“Obamamania”
O meu candidato às eleições presidenciais dos EUA venceu sem margens para dúvidas. Não se repetiram as contagens e recontagens de votos que levaram à derrota do candidato mais votado pelo povo dos EUA, o ecologista AL Gore e que colocou na presidência George Bush, desbaratando o crédito de confiança, aliás já algo debilitado, de que gozava essa grande nação.
Um afro-americano, relativamente jovem, vai dar corpo ao sonho de Martin Luther King:
“I have a dream that one day every valley shall be exalted, every hill and mountain shall be made low, the rough places will be made plain, and the crooked places will be made straight, and the glory of the Lord shall be revealed, and all flesh shall see it together.”
É fundamental que um “leader” politico tenha “carisma”, esse dom que possibilita o arrastar de multidões.
É fundamental que tenha um sonho.
Nada disto encontramos por aqui, rodeados de políticos gastos pelo uso do poder, o português revê-se em Obama, ele é o D. Sebastião que voltou numa manhã de nevoeiro, manhã chuvosa que ferozmente bate aqui nas vidraças.
E tal como D. Sebastião não voltou, nem pode voltar, assim Obama permanecerá para nós um sonho inatingível.
“Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.”
(António Gedeão)
25 Comentários:
Vamos agora aguardar serenos pelo que nos vai trazer.
A começar pelo gabinete que irá escolher.
Para já tem lá o Colin Powell com quem me idenfico. Parece ter também um "truta" na Economia, mas não me recordo do nome.
Ola Peter: Se visitar o meu blog, percebera que estamos na mesma sintnia. Tambem, eu entendo esta vitoria, mais do que uma vitoria eleitoral, e' a vitoria idealista. Representa a mudanca.
"tagarelas-miamendes"
Já visitei, já visitei e deixei lá um comentáro de apreço pelo "post" que publicou.
Abraço
"David Gergen, antigo assessor do Presidente Bill Clinton e actual comentador da CNN, recordou que foi há exactamente 200 anos, em 1808, que terminou o comércio de escravos nos Estados Unidos.
Em 2008 um negro foi eleito Presidente.
"Change we can believe in" foi o lema de campanha de Barack Obama.
O tanto que a América mudou!"
Não há para aí um Partido que queira adoptar o lema para as Eleições Legislativas de 2009?
Não é só "adoptar", é pô-lo em prática!
PETER ao que julgo saber quase toda a equipa "económica" de Bill Clinton está com Obama; não sei se para o Gabinete, mas a trabalhar com ele.
Powell está com ele, mas não creio que vá para o Gabinete.
Ouvem-se rumores que poderá manter um dos elementos de Bush que goza de enorme prestígio interno (não estou seguro do nome, mas não é lá a Condessa!)
Surpresa, surpresa era dar um lugar a McCain de quem, recordo, porque estas coisas são sempre importantes, Joe Biden (o Vice-Presidente eleito) disse não há muito tempo que seria um excelente candidato Democrata!
Por engano, coloquei este comentário no outro "post":
"É mais importante (do que ser o candidato mais à esquerda que pode ter ganho uma eleição nos EUA desde os anos 30 do século passado) ainda que com a sua eleição se constituiu uma daquelas nebulosas a que chamamos "um movimento". Um movimento, quer dizer milhões de pessoas que antes não se interessavam por política, uma geração nova que aprendeu como a política se faz, e um discurso que faz sentido para as pessoas e é persuasivo para a maioria delas. Isso não percebeu quem vaticina que Obama vai desiludir." (Rui Tavares, "Do lado de cá da história", no Público de hoje)
E em Portugal?
Não aparece um político susceptível de desencadear "um movimento"?
Reconheço ser preciso cautela, pois com os nossos antecedentes pode descambar para o torto.
ferreira-pinto
Tenho muita consideração pelo McCain, como homem, como cidadão e como militar. Penso que ele tem lugar no gabinete de Obama, até porque julgo que ele foi, até certo ponto, "empurrado" pelo Partido Republicano, que não tinha ninguém credível. Em condições normais não seria candidato, pois foi e é um "outsider" dentro dos Republicanos.
Uma figura carismática, sempre pronto a sacrificar-se pelo seu País.
