segunda-feira, dezembro 31

2007

Até que enfim chegou ao fim. Não foi diferente dos anteriores, continuamos a rolar pela rampa inclinada, somando recordes até batermos no fundo:
- já somos o País pior governado da UE (é um recorde) e em futuras eleições, não se me perspectiva no horizonte político, alternativa credível;
- o nosso poder de compra está 25% abaixo da UE, superados pelos recém-chegados Malta, República Checa, Eslovénia (lembrar-me eu da miséria que era quando por lá passei e que estive quase 2 h à espera que me carimbassem o passaporte, o que só fizeram depois de eu ter dado "algum por baixo da mesa") e Chipre.

No outro dia o António, não o ANT companheiro de blogue, perguntava-me se achava que actualmente Portugal era um "Estado Social"?
Confesso não saber bem o que se entende como tal. Muito possivelmente por não esta habituado e por isso respondi-lhe que não lhe queria colocar rótulo, mas que achava não o ser.

Ontem, no artigo "Ano novo, vida pior", escrito por Carlos de Abreu Amorim e publicado no jornal "Correio da Manhã", encontrei a resposta à pergunta do meu amigo:
«Um Estado que sobe os impostos mas encurta os benefícios, não pode ser chamado de "Social" - vivemos num "Estado Fiscal", num modelo feito para suportar a "coisa pública", custe o que custar.»

O que vale é que 2009 é ano de eleições, voltará o tempo do "bacalhau a pataco", como se dizia na I Republica dos políticos que faziam promessas para ganhar as eleições, que não tencionavam ou podiam cumprir.
Como é que se podia, mesmo naquele tempo, vender o bacalhau a $40/kg? Portanto é só fazermos a "travessia do deserto" em 2008.

Será?
Ponho as minhas dúvidas. Estará o PS para se preocupar, quando sabe de antemão que já ganhou as próximas eleições?

UM BOM 2008 PARA TODA A BLOGOSFERA !!!

domingo, dezembro 30

Aprendam porque os Alentejanos são uma espécie em vias de extinção


Um velho agricultor alentejano, com sérios problemas financeiros, comprou uma mula de outro agricultor por 100,00 Euros. Concordaram que a entrega da mula seria no dia seguinte. Entretanto, no dia seguinte, o agricultor chegou e disse :

- Desculpe-me, mas tenho más notícias. A mula morreu.
- Bom, então devolva-me o dinheiro.
- Não posso. Já o gastei.
- Tudo bem. Mas, traga-ma na mesma.
- E o que é que vai fazer com uma mula morta?
- Vou rifá-la!
- Você não pode rifar uma mula morta!
- Claro que posso! Só que não vou dizer a ninguém que ela está morta...
Um mês depois, os dois homens encontram-se e o agricultor que vendeu a mula perguntou:

- Então, que é que aconteceu à mula morta?
- Rifei-a como lhe tinha dito. Vendi 500 números a 2 € cada e tive um lucro de 998 €.
- E ninguém reclamou?
- Só o fulano que a ganhou na rifa. Devolvi-lhe os 2 €...

(recebida por e-mail de outro alentejano …)

sexta-feira, dezembro 28

Quanto vale um português?

Não sei, mas provavelmente muito pouco e a certa altura da vida só dá é prejuízo.
Parece ser essa a ideia que prevalece, quando assistimos continuamente ao encerramento dos Serviços de Urgência e às correspondentes manifestações de protesto por esse País fora. Manifestações que não dão em nada, porque não vale a pena estar a gastar dinheiro com quem nada produz, vive da sua reforma, paga pelos contribuintes activos, esquecendo-se que quem protesta levou uma vida inteira a trabalhar e a descontar para ter direito a essa reforma.
Manifestações de quem não tem poder reivindicativo. Que se importa o Estado com greves e protestos de reformados?
Se são os velhos reformados e doentes os que lutam desesperadamente pela manutenção desses serviços hospitalares, a solução mais rentável, não seria descobrirmos forma de nos livrarmos deles?
Talvez seja altura dos deputados que levam 4 anos sentados sem abrir a boca, a não ser para bocejar, serem encarregados de estudar o problema. Pelo menos justificavam a sua “principesca” reforma.

Nas estradas morrem por ano milhares de pessoas, velhas e novas. Mas, caso engraçado:
- quando um velhote se engana e entra em contramarcha, vem logo no jornal a indicação da sua idade, esquecendo os jovens que o fazem por estarem drogados (está bem, já sei, são doentes, toxicodependentes, a quem eu tenho de pagar o vício, perdão, o tratamento), ou por simples apostas.
O que se faz para acabar com essas corridas loucas? Todas noites, por volta da 1h da manhã sou acordado por elas e à sexta-feira o melhor é ficar a ver um vídeo, pois dormir, nem pensar.
Aqui há uns meses tive de me deslocar pela Ponte Vasco da Gama por volta das 2 h da manhã e não sei como consegui sair de lá vivo.
Porque é que a Polícia não acaba com isto? Não consegue? Então é ineficaz, ou puseram-na ineficaz.

Mais vale ser lobo.

Por baixo da A-24, entre Chaves e Vila Pouca de Aguiar foi construído um, ou vários "lubodutos", para que os lobos possam atravessar em segurança de um lado para o outro da estrada. Parece terem sido gastos 100 milhões € (cerca de 20 milhões de contos).
É na realidade enternecedor … Que o digam os pastores a quem eles dizimam os rebanhos de ovelhas.
Deixa-se morrer um ser humano que teve um enfarte, porque morre no caminho até chegar ao hospitalar mais próximo, as crianças nascem nas ambulâncias na estrada, porque também não foi possível a mãe chegar a tempo à maternidade mais próxima. Não há dinheiro e se houvesse era para os "lubodutos".

