Chamem-me conservadora ou lá o que quiserem, mas prefiro 1969... e não era tão mau assim. Pelo menos sobrou alguma cultura e educação. Hoje é uma vergonha, para alunos, professores e especialmente para as famílias que se demitiram da educação dos seus "meninos"... algumas portam-se como se fossem apenas "famílias de aluguer". Claro que continua a haver excepções.
Hoje ouvi um magistrado, entrevistado pelo Mário Crespo, que enunciou uma tese interessante que, se acoplada com uma outra declaração sobre a diferença de instrução hoje em dia em comparada com a de antigamente, permite uma visão menos derrotista da juventude de agora.
O magistrado disse:- A democracia é sobretudo a substituição da violência e da força pelos discursos, a dialéctica dos argumentos, a racionalidade dialogante. Não devemos temer a disputa e contenda verbal porque a democracia é isso justamente.
A socióloga disse: - Há um certo desacompanhamento dos pais em relação à escola dos filhos porque estes têm muito mais instrução e sabem mais coisas do que eles, o que os leva a retrairem-se e distanciarem-se.
Eu confesso que gostei de uma ávaliação que há dias ouvi o António Barreto fazer acerca do ensino de antigamente (30 000 alunos nas universidades) com o de agora (300 000 alunas nas universiddes). Disse:
O ensino actual não forma gente adequadamente instruída. Mas sem dúvida que «os cem melhores alunos de hoje em dia são muitissimo mais competentes do que os cem melhores de há quarenta anos!» A mim parece-me que ele tem razão.
O cartoon espelha uma realidade dos dias de hoje. Não me recordo de há 40 anos, alunos, ou os respectivos encarregados de educação, entrarem pelas aulas dentro para agredirem os professores.
O magistrado que se ocupe da Justiça que bem mal vai em Portugal. Nunca vi na TV professores virem opinar sobre a Justiça.
A socióloga explique-me como uma mãe divorciada, que depois de sair do trabalho tem de ir buscar dois filhos à escola, vir para casa fazer o jantar, dar-lhes de comer, etc, pode arranjar tempo e disposição para acompanhar os filhos nos seus trabalhos escolares. Esse argumento dos pais se sentirem inferiorizados, pelo facto dos filhos "terem mais instrução e saberem mais coisas do que eles", só mesmo de socióloga.
Diz-me, meu caro Vasco, tens netos em idade escolar? Eu tenho, assim como tenho uma filha e um genro que são professores há largos anos.
É um facto que o "ensino actual não forma gente adequadamente instruída", embora haja excepções. Não é para admirar que "os 100 melhores alunos de hoje em dia sejam muitíssimo mais competentes do que os 100 melhores de há 40 anos", senão não teria havido progresso, quer no ensino, quer nos conhecimentos adquiridos.
:) Claro. Mas o magistrado não se pronunciou sobre a educação mas sim sobre a democracia - que é discursos da razão em vez de violência física. A socióloga não sei se terá aduzido também - ou não -, a proletarização crescente das famílias pela sobreexploração do capitalismo e do Estado - só a ouvi de relance, a enunciar aquele argumento. Eu é que juntei as duas peças e acresecentei a conclusão do António Barreto com que também concordaste. Estas «caixinhas» medíocres de comentários não dão para esgrimir ideias e argumentos à vontade e espaçadamente. :) Bom fim de semana.
Tens razão quanto ao magistrado, eu depois vi. Quanto à socióloga está a argumentar com base em famílias de educação inferior, que, com sacrifício, mandaram os filhos estudar,para poderem ter um nível de vida superior. Infelizmente o desemprego tem atingido todos.
"Pais muito felizes" por terem os filhos a viver com eles em casa, pois ninguém lhes dá emprego.
Esta é verídica: No longínquo tempo do PREC, um jóvem matriculou-se no 1º ano de uma Faculdade. Mas porque tinha de trabalhar (nesse tempo ainda havia trabalho) resolveu desistir do estudo. No outro ano, sem trabalho e auxiliado pelos pais, resolveu matricular-se novamente no 1º ano da mesma Fac. -"No 1º ano não, no 2º", disse-lhe o funcionário. "O sr teve uma "passagem de ano administrativa".
Não se passou com ela, mas tive a trabalhar sob as minhas ordens, na Função Pública, uma moça que fez o seu curso com diversas passagens administrativas em várias cadeiras.
Qq dia voltamos a isto, para aumentar as estatísticas que somos obrigados a apresentar na UE.
12 Comentários:
Brilhante - é a única palavra que me ocorre.
Já é um comentário.
Peter,
Chamem-me conservadora ou lá o que quiserem, mas prefiro 1969... e não era tão mau assim.
Pelo menos sobrou alguma cultura e educação.
Hoje é uma vergonha, para alunos, professores e especialmente para as famílias que se demitiram da educação dos seus "meninos"... algumas portam-se como se fossem apenas "famílias de aluguer".
Claro que continua a haver excepções.
Um abraço, Peter.
Meg
Conservador/a "uma ova".
