conversas de xaxa
"Amar esta sombra que desliza e que é talvez já a presença que nos foge" (António Ramos Rosa)
sábado, janeiro 31
sexta-feira, janeiro 30
A justiça americana ...
Os Stella Awards são prémios conferidos anualmente aos casos mais bizarros de processos judiciais nos Estados Unidos.
Têm este nome em homenagem a Stella Liebeck, que derramou café quente no colo e processou, com sucesso, o McDonald's, recebendo quase 3 milhões de dólares de indemnização...
Desde então, os Stella Awards existem como instituição independente, publicando e 'premiando' os casos de maior abuso do já folclórico sistema judicial norte-americano.
Este ano, os vencedores foram:
> 5º lugar (ex-equo /empatados):
* Kathleen Robertson, de Austin, Texas, recebeu 780.000 dólares de indemnização duma loja de móveis, por ter partido o tornozelo ao tropeçar numa criancinha que corria solta na loja. A criança descontrolada era o próprio filho da sra Robertson...
* Terrence Dickinson, de Bristol, Pensilvânia, estava saindo pela garagem duma casa que acabara de roubar. Não conseguiu abrir a porta da garagem, porque o sistema automático tinha defeito. Não conseguiu entrar de volta na casa, porque a porta já se fechara por dentro. A família estava de férias e o sr. Dickinson ficou trancado na garagem por 8 dias, comendo ração para cães. Processou o proprietário da casa, alegando que a situação lhe causou profunda angústia mental. Recebeu 500.000 dólares de indemnização.
> 4º lugar:
* Jerry Williams, de Little Rock, Arkansas, foi indemnizado com 14.500 dólares, mais despesas médicas, depois de ter sido mordido pelo beagle do vizinho. O cão estava preso, do outro lado da cerca, mas ainda assim reagiu com violência quando o sr. Williams pulou a cerca e disparou repetidamente contra ele, com uma pressão de ar...
> 3º lugar:
Um restaurante de Filadélfia foi condenado a pagar 113.500 dólares a Amber Carson, de Lancaster, Pensilvânia, por ela ter escorregado e fracturado o cóccix. O chão estava molhado porque, segundos antes, a própria Amber Carson tinha atirado um copo de refrigerante contra o namorado, durante uma discussão.
> 2º lugar:
* Kara Walton, de Claymont, Delaware, processou o proprietário duma casa de diversão nocturna por ter caído da janela da casa de banho, partindo os dois dentes da frente.
Tentava escapar do bar sem pagar a despesa de 3,50 dólares. Recebeu 12.000 dólares de indemnização, mais despesas dentárias...
> E o vencedor:
O grande vencedor do ano foi o sr. Merv Grazinski, de Oklahoma City, Oklahoma.
O sr. Grazinski tinha acabado de comprar um Chrysler Motorhome Winnebago automático e regressava sozinho dum jogo de futebol.
Na estrada, activou o 'cruise control' do carro para 100 km/h , abandonou o banco do motorista e foi para a traseira do veículo preparar um café.
Como era de esperar, o veículo despistou-se, bateu e capotou. O sr. Grazinski processou a Chrysler por não explicar no manual que o 'cruise control' não permitia que o motorista abandonasse o volante. O júri concedeu-lhe a indemnização de 1.750.000 dólares, mais um Chrysler novo do mesmo modelo.
A construtora mudou todos os manuais de proprietário a partir deste processo, para se acautelar contra qualquer outro atrasado mental que comprasse um Chrysler.
(recebido por e-mail)
quinta-feira, janeiro 29
«Rei voraz com o próprio povo,
é sobre nulidades que tu reinas.»
(Ilíada, I.231)
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quarta-feira, janeiro 28
Freeport & Carlyle
A economia, como dizia Keynes,
não é uma ciência; se fosse,
já não haveria miséria e
subdesenvolvimento.
Contudo, é uma disciplina lógica.
Ora, a transferência de fundos
para uma offshore, detectado
pela Carlyle, após ter
comprado o
Freeport,
- explicado como pagamento
de comissão de negócio,
sem contrato nem
documento -,
é operação ilógica
se não beneficiarem de tal
comissão, quer o recebedor
quer o pagador da mesma!
Seguir o rasto do dinheiro
é sempre a mais frutífera
das investigações policiais.
terça-feira, janeiro 27
BLOG
“Portugal habituou-se a viver no meio da falta de credibilidade nos negócios, na política, na justiça. A palavra de ordem, num país onde o carácter e a aldrabice não conhecem fronteiras, é DESCONFIAR SEMPRE.”
(Francisco José Viegas in CM 26.01.2009)
segunda-feira, janeiro 26
Na rádio, na televisão, na imprensa
todos falam em uníssono do arriscado
endividamento externo do país.
E, no entanto, há seis meses atrás
ninguém sobre isso dizia uma palavra!
Haverá prova mais flagrante
da nossa mediocridade
do que só nos apercebermos
da nossa situação, depois
dos outros a revelarem?
Em boa verdade, há que ser justo;
quer Medina Carreira, quer Cavaco Silva,
tinham alertado para esse desequilíbrio,
o primeiro enfatizando a diferença de juros
entre os empréstimos que contraímos e os
que concedemos, pelo que é incoerente
subtraír os seus montantes para se
medir o endivídamento líquido;
o presidente, esse denunciou a mistificação
do crescimento do PIB que esconde a efectiva
diminuição anual do RN (Rendimento Nacional),
o qual se mede pelo PIB menos os juros e
dividendos que crescentemente se pagam
aos estrangeiros.
Ora isto é grave porque, além da confiança
na honestidade de processos do governo
- e é discutível o apoio aos intermediários
puramente financeiros, sem base produtiva -,
é necessário que o governo esteja munido
de gente competente e não de políticos
que só acordam para os problemas reais
quando os estrangeiros os sacodem.
domingo, janeiro 25
Eis um poema de Torga
que conheci e recolhi
n'aluaflutua :);
mostra bem
o modo vero
de comunicar
e amar.
Terra Maninha
Se é um poema fraterno que pedis,
Arrancai-o de mim, escavando-lhe a raiz,
E plantai-o no vosso coração.
Nunca pegou nenhum? Tão infeliz
Era o terreno da plantação!