Na realidade, mais vale ser lobo, ao menos ainda podem comer a avozinha (já um bocado dura …) e tentar comer o capuchinho vermelho.

quinta-feira, dezembro 27

É Natal, é Natal…

A verdade é que já foi…

Agora vem lá o fim do ano e a fantástica noite de todas as loucuras, de todos o excessos, de todas as esperanças, de todos os balanços, desejos, as passas (de uva e as outras de fazer rir…), o champagne ou o espumante (depende das bolsas, dos gostos, dos sabores) … enfim A Noite…

Certamente que era desejável deixar votos sentidos de esperança em dias melhores.
Temos pena! Não é assim.
É que a festa da passagem do ano acaba por ser uma ressaca da festa de Natal.
Talvez que daí os excessos.
É que afinal, muitos de nós estamos com o tal “sabor a papéis de música” de tanta hipocrisia, de tantas prendas de ocasião, de tanta união que já não é.

Mas esse sentimento, de que os votos de bom ano são mesmo uma ilusória esperança de que alguma coisa vai ser melhor, acabam por ser, infelizmente, a lucidez possível de quem olha o mundo a cores.
E as cores da festa são parecidas com as cores da guerra. E a ressaca da festa é muito parecida com a desilusão de quem, a meio do mês, já não consegue inventar maneira de pagar as contas. Ou de arranjar emprego. Ou de se sentir realizado na sua profissão ou no seu percurso académico, etc., etc.

Mas por momentos, com a cabeça a escaldar dos vapores alcoólicos, nada disto importa.
Importa a festa e a esperança…
Bom era guardar esse espírito… o mais que for possível…


(Foto: aannddrree.blogspot.com)

quarta-feira, dezembro 26

“The day after”

Passou mais um Natal e o ano está a terminar.
Mais um ano, menos um ano.

“Lembrar que estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar a tomar grandes decisões. Porque quase tudo - expectativas externas, orgulho, medo de passar vergonha ou falhar - caem diante da morte, deixando apenas o que é apenas importante (…) ninguém quer morrer. Até mesmo as pessoas que querem ir para o céu não querem morrer para chegar lá. Ainda assim, a morte é o destino que todos nós compartilhamos. Ninguém nunca conseguiu escapar. E assim é como deve ser, porque a morte é muito provavelmente a principal invenção da vida. É o agente de mudança da vida. Ela limpa o velho para abrir caminho para o novo. Neste momento, o novo é você. Mas algum dia, não muito distante, você gradualmente se tornará um velho e será varrido.” (*)

O Natal é, ou era a “festa da família”. É como tudo, é para alguns, para os que têm família, não para aqueles que, por motivos diversos, não a podem ter junta como desejariam. A saudade dos que já morreram, dos que se afastaram, dos que não puderam juntar-se, está sempre latente.
Por mais que queiramos esquecer, eles estão sempre presentes no nosso espírito, no espírito dos mais velhos.

Será a festa das crianças, que começam a contar os dias e depois as horas que faltam para a meia-noite do dia 24.
- “Pai, já podemos abrir as prendas?”
- “Não, só à meia noite.”
- “Quanto tempo falta?”
- “Come. Ainda faltam 3horas.”
- “Nunca mais chega!”

A D.Laura, que tem uma pequena loja de “pronto a vestir” aqui no bairro e que lá se vai aguentando (mal…) teve o seu Natal: partiram-lhe o vidro da montra pela 2ª vez e mesmo com grade roubaram o que puderam.
Os contentores estão a abarrotar de papeis e cartões das prendas que se espalham pela rua. É o consumismo desenfreado.

Sabe-me a boca a “papeis de música”.

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(*) A “bluegift” deu-me estes dois endereços:
http://www.youtube.com/watch?v=yplX3pYWlPo&feature=related (1ra parte)
http://www.youtube.com/watch?v=ksoo-G_YB2o&feature=related (2nda parte)
São 2 vídeos do You Tube com o discurso de Steve Jobs, o criador da Apple, para os formandos de Stanford.
O texto citado é da (2nda parte). Vale a pena ouvir os dois vídeos. São a história de um lutador que triunfou na vida, a partir do nada.

segunda-feira, dezembro 24

...

sábado, dezembro 22

O Horror Azul!

Que dias fantásticos!
Um sol incrível e um céu azul, limpo, de um azul incandescente que muito raramente inunda este canto mofento, ao centro da Europa plantado. Uma verdadeira prenda de Natal e fim de ano que ultrapassa em espectacularidade e fascínio o governo de emergência proclamado, ao fim de quase 7 meses de guerrilhas, pela ratazana-mor do regime surrealista deste reino de Astérix, personificado pela figura do ex-actual-e-ainda primeiro-ministro Verhofstadt (atenção, “stadt” deve ser pronunciado de forma breve e seca...).

O gelo, branco, inunda a cidade, árvores e telhados, substituindo-se à neve desejada mas ausente e afastando a detestável chuva miudinha, habitué destas paragens.
Mas, como em tudo o que acontece de bom neste país, o perigo espreita, e, pasme-se! atingem-se os níveis mais elevados de poluição do ano! Como é que é possível que nesta terra os dias mais belos, que provocam largos sorrisos de uma alegria explosiva no rosto de todos os que se passeiam deliciados pelas ruas, sejam assombrados pelos alertas constantes dos orgãos de comunicação e polícia, do perigo de sujeição a gases tóxicos??? As viaturas estão sujeitas a tolerância zero no caso de ultrapassarem os 50 ou 70 km/h, mesmo em auto-estrada; as pessoas são aconselhadas a viajar de transportes públicos e uma cidade chegou mesmo a eliminar a cobrança de bilhete de transporte para incentivar o seu uso nestes dias. Está bem de ver que o verdadeiro Papão deste país, pior que qualquer cidadão que não fale Flamengo, não é muçulmano, não é Valão, o verdadeiro perigo que espreita este país, meus caros, chama-se: Bom Tempo!