Por acaso apreciava que McCain fosse incluido no governo ou no gabinete de Obama, mas não faço ideia em que pasta, pois na da Defesa não seria o mais recomendável. Logo se verá que governo irá ser aquele. Porém, o sistema monetário internacional tem de ser modificado, o dólar tem de entrar num cabaz plural de petrodivisas e o sistema militar a nível internacional tem de ser revisto e a Europa e a Rússia decidirem se se aliam ou não, porque, como está, a Rússia fica muito isolada entre a China e a Nato.
vbm
Fala o economista.
Também não sei que papel atribuir a McCain dentro do gabinete Obama.
Talvez o de mediador oficioso, suficientemente duro, mas sem que tal reflicta a "posição oficial".
P. S. - Vamos ver se desta vez não sou censurado. Não acredito em anomalias do servidor.
Também gosto do homem e comecei a apostar nele ainda a Hilary estava por cima (salvo seja...).
Vamos lá ver se não nos desilude.
Abraço.
Não temos pessoal à altura.
joshua
É resposta a isto?
"E em Portugal?
Não aparece um político susceptível de desencadear "um movimento"?
Reconheço ser preciso cautela, pois com os nossos antecedentes pode descambar para o torto."
Pode ser qualquer de nós dois.
Porque não? LOL
Nilson
Esta noite, esta noite foi dedicada às eleições do século!
Um acontecimento marcante, para o bem,ou para o mal, na história da humanidade.Foi um privilégio poder assistir em directo.
Espero que para o bem.
Oie lindo! Também gostei imensamente da vitória! Mas sei que será tarefa muito difícil.
Beijos
aguarda-se pela futura governação, vamos ver se será ele a governar ou os lobis que o colocaram lá.
Sem dúvida, Peter, de manter a ambiguidade.
Tiago
Desculpa mas não concordo contigo.
A eleição de Obama originou "um movimento" de milhões de pessoas que antes não se interessavam por política - nem sequer estavam recenseadas - uma geração nova que aprendeu como a política se faz, e seguiram avidamente "um discurso" que faz sentido para as pessoas e é persuasivo para a maioria delas.
"Isso não percebeu quem vaticina que Obama vai desiludir."
Obama é um "leader" natural, tem carisma e persegue um "sonho" ("I have a dream").
PETER e JOSHUA eu não costumo ser um "turncoat" (vira casacas), mas se avançarem lá com essa ideia das alternativas políticas, contem comigo!
ferreira-pinto
Não gosto de "ditadorzecos" encapotados.
Curioso, a bluegift, a "prendinha azul" :), nos lembrar que Obama não é um negro, mas um mestiço. Porque realmente, chamar-lhe negro é mesmo racista! Porque, então, não o chamar branco? Foi sempre uma atitude que me deixou perplexo! Mas, enfim, como somos todos, nós os portugueses, ou judeus ou pretugueses, não admira o nosso ódio racial aos pretos, a dar-lhes cabo da raça, miscegenando-os quanto possível. Não assim os anglo-saxões, defensores, quase-nazis, da pureza e apartheid de raças, até exímios em recalcar todo o argumento alusivo a ser-se negro ou ser-se branco, como bem se notou nesta campanha americana que elegeu o primeiro "africano branco" para a presidência da América.
Uma coisa é certa: fez-se história. É um privilégio assitir ao momento em que um homem pôde dizer a uma velhota de 106 anos que é possível mudar qualquer coisa.
Blue
Se estivesses cá, bebíamos uma garrafa de Dom Pérignon!
Acabei de comprar e vou já lê-lo:
John K. Wilson, "Barack Obama-Esta extraordinária busca".
Abraços cá da "malta" do blogue.
Vasco
Deus criou o Homem e a partir dele a Mulher e foi bom para o Homem.
O português criou a Mulata e foi bom para os dois.
Do casamento do português com a mulata boa, nasceu a "cabrita" e foi cumprido o princípio da selecção natural. A "cabrita" é algo de tão maravilhoso, que não permite decrevê-la, só vendo!
LOL
(Copyright)
António
Sou um "sentimental"!
Vieram-me as lágrimas aos olhos quando foram colhidas declarações de negros americanos, que se encontravam em Cicago, na festa comemorativa da vitória do seu candidato.
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial