sábado, julho 31

António Feio

António Feio, que sofria de um cancro no pâncreas, morreu no Hospital da Luz, onde estava internado em fase terminal.
O actor apresentou, recentemente, o trailer do filme “Contraluz”, do realizador Fernando Fragata, mas são as suas “Conversas da Treta”, que eu adorava, que vão ficar para sempre na memória dos portugueses.

A última mensagem deixada na rede social Facebook é de 17 deste mês e diz: “Esqueçam a minha doença! Parem para pensar!”.
Logo abaixo, o actor escreveu: “Eu sou português, agora até sou comendador, mesmo que não fosse, devo, gostava e devia de defender a imagem de Portugal tanto cá como no mundo... mas não consigo!!!
Será que não há ninguém que saiba gerir este país com seriedade, competência, rigor financeiro, justiça e respeito por todos nós???”.

sexta-feira, julho 30

Não Sei

"Não sei... se a vida é curta
ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser:

Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
é o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
não seja nem curta,
nem longa demais,
Mas que seja intensa,
verdadeira, pura...
Enquanto durar"

Cora Coralina
Posted by embaixatrizdobrasil2

domingo, julho 25

A Obesidade Mental

O prof. Andrew Oitke publicou o seu polémico livro «Mental Obesity», que revolucionou os campos da educação, jornalismo e relações sociais em geral. Nessa obra, o catedrático de Antropologia em Harvard introduziu o conceito em epígrafe para descrever o que considerava o pior problema da sociedade moderna.

«Há apenas algumas décadas, a Humanidade tomou consciência dos perigos do excesso de gordura física por uma alimentação desregrada. Está na altura de se notar que os nossos abusos no campo da informação e conhecimento estão a criar problemas tão ou mais sérios que esses.»
Segundo o autor, «a nossa sociedade está mais atafulhada de preconceitos que de proteínas, mais intoxicada de lugares-comuns que de hidratos de carbono.
As pessoas viciaram-se em estereótipos, juízos apressados, pensamentos tacanhos, condenações precipitadas. Todos têm opinião sobre tudo, mas não conhecem nada.

Os cozinheiros desta magna "fast food" intelectual são os jornalistas e
comentadores, os editores da informação e filósofos, os romancistas e
realizadores de cinema.
Os telejornais e telenovelas são os hamburgers do espírito, as revistas e romances são os donuts da imaginação.»

O problema central está na família e na escola. «Qualquer pai responsável sabe que os seus filhos ficarão doentes se comerem apenas doces e chocolate. Não se entende, então, como é que tantos educadores aceitam que a dieta mental das crianças seja composta por desenhos animados, videojogos e telenovelas.
Com uma «alimentação intelectual» tão carregada de adrenalina, romance, violência e emoção, é normal que esses jovens nunca consigam depois uma vida saudável e equilibrada.»

Um dos capítulos mais polémicos e contundentes da obra, intitulado "Os Abutres", afirma:
«O jornalista alimenta-se hoje quase exclusivamente de cadáveres de reputações, de detritos de escândalos, de restos mortais das realizações humanas. A imprensa deixou há muito de informar, para apenas seduzir, agredir e manipular.»
O texto descreve como os repórteres se desinteressam da realidade fervilhante, para se centrarem apenas no lado polémico e chocante. «Só a parte morta e apodrecida da realidade é que chega aos jornais.»

Outros casos referidos criaram uma celeuma que perdura.
«O conhecimento das pessoas aumentou, mas é feito de banalidades. Todos sabem que Kennedy foi assassinado, mas não sabem quem foi Kennedy.
Todos dizem que a Capela Sistina tem tecto, mas ninguém suspeita para que é que ela serve.
Todos acham que Saddam foi mau e Mandella é bom, mas nem desconfiam porquê.
Todos conhecem que Pitágoras tem um teorema, mas ignoram o que é um cateto».

As conclusões do tratado, já clássico, são arrasadoras. «Não admira que, no meio da prosperidade e abundância, as grandes realizações do espírito humano estejam em decadência. A família é contestada, a tradição esquecida, a religião abandonada, a cultura banalizou-se, o folclore entrou em queda, a arte é fútil, paradoxal ou doentia. Floresce a pornografia, o cabotinismo, a imitação, a sensaboria, o egoísmo.

Não se trata de uma decadência, uma «idade das trevas» ou o fim da
civilização, como tantos apregoam. É só uma questão de obesidade. O homem moderno está adiposo no raciocínio, gostos e sentimentos. O mundo não precisa de reformas, desenvolvimento, progressos. Precisa sobretudo de dieta mental.»

