terça-feira, outubro 31

Para os mais pequenos


em especial, mas para os maiores também, uma vez que amanhã é feriado e podem ficar na cama até mais tarde ...

Homem negro/homem branco



(recebido por e-mail)

segunda-feira, outubro 30

No medico

“Acho que tenho um problema, Dr.” – diz o paciente. “Um dos meus testículos ficou azul.”
O medico examina o homem e chega à conclusão que se o testículo não for removido, o paciente morrerá.
“Está doido?” grita o homem. “Como é que o posso deixar fazer-me uma coisa dessas?!”
“Quer morrer?” pergunta o medico, e o paciente lá acaba por concordar em remover o testículo azul.

Duas semanas depois da operação, ele volta triste.
“Doutor, não sei como lhe dizer isto, é que ... bem, o meu outro testículo também ficou azul...”
Mais uma vez o medico informa o tipo que para sobreviver vai precisar de ser operado novamente, para ser retirado o outro testículo.
O homem volta a mostrar-se relutante.
“Já lhe perguntei uma vez se quer morrer” diz o medico, e o homem é obrigado a concordar com a operação.

Só que duas semanas depois de ter ficado sem o seu segundo testículo, o homem volta ao consultório.
“Algo está muito errado. O meu pénis está totalmente azul!”
No seguimento de um breve exame, o medico dá-lhe más notícias:
“se quiser continuar vivo, o seu pénis também terá que ser removido.”
O homem nem quer ouvir falar em tal coisa.
“Quer morrer?”, volta a perguntar o medico.
“Mas ... como é que mijo?”
“Instalamos um tubo de plástico e não haverá problema.”
O pénis é retirado, o tubo instalado e lá se vai o homem embora.

Uns dias mais tarde o homem entra aos gritos no consultório do medico.
Está visivelmente transtornado. “Doutor, o tubo de plástico está AZUL!”
“O quê?”
“O que raio é que me está a acontecer?!”
O medico examina o homem outra vez, agora exaustivamente, e ao fim de um tempo diz:

“Hmmm, não sei, mas parece-me que poderá ser das suas calças de ganga ...”

(recebida por e-mail)

domingo, outubro 29

... Where are you...









Nobody does it better...

Poema para Galileo

"Estou olhando o teu retrato, meu velho pisano,/aquele teu retrato que toda a gente conhece,/em que a tua bela cabeça desabrocha e floresce/sobre um modesto cabeção de pano./Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da tua velha Florença./(Não, não, Galileo! Eu não disse Santo Ofício./Disse Galeria dos Ofícios.)/Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da requintada Florença./Lembras-te? A Ponte Vecchio, a Loggia, a Piazza della Signoria…/Eu sei… eu sei…/As margens doces do Arno às horas pardas da melancolia./Ai que saudade, Galileo Galilei!/Olha. Sabes? Lá em Florença/está guardado um dedo da tua mão direita num relicário./Palavra de honra que está!/As voltas que o mundo dá!/Se calhar até há gente que pensa/que entraste no calendário./Eu queria agradecer-te, Galileo,/a inteligência das coisas que me deste./Eu,/e quantos milhões de homens como eu/a quem tu esclareceste,/ia jurar - que disparate, Galileo!/- e jurava a pés juntos e apostava a cabeça/sem a menor hesitação -/que os corpos caem tanto mais depressa/quanto mais pesados são./Pois não é evidente, Galileo?/Quem acredita que um penedo caia/com a mesma rapidez que um botão de camisa ou que um seixo da praia?/Esta era a inteligência que Deus nos deu./Estava agora a lembrar-me, Galileo,/ daquela cena em que tu estavas sentado num escabelo/e tinhas à tua frente/um friso de homens doutos, hirtos, de toga e de capelo/a olharem-te severamente./Estavam todos a ralhar contigo,/que parecia impossível que um homem da tua idade/e da tua condição,/se tivesse tornado num perigo/para a Humanidade/e para a Civilização/.Tu, embaraçado e comprometido, em silêncio mordiscavas os lábios,/e percorrias, cheio de piedade,/os rostos impenetráveis daquela fila de sábios./Teus olhos habituados à observação dos satélites e das estrelas,/desceram lá das suas alturas/e poisaram, como aves aturdidas - parece-me que estou a vê-las -,/nas faces grávidas daquelas reverendíssimas criaturas./E tu foste dizendo a tudo que sim, que sim senhor, que era tudo tal qual/conforme suas eminências desejavam,/e dirias que o Sol era quadrado e a Lua pentagonal/e que os astros bailavam e entoavam/à meia-noite louvores à harmonia universal./E juraste que nunca mais repetirias/nem a ti mesmo, na própria intimidade do teu pensamento, livre e calmo,/aquelas abomináveis heresias/que ensinavas e descrevias/para eterna perdição da tua alma./Ai Galileo!/Mal sabem os teus doutos juízes, grandes senhores deste pequeno mundo/que assim mesmo, empertigados nos seus cadeirões de braços,/andavam a correr e a rolar pelos espaços/à razão de trinta quilómetros por segundo./Tu é que sabias, Galileo Galilei./Por isso eram teus olhos misericordiosos,/por isso era teu coração cheio de piedade,/piedade pelos homens que não precisam de sofrer, homens ditosos/a quem Deus dispensou de buscar a verdade./Por isso estoicamente, mansamente,/resististe a todas as torturas,/a todas as angústias, a todos os contratempos,/enquanto eles, do alto inacessível das suas alturas,/foram caindo,/caindo,/caindo,/caindo,/caindo sempre,/e sempre,/ininterruptamente,/na razão directa do quadrado dos tempos."

