"Amar esta sombra que desliza e que é talvez já a presença que nos foge" (António Ramos Rosa)
terça-feira, março 31
PROJECTO DE LEI N.º 374/X
(…) “Artigo 386º (Enriquecimento ilícito)
1.O funcionário que, durante o período do exercício de funções públicas ou nos três anos seguintes à cessação dessas funções, adquirir um património ou um modo de vida que sejam manifestamente desproporcionais ao seu rendimento e que não resultem de outro meio de aquisição lícito, com perigo de aquele património ou modo de vida provir de vantagens obtidas pela prática de crimes cometidos no exercício de funções públicas, é punível com pena de prisão até 5 anos. 2.Para efeitos do número anterior entende-se por património todo o activo patrimonial existente no país ou no estrangeiro, incluindo o património imobiliário, de quotas, acções ou partes sociais do capital de sociedades civis ou comerciais, de direitos sobre barcos, aeronaves ou veículos automóveis, carteiras de títulos, contas bancárias a prazo, aplicações financeiras equivalentes e direitos de crédito. 3.Para efeitos do n.º 1 entende-se por modo de vida todos os gastos com bens de consumo ou com liberalidades realizados no país ou no estrangeiro. 4.Para efeitos do n.º 1 entende-se por rendimento todos os rendimentos brutos constantes da declaração apresentada para efeitos da liquidação do imposto sobre o rendimento das pessoas singulares, ou que da mesma, quando dispensada, devessem constar.” (…) Palácio de S. Bento, 29 de Março de 2007 Os Deputados,
Este Projecto de Lei não passou na Assembleia da República.
Há onze anos foram pela primeira vez apresentadas provas de que a maior parte da energia do nosso universo não se encontra nas estrelas ou nas galáxias mas existe no próprio espaço. Na linguagem dos cosmólogos, uma grande constante cosmológica está directamente ligada às observações das distantes supernovas. As sugestões de uma constante cosmológica (lambda) não eram novas -- existiam desde o advento da moderna cosmologia relativista. Todavia, tais reivindicações não eram geralmente bem aceites entre os astrónomos, porque lambda é tão desigual dos componentes conhecidos do universo, o seu valor aparecia limitado por outras observações e ainda porque cosmologias menos estranhas sem lambda, tinham já fornecido previamente uma boa explicação dos dados obtidos. O que é notável aqui é o método directo e de confiança das observações e as boas reputações dos cientistas que conduziram as investigações. Ao longo destes onze anos passados, equipas independentes de astrónomos continuaram a acumular dados que parecem confirmar a existência da “energia escura” com o resultado inquietante de um universo presentemente em aceleração. A foto de uma supernova que apresentamos ocorreu em 1994 nas proximidades de uma galáxia espiral e foi obtida por uma destas colaborações.
Não costumo publicar artigos que não sejam devidamente fundamentados.
É do conhecimento público que existem bandos internacionais que se dedicam à clonagem de cartões. Um meu familiar viu-se em sérias dificuldades perante um débito de 250.000 dólares referente a uma despesa feita ao jogo em Las Vegas, onde ele nunca foi. Teve a sorte de conseguir provar que no dia da hipotética despesa se encontrava em Luanda, pois faz parte do pessoal de voo da TAP.
O “golpe” teria ocorrido no Brasil e processou-se do seguinte modo:
- Depois do jantar o criado trouxe a conta numa bandeja. O meu filho entregou o cartão de crédito ao criado (asneira dele) que o levou. Com uma caixa com plasticina fizeram cópia do cartão. Trouxeram-no de volta com os papeis para assinar, do qual entregaram o duplicado, ficando com o original. O “bando”, de posse dos elementos do meu filho fez um cartão com outra banda magnética, na qual substituiu o limite de crédito, por “crédito ilimitado”. Como é óbvio e os nossos jornais até já publicaram fotos, essas máfias possuem cartões de bancos de todos os países e dispositivos para elaborar bandas magnéticas para os mesmos.
Talvez isto interesse a quem viaja.
O “golpe” que descrevi no meu outro artigo e que tantas dúvidas causou ao “vbm”, pode ocorrer em qualquer lado, pois essas máfias organizadas actuam já no nosso país. É só ler os jornais, repito.
A precaução a tomar será:
- Antes de confirmar a compra, verificar se no visor está lá inscrito o débito. Já evita os “enganos”…
«Não sei se precisamos de notícias; precisamos, certamente, de saber. O jornal apaga os passos que foi dando, ficando à espera de que haja mais. O espaço vazio é mero arquivo. Decorrido um ror de tempo nessa aventura (tendo-lhe eu, entretanto, pago uma fortuna), as notícias sempre e sempre, vai tornando o saber mais evasivo. «Não sei que pensar», não é certamente um objectivo.»
