domingo, maio 31




Equinócio

Chega-se a este ponto em que se fica à espera
Em que apetece um ombro o pano dum teatro
um passeio de noite a sós de bicicleta
o riso que ninguém reteve num retrato

Folheia-se num bar o horário da Morte
Encomenda-se um gin enquanto ela não chega
Loucura foi não ter incendiado o bosque
Já não sei em que mês se deu aquela cena

Chega-se a este ponto Arrepiar caminho
Soletrar no passado a imagem do futuro
Abrir uma janela Acender o cachimbo
para deixar no mundo uma herança de fumo

Rola mais um trovão Chega-se a este ponto
em que apetece um ombro e nos pedem um sabre
Em que a rota do Sol é a roda do sono
Chega-se a este ponto em que a gente não sabe


David Mourão-Ferreira

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sexta-feira, maio 29

A mais distante explosão cósmica alguma vez vista

O satélite Swift da NASA e uma equipa internacional de astrónomos detectaram uma explosão de raios gama duma estrela morta quando o Universo tinha somente 630 milhões de anos – menos de 5% da sua idade actual. O fenómeno, designado por GRB 090423 foi a explosão cósmica mais distante alguma vez vista.

A explosão foi detectada em 23 de Abril às 03.55 a.m. a uma distância de 13.035 biliões de anos-luz. “Estamos assistindo à morte duma estrela e, provavelmente, ao nascimento dum buraco negro numa das primeiras gerações de estrelas do Universo”, disse Derek Fox da Universidade Estatal da Pensilvania.



As explosões de raios gama são as mais luminosas no Universo. A maior parte ocorre quando se esgota o combustível nuclear duma estrela: o seu núcleo colapsa num buraco negro, ou numa estrela de neutrões e jactos de matéria estelar espalham-se no espaço.

Durante anos os astrónomos procuraram detectar explosões de raios gama entre as primeiras gerações de estrelas e misteriosamente falhavam esse objectivo (“The Case of the Missing Gamma-ray Bursts”).
A detecção do GRB 090423 foi um importante marco nessa pesquisa.

quinta-feira, maio 28

Partido Socialista deixa cair Vítor Constâncio

“Face à acumulação de indícios na comissão de inquérito apontando para uma actuação negligente do banco central face ao Banco Português de Negócios, a direcção da bancada parlamentar socialista já percebeu que é impossível ilibar Constâncio. Isto por mais importante que seja a ligação histórica do governador ao PS (foi secretário-geral do partido de 1986 a 1989). "É impossível não criticarmos", admitiu ontem ao DN um membro da direcção parlamentar socialista.

Resta agora saber as consequências políticas que terá sobre a continuidade de Constâncio como governador a aprovação de um relatório crítico da comissão de inquérito.
Por lei, um processo de exoneração forçada é muito complexo, tendo que passar pelo Banco Central Europeu, que nos seus estatutos garante a independência dos chefes dos bancos centrais face aos respectivos governos. A nomeação ocorre por proposta do ministro das Finanças, em resolução do Conselho de Ministros.

Falhando o apoio do PS na comissão parlamentar de inquérito, isso significa que deixa de existir o apoio do respectivo Governo.
Foi um governo do PS que nomeou Constâncio governador pela primeira vez (Fevereiro de 2000) e foi um Governo do PS (o actual) que o reconduziu (Maio de 2006). O consulado do ex-secretário-geral do PS à frente do banco central "apanhou" todo o processo de degradação do BPN, que levou à necessidade, inédita desde o período revolucionário, de o Governo nacionalizar o banco, para evitar a sua falência. O "buraco" no BPN está avaliado em 1800 milhões de euros.

A constatação, pelo PS, de que é impossível ilibar o governador de responsabilidades no caso, será, no conjunto das pressões para que Constâncio se demita, uma espécie de cereja no topo do bolo.”