(António Gedeão)

“Digam-nos como se vai para o Céu e deixem-nos dizer como “vai” o Céu.”
(Galileo Galilei)

sábado, outubro 28

Átomos de espaço e tempo

Já se riram um pouco, não foi?
Então fiquem-se lá com esta para o fim de semana:

Há pouco mais de 100 anos, a maioria das pessoas – inclusive muitos cientistas – pensava que a matéria fosse contínua.
No entanto, desde a Grécia antiga, já havia especulações de que se a matéria fosse fragmentada em pedacinhos suficientemente pequenos, ela deveria ser constituída por partículas minúsculas, os átomos. Poucos achavam que a existência dos átomos seria um dia provada. Hoje já conseguimos obter imagens de átomos individuais e já estudamos as sub-partículas que os compõem.
Nas décadas mais recentes, físicos e matemáticos têm-se questionado “se o espaço também não seria formado por partículas ínfimas”. O espaço é contínuo, ou parece-se mais com um “pedaço de tecido formado por fios separados”?
E o “tempo”: a Natureza muda continuamente, ou o Universo evolui através de uma série de “degraus minúsculos”, comportando-se de forma semelhante a um computador digital?

Combinando os princípios fundamentais da Mecânica Quântica e da Relatividade Geral, Lee Smolin e outros físicos (entre eles alguns portugueses: João Magueijo, João Medeiros e Paulo Pires-Pacheco) trabalhando em Inglaterra, nos EUA e em França, acabaram criando a “Teoria da gravidade quântica em loop”. Esta teoria considera que o “espaço” surge em pequeníssimos volumes, o menor dos quais é um comprimento de Planck cúbico (10^-99 cm3). O “tempo” não flui como um rio, mas como o tique-taque de um relógio, cujos “tiques” têm valores próximos do intervalo de Planck, ou seja, 10^-43 segundos.

(Lee Smolin, “Átomos de espaço e tempo”, in Scientific American, Fev 2004)

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sexta-feira, outubro 27

Ser macho


Ser macho é:

- Sentir a dor física de uma bolada nos tomates;
- A tortura de ter de usar fato e gravata no Verão;
- O suplício de fazer a barba todos os dias;
- O desespero das cuecas apertadas;
- A loucura que é fingir indiferença diante de uma mulher sem soutien;
- A loucura de resistir olhar para umas pernas com uma mini-saia;
- Ir à praia e resistir olhar para aquele mulherão que está deitada ao lado;
- Vigiar o grelhador no churrasco ao fim de semana, enquanto todos se divertem;
- Ter sempre de resolver os problemas do carro;
- Ter de reparar na roupa nova dela;
- Ter de reparar que ela mudou de perfume;
- Ter de reparar que ela cortou o cabelo, mesmo que seja só 1cm;
- Ter de jamais reparar que ela está com um pouco de celulite;
- Ter de jamais dizer que ela engordou, mesmo que seja a pura verdade;
- Desviar os olhos do decote da secretária, que se faz distraída e deixa a blusa desabotoada até ao umbigo;
- Ter a obrigação de ser um atleta sexual;
- Ter a suspeita de que ela, com todos aqueles suspiros e gemidos, só está a tentar incentivar-nos;
- Ouvir um NÃO, virar para o lado conformado e dormir, apesar da vontade de partir o quarto todo e fazer um escândalo;
- Ter de ouvi-la dizer que está sem roupa, quando o problema é onde colocar novos armários para guardar mais roupa;
- Ter de almoçar aos domingos na casa dos sogros, discutir política com aquele velho fascista, tratar bem os sobrinhos, controlar-se para não olhar para o decote da irmã dela e não arrear um arraial de porrada ao irmão dela, sacana do caraças que vem sempre pedir dinheiro emprestado.

Depois elas ainda acham que é fácil, só porque NÃO TEMOS O PERÍODO!!!....

