remendos e um pedaço de cabedal que o sapateiro nos dava e estávamos armados para a caça.

Não havia "game-boys" e outras dessas porcarias, que custam um dinheirão. A nossa formação intelectual completava-se com "O Mosquito", um semanário de banda desenhada que circulava de mão em mão.

Pois é, hoje deu-me para isto ...

(Foto GOOGLE – texto a incluir no livro a publicar, agradeço sugestões para o título)

terça-feira, novembro 18

Bolas de sabão


O adulto-menino estava à janela da vida, fazendo bolas de sabão. As bolas iam-se sucedendo e subiam no céu muito azul.
Era um dia calmo, onde não bulia aragem e as bolas subiam, subiam, acabando por rebentar.

Porém uma delas, sem dúvida a mais bonita e que reflectia todas as cores do arco - íris, não subiu tanto, manteve-se rés à terra dos homens e acabou por chocar contra um monstro inominável, tão terrível como extenso é o seu nome.

Chocou com o QUOTIDIANO e desfez-se numa miríade de cores.

O adulto-menino continua a fazer bolas de sabão, mas nunca mais nenhuma foi tão bonita como aquela.

(Projecto de livro a publicar)

segunda-feira, novembro 17

Não gosto da Srª Ministra da Educação

É um facto: não gosto da srª ministra da Educação. E é um facto que já o demonstraram publicamente 100.000+120.000 professores sindicalizados ou não e para que não restassem dúvidas, atribuindo as culpas a manobras políticas, mais uma manifestação numerosa de professores não sindicalizados ocorreu no passado Sábado pelas ruas de Lisboa.

Não tenho memória de algo semelhante.

A mais elementar lógica, leva-me a admitir que a culpa não será dos professores, classe à qual não pertenço, pelo que serei parte interessada apenas na medida em que o Ensino, tal como está, ou deduzo estar, poderá prejudicar os meus netos que o frequentam.

A srª ministra, em notícia com a sua foto na 1ª pág do jornal Correio da Manhã de Domingo, declara:

“Suspender avaliação seria uma vergonha”

Já não perco mais tempo com o tema, os livros que tenho para ler e que estão em lista de espera, apenas me permitem gastar esse precioso tempo de que ainda disponho, com a leitura dos títulos dos jornais. Por isso delego nos meus filhos a “pachorra” para seguirem todo este “folhetim”, acompanhando cuidadosa e atempadamente o seu desenrolar.
Apenas me permito acrescentar, pois creio que como cidadão continuo a ter “direito de opinião”, que a srª ministra “talvez” tenha deixado o assunto ir longe demais. Quando não se intervém a tempo, o “doente” acaba por falecer e estou certo que a srª ministra não o deseja.

O meu desencanto para com a srª ministra é extensível ao Partido e isso não lhe perdoo, pois sempre votei PS e em 2009 não o farei. Até já mandei a minha casaca para o alfaiate para ser virada.

E isso, srª ministra, não lhe perdoo.

ASSIS

Hoje estive toda a tarde no velório dum amigo e camarada de curso, portanto a minha disposição não é das melhores, muito longe disso. Tínhamos estado em Outubro no almoço mensal de Curso, ao qual comparecem cada vez menos e, três dias depois, foi internado com um tumor num pulmão. Ele que nunca fumou!
Por isso me interrogo sobre o n/saber e sobre até que ponto as medidas proibitivas têm razão de ser.

Normalmente “os mortos são sempre boas pessoas”, mas ele de facto era-o, assim como era extremamente religioso. Muito mais que eu, que considero, como tenho repetido até à exaustão, que sou crente à minha maneira, que não coloco rótulos em mim próprio e que o que procuro é tranquilidade e paz de espírito, que felizmente já encontrei, sem receios pelo dia de amanhã.

Conhecendo Lourdes, Fátima e Assis, encontrei nesta última algo que não é deste mundo. Por isso me sinto lá bem e recordo dois monges brasileiros que ali me falaram dos problemas do seu povo, que são os dos povos sul-americanos.
O Joaquim José Esteves Virtuoso, cuja memória recordo, não concordaria com esses pontos de vista, centrados no “Evangelho da libertação”, mas compreenderia e perdoaria.


A basílica de S. Francisco de Assis começou a ser construída logo após a canonização do santo em 1228 e foi concluída em 2 anos!! Sobre essa «basílica inferior» foi acrescentada uma «basílica superior» nos 23 anos seguintes.
A foto é da Basílica Superior, já reconstruída depois do terramoto que atingiu a cidade na noite de 25 de Setembro de 1997 e que abalou os seus alicerces, causando danos na estrutura e nos tesouros artísticos.


O interior desta “basílica superior” encontra-se decorado com frescos de Cimabue (1270-1280) e de Giotto. A decoração do Cruzeiro é de Cimabue. A igreja inferior é uma maravilha, completamente decorada com frescos de Giotto, Cimabue, Simone Martini, Lorenzetti e outros pintores da provável escola de Giunta Pisano (sec XIII). Encontra-se ali a cripta com os restos do santo, entregue à guarda dos Franciscanos do Sagrado Convento, construído junto desta igreja.

Os frescos pintados ao longo da parede baixa da nave, representando cenas da vida de S. Francisco de Assis, foram pintados por Giotto, como este espantoso para a época e datado de 1292-1294 representando o funeral do Santo.
Claro que as fotos foram tiradas às escondidas, até que fui apanhado pelo Franciscano de vigia.



O actual Papa Bento XVI emitiu há tempos um decreto que limita a autonomia dos referidos monges, "considerados de esquerda, por muitos católicos italianos".
Como escrevi acima, tive oportunidade de contactar com alguns deles, nomeadamente dois monges brasileiros, quando visitei Assis, na companhia dum professor do "Istituto Tecnico Per Geometri, Antonio da Sangallo il Giovane", da cidade de Terni, na Umbria, onde estava a trabalhar no âmbito de um projecto intercalar europeu, como já referi.
Conversámos quase exclusivamente sobre temas sociais, relacionados com a situação na América Latina. Talvez por isso sejam considerados "de esquerda”.

