quarta-feira, novembro 28

Parlamentar

É sempre impressionante estar dentro do lugar, sentir a atmosfera quase mística daquele que é o centro de decisão das nossas vidas.

Aqui, onde se discutem matérias importantes que regulamentam o tamanho das batatas, das cenouras, tomates e outros. Aqui, onde se regulamenta como serão as regras de utilização do fogo de artifício (a propósito sabiam que os airbags funcionam por fogo de artifício? Não? Pois é, pois é...).

Enfim, a guerra e a paz, a fome e a abundância.

Aqui, onde trabalham 20 a 30 mil pessoas, onde os dossiês passeiam três, quatro ou mais vezes até atingirem o consenso. Aqui, enfim, aqui onde a nossa economia política e a nossa política económica é determinada em função das necessidades... ora pois... necessidades de quem?

Eu, por mim gostei da cerveja e do chocolate.
Sim, sim, que isto da política não é pêra doce... há que adocicar o engenho...

Ah pois é...

(Fotos: Ant)

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terça-feira, novembro 27

“Adeus à francesa”

Lisboa, 27 de Novembro de 2007

Duzentos anos se completam hoje sobre o triste dia em que Lisboa presenciou uma das mais tristes e chocantes cenas da sua longa história. Por onde dantes saíram caravelas à procura de um mundo novo, à vista de uns Jerónimos que testemunhava uma epopeia sem par, saia agora uma corte, numerosa e atarantada, ao som dos gritos da rainha louca.
O filho, regente, havia decidido rumar ao Brasil, para não cair em mãos francesas.
É esse período terrível da 1ª invasão que se pretende evocar, com uma mensagem muito clara: os reis podem fugir; o povo pode ser calcado por botas estranhas. Mas é o povo quem se levanta primeiro e cria condições para que a corte regresse. Não com choro, nem lamúrias. Muitas vezes com as forquilhas em vez de mosquetes.

D. João VI, príncipe regente nem para fugir tinha jeito. Demorou tanto a fazê-lo que ainda deu tempo a que Junot lhe fosse dizer adeus a S. Julião da Barra, pela manhã de 29 de Novembro de 1807, um mês depois da assinatura do infame Tratado de Fontainebleau que riscava Portugal do mapa, retalhando-o em três bocados, cada um já com o seu dono.

Para o executar aqui estava Junot. Tinha vindo bem depressa, pela Espanha fora e pelas nossas Beiras, que a família real nas suas mãos era uma boa caçada. Não gostou nada de os ver sair do Tejo. O primeiro objectivo não tinha sido atingido e fora em vão que, de tanta marcha forçada, o seu exército se tivesse transformado num bando de maltrapilhos, exaustos e esfomeados.

Resistência, pelo caminho, só a encontrou nas forças da Natureza. O que seria se uma Ala dos Namorados, bem colocada numa dessas serranias por onde a tanto custo passou, decidisse não estar de acordo com o desaparecimento da sua terra?

Lisboa resistira ao cerco de D. João de Castela. Agora fora ocupada por um bando. Naquele tempo, o nosso João estava dentro dos muros. Agora, este João fugia para o Brasil.

Mas é esse bando que o povo deve acolher com amizade, conforme proclamação do príncipe. Então, se são amigos, de quem foge D. João? E para quê complicar-lhes o caminho até Lisboa?

É esse povo, traído, roubado, humilhado, que primeiro se levanta, mesmo antes da chegada do auxílio inglês que tão caro tivemos de pagar.O primeiro grito vem do Porto, 6 de Junho de 1808 e alastra de imediato a todo o Norte. O País acordou e agora está numa guerra implacável a tudo que lhe cheira francês.
A Junta do Porto toma a direcção suprema da revolta, proclamando a independência nacional. É presidida pelo Bispo, D. António de S. José e Castro como se reencarnasse poderes perdidos quatro séculos atrás…

Loison, o célebre maneta (1), parte de Almeida com destino ao Porto, mas em Mesão-Frio recua e regressa à base, deixando no caminho orgulho, homens, material e a devastação como resposta.
O mais temido dos generais de Junot registara um fracasso do tamanho da sua crueldade. Não fora numa batalha, com forças regulares do outro lado, em que tudo é decidido. Foi durante uma incursão para assumir o comando das províncias de Trás-os-Montes e do Porto, em que a grande parte dos seus inimigos são paisanos e milícias populares com rudimentos de armas e sem qualquer preparação militar.
Uma figura começa a destacar-se: Francisco da Silveira, transmontano de gema, na altura tenente-coronel de Cavalaria.

A rebelião tem um outro efeito determinante, para o qual a Junta muito contribui: os Ingleses privilegiam Portugal para teatro de operações e a 1 de Agosto desembarca em Lavos o primeiro contingente.