Miguel Torga
in Poesia Completa
Ed. D. Quixote, 2000
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sábado, janeiro 24
O lado positivo da mega-fraude de Madoff (a involuntária mão da Justiça)
O quinto ponto é que os conselheiros de investimento dos bancos de topo na Europa, na Ásia e nos EUA, que gerem milhares de milhões de fundos, não dedicaram a mais elementar atenção à actividade de Madoff.
O resultado é a total perda de confiança nos principais bancos e instrumentos financeiros assim como o descrédito geral do 'saber dos especialistas'.
O sexto ponto é que, como a maior parte do dinheiro roubado por Madoff era proveniente das classes superiores em todo o mundo, a sua acção reduziu as desigualdades – ele é o 'maior nivelador' desde a introdução do imposto progressivo sobre rendimentos.
Pode encontrar-se um sétimo ponto no facto de que Madoff demonstra que o capital financeiro não respeita nenhuma das crenças da vida quotidiana: grandes e pequenos, sagrado e profano, tudo está subordinado à regra do capital.
Em oitavo, entre os muitos investidores arruinados de Nova Iorque e Nova Inglaterra, há uma série de mega-proprietários de bairros de lata (barões imobiliários), donos de fábricas exploradoras (fabricantes de elegante vestuário de marca e de brinquedos) e outros que quase não pagavam o salário mínimo aos seus trabalhadores, mulheres e imigrantes, expulsavam inquilinos pobres e espoliavam de reformas os seus empregados antes de transferirem a sua actividade para a China.
Por outras palavras, a fraude de Madoff foi uma espécie de retribuição 'divina' secular por crimes passados e presentes contra os trabalhadores e os pobres.
O ponto número nove é que Madoff desferiu um sério golpe contra os anti-semitas que afirmam que há uma 'conspiração judaica de trama cerrada para vigarizar os gentios', fazendo com que esta ficção jaza em paz duma vez por todas.
Bernie era discriminativo na aceitação de clientes, mas fazia-o com base na sua riqueza e não na sua origem nacional, raça, religião ou preferência sexual. Defraudou o banco anglo-chinês HSBC em mil milhões de dólares e o ramo holandês do banco belga Fortes em vários milhares de milhões. O Royal Bank da Escócia, o banco francês BNP Paribas, o banco espanhol, Banco Santander, o japonês Nomura, em 1,4 mil milhões de dólares; para não falar dos hedge funds em Londres e nos EUA, que reconheceram ter acções no Bernard Madoff Investment Securities.
O décimo ponto é que a burla de Madoff provavelmente vai provocar uma maior auto-crítica e uma atitude mais desconfiada dos judeus menos dispostos a confiar em corretores só porque eles são zelosos apoiantes de Israel e generosos contribuintes para o financiamento de sionistas.
O 11º e último ponto é que o fim da iniciativa de Madoff e das suas abastadas vítimas judias liberais afectarão desfavoravelmente as contribuições para as 52 principais organizações americanas judaicas. Isto pode fazer com que o Congresso abra um grande debate sobre a política do Médio Oriente sem os habituais ataques de alto gabarito.
Em poucos dias, um só indivíduo, Bernard Madoff, desferiu contra o capital financeiro global, a Wall Street e a agenda prioritária do lobby sionista americano/Israel, um golpe maior do que toda a esquerda americana e europeia em conjunto durante os últimos cinquenta anos!
O original encontra-se em:
http://petras.lahaine.org/articulo.php?p=1769&more=1&c=1
por James Petras - Tradução de Margarida Ferreira.
sexta-feira, janeiro 23
Bernard Madoff: o novo "ROBIN DOS BOSQUES"?
O corrector de Wall Street, Bernard ('Bernie') Madoff, ex-presidente da NASDAQ, investidor apreciado e respeitado, confessou ter montado a maior burla da história, uma fraude de 50 mil milhões de dólares.
Bernie era conhecido pela sua generosa filantropia, em especial para com as causas sionistas, judaicas e israelitas. Durante quase quarenta anos arranjou uma clientela, que chegou a incluir alguns dos maiores bancos e casas de investimento na Escócia, Inglaterra e França; assim como “hedge funds” (grandes fundos de investimentos a prazo) nos Estados Unidos. Os clientes de Bernie incluíam muitos multi-milionários e bilionários da Suíça, Israel e outros sítios.
Madoff partilhava com os seus clientes super-ricos (judeus e gentios) um estilo de vida comum à classe alta, e uma mistura de filantropia cultural com especulação financeira moderada.
A grande fraude
O fundo de investimentos de Madoff só lidava com uma clientela limitada de multi-milionários e bilionários que mantinham os seus fundos durante um longo período de tempo; os levantamentos ocasionais eram limitados em valor e eram facilmente cobertos pela entrada de novos fundos de novos investidores que se esforçavam por ter acesso à gestão de dinheiro de Madoff. Madoff não era nenhum Robin dos Bosques, as suas contribuições filantrópicas e caritativas facilitavam-lhe o acesso aos ricos e abastados que tinham assento nos conselhos das instituições beneficiadas e provavam-lhes que era 'um deles', uma espécie de 'íntimo' super-rico da mesma classe de elite.
O lado positivo da mega-fraude de Madoff (a involuntária mão da Justiça)
Primeiro que tudo, a fraude de mais de 50 mil milhões de dólares pode significar uma grande dentada no financiamento sionista americano de ilegais povoamentos coloniais israelitas nos Territórios Ocupados. A maior parte dos investidores vai ter que reduzir ou eliminar a sua compra de títulos de Israel, que subsidiam o orçamento militar do estado judaico.
Em segundo lugar, a burla ainda desacreditou mais os “hedge funds” altamente especulativos que já se encontravam vacilantes por causa de levantamentos maciços devidos a profundos prejuízos.
Em terceiro lugar, a fraude de grande escala e de longa duração de Madoff não foi detectada pela Comissão de Títulos e Câmbios (SEC), o fracasso da SEC demonstra a incapacidade dos organismos reguladores do governo capitalista em detectar mega-fraudes.
Em quarto lugar, a associação de longa data de Madoff com a NASDAQ, incluindo a sua posição de presidente, enquanto ia defraudando os seus clientes em milhares de milhões, indica fortemente que os membros e os dirigentes desta bolsa de valores são incapazes de reconhecer um escroque, e tendem a fazer vista grossa a 'um dentre eles'.
Após Madoff, é talvez altura de procurar um colchão tamanho grande para
guardar em segurança o que resta da riqueza familiar.
(continua)
quarta-feira, janeiro 21
The first day
Hoje é o 1º dia do 44º Presidente dos EUA Barak H. Obama. Foi uma festa bonita que eu não podia perder e de facto até cancelei compromissos para poder assistir em directo.