:)
Maria Gabriela Llansol, O começo de um livro é precioso Assírio & Alvim, Lisboa, 2003, p.103
Se costuma realizar pagamentos com cartões de débito automático (multibanco), tome muito cuidado com a utilização do seu cartão.
Ao efectuar um pagamento via débito automático, o funcionário passa o cartão, não regista nenhum valor e pede-lhe que digite o PIN na máquina, não nos apercebendo nós que o mesmo não digitou o valor da compra.
Ao digitar o seu PIN este aparecerá no écran pois a máquina entende-o como sendo o valor da transacção.
O vendedor, com ar de entendido, diz que houve um erro e pede novamente o nosso cartão e passa-o novamente, registando agora o valor correcto e pede que digitemos novamente o PIN.
Agora ele já possui o número do cartão, o PIN e o nosso banco. De posse dessas informações os nossos cartões são "clonados" podendo ser efectuadas diversas compras em nosso nome.
Preste muita atenção, ao passar o cartão não digite a senha sem antes conferir o valor da compra que aparecerá no écran da máquina. Somente depois de conferir o valor é que você deverá digitar a senha.
“Aqui só chega ao futuro quem vive devagarzito. Nos cansamos só a afastar os maus espíritos. Não estou a desarmar em esperto. Espere, já me exemplifico. Falo assim de nossos actuais chefes. Não devia falar, ainda por cima consigo, um estrangeiro de fora. Ainda assim, falo. Porque esses chefes deviam ser grandes como árvore que dá sombra. Mas têm mais raiz que folha. Tiram muito e dão pouco. Veja esse malfadado do enteado do administrador. Eu lhe encomendei um mau destino: o moço vai morrer de tanta riqueza apressada.”
(“O último voo do flamingo”)
Li outro dia, já não sei onde, que vão adaptar este romance ao cinema. Talvez pudesse ser filmado em Portugal…
Uma deficiente de 12 anos foi vítima de reiterados abusos sexuais por parte de um homem de 26 anos. O violador foi detido e presente a um juiz, tendo ficado em prisão domiciliária.
Um dos abusos foi filmado por dois energúmenos de 17 e 19 anos que fizeram circular o vídeo da violação pela escola que a menor frequentava. A gravação foi passando de telemóvel em telemóvel, tornando a situação conhecida de todos. Constituídos arguidos e interrogados pelo Ministério Público, saíram em liberdade com apresentações semanais às autoridades.
A menina, destroçada, foi institucionalizada numa casa de acolhimento, onde lhe é prestado acompanhanto psicológico.
Quem lhe fez mal “continua na maior” vivendo a sua vidinha. Até quando?
Sempre gostei desta imagem da NGM. Levei uma tarde toda a percorrer os anos do site, dia a dia, até chegar a ela, em Setembro de 2001. Toda a envolvência, com os seus reflexos e a vida que corre lá fora, se centra na rapariga, que exerce sobre mim um especial fascínio, divagando absorta, isolada do mundo que a rodeia. A foto foi tirada em Londres e eu ofereceria um "penny" pelos seus pensamentos. Teria sido deixada "pendurada" pelo namorado que não apareceu? É bem possível, "it's very british". Estava a lembrar-me de um livro lido o Verão passado: "A linha de beleza", um retrato fiel da sociedade britânica, ou melhor, do homossexualismo masculino no seio da alta burguesia nos tempos do "tatcherismo".
Talvez tenha terminado uma relação e esteja de "ressaca", rememorando momentos vividos, momentos de felicidade, que não voltam mais, porque a vida flui como um rio. A iniciativa teria partido dele, ou dela?
Justiça é o pior sector após quatro anos de Governo
Justiça: a pior. Segurança Social: a melhor. É esta, após quatro anos, a avaliação dos portugueses face às diversas áreas de actuação do Governo PS liderado por José Sócrates. A hora é de balanço e a Oposição critica. À Direita, Portas também critica, mas insinua-se a um eventual PS sem maioria absoluta, lá para o Outono. A oposição, em bloco, não esconde críticas severas ao desempenho do Executivo. A presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, disse que os últimos quatro anos foram marcados por um quadro de promessas por cumprir o que conduziu o país para um empobrecimento inaceitável. O líder da bancada parlamentar do PCP, Bernardino Soares, afirma que o Governo agravou a vida dos portugueses. Francisco Louçã em declarações à Renascença, disse que, nestes quatro anos, “tudo se tornou mais difícil para as pessoas”.