(Fotos Peter)


domingo, novembro 16

FOTO DO DIA 16NOV08


Através dos Dolomitas a caminho de Cortina d'Ampezzo e do Lago Misurina (1775m de altitude) na Fronteira Austríaco-Italiana.
As majestosas montanhas que nos rodeiam, fazem sentirmo-nos insignificantes.

sábado, novembro 15



(continuação 4)

Ora, tudo nega o mito.

Nas diversas regiões do mundo, «os judeus formaram comunidades religiosas constituídas, na maioria dos casos, por conversão: elas não representam, portanto, um ethnos portador de uma mesma origem única e que se teria deslocado acompanhando uma errância de vinte séculos».

No final do século XX, os «novos historiadores» desconstroem as grandes narrativas nacionais, os mitos da origem comum que tantos «pesadelos identitários» causaram no passado. Eles serão substituídos, no futuro, por outros sonhos de identidade.

Pois, «tal como toda e qualquer personalidade, feita de identidades fluidas variáveis, a história é, também ela, uma identidade em movimento».

:))


Fonte: “Demonstração de uma história mítica — Como foi inventado o povo judeu” de Shlomo Sand, historiador, professor na Universidade de Telavive, in Le Monde Diplomatique, Agosto 2008.

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(continuação 3)

Estas são as «narrativas das origens plurais dos judeus» que a historiografia sionista progressivamente marginalizou a partir dos anos sessenta do século XX. Isto porque o nacionalismo israelita assumiu os judeus como «um ethnos específico que, após dois mil anos de exílio e de errância, acabou por voltar a Jerusalém, a sua capital».

Os defensores desta «narrativa linear e indivisível» esforçam-se até, — de um modo que quase lembra o nazismo! —, por investigar a proximidade genética dos judeus do mundo inteiro, a partir do «campo legitimado e popular da biologia molecular»!

Israel (1948-2008), sessenta anos após a sua fundação, «recusa conceber-se como uma república para os seus cidadãos», um quarto dos quais não considera judeus — provável e ironicamente, os verdadeiros judeus-descendentes, precisamente os palestinos! — e reivindica o status de «Estado dos judeus do mundo inteiro». Esta etnocracia sem fronteiras invoca o mito da nação eterna que finalmente pode reunir-se na «terra dos seus antepassados».

(continua)

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(continuação 2)

Como, então, o mito da diáspora étnica dos hebreus finalmente reunidos na pátria de Israel?

Pode dizer-se que «por trás da historiografia nacional esconde-se uma espantosa realidade histórica. [ ] O judaísmo foi a primeira religião prosélita. [ ] Partindo do reino judaico-helénico, o judaísmo espalhou-se por todo o Médio Oriente e sobre a orla mediterrânica».

Apareceu no Curdistão, no (actual) Iémen, no século V, «um reino judeu vigoroso». Os cronistas árabes relatam a presença de tribos berberes judaizadas na África do Norte do século VII, as quais participaram na conquista da península Ibérica; aí se ergueu a civilização hispano-árabe que reinou mil anos em notável coexistência pacífica das religiões judaica, muçulmana e cristã! No mar Negro e no mar Cáspio há conversões em massa que expandem o judaísmo do Cáucaso à (actual) Ucrânia.

(continua)

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(continuação 1)

Sucede, contudo, que a partir dos anos oitenta (do século XX), «novos historiadores» formularam «reflexões novas sobre o passado judeu e sionista»:

i) A Tora — o Pentateuco da Bíblia —, é um livro de teologia e não de história;
ii) Nenhum grande êxodo ocorreu no século XIII a.c., nem houve qualquer revolta de escravos no reino dos faraós; também, a “fuga dos hebreus do Egipto” nunca os poderia ter conduzido à «terra prometida» que estava nas mãos… dos egípcios;
iii) Só as elites intelectuais e políticas dos dois pequenos reinos de Israel e Juda terão “sofrido o cativeiro” da Babilónia do século VI a.c. que lhes proporcionou o encontro decisivo com os cultos persas de onde nasceu o monoteísmo judeu;
iv) O exílio do ano 70 é um mito pois os romanos nunca exilaram nenhum povo do flanco oriental do Mediterrâneo.

Assim, os habitantes da Judeia continuaram a viver nas suas terras, uma parte converteu-se ao cristianismo no século IV, e «a grande maioria aderiu ao Islão durante a conquista árabe no século VII».

Deste facto decorre que os camponeses da Palestina são os verdadeiros descendentes dos habitantes da antiga Judeia.

(continua)

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Sequenciando as "Israeli girls of Moroccan origin",
espiemos então o mito da história do povo judeu.




Todos conhecemos a narrativa pelos historiadores nacionalistas de Israel de o “povo judeu” ter sofrido duas vezes o exílio no século IV a.c. e no ano 70 d.c., após a destruição do Primeiro e do Segundo Templo. Ter-se-ia então seguido uma «errância de dois mil anos», dispersando-se o “povo de Israel” pelo (actual) Iémen, Marrocos, Espanha, Alemanha, Polónia, Rússia.

Ora, no final do século XIX, teriam amadurecido as condições para que o território virgem da Palestina, habitado por uma minoria árabe sem história, acolhesse o “povo original” que a viesse reflorescer.

(continua)

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sexta-feira, novembro 14

O professor

Recebi por e-mail este texto de Prado Coelho, que alguns conhecerão. Não resisto, embora seja extenso.
Paz à sua alma, embora eu ache que ele se deve andar a mexer...