É isso mesmo, ouviram bem, o Bom Tempo neste país é considerado o inimigo número 1 dos cidadãos! O tempo ideal é só mesmo o de aquela chuvinha miudinha, atrasada mental, que enerva qualquer epicuriano que se preze. Explicação científica: O dióxido de carbono e outros poluentes gasosos podem agarrar-se às partículas de água e serem mais facilmente lançados nos esgotos e, claro, nos lençóis freáticos do solo, protegendo um pouco mais o ar que respiramos... Relativamente à água, extremamente poluída, não há problema! eles adicionam outros químicos para a tornar menos perigosa à utilização da população...
Há paciência? Não, não há.

E assim termina mais uma história de horror, pouco propícia à época natalícia, bem sei, mas bem real e instrutiva sobre as maravilhas económicas da produção desenfreada e bem maquilhada. Para quando uma versão ecológica dos contos de Charles Dickens com um Mr. Scrooge Liberal a receber as lições do futuro intoxicante que nos espera?

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sexta-feira, dezembro 21

Natal

Acontecia. No vento. Na chuva. Acontecia.
Era gente a correr pela música acima.
Uma onda uma festa. Palavras a saltar.

Eram carpas ou mãos. Um soluço uma rima.
Guitarras guitarras. Ou talvez mar.
E acontecia. No vento. Na chuva. Acontecia.

Na tua boca. No teu rosto. No teu corpo acontecia.
No teu ritmo nos teus ritos.
No teu sono nos teus gestos.
Nos teus gritos. Nos teus olhos quase aflitos.
E nos silêncios infindos. Na tua noite e no teu dia.
No teu sol acontecia.

Era um sopro. Era um salmo. Nostalgia nostalgia.
Todo o tempo num só tempo: andamento
de poesia. Era um susto. Ou sobressalto. E acontecia.
Na cidade lavada pela chuva. Em cada curva
acontecia. E em cada acaso. Como um pouco de água turva

na cidade agitada pelo vento.

Natal natal diziam. E acontecia.
Como se fosse na palavra a rosa brava
acontecia. E era Dezembro que floria.
Era um vulcão. E no teu corpo a flor e a lava.
E era na lava a rosa e a palavra.
Todo o tempo num só tempo: nascimento de poesia.

( Manuel Alegre )

quinta-feira, dezembro 20

Recortes de jornais 6

"Portugal está longe do Brasil. Mas existe na tragédia brasileira uma lição para Portugal, que começa a dar os seus primeiros passos no crime organizado: quando não se dá fim a um começo, isso pode representar o começo do fim. Desde Julho, foram abatidos entre nós quatro "homens da noite" de forma organizada e brutal. Por vingança, certamente. Mas também porque a cidade do Porto está dividida em "territórios", que as "máfias" controlam, exercendo aí os seus "direitos de suserania" e punindo quem os "invade".
Esta conversa devia bastar para que a nossa gente enterrasse os seus clichés ideológicos e procurasse lidar com o fenómeno enquanto ele ainda está na infância. Fatalmente, as reacções oscilam sempre entre a displicência (da esquerda) e a histeria (da direita), o que impede qualquer consenso racional.
Não, o Porto não é Chicago. Mas o Porto também já não é a cidade pacata que exige uma "polícia de proximidade". A cegueira dos próceres, ontem como hoje, é o solo ideal para os maus começos florescerem."

(João Pereira Coutinho, "Maus começos", in Expresso de 15 DEZ 07)

quarta-feira, dezembro 19

Um "caso"


“Vivo num momento intranquilo
da minha vida
perturbador
feito de cansaço
e desta sombra de amor
que a tua calma me traz.
Mesmo que digas não
que duvides
deixa-me construir
e manter este amor
que nasceu entre pedras
escolhos
morais, sistemas.
mesmo que digas que não
deixa-me arriscar,
sozinha os preconceitos
e o desejo disparado, sem morais.
sem nada.
Assim serei tua
e os dados estão lançados.
E quando por fim me olhares
já o tempo inexorável
se apoderou de nós.
E quando acabar,
quando quiser conversar contigo,
vou precisar de ti.
recolherei a ti.
Num certo amor de amigo
como quem recolhe
a um porto de abrigo."

terça-feira, dezembro 18

A “casinha” de Robert Mugabe

A quem pertence esta opulenta mansão?.....



Finalmente alguém obteve estas fotos (há mais e no mesmo género).
Imaginem quem tem este gosto e vive nesta opulência?
Um Bilionário Americano?
Um Principie Saudita?

Esta casa parece pertencer ao Presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe. Pelo menos foi o que me foi dito no e-mail que recebi e que circula por aí e eu acreditei, acredito em tudo. Até acredito que existem "discos voadores".

O que posso acrescentar? Sei lá! Eram capazes de me cair em cima:
- “Porque não há-de ter esse direito? Os bilionários brancos não as têm?”
- Não sei, nunca lá entrei nem vi fotos delas.
- “Os colonialistas brancos não as tinham?”
- Não. Acho que não, pelo menos não tinham tão mau gosto.

Também são capazes de me chamar “fascista”. Não, de facto não sou. Sou qualquer coisa. Qualquer coisa sem classificação, mas que ficou extremamente chocado com as reportagens publicadas na VISÃO e no Expresso sobre o Zimbabwe.
Também me podem vir dizer que as reportagens foram pagas pelos colonos ingleses, expulsos pelo patriota Mugabe.