Roliça, Vimeiro, Convenção de Sintra. A 15 de Setembro, Lisboa, atónita, assiste ao embarque tranquilo da tropa francesa em navios ingleses, com armas, bagagens e tudo o mais. Estranhas condições de um armistício, em que o exército vencido, transportado em navios do vencedor, leva para a sua terra o produto do saque ininterrupto durante nove meses e meio!

"Não sucedeu o mesmo no Porto. Aí a população amotinou-se, chegou a ir assaltar os navios onde embarcara a guarnição francesa de Almeida e o seu comandante viu-se forçado a consentir que lhe revistassem as bagagens, sendo-lhe arrancadas as preciosidades que levava consigo como suprema consolação". (2)

A primeira invasão tinha acabado. E a passadeira estendida aos Franceses também.

Junot voltou a Portugal com Massena, mas não voltou a entrar em Lisboa. Tudo lhe passou a correr mal. O melhor remédio que encontrou foi o suicídio em 1813.

(a): Azulejo existente na praça da vila de Vimeiro alusiva ao desembarque inglês
(1): Origem da expressão “Ir para o maneta”: punir impiedosamente.
(2): História de Portugal – Empr. Lit. de Lisboa, 6º V, M.Pinheiro Chagas, pág 113
(3): Numa cena “que se espera tenha acontecido perto de Lisboa”, representa-se Wellesley em primeiro plano, cortando o rabicho a Junot após a batalha do Vimeiro. (Museu Nacional Soares dos Reis - Água-forte, aguarelada a cores, Grã- Bretanha, Setembro 1808, autor desconhecido.)

(Texto de Fernando Novais Paiva)

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segunda-feira, novembro 26

"Jornadas de luta"

Aqui em Portugal as "jornadas de luta" ou são à 6ª F ou às 2ª F, quando na 3ª F é feriado. Assim permitem a "ponte" para se passarem uns dias na neve, ou na praia descansadamente, enquanto umas centenas de autocarros trazem de "Cascos de rolha" o pessoal para vir passear a Lisboa e, eventualmente, tomar parte nas manifestações de protesto.

Este trazer pessoal para Lisboa, para as manifestações de apoio, ou de protesto (naquela altura contra o inimigo externo ...), foi herdado dos tempos de Salazar.
Há hábitos que não se perderam, apenas passaram da "direita" para a "esquerda". Mas talvez nessa altura as manifestações fossem só ao Domingo e não houvesse a "esperteza" de as fazer à 6ª F. Assim perdem parte da credibilidade. Pelo menos a minha, o que, aliás, não tem a mínima importância.

O cuco

Na noite passada, fui convidado para um Jantar com "A MALTA DOS VELHOS TEMPOS".
Jurei à minha mulher que estaria de volta pela meia-noite.
Ela não acreditou e soltei um: "Eu prometo!"

Mas as horas passaram rápido, o sangue já escasseava no meio do álcool e depressa fiquei com a focagem meio às voltas.

Por volta das 3 da manhã, bêbado que nem um cacho, fui para casa.
Mal entrei e fechei a porta, o cuco no hall disparou e "cantou" 3 vezes.
Rápidamente, percebendo que a minha mulher podia acordar, fiz "cu-cu" mais 9 vezes.
Fiquei realmente orgulhoso de mim mesmo por ter uma ideia tão brilhante e rápida, mesmo com uma bebedeira de caixão à cova, para evitar um possível conflito com ela.

Na manhã seguinte, a minha mulher perguntou a que horas tinha chegado e disse-lhe que pela meia-noite.
Não pareceu nem um pouquinho desconfiada.
Ufa!

Daquela já me tinha escapado! Então ela disse:
- Amor! Precisamos de um cuco novo...

Quando perguntei porquê, respondeu:
- Bom, esta noite o nosso relógio fez "cu-cu" 3 vezes e depois disse alto "daassssse tou f...!"... Fez "cu-cu" mais 4 vezes, resmungou e arrotou,cantou "cu-cu" mais 3 vezes e pei*u-se, mandou uma grande gargalhada e cantou mais 2 vezes...Depois bateu com os c... na porta do corredor que deixei entreaberta e mandou um "P... que pariu". Entrou no quarto, tropeçou no gato, disse "M...!"... E só se deitou depois de cair duas vezes ao despir-se...

(recebido por e-mail)

domingo, novembro 25

25 de Novembro - Dia da violência doméstica


(Google)


Infelizmente continua ...

sábado, novembro 24

Citação

«Os politicos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão»

(autor desconhecido mas muito sofrido ...)

sexta-feira, novembro 23

Há e-mails engraçados... e outros nem por isso

Pela pertinência de ambos aqui ficam duas pérolas que recebi por e-mail. Isto até consolidar umas ideias que tenho aqui encravadas...