(recebido por e-mail)

quinta-feira, outubro 26

Mulher


"Mulher, tua beleza nos fascina,
E nós, todos os homens,
Nos quedamos ao teu poder,
Ao teu amor, à tua cândida ternura."

Para os que dizem que o blogue está demasiado sério, mas também já foi classificado com o círculo vermelho no canto superior direito. Dá vontade de rir, não dá?

Lido e vista (a fotografia...) por aí algures, e como o bum-bum está a desaparecer …

Não me importava nada de ter sido o fotógrafo, mas tive de me contentar com o Google ...

quarta-feira, outubro 25

Capitalismo

CAPITALISMO IDEAL

Você tem duas vacas.
Vende uma e compra um boi.
Multiplicam-se e a economia cresce.
Você vende a manada e aposenta-se. Fica rico!


CAPITALISMO AMERICANO

Você tem duas vacas.
Vende uma e força a outra a produzir o leite de quatro vacas.
Fica surpreendido quando ela morre.


CAPITALISMO JAPONÊS

Você tem duas vacas.
Redesenha-as para que tenham um décimo do tamanho de uma vaca normal e produzam 20 vezes mais leite.
Depois cria desenhinhos de vacas chamados Vaquimon e vende-os para o mundo inteiro.



CAPITALISMO BRITÂNICO

Você tem duas vacas.
As duas são loucas.


CAPITALISMO HOLANDÊS

Você tem duas vacas.
Elas vivem juntas, em união de facto, não gostam de bois e tudo bem.


CAPITALISMO ALEMÃO

Você tem duas vacas.
Elas produzem leite regularmente, segundo padrões de quantidade e horário previamente estabelecidos, de forma precisa e lucrativa.
Mas o que você queria mesmo era criar porcos.


CAPITALISMO RUSSO

Você tem duas vacas.
Conta-as e vê que tem cinco.
Conta de novo e vê que tem 42.
Conta de novo e vê que tem 12 vacas.
Você pára de contar e abre outra garrafa de vodka.


CAPITALISMO SUÍÇO

Você tem 500 vacas, mas nenhuma é sua.
Você cobra para guardar as vacas dos outros.


CAPITALISMO ESPANHOL

Você tem muito orgulho de ter duas vacas.


CAPITALISMO BRASILEIRO

Você tem duas vacas.
E reclama porque o rebanho não cresce...


CAPITALISMO HINDU

Você tem duas vacas.
Ai de quem tocar nelas.

CAPITALISMO PORTUGUÊS

Você tem duas vacas.
Uma delas é roubada.
O governo cria o IVVA - Imposto de Valor Vacuum Acrescentado.
Um fiscal vem e multa-o, porque embora você tenha pago correctamente o IVVA, o valor era pelo número de vacas presumidas e não pelo de vacas reais.
O Ministério das Finanças, por meio de dados também presumidos do seu consumo de leite, queijo, sapatos de couro, botões, presume que você tenha 200 vacas e para se livrar do sarilho, você dá a vaca que resta ao inspector das finanças para que ele feche os olhos e dê um jeitinho...

(recebida por e-mail)

terça-feira, outubro 24

Sem rede...

Hoje escrevo sem rascunho.
Directo, aqui
tal como na primeira vez

O eterno retorno
que não existe

Um pouco à frente, sempre
porque cada dia
é uma nova corrida.

Galáxias primitivas

Ao analisarem duas das imagens mais profundas do Universo, obtidas com o auxílio do Hubble, uma equipa de astrónomos descobriu um grupo de galáxias, mais de 500, que se teriam formado quando o Universo tinha menos de mil milhões de anos. Esta descoberta é de uma extrema importância para a compreensão da origem das galáxias pois há apenas uma década a formação de galáxias no Universo jovem era praticamente desconhecida. Os astrónomos nunca tinham sido capazes de observar uma galáxia que tivesse existido quando o Universo tinha “apenas” mil milhões de anos. Agora, a descoberta de 500 destes objectos, representa um passo significativo para os cosmólogos.

As galáxias reveladas pelo Hubble são mais pequenas do que as actuais galáxias gigantes, e com tons bastante azulados.
Este tom azul indica uma formação estelar explosiva. As imagens obtidas aparecem em tons de vermelho devido à tremenda distância a que estes objectos se encontram da Terra, porque a luz azul das suas estrelas jovens levou aproximadamente 13 mil milhões de anos a chegar até nós, e durante essa longa jornada foi desviada para comprimentos de onda na banda do vermelho, devido à expansão do espaço/tempo.