Digam o que quiserem, o que eu sei é que o indivíduo (?) em questão andou por aqui a comer à minha custa.

segunda-feira, dezembro 17

Os “Pais Natais”…

Todos nós, mesmo os que escrevemos e lemos com alguma assiduidade, cometemos erros na oralidade e na escrita. Para os evitarmos socorremo-nos de dicionários e desta maravilhosa ferramenta que é o dicionário do Word, panaceia para dúvidas do português que, como se sabe, é língua difícil e cheia de ambiguidades e duplos sentidos.

Mas há limites. Há ou deveria haver.É irritante ver uma repórter, em directo, repetir incessantemente que “está a decorrer um desfile de Pais Natais…”.

Como se já não bastassem os hadem, os prontos e outras asneiras que tais, longe de serem habituais apenas nas conversas de pessoas de pouca cultura ou escolaridade – é frequente ouvirem-se estas pérolas linguísticas da boca de personalidades públicas e, também de comunicadores com responsabilidades –, somos confrontados com uma rapariga de cara bonita e sorridente a assinalar um evento cheio de piada com o tal: Pais Natais.

Quase que asseguraria que ainda a ouvi dizer Pai Natais, mas não estou certo. Às tantas é a minha má vontade e quando isso acontece… vai tudo à frente.

O recente “porreiro pá”, vindo do nosso primeiro, não é desculpa para tudo.
A menina da RTP deve ser licenciada. Teve, com toda a certeza, várias aulas e consequentes exames, antes de chegar a este evento de Natal.

Provavelmente uma reciclagem linguística viria mesmo a calhar…

É que, não há pachorra…


Daaaaasssssss

domingo, dezembro 16

Forma mais justa?

”Parece que o P. Ministro terá dito que desta vez os sacrifícios serão distribuídos de forma mais justa.
São 23 horas cheguei agora a casa e trabalhei hoje doze horas. O meu filho já está a dormir.
Este ano já paguei em impostos e multas dezenas de milhares de euros. Todos os meses pago um balúrdio de TSU, tenho custos financeiros indescritíveis por causa da forma como é cobrado o IVA, pago o PEC sobre um rendimento que pode não acontecer e vêm-me dizer que os sacrifícios serão distribuídos de forma mais justa?

Tenho semanas durante o ano em que trabalho 20h por dia. Este fim de semana não sabia sequer que dia era. Na greve andei na estrada a pagar portagens e a trabalhar para poder pagar impostos.
Dei trabalho a uma carrada de gente a quem pago o IRS, a Segurança Social, Seguros de Trabalho e todas as taxas que o Estado me exige. Não negoceio salários brutos, pago salários decentes e recuso-me a pagar o salário mínimo seja a quem for.
Investi e perdi, "arranjei-me", voltei a investir e falhei de novo, recuperei e investi de novo e consegui.

Vêm agora dizer-me que os sacrifícios são distribuídos de forma justa?
Como quem “lixou” o país todo com o “rendimento mínimo garantido”, a pior opção económica de sempre, mas que não sabe o que é não dormir, desesperar, cair e levantar-se sem pedir um tostão que seja ao Estado?

E tenho que ouvir todos os dias as queixinhas dos policias, dos funcionários, dos professores com horário zero (!), dos funcionários dos correios, dos “anacletos” e afins, que fujo ao fisco, que exploro os trabalhadores, que tenho que pagar mais impostos, que sou um parasita?

Já paguei todos os impostos de facturas que até agora não consegui cobrar (IVA e IRC), paguei IRC sobre stocks que não sei se algum dia conseguirei vender e os sacrifícios são distribuídos de forma justa?
Justo é o ”tanas”.

Os 2000 funcionários da CM de A… trabalham das 9h às 15h com intervalo para almoço e de caminho a mesma CM entrega e paga serviços a empresas privadas; pois decidiram mudar a escada da parte velha, fecharam-na, derrubaram a antiga e colocaram a estrutura em metal. Após quinze dias retiraram a mesma estrutura e colocaram-na em madeira!
E ainda queriam fazer um elevador até à praia ! E eu pago.
Num qualquer Instituto mais de 50 (…) tratam de 9(!) putos. E eu pago.
Substituem administradores pagando indemnizações, contratam o F G e o N C (!!!!). E eu pago.
Inventam Institutos e Fundações. E eu pago.
Inventam as SCUTS. E eu pago.
O PEC. E eu pago.
A CM de Paredes de Coura faz Parques de estacionamento sem trânsito. E eu pago.
O S F rebenta com o orçamento da CM de Lisboa e eu pago.

Sacrifícios? De quem ?
Prestam-me um serviço péssimo na saúde, a educação é tão miserável que sou obrigado a pôr o meu puto num colégio particular. Nem me atrevo a cobrar dividas em Tribunal devido à miséria que é a Justiça. E pago.
Preciso de uma cirurgia e tenho dezasseis mil pessoas em lista de espera, pelo que se não tivesse um seguro de saúde estaria como milhares de desgraçados que se calhar já morreram. E eu e eles pagamos.
Os sacrifícios são distribuídos de forma justa?