... é só uma questão química!
Num exame de Segundo Grau, questão de Química Básica: - Qual a diferença entre Solução e Dissolução? Resposta de um aluno: - Colocar UM qualquer dos políticos num tanque de ácido para que dissolva, é uma Dissolução.
Colocar TODOS - é uma Solução.

Não sei se é verídica mas que está bem esgalhada está.
Foi copy past. Apenas não incluí os dados pessoais.

Introdução:
"Tive acesso a esta carta escrita por um cidadão ao nosso Ministro das finanças, é veridica.
Se todos tivessemos a atitude deste homem, que não conheço, quem sabe se o nosso Portugal não melhorava, e os nosso governantes pensassem mais no povo que governam e que os elegeram.
Passem a todos este acto de coragem. "

Ex.mo Senhor Ministro das Finanças
Victor (...) Cerqueira, cidadão eleitor e contribuinte deste País,com o número de B.I. (...), do Arquivo de identificação de Lisboa, contribuinte (..) vem por este meio junto de V.Ex.a para lhe fazer uma proposta:
A minha Esposa, Maria (...) Cerqueira, foi vítimade CANCRO DE MAMA em 2004, foi operada em 6 Janeiro com a extracção radical da mesma.
Por esta "coisinha" sem qualquer importância foi-lhe atribuída uma incapacidade de 80%, imagine, que deu origem a que a minha Esposa tenhaus ufruído de alguns benefícios fiscais.

Assim, e tendo em conta as suas orientações, nomeadamente para a CGA, que confirmam que para si o CANCRO é uma questão de só menos importância.
Considerando ainda, o facto de V. Ex.ª, coerentemente, querer que para o ano seja retirado os benefícios fiscais, a qualquer um que ganhe um pouco mais do que o salário mínimo, venho propor a V. Ex.ª o seguinte:

a) a devolução do CANCRO de MAMA da minha Mulher a V. Ex.ª que, com os meus cumprimentos o dará à sua Esposa ou Filha.
b) Concomitantemente com esta oferta gostaria que aceitasse para a sua Esposa ou Filha ainda:
c) os seis (6) tratamentos de quimioterapia.
d) os vinte e oito (28) tratamentos de radioterapia.
e) a angustia e a ansiedade que nós sofremos antes, durante e depois.
f) os exames semestrais (que desperdício Senhor Ministro, terá que orientar o seu colega da saúde para acabar com este escândalo).
g) ansiedade com que são acompanhados estes exames.
h) A angústia em que vivemos permanentemente.Em troca de V. Ex.ª ficar para si e para os seus com a doença da minha Esposa e os nossos sofrimentos eu DEVOLVEREI todos os benefícios fiscais de que a minha Esposa terá beneficiado, pedindo um empréstimo para o fazer.

Penso sinceramente que é uma proposta justa e com a qual, estou certo, a sua Esposa ou filha também estarão de acordo.
Grato pela atenção que possa dar a esta proposta, informo V.Ex.a que darei conhecimento da mesma a Sua Ex.ª o Presidente da República, agradecendo fervorosamente o apoio que tem dispensado ao seu Governo e a medidas como esta e também o aumento de impostos aos reformados e outras...
Reservo-me ainda o direito (será que tenho direitos?) de divulgar esta carta como muito bem entender.

Como V. Ex.ª não acreditará em Deus (por se considerar como tal...) e por isso dorme em paz, abraçando e beijando os seus, só lhe posso desejar que Deus lhe perdoe, porque eu não posso (jamais) perdoar-lhe.

quarta-feira, novembro 21

Recortes de jornais 5

«O que hoje está a ser feito são exigências inadmissíveis às pequenas e médias empresas e a contribuintes com rendimentos médios, que os estão a asfixiar. A balança dos direitos está claramente desequilibrada a favor de uma administração fiscal, que passou a seguir a máxima "eu cobro e vocês, se quiserem, reclamem. Mas, mesmo que tenham razão, o dinheiro fica deste lado durante muito tempo."

Não é assim que se ganha o respeito dos contribuintes, nem a noção de que pagar impostos é um dever cívico.»

(Nicolau Santos, "Não é terror, mas abuso...", in separata Economia do jornal Expresso de 10 NOV 07)

segunda-feira, novembro 19

Pôr-da-Terra na Lua

A Agência de Prospecção Aeroespacial do Japão (Jaxa, em inglês) e a rede de TV NHK divulgaram nesta última 4ªF uma sequência de imagens do pôr-da-Terra no horizonte lunar. O registro foi feito a uma distância de 380 mil km do planeta pela sonda lunar japonesa Selene ( nome da deusa da lua, filha dos Titãs Hipérios e Tea e irmã da deusa Eos e do deus Hélios) lançada no início de Outubro. O Japão junta-se assim à Índia, à China e aos EUA na corrida pelo nosso satélite natural.


