Grande acelerador de colisões do CERN
Há cerca de 40 anos o físico britânico Peter Higgs formulou uma teoria que defende que todo o espaço está ocupado por um campo e que é através da interacção com ele que as partículas constituintes da matéria adquirem a sua massa. O campo de Higgs deverá ter pelo menos uma nova partícula associada: o “bosão de Higgs”. Em termos teóricos, o bosão de Higgs não é bem uma partícula independente, mas apenas a manifestação da excitação do campo de Higgs que será a “barreira fantasma” que nos impede de compreender a verdadeira natureza da matéria. Será um campo no qual todo o Universo está mergulhado e, quando recebe energia, uma parte do campo transforma-se em partículas mediadoras de massa, nomeadamente no bosão de Higgs.
A esperança de encontrar o bosão de Higgs está no LCH, grande acelerador de colisões do CERN, que produz colisões entre protões e anti-protões com energias que vão até aos 14.000 GeV. No dia 10 de Setembro foram enviados 2 feixes de protões, em sentido oposto, cada feixe com uma espessura inferior à de um cabelo. Esperava-se não só identificar o bosão de Higgs como muitas outras partículas supersimétricas que desvendem todos os segredos da matéria.
Uma paragem forçada devido a uma avaria provocada por uma ligação eléctrica defeituosa, já reparada, leva a esperar-se que o mesmo recomece a funcionar em finais de Setembro próximo. Após estar a funcionar em pleno, deve prosseguir sem interrupções, até Outubro de 2010.
É a isso que o “Big CERN Bang” vai procurar dar resposta. Mas vamos ter de esperar muito tempo por ela: as experiências geram dados que dão para fazer, por ano, uma pilha de CDs com 20 kms de altura!
10 Comentários:
Impressionante, a máquina!
Todo o espírito de Descartes
perpassa nessa suprema experiência
em busca de partículas possíveis!
vbm
Repara no tamanho do homem entre os dois passadiços amarelos.
Comprei ontem um livro que estava esgotado e que te deve interessar:
"O Tao da Física", de Fritjof Capra, Editorial Presença. Uma exploração dos paralelos entre a física moderna e o misticismo oriental.
Hum... não sei, tenho alguma reticência na aproximação dos esoterismos à física quântica. No fundo, atenho-me a só aceitar uma narrativa objectual das coisas do mundo, a recusar explicações teleológicas ou antropomórficas, salvo as que postulem o que haja de ser um ponto de vista qualquer, portanto, algo abstracto recobrindo todo e qualquer mundo possível.
Caro Peter,
Depois de ler este teu post, a minha mais absoluta ignorância sobre o tema manifesta-se clamorosamente... e incomoda-me.
Como eu queria entender esse mundo!
Quem sabe com o tempo!
Um abraço
Já também falei sobre isto no meu blogue .
Tudo de bom.
é incrível mesmo!!!
ainda a pouco tempo estava a conversar sobre isto com uns colegas.
Meg
Há um aspecto que me fascina: os possíveis pontos de contacto entre o misticismo oriental e a física moderna.
São
Não conheço o teu blogue, irei espreitá-lo. Em 10 de Setembro 2008,quando o LCH iniciou o seu funcionamento, publiquei um "post" sobre os bosões, que são 14 ao todo – até ver… (os 8 gluões, o fotão, os três W, os eventuais gravitão e o bosão de Higgs ainda por descobrir). O post intitulava-se: “Em busca do bosão de Higgs”.
escarlate.due
Também não conheço o teu blogue. Irei procurar conhecê-lo.
Esperemos que agora o LCH cumpra eficazmente o seu trabalho até Outubro de 2010
Peter
A máquina existe mas duvido que funcione.
É aquele cepticismo natural que antece cada grande descoberta.
Abraço
Silêncio Culpado
Esperemos que funcione, embora já tenha sido contestada por poder originar a criação de ínfimos "buracos negros"!
O grande público levará anos a tomar conhecimento dos resultados obtidos e das conclusões tiradas.
Abraço
poesia. pura...
sem outra "função" não tivesse. por mim valia.
abraços
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