Quem preside ao B de P ganha mais que o secretário do tesouro dos EUA e está à espera de colectar mais 0,03% do PIB com o aumento do IVA? Pois tenho uma pequenina novidade para o reconhecido génio:

- Talhos, advogados, lares, lojas de móveis e outros pequenos negócios que conheço já têm a contabilidade e pagam impostos em Espanha e eu, assim que seja possível, no ano da graça de 2008 pagarei todo o IVA, IRC e contribuições em Vigo. “

Nota:
Escrito por uma pessoa revoltada, que ignoro, pois recebi por e-mail e tive de cortar palavras “menos próprias”. Penso que o texto reflecte o espírito de muitos portugueses. A este “saltou-lhe a tampa...” e não é o único.

sábado, dezembro 15

Novo Bastonário da Ordem dos Advogados

O blog "Grande Loja do Queijo Limiano"
(http://grandelojadoqueijolimiano.blogspot.com/ ) que consta dos n/links, publicou no Domingo, 09 Dezembro, um artigo com o título: "Marinho e Pinto, bastonário da ordem ética", de que destaco o seguinte extracto:

«À pergunta (do "Público)
- “devia ser incompatível ser advogado e deputado?”

Marinho e Pinto (novo Bastonário da Ordem dos Advogados) larga uma bomba nuclear para o nosso sistema democrático de trinta anos:
- “ Claro. Quem participa na administração da justiça não pode participar na feitura das leis. É um princípio sagrado. Quem faz as leis não pode ter clientes privados (...)”»

É melhor lerem o artigo todo.

sexta-feira, dezembro 14

BOAS FESTAS

Os colaboradores do blog http://conversasdexaxa4.blogspot,com/
respectivamente e por ordem alfabética:

ANT
Bluegift
Peter

Vêm agradecer a amizade com que nos têm distinguido, honrando-nos com a vossa presença e com os vossos comentários, desculpando os nossos lapsos e perdoando textos muitas vezes “intragáveis”.
É o que se pode arranjar.

Que o Pai Natal (Ministro das Finanças) não lhes ponha nenhuma “prenda” no sapatinho e que 2008 seja melhor, o que não acredito.
Vamos pois fazer uma grande farra na passagem do ano e apanhar um grande “pifo”.



Ficam já dadas as BF como é da praxe e manda a boa educação, o que não invalida que não coloquemos mais artigos.
Evidentemente que se nos sair o EuroMilhões, minha última esperança, ai não coloco não.
Mando-vos postais de uma ilha paradisíaca.


(Foto Peter)

quarta-feira, dezembro 12

Um “farol” nos confins do universo

Com o auxílio do observatório espacial europeu de raios gama, “Integral”, uma equipa de astrónomos descobriu nos confins do universo, um objecto intrigante descrito como um "farol" de raios-gama.



(Ilustração artística do observatório espacial de raios-gama “Integral”)

Os cientistas ficaram surpresos quando outro telescópio espacial, o “Swift” detectou este mesmo objecto em raios-X, revelando a sua posição com uma precisão muito maior do que a obtida com o “Integral” nos raios-gama. Este objecto foi então identificado como sendo a já conhecida galáxia activa MG3 J225155+2217.

Esta galáxia é o objecto celeste mais longínquo alguma vez detectado pelo “Integral” e a sua natureza tem permanecido um mistério.

Todas as galáxias activas possuem um buraco negro supermassivo com uma massa entre um milhão e vários milhares de milhões de massas solares. Estes monstros celestes possuem um campo gravitacional tão intenso que qualquer matéria nas redondezas é "engolida", sendo neste processo libertadas enormes quantidades de energia.

As observações do “Integral” mostram que o IGR J22517+2218 liberta quantidades colossais de raios-gama à medida que vai "engolindo" matéria, a um ritmo de uma massa equivalente a todo o Sistema Solar em apenas alguns dias.
As observações também indicam que este objecto pertence a um tipo especial de galáxias activas conhecido como “blazar”. Os “blazares” são o tipo de galáxias activas mais energético e estão entre os fenómenos mais violentos do universo, sendo fontes de energia altamente variáveis e muito compactas, associadas a um buraco negro supermassivo.
Ilustração artística do que se pensa ser um “blazar”:

Uma das características dos “blazares” são os seus “jactos relativistas” (a azul na figura).

Os dados obtidos pelo “Integral” revelaram alguns factos curiosos:

- Embora tenha sido possível classificar o IGR J22517+2218 como sendo um “blazar”, este objecto possui certas características consideradas peculiares.
Em geral, os “blazares” possuem dois grandes picos de emissão. Em objectos aparentemente semelhantes, um dos picos ocorre no comprimento de onda dos infravermelhos e é produzido pela radiação libertada quando os electrões se movem em espiral em torno das linhas do campo magnético.
O outro pico ocorre no comprimento de onda dos raios-gama de alta energia e é produzido pelos mesmos electrões, quando estes colidem com fotões.
Mas no caso do IGR J22517+2218, o objecto aparenta possuir apenas um pico que ocorre na banda dos comprimentos de onda dos raios-gama de baixa energia, ou seja, fora dos intervalos convencionais.
Isto indica que, ou o pico no infravermelho foi deslocado para comprimentos de onda mais energéticos, ou o pico de raios-gama de alta energia foi deslocado para comprimentos de onda menos energéticos.

Em qualquer destes casos, quando a equipa de astrónomos responsável pela descoberta for capaz de compreender o significado deste fenómeno, terá em mãos algo que fornecerá uma maior compreensão acerca das galáxias activas e, em particular, dos “blazares”. A equipa espera continuar a observação deste objecto em todos os comprimentos de onda, na tentativa de formar uma "imagem" completa da radiação emitida por este corpo celeste. Desta forma, será possível obter uma maior compreensão da forma como o buraco negro supermassivo, localizado no coração do IGR J22517+2218, "devora" o seu meio circundante.

(adaptado de um dos últimos ASTRONOVAS* recebidos)

(*) - Notícias do Observatório Astronómico de Lisboa - Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa

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terça-feira, dezembro 11

Onde vamos parar?

