sábado, novembro 15


(continuação 1)

Sucede, contudo, que a partir dos anos oitenta (do século XX), «novos historiadores» formularam «reflexões novas sobre o passado judeu e sionista»:

i) A Tora — o Pentateuco da Bíblia —, é um livro de teologia e não de história;
ii) Nenhum grande êxodo ocorreu no século XIII a.c., nem houve qualquer revolta de escravos no reino dos faraós; também, a “fuga dos hebreus do Egipto” nunca os poderia ter conduzido à «terra prometida» que estava nas mãos… dos egípcios;
iii) Só as elites intelectuais e políticas dos dois pequenos reinos de Israel e Juda terão “sofrido o cativeiro” da Babilónia do século VI a.c. que lhes proporcionou o encontro decisivo com os cultos persas de onde nasceu o monoteísmo judeu;
iv) O exílio do ano 70 é um mito pois os romanos nunca exilaram nenhum povo do flanco oriental do Mediterrâneo.

Assim, os habitantes da Judeia continuaram a viver nas suas terras, uma parte converteu-se ao cristianismo no século IV, e «a grande maioria aderiu ao Islão durante a conquista árabe no século VII».

Deste facto decorre que os camponeses da Palestina são os verdadeiros descendentes dos habitantes da antiga Judeia.

(continua)

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3 Comentários:

Às 15 novembro, 2008 00:30 , Blogger Peter disse...

O desmistificar dos mitos. Normalmente a História é uma coisa e a realidade é outra.

"Na medida em que os historiadores divergem, não têm a mesma visão do processo histórico, dão imagens diferentes, por vezes contraditórias, de um único acontecimento."
("História e verdade", de Adam Schiff)

 
Às 15 novembro, 2008 08:48 , Blogger vbm disse...

A história talvez abuse do excesso de enredo.
É recomendável ser-se mais 'ecologista' e consequencialista na descrição das circunstâncias,
dos eventos e das condições que terão permitido ou não
o eventual desenrolar das consequências inerentes de cada situação. Cuidado com as explicações etno-nazi-teleológicas

 
Às 15 novembro, 2008 10:12 , Blogger Peter disse...

Reconheço e não me repugna, ler leitores comunistas, que considero terem contribuido e muito, para a dignificação da história actual.

Lê "Questionar a história" de Joel Serrão e no extremo oposto o Veríssimo Serrão, de que não gosto.

"A história talvez abuse do excesso de enredo." Dizes.
Não e não, isso é "história factológica", uma história hoje ultrapassada.

Cave diem

 

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