Podem ver na imagem detalhes individuais de algumas destas galáxias:

O facto de se terem descoberto tantas destas “galáxias anãs”, das quais apenas um pequeno número possuía um brilho considerável, é prova de que as galáxias se vão formando através da fusão de galáxias mais pequenas, o que já se pensava.
Estas “galáxias anãs” produziam estrelas numa quantidade 10 vezes superior à das galáxias mais próximas de nós.

Há muito que os astrónomos debatiam se as estrelas mais quentes presentes nestas galáxias iniciais, poderiam ter fornecido radiação suficiente para “reaquecer” o hidrogénio frio que existia entre elas no Universo jovem e que, como sabemos, tem vindo a arrefecer.
A observação destas galáxias, possuidoras de uma formação estelar explosiva, leva a admitir que mil milhões de anos após o Big Bang existiriam galáxias em número suficiente para concluir o “reaquecimento” do Universo.
Estas observações abrem caminho para o estudo de um período de mudanças fundamentais no Universo, na medida em que as galáxias agora observadas teriam sido também responsáveis por essas mudanças.

Em termos de tempo de vida dos humanos, os eventos cósmicos ocorrem muito lentamente, já que a evolução de galáxias e estrelas ocorre ao longo de milhares de milhões de anos. Devido a este facto, os astrónomos raramente testemunham transições dramáticas e relativamente curtas que tenham mudado o Universo. Um destes eventos é o "reaquecimento" deste e que gerado pela luz ultravioleta das estrelas, teria transformado o gás existente entre estas, de uma "sopa" de hidrogénio fria e escura, num plasma quente e transparente em “apenas” algumas centenas de milhões de anos.
Com o auxílio do Hubble, os astrónomos estão a começar a ver que tipos de galáxias serão responsáveis por este fenómeno.

Há apenas alguns anos, os astrónomos não possuíam tecnologia para realizar a detecção de um grande número de galáxias distantes, contudo, a instalação de uma nova câmara no Hubble em 2002 permitiu a sondagem dos cantos mais profundos do Universo.
Uma nova etapa nesta busca será atingida se um novo dispositivo sensível a infravermelhos for instalado neste telescópio. Este dispositivo permitirá a detecção de galáxias que estão tão distantes que a luz proveniente das suas estrelas chega até nós apenas em comprimentos de onda do infravermelho.

A descoberta deste grupo de galáxias pelo Hubble, faz-nos acalentar a esperança de que o seu sucessor, o James Webb Space Telescope, com data de lançamento prevista para 2013, possa ser capaz de observar os recônditos do Universo e espreitar os primeiros objectos a serem formados.

- [texto elaborado a partir de dados colhidos no ASTRONOVAS (OAL)]

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domingo, outubro 22

Tempo...

Há tempo para olhar,
Tempo para esquecer,
Tempo para amar,
Tempo para malquerer,
Tempo para parar,
Tempo para correr.

Há tempo para repensar,
Para desistir, para recomeçar.
Há tempo para meditar
E tempo para desarvorar.

E o tempo na sua incomensurável sabedoria
É verdadeira água de purificação.
Pé ante pé,
Dia após dia
Risco a romper o chão.


(Foto: Ana Sousa)

sábado, outubro 21

A última de McGiver

Claro que este herói duma série da TV já não é do tempo de muitos de vós.
Contaram-me hoje a última dele:

McGiver estava no meio do deserto tendo apenas uma laranja. Como iria sair dali?

Fácil!

Pegou no canivete e cortou a laranja ao meio. Como todos sabemos esta tem VITAMINA C. Portanto ficou : VITA+MINA.
Com a MINA fez uma explosão, que originou um TERRAMOTO.
Separou a TERRA da MOTO, montou nesta e foi-se embora.

Bom fds para todos!

sexta-feira, outubro 20

Da amizade

O jornal EXPRESSO de Sábado, trazia um artigo que li com interesse, intitulado “A geração Erasmo”, escrito por António Pinto Leite e que analisava os diferentes estratos etários da população portuguesa. Segundo o articulista, “os jovens desta geração só conhecem um mundo instável e em mudança permanente (…) mas já não percepcionam a “crise da família”, que passa a ser vista como um novo modo de estruturação”.

Embora pertencendo à geração por alguns baptizada de “veteranos”, ou “cotas”, segundo a terminologia actual, sempre compreendi e aceitei que as estruturas não são imutáveis e que os estratos etários serão forçosamente “diferentes”, já que o conceito de “melhores”, ou “piores” é puramente relativo.