Estamos em Chicago dos anos 20, ou em Portugal (Porto e agora Lisboa) do séc XXI?
Por favor Sr Ministro, nós não somos uns "brutos ignorantes", até sabemos ler e, mesmo que não saibamos, ouvimos e vemos a TV. Não me venham com estatísticas e com diminuição do crime. Não sei se há diminuição do crime, dos pequenos delitos, ou se são as pessoas que já desistiram pura e simplesmente de o denunciar à PSP/GNR por não valer a pena, porque o que só dá é chatices e os resultados práticos são nulos.
O Sr Ministro não dá por isso, anda no seu carro, com batedores e segurança, mas eu, Sr Ministro, ando nos transportes públicos durante mais de metade do mês, oiço as queixas das pessoas e assisto (cobardemente sem fazer nada) a elas serem roubadas.

A semana passada, num dos cruzamentos da Av dos EUA (tinha de ser ...) vem um "chasso" pela esquerda, com quatro "mafiosos" lá dentro, que pretendeu entrar à minha frente na referida Avenida.
Como eu não deixei, o "chasso" encosta ao meu lado direito e um dos dois ocupantes trazeiros vira-se para mim e passa lentamente o seu dedo pelo pescoço. Lindo menino.
Aí tive a sorte do sinal verde abrir e "raspei-me" a toda a velocidade direito ao Aeroporto.

Aqui no pacato bairro onde moro, há um super-mercado que agora até tem um polícia, julgo que a partir das 17h00. Outro dia uma idosa estava lavada em lágrimas, porque tinham-lhe roubado o porta-moedas. Já viu, Sr Ministro, a desgraça que é para uma viúva de 80 anos, vivendo de uma miserável reforma, roubarem-lhe 20 €? Não sabe, nem sequer pode imaginar.

Estamos a assistir ao "ajuste de contas" entre "gangs" da noite. Há listas de pessoas a abater. Foi o dono do "Avião" (eu até lá passo várias vezes todos os dias) liquidado por um sofisticado engenho colocado debaixo do assento do condutor. São seguranças mortos com tiros na cabeça (é mais seguro, os assassinos sabem que eles andam com colete anti-balas).
Julgo, já nem sei, que liquidaram hoje outro, o que estava marcado para morrer, mas que tinha escapado pois tinham morto por engano o dono da "Chic" com quem ele estava na altura a conversar. Desta vez "varreram-no" com uma rajada de metralhadora.
No noticiário das 20h00 disseram que um "tipo" qualquer dos CTT tinha sido morto dentro da própria garagem.

Pois é, Sr Ministro, sou um miserável burguês preocupado com a Segurança, mas foi por estas e por outras que Mussolini chegou ao Poder.
Não há problema, dirá, as pessoas sabem lá quem foi Mussolini, além disso os tempos mudaram, vamos assinar o Tratado de Lisboa, a Conferência Euro-Africana foi um êxito. Foi?

domingo, dezembro 9

Private equities

São "fundos de investimento" rapaces, com apetites desmesurados e detentores de capitais gigantescos, que se estão apoderando da economia mundial. (*)
Em 4 anos, de 2002 a 2006, o montante dos capitais obtidos por estes fundos de investimento, que colocam o dinheiro dos bancos, dos seguros, dos fundos de pensões e os haveres de riquíssimos particulares, ultrapassou os 1,1 BILIÕES DE EUROS. Nada lhes resiste!
(*) Ignacio Ramonet, “Voracidade”, in “Le Monde diplomatique”, edição portuguesa, Novembro de 2007.

Surgidos há uns 15 anos, têm vindo a adquirir nos últimos tempos uma amplitude preocupante, inicialmente estimulados pelo crédito barato e agora por instrumentos financeiros cada vez mais sofisticados.

O princípio é simples:
- Um Fundo de riquíssimos investidores (“private equities”) adquire uma empresa que vale, p.e. 100 milhões de Euros, aplicando 30 milhões e pedindo emprestados à Banca os outros 70 e que, por sua vez, os pede a um grande banco estrangeiro.
Durante 3 ou 4 anos gere a empresa de forma privada, longe da Bolsa e das suas regras constrangedoras e sem ter de prestar contas a accionistas.
Ao mesmo tempo que os dirigentes ganham “fortunas demenciais”, praticam sem sentimentalismos, os quatro grandes princípios da “racionalização” de empresas:
- reduzir o emprego;
- comprimir os salários;
- aumentar os ritmos de produção;
- deslocar para um local de mão de obra barata.
E fazem-no em detrimento e para desespero dos sindicatos, que denunciam vigorosa mas inutilmente, o pesadelo e o fim do contrato social.
Com os lucros obtidos, pagam os juros da sua dívida e revendem a empresa por 200 milhões, reembolsando os 70 obtidos a crédito e ficando com 130 no bolso, por um investimento inicial de 30 milhões.

Obtiveram assim mais de 300% de “Taxa de Retorno” sobre o capital investido em 4 anos!
Haverá melhor investimento?

Aceito que uma pessoa, pelo seu trabalho, partindo de capitais emprestados, ou mesmo de outros herdados, produza riqueza que contribua para a criação de postos de trabalho e para o aumento do PNB através de industrias, de fábricas, de inovação técnica, etc, mas sou absolutamente contra estas estratégias de um capitalismo, cada vez mais refinado, que apenas gera riqueza através de manobras especulativas e que nada traz de novo para o país, porque acaba em qualquer paraíso fiscal ou conta off-shore.