(“Diário de Notícias”, por João Pedro Henriques, hoje)

terça-feira, maio 26

A crise prossegue

“(…) Sem diferenças relevantes quanto aos objectivos pretendidos e quanto aos conteúdos ideológicos, os partidos do chamado arco do poder envolvem-se em conflitos laterais aos verdadeiros problemas de Portugal. (…) Os portugueses empobrecem, vêem agravadas as suas condições de vida, deparam-se com muitas dificuldades financeiras, vivem o temor da insegurança, são na sua maioria vítimas de um sentimento de desesperança. (…) A crise dá lugar a atitudes oportunistas do patronato, seja chantageando o poder para obter apoios não justificados, seja procurando embaratecer o custo do trabalho através de processos de legalidade duvidosa. (…) Sem entender as razões da crise, o Governo não pode ter mais do que uma política de medidas soltas, não de ataque às causas, mas apenas de atenuação dos seus sintomas. (…) Ao Governo impõe-se o desenho de uma estratégia coerente de combate às debilidades do sistema económico, em diálogo com as outras forças políticas e com os movimentos sociais em especial com o movimento sindical. (…)”

(“Editorial”, Seara Nova, Primavera 2009)

segunda-feira, maio 25

Raio de cavalo!

Pois é, esta já é velha e muito corrida, mas como a acho engraçada e costumo publicar uma anedota às 2ªsF para começar bem a semana, aí vai ela:

“Está um gajo descansadinho da vida sentado no seu sofá, a ver o futebol, quando de repente vinda não se sabe muito bem de onde, leva com uma frigideira na cabeça.
O desgraçado, de joelhos no chão, vendo estrelas por todo o lado, volta-se para a mulher:
- Atão!?!?!? Tás parva ou quê??!? O qu'é que se passou???
- Isto é pelo bilhete que acabei de encontrar no bolso das tuas calças, e que tem o nome Marilu e o número 7500589, respondeu ela.
- Vê-se mesmo qu'és estúpida!!!! Isso foi da última vez que fui às corridas de cavalos. Marilu era o nome do cavalo, 7500 foi o valor que eu apostei, 58 era o nº do cavalo e 9 a corrida em que o cavalo entrou...Vai pr'á cozinha e não me chateies mais! Tarada....
Dassssse!!!
- Errei... Mas... Bom... Quer dizer.... Ò meu amor desculpa, desculpa, não volta a acontecer...

Passados 2 dias está o homem outra vez descansadinho da vida, a ver os resumos da bola, quando...... PUUUMMMMMMMM, leva com a panela de pressão nos cornos...
Completamente tonto, deitado no chão e ainda não refeito da pancada, grita:
- Porra, pá!!! Atão?!?! Outra vez!!!! O que é que foi agora?

A mulher responde:
- O teu cavalo está ao telefone...!!!”

domingo, maio 24



«Porque um dos detalhes característicos da minha atitude espiritual
é que a atenção não deve ser cultivada exageradamente,
e mesmo o sonho deve ser olhado alto,

com uma consciência aristocrática de o estar fazendo existir.


Dar demasiada importância ao sonho
seria dar demasiada importância, afinal,
a uma coisa que se separou de nós próprios,
que se ergueu, conforme pôde,
em realidade,

e que,
por isso,

perdeu o direito absoluto à nossa delicadeza para com ela.»

:)

Bernardo Soares, Livro do Desassossego,
Assírio & Alvim, ed. Richard Zenith,
Lisboa 1998, #199.

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sábado, maio 23

Há muito que era necessário
denunciar este péssimo jornalismo.

Se a direcção da TVI previu
este desfecho da entrevista
cumprimento-a pela honestidade
de a ter realizado. Se não previu,
é pouco inteligente.

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sexta-feira, maio 22

A evolução do ensino em Portugal


Sem comentários.

(recebido por e-mail)

quinta-feira, maio 21

Governo sem jornais ou jornais sem governo

“É horrível! São todos uns vigaristas!” Assim desabafava, ontem, um cidadão britânico face às câmaras de televisão, mostrando até que ponto a descrença no regime é avassaladora entre o povo.
Horas antes, pela primeira vez em trezentos anos, o presidente da Câmara dos Comuns demitira-se no último episódio do escândalo da utilização indevida de dinheiros públicos por parte de pelo menos 18 deputados e que afecta já todos os partidos.
As despesas abusivamente apresentadas e pagas pelos contribuintes, não tinham aparentemente limites: desde o pagamento de hipotecas, à compra de electrodomésticos, passando pelos pagamentos aos jardineiros, a comida para cão ou os enfeites de Natal.

Mas no meio desta hecatombe surge uma boa notícia: a polícia considerou que as verdades reveladas pelo Daily Telegraph eram de interesse público e suspendeu as averiguações por fuga de informação.
O escândalo, longe de ser uma espécie de golpe de misericórdia num regime podre, confere-lhe uma hipótese de redenção.