Eduardo Prado Coelho, antes de falecer (25/08/2007), teve a lucidez de nos deixar esta reflexão, sobre nós todos, por isso façam uma leitura atenta.

Precisa-se de matéria prima para construir um País
Eduardo Prado Coelho - no Público

A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres. Agora dizemos que Sócrates não serve.
E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada.
Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.
O problema está em nós.
Nós como povo.
Nós como matéria prima de um país.

Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais.

Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.

Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos ....e para eles mesmos.

Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.

Pertenço a um país:
- Onde a falta de pontualidade é um hábito;

- Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.

- Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e, depois, reclamam do governo por não limpar os esgotos.

- Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.

- Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é 'muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória política, histórica nem económica.

- Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar alguns.
Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame.

- Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não lhe dar o lugar.

- Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão.

- Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.

Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado.

Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas.

Não. Não. Não. Já basta.
Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa.

Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA' congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte...

Fico triste.

Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje, o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos. E não poderá fazer nada...

Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.

Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, nem serve Sócrates e nem servirá o que vier.
Qual é a alternativa?
Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror?.

Aqui faz falta outra coisa.
E enquanto essa 'outra coisa' não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados....igualmente abusados!

É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda...
Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um messias.

Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer. Está muito claro...

Somos nós que temos que mudar. Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos:

Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e, francamente, somos tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e da estupidez.

Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir) que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido.
Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ.
NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO. E você, o que pensa?.... MEDITE!

EDUARDO PRADO COELHO

Hubble Directly Observes a Planet Orbiting Another Star


Nov. 13, 2008:
NASA's Hubble Space Telescope has taken the first visible-light snapshot of a planet circling another star. Estimated to be no more than three times Jupiter's mass, the planet, called Fomalhaut b, orbits the bright southern star Fomalhaut, located 25 light-years away in the constellation Piscis Australis, or the "Southern Fish."

No quadrado pequeno, o planeta “Fomalhaut b” orbitando a estrela “Fomalhaut”, rodeada por um anel de destroços protoplanetários de aproximadamente 21,5 biliões de milhas de diâmetro.
Mantivemos o texto em inglês para lhe dar um cunho de veracidade e de oportunidade.

Convido todos os conversadores de xaxa
a deleitarem-se com este interlúdio musical:

Israeli girls of Moroccan origin

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quinta-feira, novembro 13

Da amizade

Quando andava na FLL procurando tirar a Lic em História que me garantisse a subsistência, em perigo por ter integrado o Movimento, inseria-me num grupo de trabalho que se manteve ao longo dos 5 anos do Curso.
A "A" é hoje uma museóloga conhecida e com trabalho feito no Norte do País onde se tem dedicado apaixonadamente ao restauro de um famoso mosteiro, tendo aparecido já por diversas vezes na TV. Activista ferrenha do MRPP, tal como o marido, possivelmente hoje é PS. O "ACP" seguiu a carreira académica. Era o "benjamim" do grupo. Na altura torcia pela UDP. Hoje deve ser PS é conhecido internacionalmente e no âmbito nacional tem uma enorme projecção, com participações frequentes na TV em debates e mesas redondas, conferências na Gulbenkian e Cursos na UNL. Vários livros publicados sobre o Estado Novo e Prof Catedrático no ISCTE. A "D" era talvez o elo mais fraco da cadeia.

É sobre ela que eu quero falar.

A “D” era secretária de um rico industrial nortenho que tinha uma delegação em Lisboa. Ele era pessoa de idade e com uma mulher extremamente doente. Por diversas vezes tentou uma aproximação, mas a “D” sempre lhe resistiu.

Até que um dia …

A “D” tinha uma irmã mais velha e com duas filhas, cujo marido trabalhava sazonalmente na restauração algarvia. Não tinha mais família e ela ajudava economicamente a irmã. É então que esta adoece gravemente com uma leucemia e acaba por falecer.

Desesperada, a “D” acaba por ceder às abordagens do patrão e fica envergonhada. O seu comportamento escolar modificou-se e nós não compreendíamos o porquê dessa modificação. Resolveu abandonar os estudos.
A “A”, depois de muito insistir, conseguiu que ela lhe contasse o porquê da sua intenção em abandonar o curso já a meio e ela contou-lhe.

Resolvemos ajudá-la. Fazíamos muitas vezes os seus trabalhos e dávamos-lhe o apoio que ela precisava. Por vezes abria-se connosco queixando-se da sua solidão, pois o homem vinha esporadicamente a Lisboa e demorava-se pouco tempo. É certo que ela acompanhava-o nas suas deslocações ao estrangeiro, que eram frequentes mas pouco proveito tirava dessas deslocações, remetida sempre para o hall do Hotel, enquanto o companheiro tratava de negócios.
Sentia a falta de alguém da sua idade.

Como ela dizia, nós éramos a família que não tinha. Éramos os seus irmãos. Vivia para as sobrinhas que criava e sempre se manteve fiel na sua relação amorosa com o patrão. Mas envergonhava-se da situação. Ansiava por terminar o Curso e tornar-se independente economicamente e nós, na medida do possível, ajudámo-la a consegui-lo e continuámos amigos depois do Curso.

Um dia, quando eu estava a dar aulas, a “A” telefonou-me dizendo que a “D” tinha sido atropelada mortalmente à saída da Escola onde leccionava…

Vale Venosta

(Foto Peter)

A Fotografia foi tirada por mim a partir da estrada que dá acesso a Monte Franco.

Juntamente com numerosos pequenos lugarejos - Colsano, Juval, Trumsberg e Ciardes no lado esquerdo do Vale e MONTE FRANCO, Lacinigo e Tomberg no lado direito – a municipalidade de Castelbello é conhecida como a porta de entrada do vale conhecido por Val Venosta (587m acima do nível do mar).




