«Não sei se precisamos de notícias; precisamos,
certamente, de saber. O jornal apaga os passos
que foi dando, ficando à espera de que haja mais.
O espaço vazio é mero arquivo. Decorrido um
ror de tempo nessa aventura (tendo-lhe eu, entretanto,
pago uma fortuna), as notícias sempre e sempre,
vai tornando o saber mais evasivo. «Não sei que
pensar», não é certamente um objectivo.»
:)
Maria Gabriela Llansol, O começo de um livro é precioso
Assírio & Alvim, Lisboa, 2003, p.103
Etiquetas: literatura, v
3 Comentários:
Tenho andado à procura dum livro que tenho dela, mas não o consigo encontrar.
Era uma das tuas autoras predilectas. Leitura difícil e por vezes complicada.
"as notícias sempre e sempre, vão tornando o saber mais evasivo"
É um facto.
:) Sim, ela é um bocado esotérica, ou melhor, usa uma "private language" que quase, quase não, requer mesmo um dicionário! Mas, aquilo que percebo, é notabilíssimo.
Este enunciado sobre o efeito deletério da enxurrada das notícias dos jornais, em que se gasta uma fortuna, para no final se concluir: - «Não sei o que pensar...» denuncia magistralmente a praga do nosso tempo, a comunicação social empenhada em transformar os cidadãos em chapados idiotas.
Sim, o texto é notável.
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