São mais actuais do que nunca as palavras de Jefferson, um dos pais fundadores da América, numa carta escrita em 1787:
“Se a base dos nossos Governos é a opinião das pessoas, o primeiríssimo objectivo deve ser salvaguardar esse direito”.
E rematava:
“Se fosse chamado a escolher entre um Governo sem jornais ou jornais sem governo, não hesitaria um momento em escolher o último”.

Os britânicos estão neste ponto. E escolheram bem!"

(Graça Franco, in “Página 1” de 20/05/2009)

quarta-feira, maio 20

Fixando o Hubble


O que está o astronauta a fazer? Fixando o Telescópio Espacial Hubble. Durante esta 4ª missão espacial para actualização dos instrumentos do Hubble, que lhe permitirá ver muito mais para trás no tempo e permanecer em funcionamento até para além de 2014, o astronauta Michael Gold pode ser visto ligado ao braço robótico do Space shuttle e trabalhando num painel aberto do Hubble. Ao fundo, a Terra no limiar entre o dia e a noite.

Desde que o Hubble foi apanhado pelo Space shuttle Atlantis, na passada 6ªF, foram efectuados cinco longos passeios espaciais para fixar e actualizar os dispositivos do telescópio. Tem sido uma das mais ambiciosas missões já realizadas. Os astronautas substituiram a Wide Field Camera, por uma mais actualizada e de maior alcance e nitidez, fixaram a Advanced Camera for Surveys, repararam o Space Telescope Imaging Spectrograph e substituiram COSTAR pelo Cosmic Origins Spectrograph.

Numerosas outras pequenas reparações incluíram a substituição de baterias, sensores giroscópicos e painéis isolantes. Neste momento estão testando o Hubble, enquanto o Atlantis prepara o seu regresso à terra esta semana.

Credit: STS-125 Crew, NASA

terça-feira, maio 19

Uma cidade à beira de um ataque de nervos

Com as devidas desculpas ao Peter, por estar a publicar por cima dele, até achei que os posts se poderiam complementar...

Ao fim da tarde fui ver este blogue e constatei isto:

http://emalmada.blogspot.com/


Almada está numa espécie de pé de guerra, passe o exagero óbvio.

Desde que as obras de MST que habitantes e, sobretudo, comerciantes de Almada vêm protestando.
Os motivos são diversos e diversificados.

Por um lado, porque as apresentações do projecto tiveram sempre, a acreditar nas pessoas que presenciaram, a componente do “já está, fazemos isto só porque sim” e nunca uma verdadeira aferição das expectativas da população.
Eu acredito. Noutras matérias é assim que funciona.

Por outro lado há quem acredite que as reabilitações urbanas se fazem sem obras e sem esforço colectivo.
São duas questões distintas e que podem ser avaliadas individualmente.

Mas o que se passa com os comerciantes é diferente.

Almada é, como cidade, um espaço visivelmente vazio, oco.

A alma de qualquer cidade é as suas pessoas e é para elas que se fazem coisas.
Obras, cultura, desporto, etc.
Quando estas iniciativas – e podem ser todas elas meritórias – apenas, ou sobretudo, têm a característica de propaganda, a sua credibilidade e/ou legitimidade perde-se instantaneamente.

O caso dos comerciantes, que tomou proporções inéditas, é paradigmático de um estado de espírito contestatário e que trará as suas consequências para este poder.
Nunca, em Almada, se viu, como agora a materialização de um desejo de atenção sobre o tecido económico da cidade.

É claro que podemos apontar o dedo aos comerciantes. Até há pouco tempo, ninguém investia em modernização.
Apenas se limitavam a esperar que os clientes entrassem e consumissem.
Com o Fórum Almada, assistiu-se ao movimento lógico dos clientes que procuram produtos mais baratos e mais diversificados.
O comércio local não soube acompanhar esse movimento.

Mas é verdade que não basta a Câmara pseudo-criar um pseudo-centro comercial no centro da cidade.
Atrair as pessoas para o espaço urbano implica um investimento sério da autarquia, em conjunto com os agentes económicos, de modo a que este espaço seja reclassificado e repovoado.