“Os portugueses comprovam certamente que a sua vida está, em quase todos os aspectos, pior do que há 4 anos. Não só porque, com a crise internacional, aumentaram brutalmente o desemprego, as dificuldades da economia e os encerramentos das empresas, mas, porque mesmo antes de aparecer a crise internacional, já o nosso país tinha os mais elevados índices de desemprego e já o Governo avançava com o Código do Trabalho”, disse Mário Soares.
Isto é a nossa vida, o nosso dia-a-dia. Eu não compreendo o dizer-se: “a política não me interessa”. Parece que voltámos aos tempos do Salazar. Nessa altura era o que as pessoas diziam, com medo de arranjarem problemas com a PIDE/DGS. Agora dizem-no “com medo de perderem o emprego”.
Seia, Serra da Estrela, a população cansou-se de pedir ao presidente da Junta que reparasse o piso de uma rua. Vai daí, decidiu plantar couves nos buracos... e agradecer ao presidente e ao seu padrinho em S.Bento.
Nunca a frase «atirou com o carro para as couves» fez tanto sentido... Vale a pena ver as imagens. É ainda curto, mas é um sinal de que o povo está aí, já se ouvem ao longe os tambores...
SÓ NO NOSSO PAÍS. COM TANTO DINHEIRO QUE ANDA POR AÍ.
É um caso que me choca. Começou por um prejuízo de 700 milhões de Euros, o que levou o Governo a optar pela sua nacionalização e neste momento o “buraco” financeiro já vai em 2.700 milhões, o que significa que o encargo para cada um dos 10 milhões de portugueses é de 270€, mais do que a reforma mensal de muitos deles.
Ontem na "SIC notícias" estive a ver o programa “frente a frente” de Mário Crespo que entrevistava o deputado do CDS-PP Nuno Melo, mas antes passou um video sobre Francisco Comprido, que esteve a ser ouvido pelos deputados, pois além de ter sido administrador do BPN, foi o presidente do Excellence Asset Fund (propriedade da SLN), que em 2001 adquiriu 25% da empresa porto-riquenha Biometrics, num negócio que também envolveu Dias Loureiro e o empresário libanês El-Assir. O negócio da Biometrics em Porto Rico, classificado pelas anteriores audições como um negócio "ruinoso", terá resultado num prejuízo de 38 milhões de dólares para a Sociedade Lusa de Negócios, que terá registado nas suas contas a venda da mesma por um dólar. Porém, Francisco Comprido disse na Comissão que o Excellence Asset Fund vendeu a sua participação na Biometrics por sensivelmente o mesmo valor pelo qual a tinha comprado, ou seja, 35 milhões de euros, de onde não resultara qualquer prejuízo.
"Não me recordo", "não tenho presente", "não lhe posso precisar", "os nomes não me estão a vir à memória" foram várias das frases utilizadas por Francisco Comprido na Comissão de Inquérito ao BPN. "Não posso precisar se fui o presidente do fundo desde o início mas posso dizer-lhe que presidi à sua liquidação. Aliás, tenho quase a certeza que estava à frente do fundo desde o início", afirmou. Também não se recordou com clareza de quem o escolheu para presidir ao fundo. "Não lhe posso precisar por quem fui escolhido para presidir ao fundo mas penso que foi pelo ex-presidente do banco [Oliveira e Costa]", acrescentou.
"Uma comissão de inquérito não pode aceitar que um grupo (SLN) e um banco (BPN) comuniquem a esta Comissão que determinado negócio aconteceu de determinada forma e depois alguém venha dizer o contrário", disse Nuno Melo, referindo-se ao negócio da Biometrics. "Estamos a falar de milhões, não estamos a falar de tostões", disse ainda o deputado Nuno Melo. Esperemos que seja dado seguimento ao resultado da Comissão de Inquérito que, segundo Mário Crespo tem estado a fazer um trabalho isento e cuidadoso.
Aos poucos sinto que tenho a solução para resolver a crise. Ando há muitos dias a reflectir sobre o assunto e, de facto, não é assim tão difícil. Talvez seja necessário alterar as prioridades.
Vejamos. Lamentavelmente nãoconsegui poupar mais nas palavras...
A génese
A crise começou há uns anos quando a economia entrou em espiral descendente. Porquê? Porque a economia é um vírus. Um vírus que ataca os indivíduos. E como com todas as viroses, há quem seja mais imune e há quem seja mais frágil.
Neste caso, a necessidade de alimentar um sistema, que se baseia no consumo ilimitado de recursos ilimitados, foi atacando, implacável, através de todos os meios, e atingiu-nos a todos, de uma maneira ou de outra.
