terça-feira, novembro 6

Chocado

Era para me ir deitar, mas voltei aqui, pois não posso assumir uma atitude de indiferença, nem calar a minha indignação, perante o espectáculo doloroso e chocante que me foi dado presenciar, transmitido ontem pela RTP:

- Uma funcionária pública, num estado de saúde indescritível, a ser obrigada pela CGA a ir trabalhar.

Só faltou ter sido o 112 a levar de maca a pobre senhora ao seu local de trabalho.
Deplorável e degradante.

Compreendo perfeitamente que tenha de haver controlo, até um severo controlo. Mas, “que diabo”, há limites!

Um membro do Governo veio a público lamentar o sucedido e declarar que a senhora poderia continuar com baixa médica e que o processo iria ser reanalisado pela CGA. Tal implicará, muito provavelmente, que todo o calvário anterior de exames e juntas médicas se repetirá.
"Burocracia oblige".

Haja bom senso!

15 Comentários:

Às 06 novembro, 2007 09:34 , Blogger Tiago R Cardoso disse...

pena é que tenha de se ter feito tanto barulho para o Sr. Ministro ter vindo a correr apagar o fogo.

Apesar da correcção, diga-se muito tardia, mais uma vez o estado ficou mal na fotografia e as juntas médicas bastantes desfocadas.

 
Às 06 novembro, 2007 09:45 , Blogger quintarantino disse...

Já perguntei noutro sítio e faço-o aqui também: a culpa é do ministro que decidiu como decidiu ou dos burocratas da Junta Médica? E quantos casos destes ficaram abafados na poeira das notícias sem interesse antes de se terem transformado em armas de arremesso? Quantos membros de Juntas Médicas já foram responsabilizados? E já alguém se deu ao cuidado de explicar àqueles energúmenos que o que têm à frente são pessoas e não o X que encaixa na quadrícula Y da tabela?

 
Às 06 novembro, 2007 12:14 , Blogger Abrenúncio disse...

Vá lá, que esta ainda teve a "benção" do ministro.
Quantos casos mais não existem por esse país do mesmo calibre de aberração?...
Depois de um periodo em que se reformava todo aquele que apresentasse uma borbulha na testa ou um furunculo nas nádegas, passou-se ao extremo oposto. Hoje em dia para atingir a reforma já nem com cancro terminal.
Saudações do Marreta.

 
Às 06 novembro, 2007 13:48 , Blogger augustoM disse...

Essa teve sorte de aparecer na TV, mas quantos mais há invisíveis?
Um abraço. Augusto

 
Às 06 novembro, 2007 14:11 , Blogger Ant disse...

tudo dito. cada vez mais nos parecemos com países do 3º mundo... bem... qual é o nosso mundo?
é a demissão completa do estado. cada vez mais é o modelo USA que entra nas nossas vidas.
talvez nos habituemos antes de nos acontecer algo idêntico.

abraço.

 
Às 06 novembro, 2007 15:57 , Blogger Blondewithaphd disse...

My question is that in this case someone called the press and the tv, how many more people are there forced to submit to a system in which those who don't have the means to fight it have to suffer in silence?
Bunch of idiots! (pardon my language)

 
Às 06 novembro, 2007 17:58 , Blogger Meg disse...

CGA... Isso é abstracto. Nomes, por que não aparecem os nomes dos responsáveis que estão lá a exercer os maiores atropelos à saúde e dignidade das pessoas... seres humanos.
Mas isto é um País?
E aqueles de quem não se fala, dos que não têm acesso à comunicação social?

E aí estão eles na AR... foguetes e balões...

Um abraço

 
Às 06 novembro, 2007 19:23 , Blogger Peter disse...

Meus caros leitores e comentadores

Admira-me que não se concentrem no caso em si e que se preocupem com:

1. Os casos que existirão e que não beneficiaram da exposição mediática que esta senhora teve.
- Para já, estou a lembrar-me do caso do professor que morreu por ter sido obrigado a permanecer em funções e o caso da professora com o cancro na língua. Existem mais casos com certeza e não deveriam existir, mas isso não é motivo para não se ficar chocado com o que se viu na RTP1.
Fico chocado com o que vi e ainda mais chocado fico com a insensibilidade dos meus compatriotas. Tornámo-nos egoístas e desumanos.

2. Definir os responsáveis.
- Logicamente a responsabilidade é da CGA mas que não actua por sua livre iniciativa, cumpre ordens superiores e, de acordo com estas, define as actuações das juntas médicas. Também me estou a lembrar que o Sr Primeiro Ministro declarou na TV, quando foi do caso dos professores, que iria procurar dar directivas, de modo que casos evidentes de manifesta impossibilidade das pessoas, fossem tomados em consideração.

Quem tem razão é o “marreta”:

“Hoje em dia para atingir a reforma já nem com cancro terminal.”

 
Às 06 novembro, 2007 22:12 , Blogger Papoila disse...

Peter!
Foram anunciadas medidas que garantiam que seriam só médicos a constituir as Juntas Médicas e que os mesmos iriam ter formação específica para tal.
Não tive conhecimento até à data de qualquer acção de formação na matéria. Acrescento que as Juntas deveriam ser constituidas por médicos de Medicina Geral e familiar que têm uma perspectiva global do doente e que sabem recorrer ao parecer técnico de outros especialistas.
Há uns mimos para ti e conversas lá no campo...
Beijos

 
Às 06 novembro, 2007 22:37 , Blogger Peter disse...

"papoila"

Dizes:
"Não tive conhecimento até à data de qualquer acção de formação na matéria."

Não tiveste, nem terás e cá estaremos para ver ...

 
Às 06 novembro, 2007 22:45 , Blogger Paula Raposo disse...

Quanto a mim, limito-me a dizer que é chocante e ordinário e que mete nojo viver nesta ignorância...

 
Às 06 novembro, 2007 23:19 , Blogger Peter disse...

Paula Raposo

Fiquemos pelo chocante e aguardemos. Aliás faltam 2 anos e depois logo se verá.

 
Às 07 novembro, 2007 13:02 , Blogger Peter disse...

Pois é "blue", em vez de virem para aí com perguntas:
- Quantos mais casos haverá?
- Quem é o culpado? O Serapião? O Virgolino? ...
Façam como nos aconselha a nossa leitora inglesa (?) "blonde" e cuja tradução está bem explícita no teu texto:

Jornalistas e população façam-no!

 
Às 09 novembro, 2007 14:43 , Blogger António disse...

Está a ser preparada nova legislação sobre a Juntas Médicas.
Espero que saia rapidamente pois é urgente acabar com espectáculos como os que tem sido divulgados.

 
Às 09 novembro, 2007 19:47 , Blogger Peter disse...

António

O que se está a passar deveria envergonhar-nos a todos, mas as nossas consciências vão a ficar calejadas.

A "nova legislação" a que te referes deve ser publicada em 2009, ano de eleições...

 

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