O artigo fez-me lembrar um texto de Alberoni em que ele aborda o conceito de “amizade”:
“Vejamos agora a relação amorosa que se estabelece na “amizade”. Esta baseia-se no princípio do “prazer”. Não se constitui a quente, no processo de estado nascente. Não há fusão inicial, ardente, arriscada, apaixonada. A amizade constitui-se lentamente, encontro após encontro, no qual cada um lança uma ponte entre o anterior e o seguinte. É o precipitado histórico de relações bem sucedidas, gratificantes, animadoras, divertidas. Também os dois amigos tendem a uma fusão parcial, também eles tendem a elaborar uma visão do mundo comum. Também eles constituem um “nós”. Mas sem a violenta e radical destruição do mundo anterior. Se entre eles existirem desde o princípio divergências nas suas crenças políticas e religiosas, diversidade de gostos, de hábitos, de opinião, não há um processo de fusão em que são dissolvidas como num crisol. Permanecem e tornam a relação agradável. Os amigos mantêm-se unidos porque descobrem, pouco a pouco, que têm afinidades electivas, porque fazem um esforço voluntário de ajustamento recíproco, procurando o que os une e não o que os separa. Mas se aparecerem divergências ideológicas, contrastes de interesse, ou se alguém se comportar de forma eticamente incorrecta, a relação amigável quebra-se e, normalmente, a ruptura é irremediável. O amigo pode perdoar a mentira, a traição, mas as coisas não voltam a ser como antes. A amizade é a forma “ética” do eros. Também o sentimento amoroso da amizade depende da construção comum de um mundo e da sua identidade. Intensifica-se nos momentos de mudança, de crise, quando nos abrimos ao amigo, lhe pedimos apoio e conselho. Intensifica-se com a troca de experiências, enfrentando juntos os problemas, combatendo lado a lado contra um adversário, uma ameaça, como dois caçadores, como dois guerreiros.”

(Francesco Alberoni, “Amo-te”, 9ª ed.)

S.Petersburgo - Palácio de Catarina, sala de âmbar


A Sala de âmbar era objecto de grande interesse no palácio de Tsárskole Sieló, qualificada pelos entendidos do sec XVIII como uma das maravilhas do mundo, porque o âmbar é caríssimo. Imagine-se então o valor de uma sala inteiramente revestida dessa resina fóssil.
Durante a II GM quase toda a sala foi depredada e transportada pelos alemães para Koenigsberg. Desde então nunca mais se soube o que foi feito dela, tendo sido recuperados apenas um mosaico florentino e uma cómoda de madeira.
Actualmente a decoração da sala foi totalmente restabelecida.
Na Rússia paga-se 4 € para se poder tirar fotos dentro dos museus e palácios visitados, o que é estranho, pois como se sabe, em todos os museus do mundo é expressamente proibido fazer fotos com flash e, na maior parte deles, mesmo sem ele. Porém esta sala não pode ser fotografada, embora haja sempre alguém que, aproveitando uma distracção da funcionária, que está sentada à porta e sempre vigilante, consiga fazer o “boneco”, o que é muito perigoso pois o prevaricador corre o risco de “ir dentro” e eles não estão com meias medidas.

quarta-feira, outubro 18

Pintos da costa



Uma portaria conjunta dos Ministérios do Ambiente e da Agricultura proíbe, com carácter definitivo, que quem viva junto ao mar tenha galinhas, para que elas não ponham os ovos nas praias, e assim se evite que voltem a nascer pintos da costa.

(recebida por e-mail)

Foto Peter

terça-feira, outubro 17

Rumpology


Vem da palavra "rump" ("nádega", em tradução livre) e de acordo com quem ganha dinheiro à custa de papalvos, ou melhor, papalvas, é a arte de ler nas linhas, dobras e rugas das nádegas, a personalidade, o destino e o futuro do indivíduo, no amor e na sorte.
Para tanto, há que entrar num determinado "site" e preencher um formulário, que devolverá acompanhado duma nota de 100€ e duma foto do respectivo rabo.
Mas se quiser acertar nos números do Euro-Milhões, a nota terá de ser de 500€. Até é capaz de valer a pena.

Agora é que eu começo a entender aquela exposição de cus que houve aqui há meses em Serralves.

Ao bum-bum da foto, mesmo sem ser “rumpologista”, prevejo-lhe um brilhante futuro.

domingo, outubro 15

Nobel da Paz 2006


A Academia Sueca distinguiu o economista Muhammad Yunus com o Nobel da Paz 2006, salientando que:
“conceder empréstimos a pessoas pobres sem qualquer garantia financeira parecera uma ideia impossível (…) Yunus desenvolveu, principalmente através do Grameen Bank, o conceito de micro-crédito como um instrumento cada vez mais importante na luta contra a pobreza. (…) Todos os indivíduos têm o potencial e o direito de viver uma vida decente.”
Yunus nasceu no Bangladesh, em 1940, é professor universitário de Economia e foi o fundador do Banco Grameen, vocacionado exclusivamente para o micro – crédito, do qual beneficiam 500 milhões de pessoas em todo o mundo. O valor médio dos empréstimos é de 247€ e 97% dos clientes são mulheres, praticamente excluídas do sistema bancário tradicional islâmico, o que justifica a hostilidade dos fundamentalistas contra Yunus.