Insensibilidade Como a economia é insensível, não olhou para os destinatários da sua necessidade: as pessoas. As pessoas, ou pelo menos a maior parte delas, que passam a ser números de contas bancárias, não tiveram oportunidade de se defender. Assim, fomos alimentando guerras, que por sua vez alimentavam produtores de armamento, de sistemas de comunicação, jornais, televisões, fabricantes de brinquedos, construtores de prédios e casas. Fomos alimentando experiências tecnológicas várias que deram origem a novas aeronaves, automóveis, fábricas.
Consumo Bombardeados com estes novos brinquedos, quisemos fazer parte do grupo eleito. E comprámos. Em todo o mundo. Para atingirem os seus fins, a economia e a gestão, serviram-se de pessoas que auferem, cada vez mais, menores salários, sem regalias sociais (ou poucas): China, África, Europa de Leste, etc., etc., até chegar à Europa, Estados Unidos, etc., etc. A lista peca por defeito. O destinatário do consumo é o próprio consumo e, no limite, a economia ela própria.
Falência do afecto
(Vídeo: Trabalhos de Casa - D'age ao vivo)
O panorama não é agradável. Os multimilionários estão a ganhar menos. E nós com eles. Aumenta a criminologia. Desagregam-se famílias. O amor desvanece-se em troca de outros desejos. Já quase ninguém arrisca uma vida em comum porque esse projecto pode falir por causa da economia familiar. A solução parece ser uma nova ordem de destribuição dos estímulos mais básicos e animais pelo maior número de indivíduos que correspondam à nossa fantasia de perfeição.
A solução Permito-me insistir no motivo que ainda me faz escrever na Net ou nas canções. Acredito que só nós, as pessoas, deveríamos ser os destinatários privilegiados de todas as invenções, de todas as riquezas, de todos os prazeres. A César o que é de César. Quem investe deve ser recompensado. Só que a grande recompensa deveria ser a felicidade das pessoas e não de um sistema que viva delas e não para elas. A solução da crise é assumir que as necessidades básicas dos indivíduos já não são apenas comer, dormir e fornicar.
Toda a gente deveria poder viajar pelo menos uma vez na vida para fora do seu país. Toda a gente deveria ter acesso à cultura e ao lazer sem pensar que esses 40 ou 50 euros vão fazer falta para comprar bananas, fraldas, roupa, etc.
A lista do que toda a gente deveria poder fazer pode ser completada. É enorme.
Senhores multimilionários, senhores governantes, a crise é facilmente debelada quando os Senhores deixarem de olhar apenas para os vossos umbigos.
Estava-se no Outono e os Índios de uma reserva americana perguntaram ao novo Chefe se o Inverno iria ser muito rigoroso ou se, pelo contrário, poderia ser mais suave. Tratando-se de um Chefe Índio mas da era moderna, ele não conseguia interpretar os sinais que lhe permitissem prever o tempo, no entanto, para não correr muitos riscos, foi dizendo que sim senhor, deveriam estar preparados e cortar a lenha suficiente para aguentar um Inverno frio.
Mas como também era um líder prático e preocupado, alguns dias depois teve uma ideia. Dirigiu-se à cabine telefónica pública, ligou para o ServiçoMeteorológico Nacional e perguntou: "O próximo Inverno vai ser frio?" "Parece que na realidade este Inverno vai ser mesmo frio" respondeu o meteorologista de serviço.
O Chefe voltou para o seu povo e mandou que cortassem mais lenha. Uma semana mais tarde, voltou a falar para o Serviço Meteorológico: "Vai ser um Inverno muito frio?" "Sim," responderam novamente do outro lado, "O Inverno vai ser mesmo muito frio".
Mais uma vez o Chefe voltou para o seu povo e mandou que apanhassem toda a lenha que pudessem sem desperdiçar sequer as pequenas cavacas. Duas semanas mais tarde voltou a falar para o Serviço Meteorológico Nacional: "Vocês têm a certeza que este Inverno vai ser mesmo muito frio?" "Absolutamente"respondeu o homem". Vai ser um dos Invernos mais frios de sempre."
"Como podem ter tanta certeza?" perguntou o Chefe. O meteorologista respondeu "Os Índios estão a aprovisionar lenha que parecem uns doidos."
É um lugar onde: - a polícia é britânica - os cozinheiros são franceses - os mecânicos são alemães - os amantes são portugueses - e tudo é organizado pelos suíços
O QUE É O INFERNO?
É um lugar onde: - a polícia é alemã - os cozinheiros são ingleses - os mecânicos são franceses - os amantes são suíços - e tudo é organizado pelos portugueses
Sou eu que te penso antes de teres existido. Pensando te crio um nome como te invento um rosto e nos olhos a cor onde me reflicto mas não o exacto lugar onde moras e me fixo. No ontem perdido em ti recupero o tempo e o cisco. No sonho redimo o que só a viver tem sentido.