Recordamos esta foto da Terra acima do horizonte lunar, tirada durante a missão Apollo 8, muito possivelmente em 24 de Dezembro de 1968 e que na época fez enorme sucesso.
A Apollo 8 foi a primeira missão do Projecto Apollo a levar homens à Lua. A missão descolou em 21 DEZ 1968 e retornou à Terra a 27. Embora os astronautas Frank Borman, James A. Lovell Jr e William A. Anders (o autor da foto) não tenham pousado no solo lunar, eles foram os primeiros astronautas a abandonar a órbita da Terra.

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sexta-feira, novembro 16

Naufrágio

Num arquipélago maravilhoso e deserto, no meio do nada, naufragaram as seguintes pessoas:

- dois italianos e uma italiana; dois franceses e uma francesa; dois alemães e uma alemã; dois gregos e uma grega; dois ingleses e uma inglesa; dois búlgaros e uma búlgara; dois japoneses e uma japonesa; dois chineses e uma chinesa; dois americanos e uma americana; dois irlandeses e uma irlandesa; dois portugueses e uma portuguesa.
Passado um mês, nestas ilhas absolutamente maravilhosas, no meio do nada passava-se o seguinte:

- Um ITALIANO matou o outro italiano por causa da italiana; os dois FRANCESES e a francesa vivem felizes juntos num “menage-à-trois”; os dois alemães marcaram um rigoroso plano de visitas alternadas à alemã; os dois GREGOS dormem um com o outro e a grega limpa e cozinha para eles; os dois ingleses aguardam que alguém os apresente à inglesa; os dois BÚLGAROS olharam longamente para o oceano, depois olharam longamente para a búlgara e começaram a nadar; os dois JAPONESES enviaram um fax para Tóquio e aguardam instruções; os dois CHINESES abriram uma farmácia – bar – restaurante - lavandaria e engravidaram a chinesa para lhes fornecer empregados para a loja; os dois AMERICANOS estão a equacionar as vantagens do suicídio porque a americana só se queixa do seu corpo e da verdadeira natureza do feminismo, de como ela é capaz de fazer tudo o que eles fazem, da necessidade de realização, da divisão de tarefas domésticas, das palmeiras e da areia que a fazem parecer gorda, de como o seu último namorado respeitava a sua opinião e a tratava melhor do que eles, de como a sua relação com a mãe tinha melhorado e que, pelo menos, os impostos baixaram e também não chovia; os dois IRLANDESES dividiram a ilha em Norte e Sul e abriram uma destilaria. Eles não se lembram se sexo está no programa por estar tudo um bocado embaciado depois de alguns litros de whisky de coco. Mas estão satisfeitos, porque, pelo menos, os ingleses não se estão a divertir.

- Quanto aos dois PORTUGUESES mais a portuguesa que também se encontravam na ilha até agora não se passou nada porque os dois portugueses, enquanto espreitam as mamas e o cu das estrangeiras, resolveram constituir uma comissão encarregada de decidir qual dos dois homens seria autorizado a requerer por escrito o estabelecimento de contactos íntimos com a mulher. Acontece que a comissão já vai na 17ª reunião e até agora ainda nada se decidiu, até porque falta ainda aprovar as actas das 5 últimas reuniões, sem o que o processo não poderá andar para a frente. Vale ainda a pena referir que, de todas as reuniões, 3 foram dedicadas a eleger o presidente comissão e respectivo assessor, 4 ficaram sem efeito dado ter-se chegado à conclusão que tinham sido violados alguns princípios de procedimento administrativo, 8 foram dedicadas a discutir e elaborar o regulamento e o funcionamento da comissão e 2 foram dedicadas a aprovar esse mesmo regulamento. Ainda é de notar que muitas das reuniões não puderam ser realizadas ou concluídas, já que 2 não continuaram por falta de quorum, uma ficou a meio em sinal de protesto pelo Aeroporto da OTA e 5 coincidiram com feriados e consequentes dias de ponte.

