domingo, março 29



«Não sei se precisamos de notícias; precisamos,
certamente, de saber. O jornal apaga os passos
que foi dando, ficando à espera de que haja mais.
O espaço vazio é mero arquivo. Decorrido um
ror de tempo nessa aventura (tendo-lhe eu, entretanto,
pago uma fortuna), as notícias sempre e sempre,
vai tornando o saber mais evasivo. «Não sei que
pensar», não é certamente um objectivo.»

:)


Maria Gabriela Llansol, O começo de um livro é precioso
Assírio & Alvim, Lisboa, 2003, p.103

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3 Comentários:

Às 31 março, 2009 16:16 , Blogger Peter disse...

Tenho andado à procura dum livro que tenho dela, mas não o consigo encontrar.
Era uma das tuas autoras predilectas. Leitura difícil e por vezes complicada.

"as notícias sempre e sempre, vão tornando o saber mais evasivo"

É um facto.

 
Às 31 março, 2009 22:54 , Blogger vbm disse...

:) Sim, ela é um bocado esotérica, ou melhor, usa uma "private language" que quase, quase não, requer mesmo um dicionário! Mas, aquilo que percebo, é notabilíssimo.

Este enunciado sobre o efeito deletério da enxurrada das notícias dos jornais, em que se gasta uma fortuna, para no final se concluir: - «Não sei o que pensar...» denuncia magistralmente a praga do nosso tempo, a comunicação social empenhada em transformar os cidadãos em chapados idiotas.

 
Às 01 abril, 2009 00:20 , Blogger Peter disse...

Sim, o texto é notável.

 

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