O “ex-libris” da municipalidade é o castelo do séc XIII com os seus frescos, que podem ser vistos de Abril a Outubro.

quarta-feira, novembro 12

FOTO DO DIA 12NOV08


Montefranco . Uma pequena aldeia montanhosa na Umbria, onde o Síndico me conseguiu arranjar um quarto, cedido por uma senhora farmacêutica em Perugia, onde fabricam os bombons “Bacci”. Isto depois da tentativa falhada de viver na casa da montanha.
Nevara durante a noite e como não havia luz eléctrica, tive dificuldade em abrir as madeiras da janela da casa de banho, mas lá consegui.
Meti-me no Fiat Uno que o Síndico me emprestara mas, pouco caminho andado, este começou a resvalar. Valente susto. Arrumei o carro e meti-me a caminho da aldeia.

Fiquei com saudades daquela gente, extremamente simples e hospitaleira. Foram bons os serões passados no café. "Prima di pranzo", tomava sempre um cálice de "amaro al tartufo" e depois o habitual prato de "pastasciutta", com um cafézinho, que até nem era mau, normalmente oferecido por um dos frequentadores (faziam questão nisso) acompanhado do "grappino", oferecido pelo dono.

(Foto de Peter)

Contra o TGV


Há da parte dos Governos, não é apanágio deste embora exagere, uma tendência autista que os leva a considerarem os cidadãos como um “bando de ignorantes”, incapazes de compreender as altas “razões de Estado”.
Ora se tal acontece e acontece, o dever do Governo e que não tem sido feito, é informar e esclarecer.
Com o BNC já soou o toque a rebate e o fogo foi circunscrito e parece estar sob controlo, a menos que um vento forte o faça voltar a propagar-se com violência. Mas e para já, mantenhamos a vigilância.

Os cidadãos preocupam-se e interrogam-se:
- Onde vai o Governo buscar o dinheiro?
E se, no que respeita ao novo aeroporto, existe compreensão quanto à necessidade da sua rápida construção - mesmo faseada e mantendo, por enquanto, o actual - sob pena de vermos Lisboa perder em relação a Madrid a sua situação de portal de entrada na Europa, com todos os enormes prejuízos inerentes, já com o TGV a opinião mais ou menos generalizada é a de ser descartável, nesta altura de grave crise financeira e também, em vários países, já económica.

Já sei, já sei que me irão chamar de “ignorante” e acenar-me com as políticas de “new deal” e o John Maynard Keynes, mas não me convencem.
O TGV, como grande obra pública, será proporcionador de empregos e estes, por sua vez, representam dinheiro no bolso dos trabalhadores, com aumento do poder de compra, impulsionador do pequeno comércio e também das grandes superfícies. E logo aqui temos Belmiro de Azevedo a ganhar, o que aliás não é criticável, aproveita-se da situação. Mas depois de construído acabou-se. Volta o desemprego e as grandes empresas que participaram na sua construção, ou forneceram o material circulante, encheram-se de milhões.

E agora? O que vamos fazer com este “brinquedo”? Quem vai andar nele? Quem vai aproveitar os seus serviços de transporte de mercadorias?
As políticas de “low cost” praticadas pelas transportadoras aéreas tudo indica que irão continuar, pois o petróleo é um “bem finito” e voltará a subir.
O TGV não tem quaisquer possibilidades de competir, numa política de preço de bilhetes, com as companhias aéreas e o serviço prestado por estas é mais rápido e económico.
No que respeita ao transporte de mercadorias, duvido que deixe de praticar-se o transporte na camionagem, sem dúvida mais barato embora mais demorado.

Então o que fazer com o “brinquedo”? É um”brinquedo” caro e gerador de prejuízos, pois o investimento nele é de carácter irrecuperável.
Talvez seja possível obrigar os altos funcionários, administradores de empresas do Estado, deputados e talvez mesmo sub-secretários, a viajarem nele. Como são muitos e as deslocações à “estranja” são assíduas, teríamos o TGV sempre cheio…

terça-feira, novembro 11

FOTO DO DIA 11NOV08


Verona

Casa de Julieta com o balcão por onde o Romeu entrava…
Dizem que dá sorte no amor afagar um dos seios da estátua de Julieta. A moça está a fazê-lo e eu também lá fui.
A porta da casa está literalmente coberta por inscrições amorosas (suponho) nas mais diversas línguas.

(Foto Peter)

Por quanto tempo?


Embora não sendo prof mas tendo passado pelo ensino, compreendo os seus problemas, tanto mais que tenho familiares que por lá continuam à falta de melhor, sabe Deus com quanto sacrifício para eles e para os seus familiares. É um sacerdócio e só assim se justifica que ainda haja anualmente jovens a tentarem o seu ingresso.
À falta de melhor, têm espírito de sacrifício.

Desde sempre que os profs sempre foram uma classe odiada, mas não invejada pelos seus concidadãos. Os três meses de Férias Grandes eram considerados um ultraje pelo “povo trabalhador”. Sim, porque os Profs não são povo trabalhador, mas são-no a empregada doméstica, o pintor, o canalizador, o mecânico auto… tudo trabalhadores que auferem mensalmente quantias superiores a um professor.
E quando chegam ao fim da sua jornada de trabalho diária, dispõem plenamente de si próprios, enquanto o Prof nem sequer tem tempo de dar um beijo ao marido, ou/e ao filho, pois tem de ir a correr fazer o jantar, ou o marido já o fez, para ela se poder dedicar à preparação das lições do dia seguinte, a fazer ou a ver provas de avaliação dos alunos, ou a preencher papéis do moroso e burocrático processo “chileno” de avaliação (parece termos voltado ao tempo do Victor Alves…) descoberto pela srª ministra.
E isto para não falar das horas tardias a que chegou a casa, depois de reuniões e reuniões infindáveis e normalmente improdutivas. Apenas “partir pedra”.