(recebido por e-mail, podes mandar mais porque o parágrafo referente aos portugueses é um retrato fiel do que se vai passando por cá …)

quinta-feira, novembro 15

A Escola de Atenas


Dá-me um prazer muito especial fotografar em lugares proibidos e já uma vez em Assis estive mesmo quase a "ir dentro", ou no mínimo, a ter o rolo apreendido, mas escapei com uns quantos frescos de Giotto.
A Escola de Atenas é um fresco de Rafael Sanzio, pintado entre 1510/11 sob encomenda do Papa Júlio II, para o salão da sua biblioteca particular, a Stanza della Segnatura, no Vaticano.
No centro aparecem Platão e Aristóteles, o primeiro segurando o Timeu e apontando para o alto, sendo identificado com o ideal, o mundo inteligível, enquanto Aristóteles segura a Ética e tem a mão na horizontal, representando o mundo terrestre, o mundo sensível.

(Foto Peter)

quarta-feira, novembro 14

A voz de Deus


Naqueles tempos...
Abraão levou o filho para o deserto... amarrou-o a uma árvore e começou uma fogueira debaixo dos seus pés.
De repente, uma voz:
- Abraão, Abraão que é isso????
- Senhor, Senhor eu estou sacrificando o meu filho, conforme a Vossa ordem!!!!
- Não Abraão, eu só queria medir a tua fé!!
- Mas Senhor....!!!!
- Abraão, solta o menino!!!!!

Abraão soltou o filho. O menino saiu em disparada... correu, correu, correu, e Abraão gritava:
- Filho volte, filho volte, o Senhor te libertou!!!!
O menino parou, lá longe, e gritou:
- Libertou uma m ...!!! Se eu não fosse ventríloquo estava lixado!

(e-mail recebido)
Miguel Ângelo pintou, todos o sabem, o teto da Capela Sistina. Talvez a imagem que decidi colocar valha mais que a anedota. Vale com certeza. Mas nós também temos de fazer uma pausa de vez em quando, antes de continuarmos a luta pela “sobrevivência”.

terça-feira, novembro 13

Pois ...


Sobre "direitos humanos"

« Vladimir Putin aceitou falar sobre direitos humanos. Afinal, ele é o Presidente de um país respeitável. Mas a União Europeia não se deu ao respeito. Primeiro, o líder russo exigiu um relatório com detalhes sobre a situação dos direitos humanos nos 27 Estados-membros (era curioso saber o que se escreveu nesse documento sobre Portugal). Depois, com um sorriso, sugeriu a criação de um instituto euro-russo "que promova e acompanhe as matérias de direitos humanos". Detalhe, mais tarde explicado por um assessor de Putin: o instituto não vai vigiar a Rússia, mas a UE.

Só a linguagem militar assusta a Rússia, ou seja, só os Estados Unidos assustam a Rússia. Quando os europeus levantam a voz, sobre os direitos humanos ou qualquer outra matéria, Putin limita-se a achar graça e a fazer graças. Só para não perdermos a noção das coisas: para ele, a União Europeia não vale nada, Portugal ainda menos e Sócrates menos ainda:»

(in Editorial do nº 183 da revista "Sábado" de 07 NOV 07)

segunda-feira, novembro 12

Uma míriade de "pequenas" estrelas

Milhares de cintilantes novas estrelas estão “aninhadas” dentro da nebulosa gigante NGC 3603, um dos mais massivos grupos de estrelas novas da nossa Via Láctea. As imagens obtidas permitiram descobrir estrelas cujo brilho e cor correspondem a objectos estelares jovens de pequena massa, provando que estrelas deste tipo também podem nascer nas violentas regiões de formação de estrelas massivas. Mais ainda, os astrónomos mostraram que estrelas massivas e menos massivas estão a formar-se ao mesmo tempo, num único episódio de formação estelar.
A NGC 3603 é uma proeminente região de formação de estrelas de Carina, um braço espiral da Via Láctea, afastado de nós cerca de 20.000 anos-luz . A imagem mostra-nos diferentes estágios do ciclo de vida das estrelas. Estas, tal como tudo no Universo, nascem, vivem e morrem.


A poderosa radiação ultravioleta e os velozes ventos provenientes das estrelas mais azuis e mais quentes, criaram uma grande bolha em torno desse grupo. Movendo-se na nebulosa circunvizinha, a forte radiação esculpiu altas colunas de gás denso e escuro que estão encaixadas nas paredes da nebulosa. Estes monólitos gasosos (“stalks”) têm alguns anos-luz de altura e apontam para o centro do grupo de estrelas (“cluster”) podendo ser “incubadoras” de novas estrelas.

Numa escala menor, podemos ver no canto superior direito da primeira imagem, um conjunto de nuvens escuras chamadas “glóbulos Bok". São densas nuvens de poeira e de gás aproximadamente 10 a 50 vezes mais massivas que o Sol. Assemelhando-se a um “casulo de insecto”, um “glóbulo Bok” pode sofrer um colapso gravitacional e, deste modo, dar origem às novas estrelas.