Não basta colocar um eléctrico na via principal da cidade sem que hajam espaços de estacionamento onde as viaturas possam ficar enquanto as pessoas se deslocam à cidade.
E será que o tecido económico é interessante?
Serão as lojas chinesas, que proliferam por todo o lado, mais as lojas de conveniência, que vão desenvolver a economia das cidades?
Serão os projectos megalómanos de uma cidade junto ao rio, cuja construção está prevista para dentro de 20 ou 30 anos, que vão agarrar as pessoas?


E os museus fechados ou com conteúdos desinteressantes?
E os eventos interessantes de que ninguém ouve falar?
Etc.…

O espaço público não se resume a masturbações com MST, centros comerciais urbanos que pouco oferecem e projectos de longo prazo.
As pessoas, necessitam de sentir que são intervenientes na sua cidade. Precisam de se sentir ouvidas, amadas e estimadas.

Em Almada poucos sentem isso.
CMA é já sinónimo de comércio mal apoiado.
E com eles todos os que aqui habitam.

E na vossa cidade? Como se sentem vocês?


(Fotos: Ant)

PORTO: da Batalha aos Clérigos

O meu amigo Fernando Paiva, que em tempos publicou uma série de 16 artigos sobre a sua cidade, cuja história ele conhece profundamente e que, quem não a leu na altura, pode agora fazê-lo na coluna da direita, em “etiquetas” na rubrica “O Morro e o Rio”, enviou-me o seguinte texto sobre a foto abaixo, que tirei na minha última visita à “Invicta”:



“O título desta foto, tirada em 16 deste mês, podia ser, simplesmente, “PORTO: da Batalha aos Clérigos”…e estaria tudo dito.

Mas, para quem gosta de mais alguma coisa, eu acrescento: O que vê aqui, do seu lado esquerdo, é o traçado da Muralha Fernandina. Do seu lado direito, incluindo a Torre dos Clérigos, era um descampado. Lá em baixo, onde passa um autocarro, eram as hortas do Bispo, à frente da Porta dos Carros.

Para quem quer ir ainda um pouco mais atrás, quando o Porto não era ainda Porto, então direi: Lá no fundo, no vale entre os dois morros, passava o Rio de Vila, hoje encanado. Mas passava também a Via Romana a caminho de Bracara Augusta…E isso dava para uma longa conversa.

Então, conforme o seu gosto, escolha o que mais lhe agrada. Até pode ser a foto, só a foto, que ela própria já diz muita coisa.”

segunda-feira, maio 18

Tão amigos…

Acidente!
Pinto da Costa e Filipe Vieira chocam com os respectivos carros num cruzamento.
Em vez de começar a disparatar, Pinto da Costa diz a Vieira:
- Num bamos discutire carago. Já basta fazermos isso no futebole. Façamos as pazes...
E estende a mão a Vieira. Este, surpreendido pela bondade de Pinto da Costa, aperta-lhe a mão.

Pinto da Costa então diz:
- Bamos já celebrare as nossas pazes cum binhinho do Puorto!
Vieira não se faz rogado, pega na garrafa, emborca metade e passa-a a Pinto da Costa. Este não pega nela.

Vieira, intrigado, pergunta:
- Então homem, você não bebe?
- Nom! Estou à espera que chiegue a guarda pra bocê assuprare no balomzinho!

(é a anedota das 2ªsF para começarem bem a semana)

domingo, maio 17

Li esta notícia, num fórum de há tempos atrás.
Ignorava este «direito à luz das estrelas»!
Mas é justo. E devia haver também
uma lei que consagrasse o «direito
ao som do mar», proibindo
a música nas esplanadas
de praia:):


El Gran Telescopio Canarias (GTC)


«(…)a escolha das Canárias para a instalação do Observatório Europeu do Norte deve-se também ao pioneirismo do Governo local, que conseguiu ver na Astronomia uma mais valia para o desenvolvimento e turismo das ilhas e que criou a primeira legislação do mundo sobre o direito ao céu nocturno. Toda a iluminação pública das ilhas é de baixa intensidade e a luz pública é obrigatoriamente inclinada para baixo, de acordo com a chamada “lei do céu”. Adoptada em 1988 e aprovada em 1992, esta legislação acabaria por ser internacionalizada em 2007 com a Declaração sobre a defesa do Céu Nocturno e Direito à Luz das Estrelas, assinada em La Palma pela Unesco e por um grupo de 23 países, dos quais Portugal não faz parte. (…)»
in P2, Público

"Os telescópios são as únicas máquinas do tempo reais.
Viajamos literalmente ao passado." diz Pérez

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sexta-feira, maio 15

FUCK

“Na antiga Inglaterra as pessoas não podiam ter sexo sem consentimento do Rei (a menos que se tratasse de um membro da família real).
Quando um casal queria ter um filho tinha de pedir autorização ao rei, que lhes entregava uma placa que deviam colocar à porta de casa enquanto mantinham relações sexuais.