Gostei, fiquei bem disposto e bem gostaria que tal acontecesse em Portugal onde os responsáveis políticos são recebidos sem entusiasmo, quando não com vaias e assobios. Não sei se os nossos “media” e a segurança dos políticos não têm também responsabilidades. É desagradável ver os políticos a fugirem dos microfones, como o diabo foge da cruz. Muitas vezes também as perguntas que fazem nada têm a ver com o assunto e muitas vezes as manifestações e assobios nada têm de espontâneas e são promovidas pelo PCP que pretende ganhar na rua uma importância política que não consegue nas urnas.
Mas temos liberdade, dirão. Liberdade de quê? De não trabalhar porque não há emprego? De não comer porque o dinheiro só dá para 1/3 do mês? De não estudar porque os professores estão em greve? De esperar anos por uma Justiça que, quando chega e se o réu é pessoa de posses lhe permite através de recursos e outras manobras legais ir protelando indefinidamente o julgamento? De morrer à espera de chegar a sua vez de ser operado?
Como é que querem que andemos satisfeitos? Claro que isso é de somenos importância, uma vez que todos já sabemos o resultado das eleições. Nem vale a pena o 1º ministro preocupar-se.
Também não sei o que aqui ando a fazer: tenho de ter o maior cuidado com o que escrevo, senão corro o risco de me levarem a tribunal. Os blogues, a curto prazo, ficarão entregues aos poetas já que a política, aquilo que nos interessa e que afecta as nossas vidas, as injustiças que se cometem, as ilegalidades, as sinecuras, os escândalos financeiros … tudo isso circula na NET através de pps e e-mails, tal como antes de 1974 as pessoas, em ajuntamentos de não mais que duas, procuravam uma mesa afastada dum café, olhavam à volta e contavam a última anedota política.
terça-feira, janeiro 20
RIP
Hoje João Aguardela vai ter outra morada.
Dizem que definitiva. Não sabemos, nem isso é para aqui chamado.
Conheci o João há anos ainda na fase pré-Sitiados. Devo dizer que gostava mais desse som do que aquele que tornou a banda conhecida.
Depois, apenas o via nas sessões de promoção na TV.
Morreu, vítima de cancro.
Dizer que teve uma grande importância para a música portuguesa é, talvez, excessivo.
No entanto cumpriu uma função artística que muitos jamais conseguirão: entreter sem ser piroso. Ser divertido sem ser ordinário.
Goste-se ou não do género, foi um momento interessante na Pop portuguesa.
Sobre o João pouco se disse até agora, pelo menos nas televisões. A
penas breves referência à sua passagem pelos seus projectos.
Vale a imprensa.
É o que dá não estar visível. Ou seja, estar a dar música aos miúdos nos Morangos ou outra telenovela do género (será que há?).
Isto faz-me lembrar o funeral daquele miúdo, actor (?) recente dos Morangos.
O festival montado em torno deste actor (?) faria pensar que estávamos perante um fenómeno cultural de grande monta, ao nível de um Rui de Carvalho (que possa viver ainda muitos anos e a trabalhar).
Não era o caso.
Um puto que ascendeu à fama por ser uma personagem bonita de um programa medíocre, morreu num acidente, e com ele um amigo, devido ao alegado excesso de lcool e drogas.
E depois?
Lamento, como lamento a morte do meu primo por overdose e mais aquele amigo e mais aquele outro indivíduo, todos anónimos. Nada mais.
A importância cultural deste miúdo, de quem nem me lembro o nome, é nula e ponto.
O João Aguardela, sem ser um grande vulto, merecia, talvez um pouquito mais.
Afinal ainda estava no activo e com um projecto com alguma visibilidade.
Enfim, paz às suas almas.
Às tantas estão ambos a rir-se destas palermices com que nós, os vivos, ainda perdemos tempo.
(Foto retirada do Google)
segunda-feira, janeiro 19
O armário
Para não dizerem que só lhes dou “xaropadas”:
Uma senhora vai ao Ikea comprar um armário novo. Para que lhe saia mais barato,compra um em kit.
Ao chegar a casa, monta-o e fica perfeito.
Nesse momento passa o comboio (ela mora junto à estação de comboios) e o armário desmonta-se todo.
Monta novamente o armário. E este volta a cair com o passar do comboio.
À terceira tentativa falhada, telefona para a Ikea e exige a presença de um técnico.
O técnico chega, monta o armário e, quando passa o comboio, desmonta-se todo.
O técnico monta novamente o armário, passa outro comboio e armário novamentedesmontado.
Então, o técnico tem uma brilhante ideia:
- Escute, minha senhora, eu vou montar novamente o armário, meto-me lá dentro e espero que passe o comboio para ver porque é que o armário se está a desmontar.E assim fez.
Nisto o marido entra no quarto e diz:
- Querida, que armário tão bonito! - e abre a porta.
Ao ver o técnico da Ikea pergunta:
- O que é que você faz aí?
Este responde:
- Estou quase tentado a dizer-lhe que vim comer a sua mulher. Porque, se lhe digo que estou à espera do comboio, não vai acreditar.
domingo, janeiro 18
Sim, este ano celebra-se a Astronomia entre as nações!
E o que os astrónomos têm observado com os seus radio-telescópios
deixa-nos a todos atónitos com a imensidão do universo.
Já as explicações de como ele terá e estará a evoluir
deixam muito a desejar e são francamente
questionáveis: 96% do universo
ser matéria não-estelar,
não-atómica
é de bradar aos céus!
- passe a ironia :)
Mas eu gosto é de contrapor à grandeza do cosmos
a in-finita questionabilidade da res cogitans, nela
incluida a imensidão da 'res desiderandum',
à qual o universo pode mostrar
a sua olímpica indiferença
em todo caso, comparável ao nosso recíproco
alheamento pelo seu destino,
desde que inconforme
à nossa felicidade.
Exemplifico esse duelo
com
Um verso
Um verso. Nada mais que um verso cintinlante
contra o equilíbrio cósmico e a expansão do universo
na cauda do cometa mais errante
no coração do espaço e seu avesso
uma sílaba cantante
um verso.
Para além dos buracos negros e das linhas interestelares
um som no espaço
um eco pelos ares
um timbre um risco um traço.
Um som de um som: alquimia
de signos e sinais
não mais do que outra forma de energia
imagens espectrais
de um sol inverso
um ponto luminoso dos fractais
um verso.