(Image Credit: NASA, ESA, and the Hubble Heritage (STScI/AURA)-ESA/Hubble Collaboration )

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domingo, novembro 11

Dalai Lama

Perguntaram ao Dalai Lama:
- «O que é que vos surpreende mais na Humanidade?»
e ele respondeu:
- «Os homens … Porque perdem a saúde para acumularem dinheiro e em seguida perdem o dinheiro para recuperarem a saúde. E, a pensarem ansiosamente no futuro, eles esquecem o presente de tal modo que acabam por não viverem nem o presente, nem o futuro. Vivem como se nunca morressem … e morrem como se nunca tivessem vivido.»

sábado, novembro 10

Trânsito


Normalmente pensamos que as coisas só acontecem aos outros e que são estes "outros" os culpados das asneiras que todos fazemos. Asneiras tanto mais graves porquanto se tem nas mãos um instrumento de morte, na verdadeira acepção da palavra.
Ainda outro dia li o caso de um indivíduo que foi buscar o seu carro para atropelar uma pessoa.

No fim do mês de Outubro, na estrada que conduz à Meia-Praia em Lagos, um jovem, conduzindo um Peugeot 206, entrou descontrolado e em zigzag numa curva, imobilizando-se a cerca de 10 m do meu carro. Não acontece só aos outros e eu renasci naquele momento.

Parece que os sucessivos Governos têm medo de actuar, porquanto isso poderia fazê-los perder eleitores, ou atingir filhos/as de VIPs. Então vêm com um projecto de discos coloridos para fixar nos carros, indicativos do grau de infracções cometidos pelos condutores. “Paninhos quentes” …
Faz-me lembrar os discos amarelos que há uns anos eram indicativos do carro ser conduzido por um condutor recém encartado e que tiveram curta duração, por ser discriminatório e os "pobres dos condutores" poderem ficar psicologicamente afectados.

Porque não instituem o sistema de pontos negativos a atribuir aos infractores que, atingido o limite, seriam submetidos a novo Exame de Condução?
Em Inglaterra, quem atropela e mata um peão dentro de uma "zebra" pode contar com 10 anos de prisão e a apreensão do carro. Na Alemanha, nas auto-estradas não há limite de velocidade, mas quem for culpado de um atropelamento mortal, nunca mais tem carta de condução. "Países fascistas", onde não existe liberdade, incluindo a liberdade de matar, que por cá vigora.

A propósito: os nossos advogados desconhecem que os peões atropelados numa passadeira, ou os seus familiares, em caso de morte, podem mover uma acção em tribunal contra a respectiva autarquia?

sexta-feira, novembro 9

Recortes de jornais 4

«Se há 2 milhões de pobres em Portugal, todos temos dois problemas: o problema da pobreza e o problema da consciência.
O maior responsável pela pobreza em Portugal é o Estado. O Estado consome, de modo insensível, metade da riqueza que produzimos.
O desperdício do Estado chegaria e sobraria para trazer o nosso nível de pobreza, pelo menos, para o nível europeu. (...)
Mas as culpas do Estado não evitam que tenhamos também um problema de consciência. (...)
Os empresários e gestores de recta consciência não podem ficar indiferentes ao indicador que os informa que parte dos pobres é gente com emprego. No fundo, parte dos salários que são pagos em Portugal mantêm o trabalhador na pobreza.»

(António Pinto Leite, "Pobreza e Consciência", in "Expresso" de 27 de Outubro de 2007)

quarta-feira, novembro 7

Teu sabor...

Hoje acordei nostálgico meu amor. Senti a falta do teu rosto.
Desejei que não estivesses longe, tão longe quanto permite o mundo. Mais que o mundo permite.

Acordei com a memória do teu odor, do brilho do teu olhar, do sabor dos teus lábios.
Queria adormecer de novo para te poder ter de volta, porque só em sonhos te posso ter.

Queria subir as colinas da nossa cidade, navegar no nosso rio e abraçar-te, abraçar-te tanto que te fundirias em mim.

Este desassossego, de te desejar para além dos sentidos todos... saboreio-te em cada fragmento do rosto que nunca mais vi...


(Foto: João Camilo)

Quase


Um pouco mais de sol - eu era brasa.
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...

Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído
Nm baixo mar enganador de espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho - ó dor! - quase vivido...

Quase o amor, quase o triunfo e a chama,
Quase o princípio e o fim - quase a expansão...
Mas na minh'alma tudo se derrama...
Entanto nada foi só ilusão!

De tudo houve um começo... e tudo errou...
- Ai a dor de ser-quase, dor sem fim... -
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se elançou mas não voou...