E como o Estado não cumpriu com as suas obrigações e não iniciou “ab início” a reforma do ensino, começando pelas creches e jardins de infância, tudo desabou em cima do “pasmado” Prof.
Depois de “funcionarem” como “baby-sitters” e como professores, ainda virá o tempo de terem de preparar as refeições para os alunos.
E vai daí manifestam-se nas ruas com uma vontade inquebrantável que a força da razão lhes confere. Por quanto tempo?
É um autêntico “braço de ferro” o que se trava entre a ministra da Educação, por enquanto apoiada pelo sr Primeiro Ministro e os Profs, uns “seres desprezíveis, uma escumalha”, que ousou protestar e não uma classe digna que continua a ser cada vez mais profundamente injustiçada.

No dizer do sr Primeiro Ministro (in “PÚBLICO” de hoje) “o perfil da situação social dos professores será melhorado, quando os portugueses souberem que, tal como outros profissionais, também eles são avaliados”.
Então o sr Primeiro Ministro está a dar-me razão: para “o povo trabalhador” o Prof “anda pelas ruas da amargura”e precisa de ver o seu perfil social melhorado. Com a devida vénia, desculpe o sr Primeiro Ministro mas está a distorcer o problema quando pressupõe que os Profs não querem ser avaliados, “tal como os outros profissionais” o são. O que está em causa não é a recusa da avaliação por parte dos Profs, mas sim a do sistema aprovado. Poderei e até o admito, está a ver mal o problema, porquanto sou um “outsider”, mas a minha formação universitária permite-me apreender com isenção e sem descambar para aspectos partidários, que também os há, o que verdadeiramente está em causa. O sr Primeiro Ministro, encarando partidariamente a questão, argumenta que as reacções dos partidos significam apenas a “esperança de ganhar uns míseros votos” (in “PÚBLICO” de hoje).
Não serão assim tão “míseros”, atendendo a que são 120.000 professores, mais familiares e amigos.

Por mim, “já mandei virar a casaca”…



«La vida es sueño y sueño de un sueño.» (Calderon)

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segunda-feira, novembro 10

Um dia de Tráfego Aéreo Mundial

Tudo que se move (amarelinho) são aeronaves!

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Círculo


Aqui há tempos, li algures numa entrevista a uma personalidade feminina, de que já não me lembro o nome, que o livro preferido dela era “O livro do riso e do esquecimento”, de Milan Kundera.
Actualmente uma polémica afecta o escritor e já motivou uma carta aberta de quatro prémios Nobel da Literatura (Garcia Márquez, Coetzee, Nadime Gordimer e Orhan Pamuk), contando ainda com o apoio de Salman Rushdie, Carlos Fuentes e Philip Roth. O caso remonta a 1950, altura em que Milan Kundera, então com 21 anos, teria denunciado às autoridades comunistas de ocupação, um jovem piloto dissidente, Miroslav Dvoraceck.

“Não é por acaso que os planetas se movem em círculo*, e que a pedra que salta se afasta inexoravelmente, levada pela força centrífuga. Semelhante ao meteorito arrancado a um planeta, saí do círculo, e, ainda hoje, não paro de cair. Há pessoas que conseguem morrer em órbita e outras que se esmagam no fim da queda. E outras (às quais pertenço) conservam sempre em si como que uma tímida nostalgia da dança em roda perdida, porque somos todos habitantes de um universo em que todas as coisas giram em círculo.”

Curioso. Para mim e deste autor, também é o preferido. Talvez porque aborde a “magia do círculo” numa perspectiva cosmológica e política:
“um dia disse qualquer coisa que não devia ter dito, fui expulso do partido e tive de sair da roda.”
Kundera foi realmente expulso do PC em 1950, quando as autoridades checas interceptaram uma carta que lhe era destinada, na qual um seu amigo criticava um alto dirigente do Regime. Viria a ser readmitido em 1956.
Foi então que compreendi o significado mágico do círculo.
Quando nos afastamos da fila, ainda nos é possível voltar. A fila é uma formação aberta. Mas o círculo fecha-se e quando se sai é sem regresso”.

Foi no tempo da “Primavera de Praga”, quando os checos riam e dançavam festejando a sua rebelião contra o comunismo soviético. Foi com emoção que fotografei a varanda de onde discursava Dubcek.
Éluard, o filho querido de Praga, cantava ali na Praça Wenceslas, onde os dissidentes se reuniam até à invasão pelos tanks soviéticos:
“O amor trabalha, é infatigável”

E alguém a quem eu emprestara o livro escreveu por baixo a lápis, na sua letra pequena e elegante de poetisa, algo que eu nunca mais apaguei:
“Quem não ama, pára, envelhece e morre”.

Talvez venha daí a minha preferência pela obra … ou porque a uma situação de denso significado político se sucedem por vezes cenas de um estranho erotismo:
Jan quase invejava Ewige, que ia e vinha na sua nudez e que era até “muito mais natural nua do que vestida, como se ao abandonar a roupa abandonasse ao mesmo tempo a sua condição de mulher, para passar a “ser humana” apenas, sem sexualização. Como se o sexo estivesse na roupa e a nudez fosse um traço de neutralidade sexual.”
* elipses

FOTO DO DIA 10NOV08


Subindo de teleférico para o “Pic du Midi” (2.884 m). Como sabem, este Pico fica nos Alpes, mais concretamente no Mont Blanc.
Estou a fazer a ascensão a partir da Suíça. Como o Pico se situa na fronteira dos 3 países (França, Itália, Suíça) e a meio caminho tem de se mudar de ascensor, há que ter cuidado para não ir parar a Itália.
Não é aconselhável a subida a pessoas com problemas cardíacos, pois passa-se com relativa rapidez para uma altitude de quase 3 mil metros.