E tanto mais, quando tomo consciência da miséria extrema em que vive a maior parte da população mundial (mais de 3/4?) afligidos pelas doenças endémicas, pela sida, pela fome, enquanto os seus ditadores africanos, os árabes do petróleo, os bilionários russos e americanos (se calhar estes já passaram para 2º plano) vivem num luxo escandaloso.
Os bilionários russos, não sabendo já onde gastar o seu dinheiro, pagam fortunas para viverem uma noite miseravelmente, como sem-abrigo, ou prostituindo-se, para experimentarem novas sensações. Claro que devidamente vigiados e protegidos por um “exercito” de guarda-costas …
É o cúmulo, uma afronta aos verdadeiramente carenciados.

Por cá prossegue em ritmo acelerado a “corrida para o abismo” com o consumismo natalício desenfreado, a que assisto espantado.
Mas como? Como pode ser possível? Onde vão buscar o dinheiro?

Não me venham cá com histórias de contenção. Contenção uma “ova”!

sábado, dezembro 8

Advogado!!!

Um agente de trânsito manda parar um advogado que conduzia EM EXCESSO DE VELOCIDADE.

Agente : Posso ver a sua carta de condução?
Advogado: Não tenho. Foi suspensa na última vez em que cometi uma infracção.
Agente: Posso então ver o registo de propriedade do veículo?
Advogado: O carro não é meu. Roubei-o!
Agente: O carro é roubado?
Advogado: Sim, é verdade. Mas agora que penso nisso, acho que vi o registo de propriedade no porta-luvas, quando lá pus a minha pistola...
Agente: Tem uma pistola no porta-luvas?
Advogado: Sim. Coloquei-a lá depois de matar a dona do carro e colocar o corpo dela no porta-bagagens.
Agente: Tem um corpo no porta-bagagens???
Advogado: Sim, senhor.

Ao ouvir isso, o agente chamou imediatamente o seu superior. O carro foi rapidamente cercado por um cordão policial e o capitão aproximou-se do veículo para controlar asituação.

Capitão: Senhor, posso ver a sua carta de condução?
Advogado: Claro, aqui está ela. (A carta é válida)
Capitão: A quem pertence este veículo?
Advogado: É meu, senhor guarda. Aqui tem o registo de propriedade. (O carro é, de facto, do condutor)
Capitão: Abra, por gentileza, o seu porta-luvas, lentamente, por favor…
Advogado: Sim, senhor. (O porta-luvas está vazio)
Capitão: Quer abrir o porta-bagagens, por favor?
Advogado: Sim, senhor. (Não tem corpo nenhum)
Capitão: Não compreendo. O agente que o mandou parar disse que o senhor afirmou não ter carta de condução, ter roubado o carro, ter uma arma no porta-luvas e um corpo no porta-bagagens!!!
Advogado: Ah!! E aposto que ESSE MENTIROSO também disse que eu ia em excesso de velocidade... só me faltava mais essa!!!

(enviada pelo meu amigo João Nascimento)

sexta-feira, dezembro 7

Baleias

Gosto de baleias, sempre gostei de baleias, não por causa do Jonas, que esteve três dias no ventre de uma, mas por causa do Pinóquio. Ele e o Peter Pan foram e são os meus desenhos animados preferidos. De vez em quando meto a cassete e volto a vê-los pela centésima, ou milésima vez. Gosto deles, como gosto do Tin-Tin e do Astérix, que continuo a ler e a reler infindavelmente.
Porque hei-de seguir uma linha de rumo no blog, defender causas, dizer mal do Governo? Aliás nem seria original, toda a gente diz ...
Escrevo o que me vem à cabeça, muitas vezes escrevo sobre o que os outros escreveram. Não tenho um plano definido, escrevo porque me apetece fazê-lo.

Gosto de baleias.

Se tivesse dinheiro ia ter com o "Green Peace", não para protestar nos botes de borracha, mas para meter a pique um daqueles baleeiros japoneses. Dizem que este ano “só” vão matar 1.000 baleias.
E os civilizados nórdicos? Fazem o mesmo, mas poucos falam deles.



Vem-me à lembrança aquele livro de Luis Sepúlveda, “Mundo do fim do mundo”, com a descrição da actuação das baleias e golfinhos, na luta de Pedro Pequeno, contra o baleeiro japonês:

«No momento em que o Pedro Pequeno, no seu frágil escaler, investiu contra o barco de pesca japonês, uma baleia com todo o cuidado afastou-o do navio.

Então, obedecendo a uma chamada que nenhum outro humano ouviu no mar, um chamamento tão agudo que estremecia os tímpanos, trinta, cinquenta, cem, uma multidão de baleias e golfinhos nadaram até quase tocarem a costa, para regressarem com maior velocidade ainda e chocarem com as cabeças contra o barco.

Sem lhes importar o facto de que em cada ataque muitos morriam de cabeças rebentadas, os cetáceos repetiram os ataques até que o Nishim Maru, empurrado contra a costa, correu o risco de encalhar. (...) quando o tinham prestes a encalhar, nem sequer lhe tocaram.»

E ainda a fala de Pedro Pequeno:

«Quando lancei o escaler ao mar e remei para o barco baleeiro sabia que os tripulantes iriam atacar-me e que as baleias, vendo-me indefeso, atacado por um “animal maior”, não hesitariam em acudir em minha defesa. E assim aconteceu. Tiveram compaixão de mim.»

Quem é que falou para aí da racionalidade dos humano como sendo a sua característica exclusiva?

Provavelmente os que usam e abusam do planeta, de todos os seres vivos, animais e vegetais e de todos os seus recursos.

Pois se o homem (com “h” pequeno) foi feito à imagem e semelhança de Deus, este bípede de pés de barro, sente-se um pequeno deus e caminha alegremente para a sua destruição. Até mesmo entre eles (entre nós) “homo homini lupus”.