Hoje em dia consideram como fenómenos acontecimentos de todos os tempos. O que acontece é que psicólogos e educadores passaram a estudá-los e a dar-lhe maior atenção. Desde sempre que os estudantes escolhiam como vítimas os mais vulneráveis física e psicologicamente e sobre eles exerciam pressão e agressões. Começavam por lhe atribuir uma alcunha depreciativa e depois tornavam-nos alvos das suas partidas, do gozo e da violência física, excluindo-os dos jogos e brincadeiras do recreio.
O que nos trás de novo esta designação de origem inglesa, derivada de “bully” (valentão)? A utilização da internet e dos telemóveis. Estamos então no campo do “cyberbullying”, com o envio massivo de mensagens para rebaixar e humilhar, a utilização de fotos do visado/a para a criação de personagens fictícias protagonistas de situações degradantes, ou a violência física, agressão com chapadas, pontapés e murros. Chegam a encher-lhe a boca de lama e a pisarem-lhe a cabeça, filmando todo o ocorrido que depois exibem no YouTube, o que, para o visado, constitui o cúmulo da humilhação. Normalmente guardam para si o ocorrido, não o revelando aos pais e, por isso mesmo, tornando-se cada vez mais introspectivos.
O estudo "Health Behaviour in School-aged Children" envolvendo 35 países e regiões maioritariamente europeus, aponta que cerca de 30 % dos jovens entre os 11 e os 15 anos reportam envolvimento em bullying, estando os rapazes mais envolvidos do que as raparigas, em todas as idades e que as últimas optam mais por formas de bullying indirecto como manipulação social e agressão verbal. Em Portugal são sempre os rapazes que mais referem serem vítimas de bullying. Comparativamente com os outros países envolvidos no estudo, os jovens Portugueses com 11 e 13 anos de idade colocam Portugal em 4º lugar no ranking da vitimização na escola. É uma classificação que não constitui motivo de orgulho. Talvez que a vida actual com todos os jogos dos telemóveis, game boxes, iPods e outros jogos electrónicos dos quais desconheço os nomes, torne os jovens de hoje mais introspectivos e por isso mesmo mais vulneráveis.
O alerta dos pais deverá ter a maior atenção quando os filhos começarem a falar de suicídio e a dizer sentirem-se deprimidos, pois poderá ser sinal que estão a ser alvo do “bullying” e que poderão mesmo levar a cabo esse propósito, como já alguns fizeram, por não aguentarem a pressão a que estão a ser sujeitos. ------------------------------------------------------------ Infelizmente o ocorrido na Escola Técnica Albertville – Realschule, em Realschule, em Winnenden, perto de Estugarda onde Tim Kretschmer, um ex-aluno, com 17 anos, invadiu a escola e matou nove estudantes e três professores, mais três pessoas antes de se suicidar, veio dar-me razão. Como também veio dar razão ao meu texto o facto do adolescente ter avisado pela Internet que tinha a intenção de cometer os crimes, por “ estar farto desta vida. Todos se riem de mim e ninguém reconhece meu potencial”. “Eu tenho armas e vou à minha ex-escola“, terá garantido o jovem, via Internet.
É um caso típico de “bullying”, que não foi atempadamente tomado em consideração, tal como não foi o meu texto acima, quando o publiquei domingo passado num blogue onde colaboro.
Sentado a um canto do restaurante, saboreando o café que acabava de beber, entretinha-me a ler um artigo de uma revista e a fazer horas para o regresso ao escritório.
“O que é que nos excita e nos provoca e estimula o interesse sexual?”
Será que agora só se pensa em sexo, ou serei eu que estarei a ficar demasiado velho para pensar nele? (interrogo-me).
“Cada pessoa é um mundo e enquanto a algumas são determinadas características que as excitam, a outras podem causar-lhe o efeito contrário, a perda do interesse sexual. Tanto podem ser problemas físicos, de personalidade ou atitudes.”
O homem está a perder o seu estatuto, já que a iniciativa passou a ser da mulher em muitos casos. A emancipação feminina, iniciada com o trabalho fora de casa, completou-se com a pílula anticoncepcional. (“marialvismo” meu? Possivelmente sim).
Continuo a ler:
“Quando se inicia uma relação, gera-se um processo de selecção. Neste processo ambos vão explorando compatibilidades e complementaridades. Pode ser que nem sequer se procure qualquer compromisso e que o interesse em conhecer alguém nem sequer tenha em mente o aspecto sexual, o que não impede que o mesmo possa vir a acontecer.”