(Foto Peter)

domingo, novembro 9

sedruL: Gebalis: Cartões usados em férias - É fartar...vilanagem

sedruL: Gebalis: Cartões usados em férias - É fartar...vilanagem

FOTO DO DIA 09NOV08


Colmar situa-se numa paisagem relativamente plana, banhada pelo rio Lauch, aproximadamente a 20 km a leste do Reno, entre Basileia (60 km) ao sul e Estrasburgo (65 km) ao norte, próximo à fronteira alemã.

(Foto Peter)

Professores prometem "luta o ano todo" e admitem antecipar greve nacional


A Plataforma Sindical de Professores advertiu no final da manifestação de hoje em Lisboa que, caso o Ministério da Educação não recue em questões como a avaliação do desempenho, os docentes prometem "luta o ano todo" e admitem antecipar a greve nacional convocada esta tarde para 19 Janeiro.
"Ou o Ministério da Educação suspende a avaliação de desempenho, avança para a negociação, encontramos um outro modelo e o ano lectivo prossegue normalmente, ou o ministério assume que vai ter luta o ano todo. Se querem guerra, guerra terão", declarou o porta-voz da Plataforma e secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, no final da manifestação que reuniu pelo menos 120 mil docentes, segundo números dos sindicatos.
Além da greve nacional, na manifestação ficou ainda decidido que vão realizar-se outros protestos no actual ano lectivo, caso o processo de avaliação de desempenho não seja suspenso. "Neste momento, não há espaço para meios-termos e não há entendimento possível. Da nossa parte, não há nenhuma abertura para nada que não seja a suspensão imediata", sublinhou o porta-voz da plataforma sindical, acusando a ministra de sofrer de "analfabetismo político", por não ter "capacidade democrática para interpretar o significado das manifestações".
Considerando "inadmissível" que a ministra da Educação tenha hoje recusado suspender a aplicação do modelo de avaliação, o secretário-geral da Fenprof apelou ainda aos docentes para serem eles a fazê-lo, na prática, parando nas escolas todos os procedimentos relacionados com este processo.
Segundo a organização, o protesto de hoje, convocado por todos os sindicatos do sector, reuniu pelo menos 120 mil professores, superando a manifestação de Março, até agora a maior alguma vez realizada em Portugal por uma única classe profissional.
A PSP recusou adiantar números de adesão ao protesto. Calvo André, responsável pelo policiamento da marcha, escusou-se a avançar com qualquer número, dando duas explicações. “É impossível calcular dada a dimensão da manifestação”, começou por dizer. Mas acrescentou: “Tenho indicações para não adiantar números”.
Questionado sobre o autor dessas indicações, acabou por afirmar que tinha sido o próprio a decidi-lo. Calvo André não quis igualmente fazer qualquer comparação com o protesto de professores de 8 Março. Nesse dia, a polícia calculou em 100 mil o número de manifestantes.”

(08.11.2008 - 20h39 Lusa, PÚBLICO)


Por muito menos, o anterior ministro da Saúde, Correia de Campos, foi obrigado a abandonar o cargo, forçado a isso pelas manifestações diárias dos utentes dos Centros de Saúde que iam sendo fechados.
Chegará a altura em que o 1º ministro Sócrates se verá confrontado entre manter a ministra da Educação, Maria de Lourdes Rodrigues, o que o fará perder a maioria nas eleições de 2009, ou forçar a ministra a demitir-se.

Cá estaremos para ver…

sábado, novembro 8

A bola de Berlim e o 'off-shore'


Se estivéssemos dependentes do Banco de Portugal caminhávamos para o abismo… e Constâncio chegaria lá com uns aninhos de atraso.
A nacionalização do BPN é um acto inevitável mas injusto. Inevitável no actual quadro bancário e na crise que atravessamos. Apesar de representar uma pequena percentagem do nosso sistema bancário, a falência do BPN podia provocar ondas de choque desastrosas. E o governo não podia deixar que isso acontecesse. Neste momento ninguém está disposto a repetir os erros da administração americana e Gordon Brown passou a ser o meridiano de todos os executivos. A incerteza dos depositantes, que viveriam situações desesperadas, o desemprego de milhares de funcionários (numa altura em que o mercado dificilmente os ia absorver), e o pânico na banca de retalho levaram à única decisão possível. Neste sentido a nacionalização é boa e a Caixa vive bem com ela.

Mas esta história é absolutamente injusta. Os jornalistas já tinham avisado vezes sem conta. Os auditores igualmente e, por isso, iam sendo afastados. A rotatividade de administradores era comentada no mercado e muitos dos que iam saindo nunca tiveram problemas em dizer porque o faziam. O mau nome do BPN na Polícia Judiciária e no Ministério Público era absolutamente recorrente e anterior à Operação Furacão. É espantoso como é que o Banco de Portugal deixou que tudo tivesse chegado a este ponto.

À medida que os dias passam, o número de factos e suspeitas cresce, numa repetição 'hard-core' do filme que já vimos no BCP: 90 veículos sedeados em paraísos fiscais, registo de mais-valias fictícias, um banco de fachada em Cabo Verde, acções próprias não reportadas, sociedades instrumentais que se financiavam junto do próprio banco, sobreavaliação de activos imobiliários, concentração de crédito excessiva, negócios a mais entre o banco e os seus accionistas, e, pasme-se, 8 páginas de reservas na auditoria da Deloitte de 2002!

Caso Vítor Constâncio não se lembre estamos em 2008. Ou seja, durante 6 anos nenhum destes problemas foi resolvido. Muito pelo contrário, agravaram-se e acabaram em perdas acumuladas de mais de 700 milhões de euros e no recurso à "mão visível" do Estado. É isto que Constâncio deve ver: o Banco de Portugal falhou em toda a linha como já tinha falhado no BCP. Em Portugal não existe regulação bancária. A nossa sorte é que a maior parte dos bancos estão cotados, a concorrência é enorme, e isto obriga ao cumprimento de regras muito apertadas. Se estivéssemos dependentes do Banco de Portugal caminhávamos para o abismo… e Constâncio chegaria lá com uns aninhos de atraso.

