sexta-feira, agosto 31

Ele e Ela

Ele disse... Que tal uma rapidinha?
Ela disse... E temos outra alternativa?

Ele disse... Não sei porque usas soutien; não tens nada para pôr lá dentro.
Ela disse... Tu usas cuecas, não usas?

Ele disse... É verdade que só me amas por causa da fortuna que o meu pai me deixou?
Ela disse... Não, querido. Eu amar-te-ia de qualquer maneira, independentemente de quem te deixou a fortuna.

Ele disse... Este café não serve nem para um porco!
Ela disse... Não tem problema, já te faço um que serve.

Ela disse... Que ideia é essa de chegar a casa meio bebado?
Ele disse... A culpa não é minha, acabou-se o dinheiro.

Ele disse... Desde a primeira vez que te vi, quis fazer amor contigo da pior maneira possivel.
Ela disse... Bem... e conseguiste!

Ele disse... Tens peito liso e pêlos nas pernas. Alguma vez te confundiram com um homem?
Ela disse... Não, e a ti?

Ele disse... Porque é que vocês mulheres sempre nos tentam impressionar com o vosso aspecto em vez de com o vosso cérebro?
Ela disse... Porque há mais chances de um homem ser imbecil do que ser cego.

Ele disse... Vamos sair e divertirmo-nos hoje?
Ela disse... Está bem, mas se chegares a casa primeiro do que eu, deixa a luz do corredor ligada.

Ele disse... Porque é que nunca me dizes quando tens um orgasmo?
Ela disse... Eu até dizia, mas nunca estás presente.

(circula por aí ...)

quinta-feira, agosto 30

Sem casa


Mas mantendo a sua “auto-estima” ...
Foi uma foto tirada às escondidas e de molde a não identificar a pessoa, expondo-a à curiosidade pública. Pelos sacos de plástico que tem junto a si e que devem constituir todos os seus pertences, vê-se que se trata de um sem-abrigo, como tantos que encontramos pela cidade.
Mas o que me chamou mais a atenção foi o facto de ele estar a fazer a barba, a cuidar de si, procurando manter a sua dignidade humana.

Uma vez li uma entrevista sobre um vagabundo “por opção”, que calcorreava Lisboa, espreitando os recipientes do lixo à procura de jornais para vender, ou de algo aproveitável. Era uma figura característica que desapareceu do meu quotidiano.
Tinha família, mas ele optara por viver a sua vida, à sua maneira, fazendo o que bem quisesse e era feliz assim.
Acredito.

(Foto Peter)

quarta-feira, agosto 29

Nuvens


“Encantei-me com as nuvens, como se fossem calmas
locuções de um pensamento aberto. No vazio de tudo
eram frontes do universo deslumbrantes.
Em silêncio via-as deslizar num gozo obscuro
e luminoso, tão suave na visão que se dilata.

Que clamor, que clamores mas em silêncio
na brancura unânime! Um sopro do desejo
que repousa no seio do movimento, que modela
as formas amorosas, os cavalos, os barcos
com as cabeças e as proas na luz que é toda sonho.

Unificado olho as nuvens no seu suave dinamismo.
Sou mais que um corpo, sou um corpo que se eleva
ao espaço inteiro, à luz ilimitada.
No gozo de ver num sono transparente
navego em centro aberto, o olhar e o sonho.”

(António Ramos Rosa, “Volante Verde” – 1986 in Antologia Poética - Selecção de Ana Paula Coutinho Mendes)

«J’aime les nuages ... les nuages qui passent ... là-bas ... là-bas ... les merveilleux nuages ! »

(Charles Baudelaire, « Le spleen de Paris – petits poèmes en prose »)

(Foto Peter)

terça-feira, agosto 28

YOU

You...


...have a GREAT Day!!!

Life is short! Break the rules! Forgive quickly! Kiss slowly!

Love truly, Laugh uncontrollably...

And never regret anything that made you smile.

(enviado pela "bluegift)

segunda-feira, agosto 27

Ser velho


“O que mais acentua no homem o ser velho é ficarem sem préstimo as ideias que teve. Podem estar certas e isso se reconhecer. Simplesmente já não servem. São ideias antigas como os fatos que se usaram. Uma ideia é o que é, mais a harmonia de um contexto em que se integre e o interesse pela ressonância nesse contexto. São ideias possivelmente exactas como a de que a Terra é redonda, mas arrumadas, classificadas no seu desinteresse. Não despertam talvez objecções e uma ideia é funcional quando incita à controvérsia. São ideias respeitáveis talvez, mas como se respeita uma antiguidade. A certa altura um intelectual começa a ser sobrevivente e só lhe resta a decência de andar limpo e estar calado. As ideias jovens podem ser vãs, mas são ainda transaccionáveis pela força da juventude que está nelas e tem razão por ter a razão da vida. Pode mesmo não haver nelas nada de novo. Mas são usadas pelos novos e são novas outra vez. A grande luta do intelectual que envelheceu é aguentar-se vivo, mas em recato, naquilo por que foi vivo. Mas é uma luta inglória. Porque a única glória que se lhe consente é a de uma moldura para se dependurar na parede.”