Manuel Alegre
in Senhora das Tempestades
Ed. D. Quixote, 1998
Imagem e poema in aluaflutua
Etiquetas: literatura, v
sábado, janeiro 17
Deus e César
«Provocaram alvoroço palavras do Cardeal Patriarca de Lisboa sobre as dificuldades que jovens católicas poderão encontrar num casamento com muçulmanos. Mas convém reparar noutras questões do diálogo inter-religioso com o Islão e que, directa ou indirectamente, estavam presentes na palestra de D. José Policarpo.
Uma dessas questões é a liberdade religiosa. São cordiais e tolerantes as relações entre a comunidade muçulmana em Portugal e a Igreja Católica. Mas em países islâmicos que aplicam a lei muçulmana, a “sharia”, não existe liberdade de culto para as outras religiões.
Em vários desses países um muçulmano que se converta a outra religião é considerado um criminoso e castigado como tal.
Não existe aí uma clara demarcação entre religião e Estado. O problema já se pôs no cristianismo, mas foi, felizmente, ultrapassado, cumprindo as palavras de Cristo: dai a Deus o que é de Deus e a César o que é de César.
Talvez seja politicamente incorrecto chamar a atenção dos muçulmanos para a falta de liberdade religiosa em muitos países islâmicos. Mas é um ponto fundamental.»
«Francisco Sarsfield Cabral - Jornalista – “Ponto de vista” - Página 1 - Jornal Online jornalonline@pagina1.pt »
sexta-feira, janeiro 16
Blogues e blogues
Há blogues importantes, de gente importante. Há outros, como este, que é só “conversa de xaxa”. E por o ser, procurava cultivar-me, colocando nos links os blogues da gente importante.
Mas não dá, porque os seu autores são mesmo gente importante, que vive no Olimpo contemplando o seu umbigo e alimentando-se de ambrósia e mel. Não nos ligam “peva”, não permitem comentários ou quando os permitem, a censura prévia não os publica.
Felizmente que há excepções:
“ ... Entretanto tenho ultimamente frequentado a blogosfera. É uma “zona libertada” inesperada e saudavelmente respirável, onde quem, como eu, chega da sórdida Galáxia Gutemberg, a “popular” como a “de referência”, se reconcilia com a espécie. A blogosfera é o lugar onde hoje melhor se escreve e se pensa em português (…) E o facto de a maior parte dos blogues ser, julgo, escrita por gente com menos de 30 anos justifica uma réstia de esperança no futuro. ...”(Artigo de Manuel António Pina, “A esperança ainda”, publicado na revista VISÃO de 18DEZ03)
Mas não dá, porque os seu autores são mesmo gente importante, que vive no Olimpo contemplando o seu umbigo e alimentando-se de ambrósia e mel. Não nos ligam “peva”, não permitem comentários ou quando os permitem, a censura prévia não os publica.
Felizmente que há excepções:
“ ... Entretanto tenho ultimamente frequentado a blogosfera. É uma “zona libertada” inesperada e saudavelmente respirável, onde quem, como eu, chega da sórdida Galáxia Gutemberg, a “popular” como a “de referência”, se reconcilia com a espécie. A blogosfera é o lugar onde hoje melhor se escreve e se pensa em português (…) E o facto de a maior parte dos blogues ser, julgo, escrita por gente com menos de 30 anos justifica uma réstia de esperança no futuro. ...”(Artigo de Manuel António Pina, “A esperança ainda”, publicado na revista VISÃO de 18DEZ03)
Claro que me “estou nas tintas” para a gente importante, nem sequer me dá muito trabalho: basta aguardar que o Blogger funcione e é só apagar o link da gente importante.
Mas há muita gente não importante por aí, gente igual a mim e superior, que nos lêem, ou que têm blogues interessantes que nos deslumbram pelo seu grafismo e pelo seu conteúdo, que nos fazem rir ou sonhar, que vivem o dia a dia e moram connosco e não no Olimpo.
Esses sim, esses são sempre bem-vindos porque são meus irmãos.
quinta-feira, janeiro 15
PORTUGAL de hoje
"Portugal é hoje um paraíso criminal onde alguns inocentes imbecis se levantam para ir trabalhar, recebendo por isso dinheiro que depois lhes é roubado pelos criminosos e ajuda a pagar ordenados aos iluminados que bolsam certas leis".
(Barra da Costa, criminologista)
quarta-feira, janeiro 14
As esmeraldas...
Aviso que isto ficou enorme, o que é contrário à lógica da escrita para a NET. Logo se verá quem aguenta isto e se a coisa desperta ou não interesse.
No emaranhado de assuntos que apetece dissertar; guerra, crise económica, aumento despropositado dos combustíveis, etc., há um que desde a semana passada (tenho que respeitar o momento dos posts porque assim é que deve ser – até porque isto é intemporal e transversal ao quotidiano), escolho o “caso” Esmeralda, se é que é este o nome que deram à miúda.
Psicólogos e juristas conjecturam sobre o “caso” e opinam segundo as suas concepções e escolas.
Todos avaliam o que é o interesse soberano da criança.
Há dias assisti a um debate interessante em que participou o Nuno Lobo Antunes que se esgrimiu com um outro pedopsicólogo que, aparentemente, estava demasiado envolvido emocionalmente com o “caso”, e do qual, aparentemente, pouco sabia de facto.
Ou seja, tinha algum conhecimento mas não estava envolvido directamente.
E, entre tudo o que foi dito ficou-me a frase final deste médico (do qual não me recordo o nome, como sempre): “… espero que a criança consiga superar este trauma e não venha a fazer parte daquelas que encontram uma solução mais radical, como o suicídio...”. Não é textual mas o que realmente ele entende é que a Esmeralda pode vir a substituir o insuportável peso do ser pela queda livre para um abismo qualquer.
Lobo Antunes, que assumidamente não conhece em termos clínicos este “caso”, dizia que era direito do pai e da própria criança terem uma oportunidade de estarem juntos, conhecerem-se. Mais: que a Esmeralda já tinha até pedido na escola para aprender a escrever o apelido do progenitor.
Mas realmente o que é que se passa com a justiça e toda esta gente?
Que sabemos nós deste assunto?
Sabemos que uma mulher engravidou de um homem e que, sozinha, decidiu ter a criança. Sabemos que o homem duvidou da paternidade e que só a confirmou quando coagido a isso.
Sabemos que a mulher deu (?) para adopção a miúda a um casal que lhe poderia (e assim o fez), proporcionar uma vida equilibrada.
Sabemos que o pai resolveu assumir a paternidade e que levou o caso a tribunal.
Sabemos que o tribunal lhe atribuiu o poder paternal há anos e que só agora a ordem foi executado. Sabemos que ganhou uma indemnização.
Sabemos mais umas coisas.
O que não sabemos é o que realmente a criança quer.
Não sabemos o que está por detrás de tudo isto. Porque é que o pai decidiu de repente assumir a paternidade.
Será porque, ao confirmar essa realidade e ao tomar contacto directo com a criança, não resistiu à ideia de criá-la segundo os seus valores?
Será que ele se aproximou como progenitor e com o carinho que uma criança merece, ou melhor exige?
Se assim foi, porque é que os pais adoptivos desapareceram com a criança? Porque negaram essa realidade à Esmeralda que, certamente, um dia iria reclamar?
E a justiça? Alguém se lembrou de entender o que se passa de facto na cabeça desta miúda que, todos os dias, tem que enfrentar uma legião de outros miúdos. Mais os jornalistas, os psicólogos, os advogados. Ouvir as conversas, ser alvo de estratégias emocionais de ambos os lados.
A Esmeralda, ou lá como resolveram chamar-lhe, acaba por se constituir uma espécie de paradigma de todas as crianças que vivenciam estes duelos.
Sim, porque estas lutas egocêntricas acontecem todos os dias com miúdos cujos pais, nos seus divórcios, os envolvem nas quezílias próprias de quem não pensa neles e que só os teve por um mero acaso.
Acontecem sobretudo quando os pais chegam a casa das mães e são impedidos de os levarem para as suas visitas quinzenais.
Acontecem quando são compelidos a não querer ir. “Porque a mãe fica triste”, porque vai a uma festa, porque isto ou aquilo.
Agora digam, vocês que aqui chegaram: Acreditam realmente que é possível haver paz no mundo?
Se estas pessoas não se entendem o suficiente para dar alguma tranquilidade às SUAS crianças, como é que os povos se podem entender minimamente?
É que os países também são feitos destes “pequenos nadas”!
(Foto: Luiz Filipe Navarro)
terça-feira, janeiro 13
Será verdade?
Atentem lá nestas “coisas” que teriam sido publicadas (?) no Diário da República nº 255 de 6 de Novembro 2008:
EXEMPLO 1
No aviso nº 11 466/2008 (2ª Série), declara-se aberto concurso no I.P.J. para um cargo de "ASSESSOR", cujo vencimento anda à roda de 3500 EUR (700 contos). Na alínea 7:..."Método de selecção a utilizar é o concurso de prova pública que consiste na ... Apreciação e discussão do currículo profissional do candidato."
EXEMPLO 2
No aviso simples da pág. 26922, a Câmara Municipal de Lisboa lança concurso externo de ingresso para COVEIRO, cujo vencimento anda à roda de 450EUR (90 contos) mensais.
Método de selecção:
Prova de conhecimentos globais de natureza teórica e escrita com a duração de 90 minutos. A prova consiste no seguinte:
1. - Direitos e Deveres da Função Pública e Deontologia Profissional;
2. - Regime de Férias, Faltas e Licenças;
3. - Estatuto Disciplinar dos Funcionários Públicos.
Depois vem a prova de conhecimentos técnicos: Inumações, cremações, exumações, trasladações, ossários, jazigos, columbários ou cendrários.
Por fim, o homem tem que perceber de transporte e remoção de restos mortais.
Os cemitérios fornecem documentação para estudo. Para rematar, se o candidato tiver:
- A escolaridade obrigatória somará + 16 valores;
- O 11º ano de escolaridade somará + 18 valores;
- O 12º ano de escolaridade somará + 20 valores.
No final haverá um exame médico para apreciação das capacidades físicas e psíquicas do candidato.
ISTO TUDO PARA UM VENCIMENTO DE 450 EUROS MENSAIS!
Enquanto o outro, com 3,500!!! Só precisa de uma cunha.
Vale a pena dizer mais alguma coisa?
POR ESTAS E POR OUTRAS, É QUE EXISTEM COVEIROS CULTOS E ASSESSORES ESTÚPIDOS.
segunda-feira, janeiro 12
É muito grande a felicidade dos locutores de televisão!
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domingo, janeiro 11
Man Ray, imagem in Modus Vivendi
O corpo nunca é triste;
o corpo é o lugar
onde o lume canta.
Só na alma a morte faz a casa.
Eugénio de Andrade
Etiquetas: literatura, v
sábado, janeiro 10
BD: Tintim, o repórter aventureiro que não envelhece, faz oitenta anos
"Celebra hoje oitenta anos, mas continua a ser o jovem repórter belga que correu mundo (e a Lua) em aventuras destemidas acompanhado pelo fox terrier Milu. Tintim surgiu pela primeira vez a 10 de Janeiro de 1929.
Ainda hoje uma das mais populares personagens da banda desenhada mundial, Tintim foi criado pelo desenhador e argumentista belga George Remi (Hergé) e apareceu pela primeira vez no suplemento juvenil Le Petit Vingtième, do jornal Le Vingtième Siècle, a 10 de Janeiro de 1929.
Na estreia, Tintim é apresentado como um jovem jornalista do Petit Vingtième enviado à antiga União Soviética, onde se envolve em várias cenas de pancadaria.
Com um traço ainda imaturo e tosco e uma narrativa frágil, Hergé - na altura com 22 anos - desenhou Tintim numa história a preto e branco no "país dos sovietes", com referência a Moscovo como "um pardieiro infecto", numa alegada ridicularização do regime comunista.
Ao longo dos tempos, Hergé moldou-lhe uma personalidade mais altruísta, defensor da justiça, em 23 álbuns, como "Os charutos do Faraó", "A estrela misteriosa", "As jóias de Castafiore", "Tintim no Tibete", que venderam mais de 230 milhões de exemplares em todo o mundo.
A profissão de jornalista ficou quase sempre relegada para segundo plano perante aventuras passadas no Oriente, em África, no oeste americano e até na Lua, ao lado de uma galeria de personagens como o capitão Haddock, Dupond e Dupont, o professor Tournesol e, esporadicamente, o português Oliveira da Figueira.
Para o público português, Tintim surgiu pela primeira vez em 1936, na publicação "O Papagaio".