É óbvio que o nosso Banco Central continua a funcionar como se Portugal não estivesse no Euro (e o BCE não fizesse nada) e como se o sistema bancário ainda fosse o dos anos 80. Hoje em dia a função reguladora do Banco de Portugal é vital. Porque é que o Parlamento não pede uma auditoria externa para comparar a organização, funcionamento e meios do nosso Banco Central com o dos outros países da UE? Isso é que era uma medida útil.

Até que isto se faça, cá continuaremos a viver com dois reguladores hiperactivos e especialistas na caça à multa, a ASAE e a ERC. E ficaremos abandonados à mão invisível e paralisada da Autoridade da Concorrência e do Banco de Portugal. Podemos dormir descansados: se o professor Marcelo falar mais um minuto que o Vitorino, a ERC põe a RTP em sentido; se uma bola de Berlim circular pelo sotavento algarvio sem cumprir 20 normas de higiene será apreendida. Mas se as gasolineiras actuarem em cartel nada vai acontecer. E se o seu banco estiver a ser gerido de forma danosa também não. Em Portugal é mais fácil levar um banco à insolvência do que vender uma bola de Berlim na praia.
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Ricardo Costa, Director geral adjunto da SIC

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IMAGEM DO DIA


(Denis Sinyakov - REUTERS)


Vou já a correr assentar praça...

ADM (Assistência na Doença aos Militares das Forças Armadas)

O anterior min da Saúde, Dr Correia de Campos, publicou um livro no qual pretende justificar a sua demissão pela pressão de poderosos lóbis. Não sei o nome do livro, nem isso me interessa porque não faço tenção do ler. Também não sei a que lóbis o visado se refere e também não quero saber, até porque ele já não é ministro.

O que sei, porque a TV o mostrava todos os dias, foi que o povo vinha para a rua protestar, tal como o fizera em 1975, exigindo a manutenção de Centros de Saúde, fechados de uma penada e sem que as populações desamparadas tivessem garantia de uma competente, eficiente e atempada consulta, ou tratamento.
Seria da mais elementar lógica que cada Centro de Saúde só fosse fechado depois dessa garantia estar assegurada. Mas não o foi, ou parece não o ter sido, e daí as manifestações de protesto.

Na freguesia onde moro há agora um Centro de saúde com atendimento impecável e gratuito, o que me levou, sendo militar, a abandonar o Posto de Saúde dos SSFA onde até o passar duma simples receita para um medicamento se paga pelo preço duma consulta médica, e a optar pelo Centro de Saúde civil.

São estas as “benesses” usufruídas pelas FA , a que o Prof Vital Moreira se refere, pelos vistos incorrectamente:

“Além disso, os militares gozam de um subsistema de saúde idêntico à ADSE” (“Manobras militares”).

Pelos vistos não é “idêntico”…

E até o Dr José Miguel Júdice vem “molhar a sopa”, vejam lá!

A ideia do ilustre causídico é genial:
“o Exército e a força Aérea seriam dispensáveis, mantendo-se apenas uma guarda costeira, uma força de intervenção rápida, forças militarizadas e de segurança e meia dúzia de oficiais generais.”(“Um golpe de Estado dos pequenitos”)
Porquê meia dúzia? À dúzia é mais barato!

Brilhante! Verdadeiramente brilhante! Também de uma penada manda “as malvas” a NATO e a EU!

Permito-me sugerir a sua nomeação para ministro da Defesa quando o lugar vagar.

sexta-feira, novembro 7

Presente para um amigo especial


Algumas imagens do Cruzeiro que o Peter fez no Paquete Costa Mariana, desde o Adriático, Atenas, Ilhas Gregas em 2007.
Musica: Demis Roussos Greek-Zorba
Votos de um bom fim de semana
Beijos

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COMO É POSSÍVEL?

NÃO POSSO RESISTIR E TIVE QUE VIR DENUNCIAR!

COMO É POSSÍVEL A RTP GASTAR 13 MIN DE EMISSÃO NO NOTICIÁRIO DAS 20.00 H, GASTANDO O NOSSO DINHEIRO A ENTREVISTAR A LIC FÁTIMA FELGUEIRAS?

RESPONDA QUEM SABE!

BLOGUES QUE LEMOS

“O que os políticos odeiam nos blogues não são os disparates que às vezes vemos, nem são esses blogger que os políticos mais temem. O que eles receiam mesmo é a opinião livre, aquilo a que eles não estão nada habituados é que o cidadão comum faça chegar a sua opinião a outros cidadãos comuns, sem que essa opinião seja filtrada pelos assessores.”

(“Eles não gostam de blogues”, in blogue “O jumento” - http://jumento.blogspot.com/)



SEGREDO

Não contes do meu
vestido
que tiro pela cabeça

nem que corro os
cortinados
para uma sombra mais espessa

Deixa que feche o
anel
em redor do teu pescoço
com as minhas longas
pernas
e a sombra do meu poço

Não contes do meu
novelo
nem da roca de fiar

nem o que faço
com eles
a fim de te ouvir gritar


Maria Teresa Horta

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quinta-feira, novembro 6

CONCERTO HOJE


Concerto do nosso amigo e colaborador Ant (António)

ESTA SEMANA NO ACERCADANOITE EM ALMADA

http://www.acercadanoite.blogspot.com/

QUINTA-FEIRA 06 SÁBADO 08
22H30 22H30
CONCERTO D'AGE DJ B.R.O.S. DANCE FLOOR

Um tipo com sorte


É um privilégio ter assistido em directo, a acontecimentos que mudaram radicalmente a história do nosso país, da humanidade e do mundo, por isso me considero um tipo com sorte:

- Andei pelo mundo e faço tenção de continuar a andar, por locais onde nunca imaginei ir, assim como nunca imaginei defrontar situações, que os meus limitados horizontes de rapaz duma pequena vila do interior, sempre pensara serem para “os outros”.