Momentos de alma que desbaratei...
Templos aonde nunca pus um altar...
Rios que perdi sem os levar ao mar....
Ânsias que foram mas que não fixei...

Se me vagueio, encontro só indícios...
Ogivas para o sol - vejo-as cerradas;
E mãos de herói, sem fé, acobardadas,
Puseram grades sobre os precipícios...

Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi...


.........................................
.........................................

Um pouco mais de sol - e fora brasa,
Um pouco mais de azul - e fora além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...

(Mário de Sá Carneiro)

Publico, republico este poema. A foto é minha mas não tem “copyrights”.

terça-feira, novembro 6

Chocado

Era para me ir deitar, mas voltei aqui, pois não posso assumir uma atitude de indiferença, nem calar a minha indignação, perante o espectáculo doloroso e chocante que me foi dado presenciar, transmitido ontem pela RTP:

- Uma funcionária pública, num estado de saúde indescritível, a ser obrigada pela CGA a ir trabalhar.

Só faltou ter sido o 112 a levar de maca a pobre senhora ao seu local de trabalho.
Deplorável e degradante.

Compreendo perfeitamente que tenha de haver controlo, até um severo controlo. Mas, “que diabo”, há limites!

Um membro do Governo veio a público lamentar o sucedido e declarar que a senhora poderia continuar com baixa médica e que o processo iria ser reanalisado pela CGA. Tal implicará, muito provavelmente, que todo o calvário anterior de exames e juntas médicas se repetirá.
"Burocracia oblige".

Haja bom senso!

segunda-feira, novembro 5

Algarve em Novembro 2007


O ser humano, certos seres humanos, não merecem a beleza que a Natureza lhes oferece, preferindo chafurdar na lama de um modo nojento e asqueroso.

(Foto Peter)

domingo, novembro 4

Recortes de jornais 3

"Os gritinhos indignados sobre as escutas são a poeira necessária, veremos se é suficiente, para desvalorizar e colocar em segundo plano o facto de senhores muito importantes do regime continuarem a ir buscar crianças à Casa Pia para satisfazer os seus criminosos desejos pedófilos. Desde que o escândalo rebentou em finais de 2002, uma grande parte da classe política, com o PS à cabeça, e altas figuras do Estado fizeram tudo o que era possível e impossível para abafar o caso e evitar que os pedófilos fossem condenados. Substituíram o procurador Souto Mora por Pinto Monteiro, destruíram a brigada que investigou os crimes sexuais, afastaram Catalina Pestana e alteraram o Código Penal e o Código do Processo Penal. A ida de Pinto Monteiro ao Parlamento é mais um episódio sinistro do escândalo nacional chamado Casa Pia."

(António Ribeiro Ferreira, jornalista, "Sempre a Casa Pia" in “Correio da Manhã", 29 de Outubro de 2007)

sábado, novembro 3

É DE MORRER A RIR ....

As seguintes afirmações foram retiradas de diversas provas globais este ano:

Biologia

'A respiração anaeróbia é a respiração sem ar que não deve passar de três minutos.'
(Queria ver o artista a experimentar)

' As plantas distinguem-se dos animais por só respirarem à noite.'
(E tu enquadras-te em que categoria? A julgar pela falta de oxigénio no
cérebro deve ser na 1ª, não?)

'Os crustáceos fora de água respiram como podem.'
(É como a resposta: respondeu como pôde...)

'Carácter sexual secundário são as modificações morfológicas sofridas por um indivíduo após manter relações sexuais.'
(Deves ser cá um leão na cama!)

'A insónia consiste em dormir ao contrário.'
(Eu é que te viro ao contrário, sua anta!)

'Quando um animal irracional não tem água para beber, só sobrevive se for empalhado.'
(Por essa ordem de ideias, já há algum tempo que não deves ter nada para beber...)

'O coração é o único órgão que não deixa de funcionar 24 horas por dia.'
(Pois, e os outros vão todos prós copos, seu maluco!)

'Os ruminantes distinguem-se dos outros animais porque o que comem, comem duas vezes.'
(Este fala por experiência própria, com certeza!)

'As aves têm na boca um dente chamado bico.'
(Tu é que precisavas de levar um bico nessa boca!)

'O Sol dá-nos luz, calor e turistas.'
(E gajas, esqueceste-te das gajas!)

'A principal função da raiz é enterrar-se.'
(Já te enterraste e bem .)

'O vento é uma imensa quantidade de ar.'
(E ar é o que não falta dentro dessa cabecinha!)

História

'O objectivo de uma Sociedade Anónima é ter muitas fabricas desconhecidas.'
(E a sociedade por quotas é constituída por pessoas com alguma idade, certo?)