Adolfo Simões Muller, director daquela revista, foi responsável por Portugal ter sido o primeiro país em todo o mundo a publicar as aventuras de Tintim a cores em "Tim-Tim na América do Norte".
Hergé morreu em 1983, aos 76 anos, deixando incompleto "Tintin e Alpha-Art" e, apesar de não terem surgido mais histórias originais, Tintim e o inteligente cão Milu continuam a ser reconhecíveis em todo o mundo, independente da língua e da cultura.
Da banda desenhada, as histórias de Tintim saltaram para a televisão e para o cinema e a imagem do rapaz de poupa loira e gabardina foi amplamente reproduzida, de relógios a selos, de canecas a calendários, de moedas a material escolar, reforçando a imortalidade do herói."
SS.
Lusa/fim
O desenho é do livro "As jóias de Castafiore". Como o Tintim é para todos os jóvens dos 7 aos 77 anos, eu continuo a lê-lo.
quinta-feira, janeiro 8
Astronomia e Astrofísica, a ciência do Universo!
«Na Palestina, não há bons nem maus, só maus. E quando ambos os lados querem a guerra, não há nada mais a dizer.»
Por isso eu viro-me para o Cosmos.
Dark Matter Ring in Galaxy Cluster CI 0024+17 (ZwCl 0024+1652) – Hubble Space Telescope. ACS/WFC
Miguel Telles Antunes, catedrático da Fac. Ciências e Tecnologia da Un. Nova Lisboa e Director do Museu da Academia das Ciências, considera que “a extinção do Homem é uma realidade à qual não podemos fugir. Em todos os tempos houve evolução. (…)
A espécie humana não é mais do que uma das que existem e que tenderão a evoluir. (…)
E não vamos em conversas de que o homem se modificou muito, não é verdade. A tecnologia é que se modificou muito, evoluiu. (…)”
Acho que nós, os homens-comuns, começamos a tomar consciência dos graves perigos que ameaçam o planeta, embora continuemos sistematicamente a destruí-lo.
Entretanto talvez seja de intensificarmos os nossos esforços, para encontrarmos um “buraco onde nos metermos.” Daí o interesse da Astrofísica e ter-me lembrado duma conferência proferida na Fac. Ciências da Un. Lisboa pelo Prof Dr João Lin Yun, Director do OAL:
“A Astronomia utiliza as leis da Física para explicar o universo, daí que a Astronomia moderna seja apelidada de Astrofísica.”
O Universo é um laboratório maior do que qualquer construído na Terra. As condições extremas existentes em sistemas astronómicos, temperaturas e densidades muito elevadas ou muito baixas, composições químicas extremas, campos muito intensos, permitem executar testes únicos de teorias físicas.
Através da Astronomia, a Física atingiu alguns dos seus grandes avanços:
- a verificação das leis da fusão nuclear como fonte de energia das estrelas;
- as oscilações entre três famílias de neutrinos nos neutrinos solares;
- as variações das órbitas de binários de pulsares como prova da existência de ondas gravitacionais, uma previsão da Relatividade Geral de Einstein;
- limites extremamente fortes para a variação temporal nos valores das intensidades das interacções físicas;
- a existência de matéria escura e de energia escura.”
Esperemos que esses loucos que nos governam não se lembrem de apertar o gatilho nuclear. Se tal acontecer, ficarão só lacraus e baratas, que parece serem os únicos organismos celulares multi-complexos, capazes de resistirem às radiações atómicas.
E depois?
Depois ficarão os vírus e as moléculas, os últimos resistentes.
quarta-feira, janeiro 7
Benzidos e heréticos…
A guerra é uma merda!
Eu convivo com ela, de forma indirecta desde que nasci. O meu pai foi militar da Marinha de Guerra. Quando nasci estava na Guiné. Regressou para ser internado no Caramulo.
Convivi com mutilados. Um deles com estilhaços na cabeça.
Ouvi gritos de dor.
Não precisei de lá estar. A guerra chegava até mim.
Por isso, quando vejo as imagens, e só para falar destas últimas, de Gaza, fico ao mesmo tempo revoltado e triste.
Revoltado porque, e enquanto Objector de Consciência convicto, qualquer forma de violência me é agressiva, invasiva. Triste porque aquelas imagens não são ficção. São uma realidade que se vai revelar cada vez mais muito mais violenta que a fantasia.
Analisar estes últimos conflitos entre Palestinianos e Judeus à luz destes combates é redutor. Esta é uma guerra ancestral. Um ódio que se não resolve. Que se alimenta da própria guerra.
Nunca fui um grande admirador da causa palestiniana. Sempre me pareceu que nesta luta por aquele território há uma teimosia que excede qualquer fundamento, mesmo que, eventualmente, justo.
O Estado judaico, poderoso, dono de vários lobbies em todo o mundo, nomeadamente nos EU, mantém uma atitude que, se genuína, acaba por ser excessiva e implacável.
Vejamos, então, outros contornos da questão.
Já tenho referido antes que um povo que transforma um deserto num laranjal merece algum respeito. Depois do holocausto (que parece que sempre aconteceu, ao contrário do que já ouvimos por aí), não foi fácil transformar aquele território no que ele é hoje.
No que diz respeito à maioria dos povos árabes e muçulmanos que observamos? Quais as suas actividades económicas?
Geralmente estão ligadas à produção e venda de armamentos e drogas.
Os governos destes países raramente se caracterizam por serem democratas ou lá perto. A diferença entre ricos e pobres não tem nada a ver com o que se passa no ocidente.
Os ricos são ostensivamente ricos, pornograficamente poderosos, diria mesmo.
As pessoas não valem um cêntimo. São educadas para serem fundamentalistas. Desde miúdos que vivem uma realidade de violência, nascem com ela.
A religião islâmica interpreta, hoje, as suas Escrituras como os Judeus faziam antes de Cristo. Aliás, ele morreu por isso mesmo. Porque pôs em causa, não a Lei, mas o modo como era administrada.
É infame o modo como a Fé é usada para dominar os povos. Seja no oriente ou no ocidente (também não somos assim tão inócuos). A verdade é que aquela gente vive desta dicotomia religião/violência. É o paradoxo trágico da ignorância.
O Hamas rompeu as tréguas. A troco de uma jihad, mostra ao mundo como está ser agredido. Mostra as crianças, as escolas e os hospitais. Mostra os corpos mutilados. O mundo é confrontado com este horror de pessoas inocentes que morrem por causas pouco inocentes.