A atribuição deste Premio Nobel da Paz, fez-me pensar nos lucros das instituições bancárias portuguesas e não só, o que teria apressado o Min Trabalho a vir prometer que em Janeiro iria “alterar o enquadramento fiscal”, para introduzir estímulos ao micro-crédito.
Promessas, promessas …

Em meu modesto entender, penso que foi um Prémio da Paz bem atribuído, porque os problemas que afligem o planeta devem resolver-se através da solidariedade humana e não com o recurso à violência.
Aliás o próprio laureado sempre acreditou que:

“o fim da pobreza conduz ao fim dos conflitos”

Sonhos utópicos?

Transcrevo seguidamente um extracto duma entrevista concedida já há tempo pelo laureado, que nos dá uma melhor ideia do seu pensamento e da sua obra:

“ (…)
P. - Como lhe ocorreu a ideia de emprestar dinheiro às pessoas?
M.Y. - Eu não tinha qualquer intenção de conceder empréstimos, foram as circunstâncias que me levaram a isso. Estava a leccionar Economia, na Universidade de Chittagong, nos anos que se seguiram à independência do Bangladesh e havia muitas dificuldades. O país, em vez de progredir, estava a definhar e, em 1974, enfrentámos um terrível período de fome. Via pessoas a morrer à fome e estava frustrado, sem saber o que fazer para ajudar. Afinal, todas as grandes teorias de desenvolvimento económico que eu ensinava não contribuiam para nós.
Era preciso não olhar para o mundo como um ser abstracto, mas como se de uma pessoa se tratasse e tentar ser útil. Nem que fosse para uma só pessoa. Fui à aldeia mais próxima do "campus" universitário visitar os pobres e... foi assim que tudo começou. Vi como as pessoas sofriam, como estavam dependentes dos usurários que lhes emprestavam dinheiro, quase sempre montantes muito pequenos. Porque não fazer uma lista destas pessoas e tentar ajudá-las? Com a colaboração de alguns alunos, fizemos uma lista de 42 pessoas e chegámos à conclusão que o total de dinheiro necessário era de 27 dólares! Meu Deus! Andamos nós a falar de milhões e milhões de dólares para investir e desenvolver a economia do país e há pessoas que, apenas, precisam de um dólar.

P. - Quando fez essa lista, foi à procura de pessoas que já tinham alguma habilidade ou vocação para trabalhar?
M.Y. - Não me preocupei com isso. O objectivo era saber quem estava dependente dos usurários. Todos os que tinham dívidas estavam na minha lista e, à data, não sabia o que ia fazer com essa lista.
Quando vi o total fiquei chocado e o meu primeiro impulso, foi o de agarrar no dinheiro e dá-lo às pessoas. Não imagina como uma quantia tão pequena provocou tanta excitação e deixou tanta gente feliz. Então, porque não ir mais longe e emprestar mais dinheiro às pessoas? E isso levou-me ao banco, que recusou emprestar dinheiro a pobres sob o pretexto de que eles o gastariam todo em bens de primeira necessidade e seriam incapazes de reembolsá-lo. Além disso, não tinham garantias reais e as quantias eram tão insignificantes que o negócio não tinha interesse.
Após seis meses de negociações, concordaram finalmente em emprestar-lhes dinheiro, mas tendo-me a mim como fiador. E funcionou! As pessoas pagavam regularmente os seus reembolsos e isso entusiasmou-me e encorajou-me a estender estes empréstimos a outras aldeias. Ao fim de algum tempo, pensei em criar um banco independente e propus a ideia ao Governo. Só obtive a autorização para criar o Grameen Bank dois anos depois, em 1983. Hoje, trabalhamos em 40 mil aldeias (de um total de 68 mil existentes no Bangladesh), temos 12 mil funcionários, emprestámos 2,4 milhões de dólares e 94% dos nossos clientes são mulheres. E o banco pertence-lhes...

P. - Como é que funciona essa estrutura de capital?
M.Y. - Não queremos ganhar dinheiro, não é esse o nosso objectivo. Existe um plano de poupanças que atribui uma acção por cada dois dólares. Por isso, os nossos 2,4 milhões de clientes são os donos do banco.
(…)”

quinta-feira, outubro 12

Teu..

Deixo-me comover
Nas linhas do teu corpo
Deixo-me percorrer
Cada curva, cada poro.
Sei que o amor
É mais que olhar
É também dor.

Agora teu…
No limite do prazer
No limite do desejo
Esteja onde estiver
É tempo de ter o céu.




(Foto: Pedro da Costa Pereira)

O amor

O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar..