O artigo é mesmo chato e acabo por pôr de parte a revista.
É então que reparo no casal da mesa ao lado, ainda em meio da refeição. Ela muito atraente, uma bela morena, na casa dos quarenta, altura em que a mulher atinge a sua plenitude. Ele talvez dez anos mais velho, nem tanto. Magro alto, mas não em demasia. Casaco e gravata, portanto todo o ar de dois colegas de trabalho.
Não sou “cusco”, mas sem querer dou comigo a ouvi-los.
M - Tens um problema a resolver, e hás-de resolvê-lo. És um homem muito atraente sob todos os aspectos, mas sabes que o desgaste e o passar do tempo num casamento dificultam as coisas e diminui o desejo.
H – Uma boa parte das nossas preferências são de índole cultural, mas nem todas.
Retomo a leitura. Acho indecente estar a ouvir as conversas dos outros.
“Na nossa atracção, ou rejeição, podem concorrer muitos factores, um simples aspecto, um pequeno detalhe, eventualmente uma parte da história da outra pessoa, que têm maior importância que tudo o resto e que as desencadeiam.”
Alto! A morena parou de comer e fita-o, olhos nos olhos.
M - É natural que num casal a mulher seja a mais afectada, sem se dar conta. Um de vocês tem que tomar a iniciativa e pelo que vejo, terás que ser tu.
Ele não responde, e deixa-a falar.
- Vejo-te muito ansioso com a falta de receptividade da outra parte, mas isso resolve-se conversando sobre o assunto.
Comecei a ver a questão, ou talvez não. Nós homens nunca compreendemos as mulheres.
Ela continua e ele, estúpido, ainda não percebeu que é ela que está profundamente interessada nele e que não o esconde.
M - A certa altura reparei no meu egoísmo...tu a quereres falar sobre o teu problema e eu sem dar conta disso. Mas se te puseres no meu lugar, entenderás que não é fácil a uma mulher que ama alguém, ouvir esse alguém falar de sexo e de ansiedade por outra mulher, mesmo que seja a sua. Por isso não te ouvi como devia ser...Problema meu, não teu, pois tu sempre foste muito directo, eu é que não entendi bem a questão (é caso para dizer que "o amor é cego").
Levantei-me e saí. Estou certo que ele finalmente acabou por compreendê-la, ou talvez não …
Há cerca de 40 anos o físico britânico Peter Higgs formulou uma teoria que defende que todo o espaço está ocupado por um campo e que é através da interacção com ele que as partículas constituintes da matéria adquirem a sua massa. O campo de Higgs deverá ter pelo menos uma nova partícula associada: o “bosão de Higgs”. Em termos teóricos, o bosão de Higgs não é bem uma partícula independente, mas apenas a manifestação da excitação do campo de Higgs que será a “barreira fantasma” que nos impede de compreender a verdadeira natureza da matéria. Será um campo no qual todo o Universo está mergulhado e, quando recebe energia, uma parte do campo transforma-se em partículas mediadoras de massa, nomeadamente no bosão de Higgs.
A esperança de encontrar o bosão de Higgs está no LCH, grande acelerador de colisões do CERN, que produz colisões entre protões e anti-protões com energias que vão até aos 14.000 GeV. No dia 10 de Setembro foram enviados 2 feixes de protões, em sentido oposto, cada feixe com uma espessura inferior à de um cabelo. Esperava-se não só identificar o bosão de Higgs como muitas outras partículas supersimétricas que desvendem todos os segredos da matéria. Uma paragem forçada devido a uma avaria provocada por uma ligação eléctrica defeituosa, já reparada, leva a esperar-se que o mesmo recomece a funcionar em finais de Setembro próximo. Após estar a funcionar em pleno, deve prosseguir sem interrupções, até Outubro de 2010.
É a isso que o “Big CERN Bang” vai procurar dar resposta. Mas vamos ter de esperar muito tempo por ela: as experiências geram dados que dão para fazer, por ano, uma pilha de CDs com 20 kms de altura!
A crise económica e financeira está a arrastar cada vez mais famílias para o sobre - endividamento e, nos dois primeiros meses deste ano, duplicou o número de pedidos de ajuda junto da DECO. Em Janeiro e Fevereiro, 2436 famílias pediram apoio, enquanto no mesmo período do ano passado, tinham recorrido 1176. São, essencialmente, famílias da classe média, com um rendimento mensal superior aos mil euros, que se dirigem ao Gabinete de Apoio ao Sobre - endividamento. Natália Nunes, jurista da DECO, considera que o crédito ao consumo tem cada vez mais peso no endividamento: “Estamos a falar praticamente de todos os profissionais: desde o administrativo até ao médico, do professor ao próprio advogado. São famílias cujos rendimentos são superiores aos mil euros mensais e estão multi-endividadas e que, em regra, têm entre três a dez créditos”. A jurista salienta que a maior parte das famílias quando pede ajuda é tarde demais, pois já têm processos a correr em tribunal. Quando lemos e ouvimos as intermináveis discussões sobre os escândalos financeiros, estamos a falar do passado. O presente chama-se desemprego, fome miséria, sonhos destruídos de muita gente à beira do colapso, sem dinheiro para pagar dívidas ou para educar os filhos.