Por João César das Neves - 26 de Fev 2010 (recebido por e-mail)

quinta-feira, julho 22

Nuvem de cinzas pode ter gerado vida no mar


A nuvem de cinzas do vulcão islandês Eyjafjallajökull, que parou os aeroportos europeus em Abril e Maio, pode ter gerado mais vida no mar, noticiou hoje a BBC, citando uma investigação no Atlântico Norte.
Uma equipa de cientistas está a recolher informação para perceber de que forma a erupção vulcânica afectou a biologia marinha no Atlântico, ao ponto de provocar o florescimento de uma enorme quantidade de algas microscópicas. A um mês de terminar a segunda expedição na região, os investigadores detectaram “níveis elevados” de ferro nas amostras de sedimentos recolhidas do oceano.
“Verificámos alguns níveis elevados [de ferro dissolvido] entre 20 a 40 metros de profundidade.[Isso] pode ser resultado das cinzas vulcânicas, mas temos de verificar melhor, a uma escala maior”. Os investigadores pretendem certificar-se de que as partículas de ferro contidas na nuvem de cinzas vulcânicas entraram no mar e causaram o aparecimento de uma extensa mancha de minúsculos organismos, conhecidos como fitoplâncton, que têm a capacidade de fazer a fotossíntese (processam o dióxido de carbono e produzem oxigénio).

Para o efeito, estão a recolher amostras de ferro e de outros nutrientes, das águas e da atmosfera e a monitorizar o crescimento biológico no Atlântico Norte.
A confirmarem-se as suspeitas, o fitoplâncton no Atlântico Norte poderá estar “a processar mais dióxido de carbono do que a quantidade habitual num ano normal”. A equipa de cientistas promete divulgar “dentro de meses” os resultados da investigação. A expedição, que arrancou, numa primeira fase, na Primavera, insere-se num projecto ambiental mais vasto de investigação da eficácia do fitoplâncton na absorção e sequestro de dióxido de carbono em águas profundas.

terça-feira, julho 13

Como os russos lidam com os actos de pirataria somali

Cliquem no link mais abaixo e vejam o filme antes que saia do ar. Resumindo o vídeo:

Um petroleiro russo foi aprisionado por piratas somalis. A força naval da União Europeia, que patrulha aquelas águas, não interferiu, temendo baixas na acção. A nossa interfere, desarma-os, mas não tem ordens para os deter.Deixa-os ir embora. Sempre fomos muito caritativos para com os "fora da lei" e continuamos a ser...

Os "comandos" (militares) navais russos são então accionados. Resgatam o petroleiro, libertam os seus compatriotas e transferem os piratas, inclusive os feridos, de volta para o barco pirata, que é vasculhado em busca de armamento que, como se vê, é numeroso. Falam em russo (um pirata, muito ferido, diz algo em inglês).

Voltam para o próprio vaso de guerra, de onde assistem ao afundamento do barco pirata, em consequência das explosões das cargas por eles lá instaladas.

"Os comandos russos afundam o barco com os piratas sem qualquer procedimento legal (tribunal, processo, advogados, etc.) Usaram as leis contra pirataria dos séculos XVIII e XIX, quando o capitão do navio de resgate tinha o direito de decidir o que fazer com os piratas. Normalmente eles eram enforcados. Os navios russos não mais serão alvo dos piratas somalis." Tenho a certeza...

E ainda fotografam e filmam tudo...e colocam na Internet! Os piratas somalis pensarão duas vezes antes de voltarem a atacar navios russos!

Vídeo

http://true-turtle.livejournal.com/85315.html

domingo, julho 11

Um nojo

Fui educado pela minha mãe numa pequena vila do interior e, como tal, dentro da religião católica. O meu pai tinha mais com que se preocupar e eu, a pouco e pouco, à medida que avançava nos estudos, fui-me afastando, mas mantendo sempre algo de respeito pela religião em que fora educado.

Foi portanto com verdadeiro nojo que olhei para a capa, pois nem lhe peguei, da edição portuguesa da revista “Playboy”, aliás já renegada pela empresa-mãe americana.

Vêm-me falar em “corte na liberdade de expressão”. Quem?

- Os que combateram ferozmente o caricaturista que desenhou a cabeça de Maomé como se fosse uma bomba, com rastilho?

- Os que sempre se estiveram nas tintas para a greve da fome do dissidente cubano Guilherme Fariñas, que ao fim de 135 dias de greve de fome e o apoio e solidariedade da Espanha, “parece”, quase à beira da morte, ter conseguido a libertação de 52 presos políticos em Cuba?
São as “amplas liberdades”…