A placa dizia: Fornication Under Consent of the King (F.U.C.K.). É esta a origem do termo “fuck”.”

(imag. GOOGLE)

quinta-feira, maio 14

STS – 125: Final Shuttle Mission to the Hubble Telescope

http://www.nasa.gov/externalflash/hubble_servicing/

A missão do Space Shuttle “Atlantis”, última para melhoria do Hubble

O Space shuttle “Atlantis” com a sua tripulação de 7 membros foi lançado às 2:01 p.m, de 2ªF 11 de Maio, a partir do Centro Espacial Kennedy da NASA, na última missão que será feita com destino ao telescópio espacial Hubble, antes do lançamento do seu substituto. Esta última missão durará 11 dias e incluirá 5 passeios espaciais para reequipar o Hubble com os instrumentos mais avançados da ciência, que lhe permitirão aumentar 70 vezes as suas possibilidades de observação e a sua vida útil pelo menos até 2014.



A missão STS-125 é o 126º voo do Space shuttle, o 30º para os Atlantis e o 2º dos 5 planeados para 2009. O Hubble foi lançado para o espaço em 24 de Abril de 1990, na missão do Space shuttle: STS-31. A actual é definida como Missão de Serviço 4, se bem que tecnicamente seja a 5ª ao serviço do telescópio.

“O Hubble tem uma longa história de proporcionar à Ciência fotos de muito interesse e beleza. Se esta missão tiver sucesso, teremos um telescópio que continuará a maravilhar cientistas e público por muitos anos”, disse Ed Weiler, administrador associado da “NASA's Science Mission Directorate.

Entre as maiores descobertas do Hubble's estão:

- a idade do Universo (13.7 biliões de anos);

- a descoberta que virtualmente todas as maiores galáxias têm “buracos negros” no seu centro;

- a descoberta que o processo de formação planetária é relativamente comum;

- a primeira molécula orgânica na atmosfera de um planeta orbitando outra estrela;

- a evidência que a expansão do universo está em aceleração, originada por uma “força desconhecida” que constitui aproximadamente 72% da matéria-energia que o Universo contem.

quarta-feira, maio 13

Ignorância e irresponsabilidade

O jornal Correio da Manhã do dia 09 de Maio publicava sob o título: “Dinamite ilegal destrói sete casas”. Em sub-título acrescentava: “o rebentamento de 20 quilos de explosivo projectou o pesado e uma máquina de furar pedra para fora da estrada. O motorista ficou ferido.”
O artigo era assinado por Luís Oliveira:

“O transporte ilegal de 20 quilos de dinamite pode estar na origem da explosão que ontem danificou sete casas …)”

A dinamite foi inventada no século XIX por Alfred Nobel que a patenteou como “pó de segurança para explodir.” Este cientista adquiriu com essa patente uma grande fortuna, base do Prémio Nobel.
Antes da dinamite, usava-se a nitroglicerina como explosivo, porém as explosões acidentais eram um obstáculo demasiadamente grande para o seu uso. A nitroglicerina é um líquido altamente sensível a qualquer movimentação, portanto detonando com muita facilidade na sua produção, transporte e manuseio.
Para fazer a dinamite, precisa-se apenas da nitroglicerina e também de areia (sílica). Deve-se misturá-la até que a nitroglicerina e a areia formem uma espécie de "lama". Depois disso, basta apenas colocá-la num tubo lacrado de um lado e do outro com um orifício onde se insere o detonador, este sim, altamente sensível e que se faz detonar electricamente, ou por intermédio dum rastilho pirotécnico. É a detonação deste que faz explodir a dinamite. Sem ele a dinamite é completamente inofensiva. Por isso, só depois de colocados os paus de dinamite é que se inserem os detonadores e se ligam os fios eléctricos, ou o rastilho que se estendem até um local afastado e protegido, a partir do qual se acciona o dispositivo eléctrico, ou se acende o rastilho.