- Em 21 de Julho de 1969 assisti em directo à chegada do homem à Lua. Neil Armstrong pisou pela primeira vez o solo do nosso satélite às 22.56. hora de Nova Iorque. Alguns “iluminados” vieram aqui para a NET e ainda não se calaram, dizer ter sido filmado no Texas! Claro, tinham sido os americanos a consegui-lo... Faz-me recordar que, quando do lançamento do Sputnik, um conceituado Prof catedrático do IST veio publicamente contestar na imprensa da época, a impossibilidade científica de tal feito. Claro, tinham sido os russos a fazê-lo…

- Assisti em directo à proclamação na TV do General António de Spínola, no seguimento do Movimento de 25 de Abril de 1974. Podia falar deste assunto que conheço e vivi, mas não falo. É controverso e quando o abordam com ideias pré-concebidas, como normalmente acontece, nada feito.

- Vai fazer no dia 9 vinte e um anos, foi em 1987, que se deu”a queda do muro de Berlim”, levando à reunificação das duas Alemanhas na República Federal Alemã e acabando com a divisão do mundo em dois Blocos. Muitos apontam este acontecimento como sendo o fim da “Guerra Fria”.

- Esta madrugada assisti em directo, à votação para a eleição do Presidente dos EUA e que viria a ser a mais comparticipada de sempre. Foi a eleição da mudança: “It’s time for a change” era o mote. Mas mais importante do que o ter sido o primeiro afro-americano eleito para o cargo, foi o facto de milhões de pessoas que antes não se interessavam por política, terem ido recensear-se e constituírem agora uma geração nova e interessada, que seguia Obama e escutava os seus discursos, discursos esses que faziam sentido para as pessoas e eram persuasivos para a maioria delas.
Obama tem carisma, que é um dom que nasce com a pessoa e persegue um “sonho”, o de Luter King (“I have a dream”).
Isso talvez não tenham percebido aqueles que vaticinam ir Obama desiludir. “We will see…”
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A curto prazo, o meu objectivo é participar nas Eleições Legislativas de 2009. E participar bem… O debate de hoje na AR sobre a nacionalização do BPN, deu-me orientações para o meu sentido de voto.

quarta-feira, novembro 5

“Obamamania”


O meu candidato às eleições presidenciais dos EUA venceu sem margens para dúvidas. Não se repetiram as contagens e recontagens de votos que levaram à derrota do candidato mais votado pelo povo dos EUA, o ecologista AL Gore e que colocou na presidência George Bush, desbaratando o crédito de confiança, aliás já algo debilitado, de que gozava essa grande nação.

Um afro-americano, relativamente jovem, vai dar corpo ao sonho de Martin Luther King:

“I have a dream that one day every valley shall be exalted, every hill and mountain shall be made low, the rough places will be made plain, and the crooked places will be made straight, and the glory of the Lord shall be revealed, and all flesh shall see it together.”

É fundamental que um “leader” politico tenha “carisma”, esse dom que possibilita o arrastar de multidões.

É fundamental que tenha um sonho.

Nada disto encontramos por aqui, rodeados de políticos gastos pelo uso do poder, o português revê-se em Obama, ele é o D. Sebastião que voltou numa manhã de nevoeiro, manhã chuvosa que ferozmente bate aqui nas vidraças.

E tal como D. Sebastião não voltou, nem pode voltar, assim Obama permanecerá para nós um sonho inatingível.

“Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.”

(António Gedeão)

PARABÉNS PRESIDENTE!


BARACK HUSSEIN OBAMA É O 44º PRESIDENTE DOS EUA (02.52H)

Porquê? , Porquê?




Porquê?

Porque é que as pessoas em Espanha são Espanhóis e na Rússia não são Rissóis?

Porque é que na Suécia as pessoas são Suecos e em Marrocos não são Marrecos?

Porque é que em Marrocos as pessoas são Marroquinos e na Suíça não são Suínos?

Porque é que na Polónia as pessoas são Polacas e na Estónia não são Estacas?

Porque é que se diz Discoteca em vez de Discotoca se o disco toca e não teca?

Porque é que é Espingarda em vez de Espungarda pois faz pum e não pim?

Porque é que os que andam no mar são Marujos e os do ar não são Araújos?
Porque é que as batatas grelam e os grelos não batatam?

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terça-feira, novembro 4

ELEIÇÕES AMERICANAS


Sixty-two percent of voters said the economy was the most important issue.
Iraq was the most important for 10 percent, and terrorism and health care were each the top issue for 9 percent of voters.

The economy has dominated the last leg of the campaign trail as Sens. Barack Obama and John McCain have tried to convince voters that they are the best candidate to handle the financial crisis.

Voters expressed excitement and pride in their country after casting their ballots Tuesday in what has proved to be a historic election.

When the ballots are counted, the United States will have elected either its first African-American president or its oldest first-term president and first female vice president.
(CNN)

ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS NORTE-AMERICANAS


Hoje é um dia importante para os EUA e para o Mundo. Nunca umas eleições presidenciais americanas despertaram tanto interesse e foram tão rijamente disputadas.
Nunca umas eleições presidenciais americanas pesaram tanto na economia mundial. Sem o empenhamento dos EUA não haverá reforma do sistema financeiro nem das instituições internacionais.
Conseguirá Obama, a quem as sondagens consideram como favorito (pese o facto das eleições serem férteis em imprevistos) solucionar, ou contribuir para solucionar a crise financeira, o conflito israelo-árabe, a clivagem com os muçulmanos fundamentalistas, a poluição …
Propositadamente omiti o terrorismo porque este vence-se com o silêncio.

Entretanto vejam este vídeo sobre as mesmas, oferta do New York Times: