Obviamente demito-o
Estava um cidadão jantando e vendo o noticiário da TV, quando a “pivot”, Manuela Moura Guedes, introduziu Paulo Portas. Aqui muitos que me lêem e até eu, colocarão à partida certa reserva. Mas poderemos abstrair da conotação partidária de PP e encará-lo como um cidadão com possibilidade de acesso à TV e que vai analisar um assunto de interesse nacional.
Ou não poderemos? Teremos sempre que não abstrair da conotação partidária de PP? Acho que não, e acho que não porque não só eu não me revejo em PP, como sou apenas um simples cidadão que ouve, compreende e concorda, com a argumentação do entrevistado e não aceita o modo atabalhoado e pouco explícito, como Vítor Constâncio respondeu às perguntas postas por Maria Elisa, quando esta o entrevistou na RTP1 sobre a sua actuação no caso do BPN.
Não me interessa absolutamente nada que VC seja o gestor público mais bem pago em Portugal, não sei se é ou não é, mas pelas funções que desempenha como governador do BdP, que é o banco de todos nós, meu também, exige-se que actue atempadamente, com rigor e isenção, que mande averiguar com prontidão e seja duro quando tiver que punir. Ora a documentação que PP apresentou, demonstram à saciedade que tal não aconteceu em parte, ou que não aconteceu atempadamente, que existem demoras incompreensíveis quando deveria ter existido celeridade e que revendo em “flash-back” as respostas dadas por VC às perguntas da entrevistadora ME as mesmas não satisfazem.
“Quid iuris”?
A resposta está no título.
11 Comentários:
Muito bem! E o Paulo Portas esteve excelente. Obtempero que o Oliveira e Costa merece um desprezo pela opinião pública não menor do que o dirigido ao Victor Constâncio que, sem dúvida, se revelou um "asno sonolento".
Pode dar-se, também, um certo enviezamento, muito próprio dos agentes na banca: a reserva, o secretismo, o receio de "a emenda ser pior que o soneto".
Mas, de qualquer modo, é indesculpável o laxismo do Governador e, no mínimo de dignidade, deveria demitir-se e confessar que errou, e, concedo, explicar francamente (depois de se demitir; note-se que o Alan Greenspan quando se confessou responsável por errar já não estava em funções) as razões por que não agiu antes.
Obviamente estamos a brincar... neste país funciona mias o: demito-me mas é o caraças!
Bem com a honrosa excepção daquele gestor de uma certa entidade reguladora, que mesmo demitido mantém o direito a 60% do ordenado durante dois anos, Isto sim um caso de verticalidade e desapego!
vbm
Evidentemente que não sou um técnico mas, caramba, não somos estúpidos. Não terei conhecimentos específicos, mas a postura de VC é a de "laissez faire laissez passer", ou pelo menos é a impressão que dá. "Laxismo" é, na verdade o termo exacto.
antonio - o implume
Ou a postura de Alan Greenspan, ou a de VC, mas aquele é americano enfim, não será esse facto que está na base da diferença, porquanto também temos cá "a honrosa excepção daquele gestor de uma certa entidade reguladora".
Valha-nos isso...
"Valha-nos isso!", LOL
Peter,
Uma questão técnica que talvez conheças e me faz falta: - Como abrir uma referência, no blog, aos últimos comentários publicados, mostrando-lhes as primeiras palavras, linkadas ao comentário em si para rápido acesso!?
Há um blog que visito, na extensão .com, o Modus Vivendi, que tem esse dispositivo e que é muito prático e útil!
Vitor Constâncio chegou às TVs defendendo acerrimamente não os méritos e as impossibilidades da sua supervisão invisual, mas o posto, o lugar, o maravilhoso vencimento que tantas e tais falhas não justificam.
O que ele deseja é manter o tacho. O resto é negligência grosseira e imperdoável. Portas esteve bem e foi cristalino a demonstrar a inépcia conivente de VC.
vbm
Não tem Vasco. O único dispositivo que existe é para LOCALIZAR TEXTOS.
joshua
"O que ele deseja é manter o tacho"
É evidente que sim, qq pessoa o vê.
A atitude normal, seria:
- afastar-se;
- aguardar que a sua actuação fosse avaliada de forma isenta;
- regressar ou aguardar que lhe dêem outro "tacho".
Governar um país, não significa SER DONO do mesmo.
Governar é SERVIR, não é SERVIR-SE.
hehehe :)
Subscrevo, Peter. Se subscrevo!
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