Portanto, não há “dinamite ilegal”. Houve sim negligência, como disse a GNR : o explosivo “estava a ser transportado de forma ilegal”, uma vez que “os detonadores e a carga explosiva não podem ser transportados no mesmo ambiente.”

Espantosa a afirmação de um dos sócios da empresa, que garante o contrário e diz que pode “transportar até 20 quilos de dinamite”.

O PROBLEMA NÃO ESTÁ NA QUANTIDADE DE DINAMITE TRANSPORTADA, MAS SIM EM FAZÊ-LO JUNTAMENTE COM OS SENSÍVEIS DETONADORES.

terça-feira, maio 12

Vocês acham que é fácil ser homem?

Algumas razões para a criação do "Dia Internacional do Homem":

1) Quem é obrigado a erguer os pés quando ela está fazendo faxina?
R: O prestativo homem!
2) Quem se veste como pinguim no dia do matrimónio?
R: O humilde homem!
3) Quem é que, apesar do cansaço e do stress, jamais poderá fingir um orgasmo?
R: O sincero homem!
4) Quem é obrigado a sustentar a esposa esbanjadora?
R: O abnegado homem!
5) Quem se expõe ao stress por chegar a casa e não encontrar a comida quentinha, as crianças com o banho tomado, a roupa lavada, a cozinha limpa e o drink já posto sobre a mesa?
R: O doce homem!
6) Quem corre o risco de ser assaltado e morto na saída da boite, cada vez que participa dessas reuniões nocturnas com os amigos, enquanto a mulher está bem segura em casa, na sua caminha?
R: O desprotegido homem!
7) Quem é o encarregado de matar as baratas da casa?
R: O valente homem!
8) Quem "leva no totiço", quando chega a casa com marcas de baton na camisa e é obrigado a dar explicações que nunca são aceites?
R: O incompreendido homem!
9) Quem é que toma banho e se veste em menos de vinte minutos?
R: O ágil homem!
10) Quem é que tem de gastar consideráveis somas em dinheiro comprando presentes para o dia das mães, da esposa, da secretária e outras festas inventadas pelo homem para satisfazer a mulher?
R: O generoso homem!
11) Quem jamais conta uma mentira?
R: O ético homem!
12) Quem é obrigado a ver a mulher com os rolinhos nos cabelos e a cara cheia de cremes?
R: O compreensivo homem!
13) Quem tem que passar, calado todos os meses, por uma TPM ?
R: O calmo homem!
14) Quem está lendo isto às escondidas para poder dar boas risadas, já que se for surpreendido corre o risco de ser agarrado pelo pescoço?
R: O indefeso homem!

E mais:
A tortura de ter que usar terno no verão.
O suplício de fazer a barba todos os dias.
O desespero de umas cuecas apertadas.
Viver sob o permanente risco de ter que entrar numa briga.
Trabalhar com a churrasqueira, nos fins de semana, enquanto todos se divertem.
Ter sempre que resolver os problemas do carro.
Ter a obrigação de ser um atleta sexual.
Ter que reparar na roupa nova dela.
Ter que reparar que ela mudou de perfume.
Ter que reparar que ela trocou a tintura do cabelo de "Imédia 713" para "731 louro bege salmon plus up light forever".
Ter que reparar que ela cortou o cabelo, mesmo que seja somente um centímetro.
Ter que jamais reparar que ela tem um pouco de celulite.
Ter que jamais dizer que ela engordou, mesmo que isto seja a pura verdade.
Ter que conversar sobre aplicações bancárias, mesmo que o seu salário mal dê para chegar ao final do mês.
Trabalhar que nem um cão em prol de uma família que reclama que você trabalha que nem um cão!
Sem falar, de ter que pagar todas as suas vaidades, frescuras, plásticas e outras cositas mais.

...depois elas ainda acham que é fácil, só porque nós não menstruamos...

(recebido por e-mail)

domingo, maio 10

Ute Lemper in Paris- Youkali-tango (Weill)

Da minha preferida rádio azul

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sábado, maio 9

O horror do vazio


“Depois de em Outubro ter morto o casamento gay no parlamento, José Sócrates, secretário-geral do Partido Socialista, assume-se como porta-estandarte de uma parada de costumes onde quer arregimentar todo o partido.