Então, porque é que quem tem dinheiro, manda as "criancinhas" estudar para o estrangeiro?
Bom fds cá nesta "rebaldaria".
Qq dia tb vou para a "sopa dos pobres". Nem de aqui a 20 anos (já cá não estou) isto melhora.
Já vi este "post" noutro blogue. O erro foi meu pois pensei que me tinha sido enviado pela "bluegift", que não vive, nem trabalha em Portugal.
Inconvenientes de não publicar originais, mas como achei o cartoon adequado à situação que se vive no n/País, resolvi publicá-lo.
As minhas desculpas.
Nã sou reaccionária, mas era bem diferente em 1969...
Beijos
Hoje ouvi um magistrado, entrevistado pelo Mário Crespo, que enunciou uma tese interessante que, se acoplada com uma outra declaração sobre a diferença de instrução hoje em dia em comparada com a de antigamente, permite uma visão menos derrotista da juventude de agora.
O magistrado disse:- A democracia é sobretudo a substituição da violência e da força pelos discursos, a dialéctica dos argumentos, a racionalidade dialogante. Não devemos temer a disputa e contenda verbal porque a democracia é isso justamente.
A socióloga disse: - Há um certo desacompanhamento dos pais em relação à escola dos filhos porque estes têm muito mais instrução e sabem mais coisas do que eles, o que os leva a retrairem-se e distanciarem-se.
Eu confesso que gostei de uma ávaliação que há dias ouvi o António Barreto fazer acerca do ensino de antigamente (30 000 alunos nas universidades) com o de agora (300 000 alunas nas universiddes). Disse:
O ensino actual não forma gente adequadamente instruída. Mas sem dúvida que «os cem melhores alunos de hoje em dia são muitissimo mais competentes do que os cem melhores de há quarenta anos!» A mim parece-me que ele tem razão.
Meu caro Vasco
O cartoon espelha uma realidade dos dias de hoje. Não me recordo de há 40 anos, alunos, ou os respectivos encarregados de educação, entrarem pelas aulas dentro para agredirem os professores.
O magistrado que se ocupe da Justiça que bem mal vai em Portugal. Nunca vi na TV professores virem opinar sobre a Justiça.
A socióloga explique-me como uma mãe divorciada, que depois de sair do trabalho tem de ir buscar dois filhos à escola, vir para casa fazer o jantar, dar-lhes de comer, etc, pode arranjar tempo e disposição para acompanhar os filhos nos seus trabalhos escolares. Esse argumento dos pais se sentirem inferiorizados, pelo facto dos filhos "terem mais instrução e saberem mais coisas do que eles", só mesmo de socióloga.
Diz-me, meu caro Vasco, tens netos em idade escolar? Eu tenho, assim como tenho uma filha e um genro que são professores há largos anos.
É um facto que o "ensino actual não forma gente adequadamente instruída", embora haja excepções. Não é para admirar que "os 100 melhores alunos de hoje em dia sejam muitíssimo mais competentes do que os 100 melhores de há 40 anos", senão não teria havido progresso, quer no ensino, quer nos conhecimentos adquiridos.
Estamos a trocar "pontos de vista".
:) Claro. Mas o magistrado não se pronunciou sobre a educação mas sim sobre a democracia - que é discursos da razão em vez de violência física. A socióloga não sei se terá aduzido também - ou não -, a proletarização crescente das famílias pela sobreexploração do capitalismo e do Estado - só a ouvi de relance, a enunciar aquele argumento. Eu é que juntei as duas peças e acresecentei a conclusão do António Barreto com que também concordaste. Estas «caixinhas» medíocres de comentários não dão para esgrimir ideias e argumentos à vontade e espaçadamente. :) Bom fim de semana.
vbm
Tens razão quanto ao magistrado, eu depois vi.
Quanto à socióloga está a argumentar com base em famílias de educação inferior, que, com sacrifício, mandaram os filhos estudar,para poderem ter um nível de vida superior. Infelizmente o desemprego tem atingido todos.
Bom fds.
Felizmente com os novos métodos de sucesso introduzidos por este ministério em breve teremos 90% de sucesso escolar e pais muito felizes!
Manuel Gouveia
"Pais muito felizes" por terem os filhos a viver com eles em casa, pois ninguém lhes dá emprego.
Esta é verídica:
No longínquo tempo do PREC, um jóvem matriculou-se no 1º ano de uma Faculdade. Mas porque tinha de trabalhar (nesse tempo ainda havia trabalho) resolveu desistir do estudo. No outro ano, sem trabalho e auxiliado pelos pais, resolveu matricular-se novamente no 1º ano da mesma Fac.
-"No 1º ano não, no 2º", disse-lhe o funcionário. "O sr teve uma "passagem de ano administrativa".
Não se passou com ela, mas tive a trabalhar sob as minhas ordens, na Função Pública, uma moça que fez o seu curso com diversas passagens administrativas em várias cadeiras.
Qq dia voltamos a isto, para aumentar as estatísticas que somos obrigados a apresentar na UE.
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