«Porque um dos detalhes característicos da minha atitude espiritual
é que a atenção não deve ser cultivada exageradamente,
e mesmo o sonho deve ser olhado alto,
com uma consciência aristocrática de o estar fazendo existir.
Dar demasiada importância ao sonho
seria dar demasiada importância, afinal,
a uma coisa que se separou de nós próprios,
que se ergueu, conforme pôde,
em realidade,
e que,
por isso,
perdeu o direito absoluto à nossa delicadeza para com ela.»
:)
Bernardo Soares, Livro do Desassossego,
Assírio & Alvim, ed. Richard Zenith,
Lisboa 1998, #199.
Etiquetas: literatura, v
5 Comentários:
Desculpa, Vasco mas não estou mesmo nada de acordo com o Bernardo Soares... ai de nós se não nos agarrarmos aos sonhos!
Esses ainda nos restam, por enquanto...
Um abraço
:))
Fazes-me sorrir.
Porque gostar deste distanciamento
em relação ao sonho e ao pensamento
não é destitui-los de relevância,
antes subordiná-los à alteridade,
como à própria realidade que só
o é por já dispensar a nossa
íntima delicadeza...
:)
:(
Gosto imenso do livro. Mas sonhar... sempre!
Beijo doce
Meg,
Só subscrevo o que Pessoa enuncia
se, e na medida, compatível
com a estima dos teus
próprios sonhos.
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