Almeida Santos, o presidente do PS, coloca-se ao seu lado e propõe que se discuta ao mesmo tempo a eutanásia. Duas propostas que em comum têm a ausência de vida.(…) O casamento é o mais milenar dos institutos, concebido e defendido em todas as sociedades para ter os dois géneros da espécie em presença (até Francisco Louçã na sua bucólica metáfora congressional falou do "casal" de coelhinhos como a entidade capaz de se reproduzir). E saiu-lhe isso (contrariando a retórica partidária) porque é um facto insofismável que o casamento é o mecanismo continuador das sociedades e só pode ser encarado como tal com a presença dos dois géneros da espécie. Sem isso não faz sentido. Tudo o mais pode ser devidamente contratualizado para dar todos os garantismos necessários e justos a outros tipos de uniões que não podem ser um "casamento" porque não são o "acasalamento" tão apropriadamente descrito por Louçã.

E claro que há ainda o gritante oportunismo político destas opções pelo "liberalismo moral" como lhe chamou Medina Carreira no seu Dever da Verdade. São, como ele disse, a escapatória tradicional quando se constata o "fracasso político-económico" do regime.

O regime que Sócrates e Almeida Santos protagonizam chegou a essa fase. Discutem a morte e a ausência da vida por serem incapazes de cuidar dos vivos.”


(Mário Crespo)

quinta-feira, maio 7

O caso BPN

A Comissão Parlamentar de inquérito ao caso BPN tem-nos surpreendido pela positiva. O longo historial de inépcia a que estas Comissões nos habituaram fazia temer, no dizer de Graça Franco (“Página1” – 06/05/09) que ela fosse apenas mais uma: “opaca, inconclusiva e inútil como a maioria das anteriores.”

“Não tem sido. Pelo contrário. Ao longo das suas sessões o país tem assistido estupefacto ao desenrolar de uma série de confissões/declarações que tem tanto de surpreendente como de aterrador.
Nalguns casos, é óbvio que nos confrontamos com elementos de uma elite político-financeira que, levada pela ganância, parece ter vivido na maior impunidade, capazes de confessar um crime com a tranquilidade de quem descreve uma boa acção.
Não nos compete julgar caso a caso o comportamento dos envolvidos. Essa é missão da justiça, num caso de polícia. Mas há lições políticas que os políticos que por lá passam não podem deixar de tirar.”

É o caso da permanência, ou não permanência de Dias Loureiro como conselheiro de Estado. As suas respostas do tipo: “não me recordo” – “já não me lembro” – “não estou a ver…” – “acho que me esqueci” – “não faço a mínima ideia”, não são as de quem desempenhou altas funções dentro da instituição em causa.

Se se demitisse do cargo de conselheiro de Estado, seria admitir uma culpabilidade que pode não ter, mas não sei se é viável ele pedir a suspensão do mesmo até completo esclarecimento do assunto, o que, para nós cidadãos, que seguimos com interesse todo este complicado e gravíssimo assunto, pareceria mais avisado.

terça-feira, maio 5

Inquérito ao emprego

O Instituto Nacional de Estatística (INE) enquanto órgão central do Serviço Estatístico Nacional está realizando o Inquérito ao Emprego, correspondente ao 2º Trimestre de 2009, à semelhança do que se faz em todos os países da União Europeia e tem como principal objectivo caracterizar a situação laboral da população.



Este inquérito é feito trimestralmente entre nós a uma amostra de famílias representativa do conjunto. Nos termos da Lei nº 22/2008, de 13 de Maio e do DL 166/2007, de 3 de Maio, é obrigatório o fornecimento da informação solicitada. Para o efeito, é seleccionado aleatoriamente um conjunto de alojamentos.

O indivíduo e a respectiva família são contactados por um entrevistador do INE, com o apoio de um computador portátil (Magalhães?), sendo a primeira entrevista completa e as seguintes (total de seis trimestres consecutivos) de actualização da informação.

Quer-me parecer que, uma vez que se trata de inquérito ao emprego, a selecção aleatória deveria ser feita não entre alojamentos, mas sim entre indivíduos a quem é pago o “Subsídio de desemprego”, elementos que o Minist. das Finanças deverá estar em condições de fornecer.

Talvez eu esteja a ver mal o problema, mas o que é que interessa para o efeito, estar a entrevistar pessoas idosas, principalmente senhoras, que nunca tiveram emprego, por serem consideradas “domésticas” e indivíduos reformados?