Estou parado dentro do meu carro num sinal vermelho, com os vidros fechados e o carro trancado. Sou abordado por um indivíduo que me aponta uma arma e me manda sair do carro. Como tenho licença de porte de arma e ando sempre com o revolver junto à alavanca de mudanças, dou-lhe um tiro no rosto através do vidro e mato-o. Vem a polícia e leva-me preso, porque não posso fazer justiça pelas minhas próprias mãos.
Concordo. Não estamos no Far West, somos uma sociedade civilizada e tolerante. Tão tolerante que ao fim de 13, ou 19 anos, dois moçambicanos esperam que lhe façam justiça: - trabalhavam numa firma portuguesa em Moçambique e foram convencidos a vir para Portugal, onde teriam um curso de reciclagem e ganhariam mais. Pois, pois, trabalhavam 12h/dia e ganhavam 35€ mensais. Não podiam regressar a Moçambique porque os patrões tinham-lhe retirado os passaportes. Conseguiram finalmente levar os patrões a tribunal e pedem uma indemnização de 90.000€. Continua a escravatura.
Os jornais não falaram no assunto. Pois não. Impera o “His master’s voice”. O PR lá teve as suas razões quando vetou a lei do pluralismo e da concentração social, impedindo assim o Governo, governos regionais ou autarquias de serem proprietários de órgãos de comunicação, à excepção do serviço público de rádio e televisão, a RTP. Mas “eles” voltarão à carga…
Voltando à minha história: o melhor é dar o carro, novinho em folha, ao senhor ladrão e passar a utilizar os transportes colectivos. Afinal é um insulto, em plena crise comprar um carro novo.
Não sei se é um artigo interessante, mas depois de ler o post do Peter sobre a sexualidade, virtual ou não – sobre esta problemática já escrevi algumas vezes –, apeteceu-me escrever sobre o cada vez maior número de pessoas que optam por viver sozinhas.
Originários de famílias ditas normais, alguns de nós, independentemente da faixa etária ou sexo, procurou de alguma maneira estabelecer relações afectivas duradouras. Uns conseguimos, outros não. Dos que conseguimos, uma boa parte deseja ou gostaria de arquivar a monogamia e deixar-se levar pelas seduções possíveis (ou impossíveis) e passar ao (s) acto (s). Uma outra parte segue mesmo para bingo e depois… há… os (as) mentiroso (as).
Independentemente da opção que escolhemos, muitos somos, também, aqueles que, falidas que foram as tentativas de constituir uma família mais comum (ou não?) – ou porque fomos observando as falências alheias –, muitos somos, dizia eu, os que optamos por estar sozinhos. Optamos por chegar a casa e não ter chatices, a não ser o que fazer para o jantar ou como nos entretermos sem ficarmos feitos idiotas, agarrados ao comando da TV.
Esta é uma realidade curiosa. Cada vez temos menos tempo para estar com alguém que nos contrarie. Cada vez nos apetece menos perguntar, ou que nos perguntem o que vamos comer. E, no entanto, cada vez mais, falamos de solidão. E cada vez mais, falamos da solidão das crianças e dos idosos. E da falta de opções de lazer para as famílias.
Curiosamente, ou não, na net todos somos românticos (e trôpegos). O número de poemas, artigos, comentários, fotos, etc., subordinados ao tema do amor e da paixão, é imenso. Curiosamente, ou não, preocupamo-nos – uns mais, outros menos – com os “casamentos” de homossexuais, problemática que atingiu laivos de histerismo, quando muitos de nós não consegue, porque sim ou porque não, manter as suas relações.
