domingo, novembro 30

É a crise…

Sexta-feira ao fim da tarde regressava a casa no Volvo amarelo, pára-arranca, pára-arranca, pára-arranca… mesmo dentro da sua faixa, o Volvo não andava. Carros por todo o lado. É um engarrafamento monumental: toda a Gago Coutinho, desde o Areeiro ao Relógio. Devem ir para a neve aproveitar as mini-férias. Mais tarde, ao ouvir o noticiário, confirmaram estarem esgotados todos os hotéis da Serra da Estrela. É claro para não falar no fim do ano na Madeira e noutros sítios.

É a crise…

Aqui há 15 dias pretendi comprar bilhetes para um espectáculo no Campo Pequeno, dia 12 de Dezembro. Já não consegui, estava esgotado. Também um dos meus filhos pretendeu comprar bilhetes para ele e para a namorada para um concerto em Fevereiro. Não conseguiu, já estavam esgotados.

É a crise…

Os hipermercados triplicaram o espaço para a venda de brinquedos. Nesta quadra os mais pequenos são reis. Sempre foram, mas não estaremos agora a exagerar? O sucesso escolar, salvo para os mais dotados intelectualmente, não dispensa o acompanhamento dos pais. Mas onde está ele? Se os pais também já vingaram na época do “facilitismo escolar”… e depois o trabalho é para os profs, é para isso que lhe pagam.
- Maria, compra lá o brinquedo ao miúdo a ver se ele se cala!
É o laxismo que assentou arraiais, os pais demitiram-se das suas obrigações (e se fossem só os pais…) e assim estão criando “tiranetes”.

É a crise…

À escala local, aqui os cafés de bairro aí pelas 10/11h estão cheios de senhoras de idade a tomarem o pequeno almoço. Poderiam tomá-lo em casa, como eu faço. Mas está bem, depois pedem dois pastéis de bacalhau para levarem. Será esse certamente o seu almoço.

É a crise…

- E você, não sente a crise? (Perguntam-me).
- Se quer ir ao espectáculo e o seu filho ao concerto mais a namorada, não sentem a crise? Se calhar o que você tem é inveja de não poder fazer o mesmo e ir para neve!
Meto a viola no saco…
Que diabo! Se o Sócrates não está preocupado, nem o Vítor Constâncio, nem o Dias Loureiro, hei-de eu preocupar-me?

9 Comentários:

Às 30 novembro, 2008 14:39 , Blogger antonio ganhão disse...

É claro que para quem anda de volvo, sobretudo se for amarelo, a crise seja difícil de detectar.

É que 10% da população é muita gente. Depois 60% dos bilhetes desses espectáculos são adquiridos pelos patrocionadores que os oferecem a convidados. (Não me lembro da última vez que paguei para assistir a um espectáculo, mas eu não ando em nada que seja amarelo!)

Bom fim-de-semana!

 
Às 30 novembro, 2008 15:45 , Blogger Peter disse...

antonio - o implume

Claro que, como já viste, o Volvo amarelo é o autocarro da Carris rsrsrs

Bom feriado

 
Às 01 dezembro, 2008 17:55 , Blogger Tiago R Cardoso disse...

Ao menos a mim não me faltou neve para impedir que eu passa-se o Marvão.

A crise económica por cá tem dias e tem diferentes perspectivas, no governo uma, na oposição outra, pena que para o povo seja sempre a mesma.

Um abraço.

 
Às 01 dezembro, 2008 19:38 , Blogger Peter disse...

Tiago

Longe vão os tempos em que eu levava os meus filhos a fazer "sku" à Serra da Estrela.

Mas nem tudo é mau, o nosso primeiro ministro foi considerado o 6º homem mais bem vestido do mundo.

Ora toma!

 
Às 01 dezembro, 2008 22:42 , Blogger Meg disse...

Peter,
Pois também muitas vezes mr tenho feito algumas dessas perguntas sobre a crise, pode até parecer mesquinho, mas os pequenos almoços na pastelaria são o meu espanto de estimação. Pois... e os croquetes.
Sabes que mais, eu sei lá o que é a crise, e pelos vistos tu também não.

Um abraço

 
Às 02 dezembro, 2008 00:11 , Blogger Peter disse...

Olha Meg, já estive a ler o José Craveirinha e voltei aqui, pois já escrevera várias resposta e todas apaguei
Deixo-te o texto sobre A VERGONHA:

"A vergonha tem hoje duas faces em Portugal: a de uma nova pobreza envergonhada e a de uma riqueza sem vergonha de espécie alguma.”

 
Às 02 dezembro, 2008 00:13 , Blogger Manuel Veiga disse...

abraços

 
Às 02 dezembro, 2008 01:51 , Blogger Peter disse...

Meg

Rectifico, eu estive a ler foi o Luis Carlos Patraquim, que num poema "forte" homenageia José Craveirinha.
A lembrança de Dias Loureiro perturbou-me.

Boa semana (reduzida)

 
Às 02 dezembro, 2008 01:54 , Blogger Peter disse...

heretico

Tens de abandonar a prosa e dedicar-te à poesia. Belíssima, com "explosivas madrugadas" depois duma noite de amor.

Abraço amigo

 

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