(Foto da NGM)

quinta-feira, dezembro 6

Lixado e bem lixado



Um casal de lésbicas britânicas recorreu a um amigo para que este lhes doasse o seu esperma e o resultado foi o nascimento de duas crianças.
As duas mulheres tinham prometido ao homem que não teria qualquer responsabilidade em manter os pequenos. Agora separaram-se e exigem dinheiro ao dador do esperma para manterem os filhos, tendo este já sido contactado pelas autoridades para avançar com 450 £ mensais.
Alegando que vai ficar impedido de constituir família, recorreu à Justiça para tentar libertar-se deste encargo, o que vai ser difícil pois parece que as doações privadas de esperma incluem a responsabilidade económica, a menos que sejam efectuadas através de uma clínica autorizada, o que não aconteceu neste caso.

Um "tipo" mete-se em cada uma !

(notícia da imprensa - imagem GOOGLE)

quarta-feira, dezembro 5

Palavras



«essa espécie de bombons com recheio que quando se mordem rebentam em gostos ou sentidos vários»

(Júlio Pomar)
“O tigre”, pintura de Júlio Pomar

terça-feira, dezembro 4

Este ano não vai haver presépio

Este ano não vai haver presépio!...

Lamentamos mas:
- Os Reis Magos lançaram uma OPA sobre a manjedoura e esta foi retirada do estábulo até decisão governamental ;
- Os camelos* estão no governo;
- Os cordeirinhos estão tão magros e tão feios que não podem ser exibidos;
- A vaca está louca e não se segura nas patas;
- O burro está na Escola Básica a dar aulas de substituição;
- Nossa Senhora e São José foram chamados à Escola Básica para avaliar o burro;
- A estrelinha de Belém perdeu o brilho porque o Menino Jesus não tem tempo para olhar para ela;
- O Menino Jesus está no Politeama em actividades de enriquecimento curricular e o tribunal de (…) ordenou a sua entrega imediata ao pai biológico;
- A ASAE fechou temporariamente o estábulo pela falta da manjedoura e, sobretudo, até serem corrigidas as péssimas condições higiénicas do estábulo, de acordo com as normas da UE.

(recebida por e-mail)

(*) Como meio de transporte, para não se gastar dinheiro em gasolina. Nada de más interpretações.

segunda-feira, dezembro 3

Sistema planetário com grandes semelhanças com o nosso

Esta concepção artística pretende representar 4 dos 5 planetas que orbitam a estrela 55 Cancri muito semelhante ao nosso Sol e que está a 41 milhões de anos-luz, na constelação do Caranguejo.


O artista utilizou cores semelhantes às do nosso Sistema Solar, pois os astrónomos desconhecem as verdadeiras cores dos planetas.
( Image credit: NASA/JPL-Caltech )

O planeta mais recentemente descoberto e que foram precisos 18 anos de medições para que a sua presença pudesse ser confirmada, está representado em primeiro plano e é o 4º a orbitar a estrela. A sua massa é pelo menos 45 vezes a da Terra, ou metade da de Saturno e o seu período de translação é de 260 dias. Os outros 3 planetas interiores estão representados por detrás, orbitando a estrela, enquanto o 5º planeta, devido à distância a que se encontra, se optou por não o representar. A procura de uma 2ª Terra começa assim a tornar-se um assunto premente já a médio prazo se entretanto os governantes (ir)responsáveis não destruírem o nosso planeta, ou tornarem impossível a nossa vida aqui.

O célebre astrofísico Stephen Hawking, da Universidade de Cambrige, declarou muito recentemente:

“Se a Humanidade se quer perpetuar, torna-se necessário que o seu horizonte ultrapasse o do planeta Terra. Não é possível que continuemos a olhar para o nosso umbigo e a apostar num planeta super-povoado e cada vez mais poluído. Isto vai-nos levar muito tempo e esforços, mas tornar-se-á cada vez mais fácil com os avanços tecnológicos.”

Com todo o respeito que me merece tão ilustre astrofísico e partindo da hipótese ( para já, irrealizável ) que a Humanidade se queria transferir de “armas e bagagens” não para este planeta recém-descoberto, pois ele deve ser gasoso como os gigantes do nosso Sistema Solar, mas para um dos seus satélites, que os deve ter e que terão, muito provavelmente uma constituição sólida, não estou a ver como se poderá lá chegar. Ora vejamos:

1 dia = 86400 segundos
86400s x 365 dias x 41.000.000 anos x 300.000 km/s (velocidade da luz)
Qual é a distância a percorrer?
Quanto tempo levaríamos, utilizando os sistemas de propulsão conhecidos, ou mesmo outros mais rápidos que eventualmente se venham a desenvolver, como a “propulsão iónica”?

Decididamente vivemos numa “ilha” de onde não temos qualquer possibilidade de sair … Contentemo-nos em ir viver para Marte, utilizando a Lua como base de partida que é aliás o que já se está a tentar fazer, embora estejam continuamente a surgir problemas: agora é toda a poeira levantada pelos propulsores dos diversos dispositivos que para ali foram lançados ou que lá “alunaram”, que anda a orbitá-la caindo muito, muito lentamente no solo lunar.
Se não o conseguirmos, o Homem terá que ceder o seu lugar a outros organismos vivos e há fortes candidatos: lacraus, escaravelhos, bactérias, vírus … Aliás neste belo planeta azul foram os Dinossauros, que por cá andaram mais tempo, de há cerca de 200 milhões de anos até à sua total extinção por volta dos 70 milhões. Portanto cerca de 130 milhões de anos, enquanto que o Homem é praticamente um recém-chegado de há “apenas” 5 milhões de anos.

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