(Vergílio Ferreira, ”Pensar” 195)

domingo, agosto 26

Os "trambolhos"


Do dicionário: "embaraços", "empecilhos".
A cidade de Faro está literalmente cheia destes "horrores". São às dezenas e por todo o lado: no meio das ruas. largos e praças, obrigando as pessoas a autênticas gincanas.
Quando as laranjeiras que têm plantadas crescerem, a cidade transformar-se-á num autêntico laranjal...
Não sei quem foi a "luminária" que imaginou este mobiliário urbano e, muito menos, quem o autorizou. Deve ter custado uns largos milhares de Euros. Só sei que não gostei.

Assim se gasta o dinheiro dos contribuintes, o nosso dinheiro. É muito possível que a cidade tenha muito onde o aplicar, de maior necessidade e utilidade, do que nestes horrorosos caixotes.

sábado, agosto 25

Os “Chicos Espertos”

Numa sondagem realizada em 17 países, os portugueses foram considerados como os que mais se irritam na Europa.
Pudera! Vivemos e somos tratados "abaixo de cão", por isso andamos sempre de mau humor!

Em 20 questões elaboradas pela revista "Selecções do Reader's Digest" (julgo), os portugueses demonstraram maior nível de irritação em 14 delas, logo seguidos dos britânicos, checos e espanhóis.

No topo da irritação nacional estão:
- Passar à frente nas filas.
- Cuspir para o chão (já o Eça falava nessa típica característica nacional).
- Excrementos de cão na rua (atenção lisboetas: a Av de Roma é a mais "armadilhada").

O "passar à frente nas filas" é típico do "chico-espertismo" nacional. Temos:
- Os que num engarrafamento nos ultrapassam pela direita, seguindo impunemente pela berma da estrada.
- Os que num supermercado, quando abre uma nova caixa, não seguem a ordem estabelecida.
- Os que numa fila de autocarros, fazem de conta que acabam de chegar de Alguidares de Baixo e colocam-se no lado da fila que tem menos gente.
- Os que nos engarrafamentos seguem impunemente pela faixa BUS.
- Os que ziguezagueiam pelas três faixas.

Enfim, é um nunca mais acabar!

Irra! Estou farto “deles”!

Mas quem são “eles”?

Somos “nós” ….

sexta-feira, agosto 24

VENEZA - Ponte dos suspiros



Sempre que passo por Veneza fotografo esta ponte. É o local onde os humanos viam pela última vez a liberdade e suspirariam de tristeza.

Lembro-me dos malditos "ismos" que sempre nos têm oprimido e roubado a liberdade e a vida: capitalismos, fundamentalismos, comunismo, fascismo, nazismo, cristianismo, islamismo, sionismo ... tudo no mesmo saco.
Do lado esquerdo, o Palácio dos Doges, sede do Governo da "Sereníssima", com a sua tela, a maior do mundo (8x23m e onde estão representadas 350 personalidades, as mais influentes da época), estranhamente denominada: "Visão do Paraíso".
Do lado direito a prisão, em cujas masmorras eram lançados os condenados, que ali apodreciam.

A ponte liga assim o "Paraíso" com o Inferno e é o local onde os prisioneiros, muitas vezes denunciados anonimamente por um escrito metido na "boca di leone" viam o Sol pela última vez e se despediam da liberdade que continuava cá fora.

É um local de sofrimento e de dor que nos recorda as masmorras da Inquisição, as prisões de Cuba (as de Fidel e Guentanamo), e tantas, tantas, quantas a imaginação humana constrói para pôr à disposição dos tiranos e tiranetes que nos dominam.

(Foto tirada por mim em Junho deste ano)

quinta-feira, agosto 23

Despertar



Foi acordando lentamente. Um pequeno seio aninhara-se na concha da sua mão. Andavam afastados pelo dia-a-dia que os engolira e devorava. Tinham deixado de pensar e de viver a sua própria vida. O importante era a vida dos outros, os “casos” que aguardavam julgamento. Foi pastando lentamente no corpo doce e aveludado. Há quanto tempo não faziam amor! Na semi-obscuridade do quarto encantava-o olhar para aquele rosto de menina. No amor era sempre aquele rosto que se mantinha. Indiferente à passagem dos anos. A sua mão aflora os cabelos crespos da púbis. Algo procura sofregamente o seu sexo. Roda sobre si próprio penetrando-a lenta e profundamente. O seu espírito, liberta-se do corpo e vagueia pelos espaços infinitos. Regressa à Terra, desperto pelos gritos e gemidos dela e mergulha num suave torpor. Uma mão pequenina afaga-lhe a nuca. Como sempre …

(Foto do Google)

quarta-feira, agosto 22

O meu primeiro “post”

(enviado em 16.02.2000 23.34, para cmonteiro, em resposta ao tema “Os livros e nós. Estaremos sós no Universo?”, no então fórum Livros, precursor do Bibliotecl@, nos Fóruns do SAPO)

«Regressado a Lisboa, venho encontrar um novo fórum sobre "livros". Felicito-o pela iniciativa.
Vou colocar um tema, muito debatido, mas que eu considero apaixonante e extremamente actual.
O tema é o facto de "estarmos, ou não, sozinhos no Universo".