FERNANDO PESSOA

terça-feira, outubro 10

Apuramento da selecção portuguesa de sub-21


Vencendo há momentos a Rússia por 3-0, depois de ter perdido em Moscovo por 4-1, a selecção portuguesa de futebol de sub-21 conseguiu o que parecia impossível:

- ser apurada para o Europeu 2007 da categoria.

NOTA:
Esta notícia é só para os que, como eu, gostam do futebol-desporto e que devem ser muito poucos.

Encerrados para reforma

Pois é, só hoje comecei a ler o "Expresso" de sábado e deparei logo com o artigo em título, publicado na pág 41 do Primeiro Caderno. O artigo é preocupante para muitos pais que, por certo, já se deram conta da gravidade do mesmo:

"Por todo o país fecharam ou foram drasticamente reduzidos os ATL, que estavam a correr bem."

Se calhar, foi por isso que fecharam...

Então o que se vai fazer aos "putos-cobaias"?

NADA, pura e simplesmente NADA!

Os ATL foram substituídos pomposamente pelo "apoio social à família" que, como diz o articulista: "alimenta o ego de burocratas dos ministros", mas não conduz a resultados palpáveis, e ainda pelas "actividades de enriquecimento curricular" dos alunos que, continuando a seguir o mesmo articulista, irá é "enriquecer" o orçamento (não curricular) das respectivas Câmaras Municipais que não perderam tempo a candidatar-se a tão lucrativa tarefa.
Locais adequados? Não há.
Professores e monitores? Também não (e há tantos desempregados...).

RESULTADO:

"Das três e meia às cinco e meia as escolas estão de pantanas. Nem apoio à família, nem enriquecimento escolar, só miúdos a vaguearem pelo recreio."

E DEPOIS ADMIRAM-SE DA ELEVADA PERCENTAGEM DE DESISTÊNCIAS E DE INSUCESSO ESCOLAR...

São Petersburgo - Palácio de Catarina

"Os trabalhos de melhoria e de construção tiveram início ainda na época de Catarina I, esposa de Pedro, o Grande, a quem ele presenteara estas terras.
Porém, só no reinado da filha de Pedro - Isabel Petróvna, é que a residência podia levar, com todo o direito, o nome de TSÁRKOE SELO (Aldeia do Czar ou Aldeia Real).
Ela passou a ser o lugar predilecto de descanso de Catarina II e ali floresceu o seu génio e o requinte de bom gosto."

(Foto Peter)

segunda-feira, outubro 9

Prémio Nobel da Física 2006

O Prémio Nobel da Física de 2006 foi atribuido aos americanos John Mather e George Smoot, pela sua "descoberta do espectro de corpo negro e anisotropia da radiação cósmica de fundo", medida no céu a partir de todas as direcções e originada no Universo primevo.

A CMBR (Cosmic Microwave Background Radiation - CMBR) é uma radiação cósmica de fundo de micro-ondas, remanescente do Big Bang, que preenche todo o espaço e que envolve a Terra proveniente de todas as direcções. Esta radiação constitui uma das mais poderosas ferramentas em cosmologia. A sua descoberta (acidental) em 1965, por Penzias e Wilson, e a detecção de pequeníssimas flutuações de temperatura (anisotropias) pelo satélite COBE em 1992, representam duas das mais importantes descobertas científicas do século e dois dos mais fortes argumentos a favor da teoria do Big Bang.

Os fotões que a constituem são os mais "antigos" que se podem observar, pois resultaram do desacoplamento entre matéria e radiação que se deu no Universo primitivo, possível apenas quando este já se tinha expandido e arrefecido o suficiente (até aí as condições permitiam interacções muito fortes entre matéria e radiação e esta constituía uma barreira intransponível para os fotões). É esta CMBR que se propaga livremente pelo espaço há já 99,997% da idade do Universo (durante cerca de 14 mil milhões de anos) e nela estão "impressas" informações preciosas acerca da origem e características do Universo.


Se medirmos a intensidade da radiação de uma dada frequência emitida por um corpo a uma dada temperatura, e se traçarmos o gráfico "intensidade" versus "frequência", obtemos uma curva característica, que só depende da temperatura do corpo, que tem de estar todo à mesma temperatura, isto é em equilíbrio térmico. É a esta curva que se chama o "espectro do corpo negro". O modelo do Big Bang previa que a radiação cósmica de fundo devia ter esta forma, mas tal não era claro a partir dos dados inicialmente disponíveis. O satélite COBE (COsmic Background Explorer), lançado em Novembro de 1989, e cujo principal responsável era John Mather, confirmou-o sem qualquer dúvida:

- o espectro da radiação cósmica de fundo é um dos “espectros de corpo negro” mais perfeitos da Natureza.