'Na Grécia a democracia funcionava muito bem porque os que não estavam de acordo envenenavam-se.'
(Se te envenenasses também não se perdia nada!!)

'As múmias tinham um profundo conhecimento de anatomia.'
(Eram muitos espertas, as múmias!)

'A arquitectura gótica notabilizou-se por fazer edifícios verticais.'
(Bem visto, nunca tinha reparado nisso!)

'A febre amarela foi trazida da China por Marco Polo.'
(E a febre tifóide, terá vindo da Tifolândia?)

'A harpa é uma asa que toca.'
(Tu é que podias bater as asinhas e ir cantar para outra freguesia...)

'Péricles foi o principal ditador da democracia Grega.'
(...Ou terá sido o principal democrata da ditadura Grega?!)

'Os Egípcios antigos desenvolveram a arte funerária para que os mortos pudessem viver melhor.'
(E resultou! Basta ver o ar de felicidade das múmias, quando saem da pirâmide para dar uma volta ...)

Geografia

'O petróleo apareceu há muitos séculos, numa época em que os peixes afogavam-se dentro de água.'
(E em que século é que uma ave rara como tu apareceu?)

'O problema fundamental do terceiro mundo é a superabundância de necessidades.'
(E o teu problema é a superabundância de estupidez!)

Geologia

'Terramoto é um pequeno movimento de terras não cultivadas.'
(Sim, porque as terras cultivadas não se metem nisso!)

Química

'Lavoisier foi guilhotinado por ter inventado o oxigénio.'
(Um gajo já não pode ser bom!...)

Nota pessoal:

Recebido por e-mail. É um exemplo claro do "Eduquês".

sexta-feira, novembro 2

Recortes de jornais 2

«Somos um país com uma elite pequena onde o mérito não vale um caracol. Conta a sorte: ter um pai rico ou ganhar na lotaria. Basta olhar para os nomes de gestores e de empresários para ver como os apelidos se repetem há décadas. Por mais inapto que seja um filho, um sobrinho de um amigo, um genro de uma prima, algum lugar se arranja para o rapaz. É por muitas razões que há pouca mobilidade social em Portugal. Uma delas: falta de exigência empresarial.

Uma elite económica onde se eternizam meia dúzia de famílias, que sacrifica a eficiência em nome do nepotismo, que faz pagar os seus gestores acima da média europeia e que concede empréstimos como quem paga mesadas é o retrato da sua própria mediocridade.»

(Daniel Oliveira, “Meninos do papá” in “Expresso” de 20 OUT 07)

quinta-feira, novembro 1

Irá o Universo terminar num grande rasgão?


(Will the Universe End in a Big Rip? Illustration Credit & Copyright: Lynette Cook)

Como terminará o nosso Universo? A mais recente especulação considera-o como um campo de uma energia fantasma, misteriosa e repulsiva, que rasga virtualmente todas as componentes distantes entre si. Embora o Universo tivesse começado por um Big Bang, segundo a hipótese comummente aceite, a análise de recentes medidas cosmológicas, permite admitir a possibilidade de que o mesmo termine “rasgado em pedaços”. Daqui a uns quantos biliões de anos poderá acontecer o cenário representado na composição acima. A “energia escura” crescerá com uma tal magnitude que a nossa própria galáxia não será mais capaz de se manter unida. Depois disso, estrelas, planetas e mesmo os simples átomos, serão incapazes de suster a “força expansiva”.*

Até aqui especulava-se sobre se o Universo terminaria contraindo-se sobre si próprio (“Big Crunch”) ou completamente gelado (“Big Freeze”). Embora o destino do mesmo seja ainda um “puzzle”, a junção das “peças” depende do aumento da nossa compreensão sobre a natureza da “matéria escura” (“dark matter”) e da “energia escura” (“dark energy”)**.

(*) A maioria das galáxias formou-se cerca de 3 mil milhões de anos depois do nascimento do Universo. À medida que este universo primitivo se encontrava sob a acção da sua própria gravidade, cada galáxia tomava uma determinada forma. Uma galáxia típica contém à volta de 100 mil milhões de estrelas e mede cerca de 100 000 anos-luz de diâmetro. O estudo sistemático destes longínquos sistemas de estrelas foi iniciado por Edwin Hubble. Ao estudar a galáxia de Andrómeda, em 1923, mediu o brilho de algumas das suas estrelas e deduziu que estavam a 2.25 milhões de anos-luz de nós. Depois de estudar os diferentes desvios para o vermelho das galáxias, Hubble propôs a sua teoria «as galáxias afastam-se a velocidades proporcionais ás suas distâncias de nós» daí o falarmos em «Expansão do Universo».

(**) Assuntos já por diversas vezes aqui abordados.

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