Israel ataca para matar.
Olho por olho, dente por dente.
Correcto? Já nem se coloca esta questão.
Aquilo é uma guerra. Haverá mortos de ambos os lados. Talvez mais no lado dos islâmicos.
A verdade é que já me custa admitir conviver com gente que exige que mudemos o nosso estilo de vida, a nossa religião, a nossa Fé, a nossa integridade.
Ainda não vi nenhum daqueles idiotas defender a exploração de crianças no comércio de droga ou em trabalhos que nem adultos querem fazer.
Não os vejo condenar o uso de crianças como bombas. Não os vejo querer de facto evoluir em qualquer sentido que seja.
Querem, isso sim, que nós passemos a ser, obrigatoriamente como eles.
Não os vejo preocupados com a fome, a sede, a falta de estruturas de saúde, com a cultura, com o lazer.
Não. Eles mantêm que devemos ser todos religiosos. Mas islâmicos.
A guerra é uma merda.
E nós estamos metidos nela até ao pescoço.
Porque somos cúmplices, porque somos pacíficos (não pacifistas).
Porque convivemos alegremente com esta gente. Admitimos as suas práticas, as suas leis, as suas regras.
Temos negócios com eles. E sabemos que negócios são e o que provocam.
Na verdade quem somos nós para apontar o dedo seja a quem for se pactuamos com estes regimes?
Afinal até é pitoresco passar férias no oriente. O deserto é lindo, andar de camelo é fantástico, as pirâmides um espectáculo.
Mal comparado é como protestarmos contra os ciganos por não pagarem impostos e sermos clientes porque é mais barato.
É como sabermos que os chineses exploram os seus trabalhadores e comprarmos aquelas coisinhas giras e baratas.
A guerra é uma merda mas não se faz só de mortos e feridos e de horrores.
Essas são as imagens imediatas que nos chocam.
O resto está escondido em cada acto que não temos em cada grito que calamos.
terça-feira, janeiro 6
a frase
"Temos de procurar um novo paradigma, visto que, manifestamente, o que tínhamos não serve. Trouxe corrupção, numa escala nunca vista, falências, descontentamento, desemprego, desigualdades, mais pobreza, e quem sabe se trará ainda revoltas, fruto do descontentamento..."
(Mário Soares, "Diário de Notícias", 6-1-2009)
Parece que os culpados são os outros, os que vieram depois…
domingo, janeiro 4
Hamas tem «pesada responsabilidade» no sofrimento dos palestinianos, diz Sarkozy
Hoje às 21:24
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, afirmou este domingo que o Hamas «tem uma pesada responsabilidade no sofrimento dos palestinianos de Gaza», numa entrevista a três diários libaneses a publicar segunda-feira, sublinhando que o mais urgente, neste momento, é cessar a violência.
«O lançamento da ofensiva terrestre israelita torna ainda mais urgente a necessidade de um cessar-fogo», declarou Sarkozy aos diários An Nahar, As Safir e L'Orient du Jour, segundo uma cópia da entrevista divulgada pela presidência francesa.
«Condenámos esta ofensiva, juntamente com os nossos parceiros europeus, porque ela diminui ainda mais hipóteses de paz e porque torna ainda mais difícil o encaminhamento de ajuda às populações de Gaza. Vou voltar a dizer às autoridades israelitas que é absolutamente essencial deixarem passar a ajuda humanitária», sublinhou.
«Mas quero dizer aqui que condenamos com a mesma firmeza a continuação dos lançamentos de 'rockets' que são uma provocação inadmissível. O Hamas, que decidiu a ruptura da trégua e o reinício dos lançamentos de 'rockets' contra Israel, tem uma pesada responsabilidade no sofrimento dos palestinianos de Gaza», acrescentou.
Reafirmando os termos da reacção da diplomacia francesa ao início da operação terrestre sábado, Sarkozy frisou na entrevista que «o mais urgente, agora, é cessar a violência».
«É preciso encontrar forma de chegar o mais rapidamente possível a um cessar-fogo que permita o reinício do processo de paz. É para isso que estou aqui hoje, para ajudar a encontrar uma solução», disse.
Nicolas Sarkozy realiza segunda e terça-feira uma mini-digressão pelo Médio Oriente, com visitas ao Egipto, Cisjordânia, Israel, Síria e Líbano, para abordar a escalada de violência decorrente da ofensiva israelita contra a Faixa de Gaza em curso lançada a 27 de Dezembro.
A Idade do Universo através da Radiação de Microondas
Sob o título “O Big Bang” publicou o colaborador deste blog, vbm, um artigo repudiando o Big Bang e que parece ter sido baseado numa “Carta aberta à comunidade científica” publicada em 22 de Maio de 2004 no New Scientist por 34 cientistas que argumentam contra a ortodoxia do big bang.
Embora só cerca de 5 anos depois se lembrasse do tema, o que é de estranhar porquanto parece tratar-se dum assunto da maior importância para uma discussão sobre a qual tanto eu como esse colaborador temos dialogado há já vários anos e que, por isso mesmo, deveria ter sido trazido a lume mais cedo, não tenho nada a ver com a demora, pois cada colaborador publica o que quiser e quando quiser.
As razões que me levam a aceitar a teoria do Big Bang encontram-se em 87 textos que a outra colaboradora, a “bluegift”, compilou na coluna do lado direito do blog denominada “Etiquetas” e sob o título “Universo Fantástico”.
Como não renego os meus conhecimentos e depois deste trabalho não consegui fazer-me compreender, não querendo pôr em causa a sua capacidade intelectual, só me resta aceitar que não sou capaz de exprimir compreensivelmente os meus conhecimentos.
Volta a negar a existência da “dark energy” e da “dark matter”. Julguei que o “elf” ( http://outrafísica.blogs.sapo.pt/ ) que julgo ser professor ou pelo menos assistente da FCL e que consta dos n/links, já o tivesse esclarecido, mas se não está, coloque-lhe o problema e ele gostosamente o esclarecerá, como o fez a mim.
Que o vbm aceite ou não aceite a teoria do Big Bang é-me absolutamente indiferente, agora que baseado numa revista comprada num quiosque, venha argumentar no que respeita à Idade do Universo, o problema complica-se. E complica-se porque sendo eu o responsável pelo blog tenho procurado basear os artigos que aqui publico em dados credíveis.