Por outro lado, pensava-se que a radiação cósmica de fundo era incrivelmente isotrópica, isto é, igual em todas as direcções. No entanto, o Universo não é completamente homogéneo e isotrópico: possui irregularidades locais: estrelas, galáxias...

O modelo do Big Bang explica a formação das galáxias como resultado de pequenas irregularidades no Universo primitivo, que teriam sido ampliadas pela expansão do Universo. Estas irregularidades foram medidas pela primeira vez na radiação cósmica de fundo pelo COBE, sendo a medição coordenada por George Smoot.


COBE All-Sky Map

Baseado nos primeiros dois anos de dados fornecidos pelo COBE. O mapa mostra variações minúsculas de temperatura (vermelho, mais quente) impressas na radiação CMB pelas estruturas do Universo primitivo.

domingo, outubro 8

São Petersburgo - Palácio de Iussúpov



Belíssimo fogão da Sala Azul. Este é o palácio mais famoso ao longo ro rio Móika por nele ter sido assassinado, na noite de 16 de Dezembro de 1916, Grigori Rasputin, o célebre camponês siberiano, clarividente e milagreiro, possuidor de qualidades extra-sensoriais e que na convicção do Czar Nicolau II e de sua esposa, era o único que poderia curar o herdeiro do trono, doente de hemofília.
Insatisfeitos pela influência de Rasputin sobre o Czar, os representantes dos cículos monárquicos resolveram recorrer ao assassínio.

(Foto Peter)

quinta-feira, outubro 5

As minhas palavras







As palavras que nunca te direi
são as palavras que escondo
por detrás das palavras
que te escrevo.

quarta-feira, outubro 4

Quarenta

Por vezes há pequenos nadas que nos lembram episódios da nossa infância. Coisas sem importância, pequenos nadas, como já disse, mas são eles que constroem a nossa vida e a tornam diferente de qualquer outra.
Nasci e fui criado na província no seio de uma família patriarcal, em que os meus pais acolheram os meus avós e todos vivíamos em comunhão, bastando-nos a nós próprios:
- o pão era feito em casa, matava-se o porco e faziam-se enchidos provendo carne e toucinho para todo o ano, pelo S. João compravam-se os queijos de ovelha, que eram guardados em grandes potes de barro, tal como as azeitonas, a criação fornecia-nos a carne branca, os vegetais, legumes e fruta, cultivavam-se no quintal e a água provinha do poço.

O tempo corria mais devagar e eu aprendi a ler sózinho. Aos 4 anos já lia BD e ansiava pela saída semanal de "O Mosquito", que custava $50. Não faço a mínima ideia do que isso representaria hoje em Euros. Possivelmente nada ...
A minha mãe, no intervalo das lides domésticas, ajudava-me nos estudos. O pior eram os números, era o contar. Começava e ia por aí fora, mas quando chegava aos 39 parava.
Era então que a minha avó gritava lá da cozinha:

- "Ali Babá"

E eu imediatamente dizia:

- "Quarenta"

Parece que adivinhava que esse número é a barreira, a entrada nos "entas", dos quais nunca mais se sai.

domingo, outubro 1

Blogues

"Words, words, and more words, assim correm os blogues. Textos deliciosos, belos, que fazem sonhar. Textos em prosa, ou em verso, principalmente estes últimos, que são uma oportunidade para muitos darem a conhecer a sua produção poética e que por vezes levam à edição de livros, que não comento por falta de mérito meu, mas que normalmente adquiro e transcrevo aqui, não só por conhecimento da obra poética que anteriormente vinha a ser publicada pelos seus autores nos respectivos blogues, como por uma espécie de amizade virtual que a pouco e pouco se vai cimentando.
Palavras que levam a conhecimentos e por vezes criam amizades, ou palavras enganadoras, que não raro fingem sentimentos em que se acredita, porque possibilitam uma fuga ao real.
Tudo é possível e tudo acontece.

Como sabem, "Janus" o mítico deus Romano das duas caras, era o "deus da porta da rua", com a sua face exterior, que podia ser agressiva, para afastar os indesejáveis, ou agradável, convidando à entrada, e a face interior que correspondia ao dia a dia familiar, que se pretendia preservar dos que a ela batiam.

O mês de Janeiro, vem de "Janus", porque olha para o velho ano, que jaz atrás e simultaneamente para o novo, que se perfila à sua frente.

Mas não só a porta da rua e posteriormente o mês, também as pessoas. Os romanos começaram a considerar algumas como tendo "duas caras", como Janus.

Talvez Janus pudesse também ser considerado o deus dos blogues, de alguns blogues, quando estes indiciam uma sensação de insegurança, de falta de confiança em si próprios, que leva ao isolamento, depois duma tentativa fracassada de enfrentarem o real.