“A novela dos bancos privados portugueses vai de vento em popa, por entre ex-administradores amnésicos, remunerações injustificadas, off-shores que são autênticos “triângulos das Bermudas” ou depósitos a prazo que afinal não o eram. O enredo tem todos os ingredientes de um “film noir”, e é, com toda a certeza, um puro caso de polícia. A crise internacional pode ter sido o empurrão que ninguém esperava, mas tudo leva a crer que o castelo já era de cartas e que aprendizes de Bernard Madoff não existem só nos stados Unidos. O público nunca saberá, e o Estado tardará a saber, quanto vai custar aos cofres da nação a reiterada irresponsabilidade especulativa de um punhado de gente errada, que estava no sítio errado à hora errada. Face ao descalabro de alguns bancos, que ameaça fazer alastrar uma onda de pânico para os restantes (mesmos os sérios, que também os há), o Estado nacionalizou o BPN, e prepara-se para deixar cair o BPP. A indignação alastra. No caso do BPP, porque os seus depositantes não são cidadãos com menos direitos do que os do BPN, e porque mandá-los reclamar para a Justiça é o mais cobarde de todos os escapes, quando era ao supervisor estatal que cabia ter impedido que produtos de alto risco fossem vendidos sob a falsa capa de inocentes depósitos a prazo, brincando desonestamente com quem confiou que o BPP era melhor que o colchão lá de casa. No caso do BPN, contra os 1800 milhões de euros ali injectados: 180 euros por cada português, umas centenas, portanto, por cada família. Era preciso, a bem do sistema? Não se sabe. O que apetece perguntar é por que razão quem já deve, legal e esforçadamente, a outro banco, tem agora que contribuir involuntariamente para este.
Não resisto, no meio disto tudo, a deixar uma sugestão. Repare-se que o Estado dá – e a fundo perdido – o nosso (dos contribuintes) dinheiro a bancos que não o merecem. Ora, porque é que o Estado não nos dá, a nós, esse dinheiro, deixando que, com ele, muitas e muitas famílias amortizem parte das dívidas que contraíram junto desses mesmos bancos? Para quem dá, é indiferente a quem dá; para quem recebe, é indiferente de onde recebe: o Estado dava, os bancos recebiam, mas ao menos as pessoas, através do abate da ajuda estatal aos seus montantes particulares de dívida, passariam a dever menos e a viver um pouco melhor. A proposta é financeiramente lunática? Pense bem, Sr. Primeiro-Ministro! Politicamente, não haveria quem se lhe pudesse opor. Render-lhe-ia muitos votos, e até talvez dispensasse o ministro Santos Silva de ter que “malhar na direita” para triunfar no Outono.”
(José Miguel Sardica - Professor da Universidade Católica Portuguesa - in Página1 - Jornal Online)
Aqui há tempo vi dois artigos interessantes sobre o assunto e ocorreu-me escrever algumas considerações para publicar aqui no blogue. O tempo passou e nunca mais me lembrei do assunto, nem onde os lera. A publicação numa revista do artigo "Sexo sem segredo", onde é entrevistada a autora de um blogue que sempre tem constado dos nossos links, levou-me a relembrar o lido há meses e também a acrescentar algumas considerações.
Têm-se generalizado as conversações eróticas através do MSN, muitas vezes por iniciativa feminina. É seguro, não há o perigo de se contraírem doenças venéreas, não existem compromissos, a imaginação é fértil em falar de situações que, na maior parte dos casos e por motivos vários, que me dispenso de analisar exaustivamente, nunca foram vividas e gostariam de o ser, pode atingir-se o pico da excitação, mas sabe a pouco. Há quem goste e o pratique, mas eu só o entendo num relacionamento de que esta prática seja um complemento.
Com a mulher a ocupar cada vez mais, altos cargos directivos e a colocar a progressão na carreira em primeiro lugar, surgem os “casos” de duração maior ou menor, que satisfazem as necessidades sexuais, de afecto e companhia, mas que estarão sempre em segundo plano quando ela tem de optar por uma reunião profissional importante.
Os blogues a que se refere o artigo em questão, mais não são que o prolongamento virtual, ou vice-versa, dos inúmeros livros que pululam por aí, escritos por adolescentes, ou por respeitáveis donas de casa, que assim vão mantendo uma vida dupla e insuspeita.
O que não resta a mínima dúvida é que, cada vez mais, o mundo é das mulheres.
Um sudanês foi obrigado a casar-se com uma cabra, depois do dono da mesma o ter surpreendido a ter relações com o animal. Alifi, o dono do caprino, levou o caso para ser apreciado por um conselho de idosos da vila onde reside e a assembleia decidiu que o indivíduo deveria não só pagar uma indemnização de 45 € a Alifi, como casar-se com a cabra.
«— Porque não fica cá esta noite? A viagem para o Porto ainda me levaria umas duas boas horas, era sábado, eu sentia-me em boa forma e ela parecia agora uma voluptuosa huri do Profeta a acenar-me do Paraíso, entre as volutas de fumo na meia-luz do aposento.
Disse-lhe logo que sim, que tinha todo o prazer. E tive, devo reconhecê-lo.»
Uma estória leve e divertida com um notável suspense.