“O mapa do céu acima diz-nos que o universo tem 13,7 biliões de anos – mas como? À primeira vista, uma pessoa apenas vê o brilho de gás em microondas vindo da nossa Galáxia Via Láctea, codificado a vermelho, e um padrão manchado de microondas emitido pelo universo primitivo, codificado a cinza. Este segundo plano em cinza, de microondas cósmicas, é luz que costumava circular aleatoriamente, mas que veio directamente até nós quando o universo em expansão se tornou suficientemente frio para formar átomos. Um exame cuidadoso das manchas revelou uma distância angular ligeiramente preferencial entre elas. Pensa-se que tal padrão foi gerado pela emanação do som vindo de regiões demasiadamente densas do universo primitivo. Ondas de som levariam tempo para gerar tal padrão e a idade actual do universo pôde então ser extrapolada. A idade do universo foi assim calculada com uma precisão inferior a 0,2 biliões de anos. O mapa acima foi obtido pelo satélite WMAP em órbita do Sol , no ponto L2, fora da órbita da Terra.”
O texto acima transcrito permite o acesso a toda uma série de links que possibilitam conhecimentos científicos e mais completos, sem necessidade dos leitores gastarem dinheiro em revistas.
Em 22 de Maio de 2004, 34 cientistas
publicaram no New Scientist uma
“Carta aberta à comunidade científica”
em que argumentam contra a ortodoxia do big bang:
— «O big bang assenta hoje num número crescente de entidades hipotéticas,
de coisas que nunca foram observadas, de que a inflação, a matéria negra
“Carta aberta à comunidade científica”
em que argumentam contra a ortodoxia do big bang:
— «O big bang assenta hoje num número crescente de entidades hipotéticas,
de coisas que nunca foram observadas, de que a inflação, a matéria negra
e a energia escura são os exemplos mais flagrantes.
Sem estas entidades haveria uma contradição directa entre as observações
dos astrónomos e as predições feitas pela teoria do big bag.
Este recurso continuado a novos objectos hipotéticos
para tapar o fosso entre a teoria e a observação
não seria aceite em nenhum outro campo da física.
Levantaria, pelo menos, objecções muito sérias
sobre a validade da teoria subjacente.
Mas a teoria do big bang não pode sobreviver sem estes elementos reportados.
Sem o campo hipotético que é o da inflação o big bang não prediz
a radiação de fundo cosmológica homogénea e isótropa tal como é observada,
porque não haveria razão nenhuma para que partes do universo hoje
distantes no céu por vários graus estejam à mesma temperatura e
assim emitam a mesma quantidade de radiação de micro-ondas.
Sem uma certa matéria negra, diferente de tudo quanto
temos observado sobre a Terra,apesar de vinte anos de experiências,
a teoria do big bang faz predições contraditórias sobre a densidade
da matéria no universo. A inflação necessita de uma densidade
Sem estas entidades haveria uma contradição directa entre as observações
dos astrónomos e as predições feitas pela teoria do big bag.
Este recurso continuado a novos objectos hipotéticos
para tapar o fosso entre a teoria e a observação
não seria aceite em nenhum outro campo da física.
Levantaria, pelo menos, objecções muito sérias
sobre a validade da teoria subjacente.
Mas a teoria do big bang não pode sobreviver sem estes elementos reportados.
Sem o campo hipotético que é o da inflação o big bang não prediz
a radiação de fundo cosmológica homogénea e isótropa tal como é observada,
porque não haveria razão nenhuma para que partes do universo hoje
distantes no céu por vários graus estejam à mesma temperatura e
assim emitam a mesma quantidade de radiação de micro-ondas.
Sem uma certa matéria negra, diferente de tudo quanto
temos observado sobre a Terra,apesar de vinte anos de experiências,
a teoria do big bang faz predições contraditórias sobre a densidade
da matéria no universo. A inflação necessita de uma densidade
20 vezes maior que a implicada na nucleosíntese, que é a explicação
teórica da origem dos elementos leves no quadro do big bang.
E sem a energia escura, a teoria prediz que o universo não tem senão
teórica da origem dos elementos leves no quadro do big bang.
E sem a energia escura, a teoria prediz que o universo não tem senão
8 mil milhões de anos, o que é vários milhares de milhões de anos
mais jovem que muitas estrelas da nossa galáxia.
( ) E o que é mais, a teoria do big bang não pode gabar-se de nenhuma predição
( ) E o que é mais, a teoria do big bang não pode gabar-se de nenhuma predição
quantitativa que tivesse de seguida sido confirmada pela observação.
Os sucessos reivindicados pelos defensores da teoria
devem-se à sua capacidade de se adaptar
retrospectivamente
às observações,
por via dum acrescento continuado de parâmetros ajustáveis,
tanto como a cosmologia geocêntrica de Ptolomeu
necessitava de camadas sucessivas de epiciclos. ( )»
...
por via dum acrescento continuado de parâmetros ajustáveis,
tanto como a cosmologia geocêntrica de Ptolomeu
necessitava de camadas sucessivas de epiciclos. ( )»
...
Etiquetas: astronomia, v
sábado, janeiro 3
Lhasa de Sela, descoberta aqui
El desierto
He venido al desierto pa reírmede tu amor
Que el desierto es más tierno y la espina besa mejor
He venido a este centro de la nada pa gritar
Que tú nunca mereciste lo que tanto quise dar
He venido yo corriendo, olvidándome de tí
Dáme un beso pajarillo, no te asustes colibrí
He venido encendida al desierto pa quemar
Porque el alma prende fuego cuando deja de amar
— paroles: Lhasa De Sela
/ musique: Yves Desrosiers et Lhasa De Sela
quinta-feira, janeiro 1
Welcome to the International Year of Astronomy
Explanation:
Astronomers all over planet Earth invite you to experience the night sky as part of the International Year of Astronomy 2009. This year was picked by the International Astronomical Union and the United Nations Educational, Scientific, and Cultural Organization because it occurs 400 years after Galileo turned one of the first telescopes toward the heavens. Peering through that small window, Galileo discovered that the Moon has craters, Venus has phases, Jupiter has moons, and Saturn has rings. This year you can discover these and many modern wonders of the amazing overhead tapestry that is shared by all of humanity. If, like many others, you find the night sky wondrous and educational, be sure to attend an IYA2009 event in your area, and tell any schools and children that might be interested. Also, please feel free to explore the extensive IYA2009 web pages to find international media events that include blogs, webcasts and much much more.
BOM ANO DE 2009