Ou então não lhe chamem “Inquérito ao emprego”.

segunda-feira, maio 4

A melhor desculpa

O executivo saiu do escritório às 18:00, quando viu a sua secretária na paragem de autocarro. Estava caindo a maior chuvada. Ele parou e perguntou:
- Você quer boleia?
- Claro... Respondeu ela, entrando no carro.
Chegando ao edifício onde ela morava, ele parou o carro para que ela saísse e ela o convidou para entrar.
- Não quer tomar um cafezinho, um whisky, ou alguma coisa?
- Não, obrigado, tenho que ir para casa...

- Imagine, o Sr. Foi tão gentil comigo, suba um pouquinho.
Ele subiu, atendendo ao pedido da moça. Ao chegarem lá, enquanto ele tomava o seu drink, ela foi para o quarto enxugar-se e voltou, toda gostosa e perfumada. Deixou antever um belíssimo par de coxas debaixo do babydoll, escondendo uma escultural bunda, das mais desejadas. A lingerie fio dental que usava, inspirava que a noite poderia ser inimaginável!! Depois de alguns drinks, quem pode aguentar?

Ele caiu literalmente... fez amor com a secretária de todas as formas possíveis. Estava bom DEMAIS !!! Após intensa actividade acabaram adormecendo. Por volta das 6 da manhã, ele acordou e olhou no relógio. O maior susto... Pegou o telefone, discou o numero de sua casa e aos berros, disse a quem atendeu:

NÃO PAGUEM O RESGATE ! EU CONSEGUI FUGIR !

(recebido por e-mail)

domingo, maio 3



«Au début des années soixante, alors qu’il cherchait
à affiner les méthodes de prévisions, le météorologue
Edward Lorenz s’est aperçu qu’en modifiant
imperceptiblement une variable parmi
d’innombrables autres, le pronostic
changeait du tout au tout…

Il suffit d’une seule différence infime,
et apparemment négligeable, pour que le résultat
du système tout entier s’en trouve bouleversé.

Selon sa formule devenue célèbre, le battement
d’ailes d’un papillon en Chine peut déclencher
une tornade à l’autre bout de la planète.

Cette réaction en chaîne, aujourd’hui connu
sous le nom d’«effet papillon», montre à quel point
le comportement de systèmes complexes à variables
multiples est imprévisible

Non pas imprévisible pour nous, qui serions trop
ignorants ou obtus, mais imprévisibles de par leur
nature même…

Parce que notre monde est un système particulièrement
complexe, dont l’évolution reste impénétrable, les prédictions
ne seront jamais que des hypothèses plus au moins hasardeuses.


Si l’avenir est imprévisible, c’est qu’il est indéterminé.

À tout moment, le cours des événements peut bifurquer…»

Zygmunt Bauman, ’’Et si… l’avenir, c’était le présent ?’’
in philosophie-magazine, avril 2009

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sexta-feira, maio 1

1º de Maio

Não percebo, confesso que não percebo. Hoje ao regressar a casa no Volvo colectivo amarelo, o trânsito em Lisboa era infernal. Automóveis e mais automóveis saindo da cidade. É a corrida para o abismo?

Na Baixa fui abordado por um indivíduo que me pediu dinheiro para comer uma sandes e um galão. Tenho experiência destas situações e pelo falar, pelo vestir e pela idade, de certeza que era um desempregado, um dos “novos pobres”.
No Marquês uma jovem grávida tentava sobreviver.

Dia do Trabalhador? Não. “Dia do desempregado”.

O meu pensamento, a minha admiração, vai para Obama. Conseguiu restituir a confiança aos americanos. Pelo menos, pois não vou fazer uma análise exaustiva da sua actuação para resolver tudo o que Bush lhe deixou nos braços.

Olho para nós e é um “déjà vu”. Estão gastos, ninguém acredita neles. Nada de novo têm para nos oferecer. Só asneiras, gafes, processos perdidos, desmentidos, silêncios, um silêncio de chumbo.

Sem partidarismos, assinalo um facto positivo: o encontro entre os dirigentes do PCP e um alto representante da Igreja Católica.






Só me resta recordar o 1º de Maio de 1974 nesta belíssima fotografia de Eduardo Gageiro:

Sonhos desfeitos…