A polémica foi relançada o mês passado, com a publicação nos EUA, do livro "Rare earth",da autoria dos Drs. Peter Ward e Donald Brownlee, ambos da Universidade de Whashington, sendo este último também cientista da NASA, a trabalhar no projecto Stardust, cuja missão é a captura de poeira interestelar.

Contrariamente à opinião divulgada nas últimas duas décadas, nomeadamente pelo falecido Carl Sagan, no seu livro "Contacto", que deu origem ao filme com o mesmo nome, o livro "Rare Earth" defende o ponto de vista de que: a composição e a estabilidade da Terra são extremamente raras. O normal, no que se tem observado, é a existência de níveis de radiação demasiado elevados, elementos químicos essenciais à vida pouco abundantes e ainda uma intensa chuva de meteoros que dificulta a existência de planetas “hospitaleiros”.

Os 2 cientistas discutem outras características, provavelmente raras no Universo, mas que contribuíram para tornar a Terra tão favorável ao desenvolvimento da vida. São elas:

-uma órbita que mantém o planeta à distância exacta da sua estrela, permitindo que a água se mantenha no estado líquido (o que não aconteceu em Marte);
-um satélite de tamanho “adequado e à distância exacta”, o que possibilita estabilidade climática;
-carbono em quantidade suficiente (e não em demasia, o que levaria ao sobreaquecimento que se verifica em Vénus) essencial ao desenvolvimento da vida;
-a existência de um "bom gigante", o planeta Júpiter, que com a sua enorme massa, absorve a maior parte dos meteoros.

Trata-se de um ponto de vista interessante, passível de discussão e a minha intenção em trazê-lo para a "ribalta" é unicamente a de facultar elementos aos eventuais interessados no assunto e que, por circunstâncias fortuitas, talvez não tenham tido acesso a eles.
Acresce que o livro põe em causa o projecto SETI já que considera a busca de sinais electromagnéticos, provindo de inteligências alienígenas, destinada ao fracasso.

Mr Magoo”»

Foi o meu primeiro contacto com a NET e por ali me mantive nos Fóruns do SAPO até meados de 2003 (julgo). Tinham começado a aparecer os primeiros “blogs” e havia acesas discussões entre os partidários destes e os dos Fóruns. Como em tudo, uma série de acontecimentos desagradáveis, levaram-me a abandonar estes e a criar o meu primeiro blogue: o “Poeira de estrelas”, a que se seguiram as “conversas de xaxa”, já em 4ª edição.

Peter

terça-feira, agosto 21

Como saltar de Papa a Papão em 24 horas...

Continuando a publicar textos dos colaboradores e amigos, publicados no nosso antecessor: http://conversasdexaxa3.blogs.sapo.pt/



PAPÃO RATZINGER


Que farás tu, meu Deus, se eu perecer?

Eu sou o teu vaso - e se me quebro?

Eu sou a tua água - e se apodreço?

Sou a tua roupa e o teu trabalho

comigo ganhas tu o teu sentido.


Depois de mim não terás um lugar

onde as palavras ardentes te saúdem.

Dos teus pés cansados cairão

as sandálias que sou.

Perderás a tua ampla túnica.

O teu olhar que nas minhas pálpebras,

como num travesseiro,

ardentemente recebo,

virá procurar-me por largo tempo

e deitar-se-á, na hora do crepúsculo,

no chão duro de pedra.


Que farás tu, meu Deus? O medo domina-me...


(Rainer Maria Rilke)


Aproveitando os versos de Rilke, será que não se anda por aí a exagerar demasiado acerca do poder real de um Papa?


Publicado por “bluegift” em 20 de Abril de 2005 às 11:29 AM – Comentários (31)

segunda-feira, agosto 20

Como conseguiste sobreviver?


Cresceste durante os anos 40, 50, 60, 70, 80? Como pudeste sobreviver?
Os carros não tinham cintos de segurança, apoios de cabeça nem air-bag! No banco de trás nós fazíamos uma farra! E isso não era perigoso! ...As camas de grades e os brinquedos eram multicolores e no mínimo pintados com umas tintas duvidosas, contendo chumbo ou outro veneno qualquer. Não havia fechos de segurança nas portas dos carros, correntes, medicamentos ou detergentes químicos domésticos. Andávamos de bicicleta sem capacete. Bebíamos água da torneira ou de uma mangueira e não águas minerais em garrafas esterilizadas.... Construíamos escorregas com caixotes de sabão e aqueles que tinham a sorte de morar perto de uma rua asfaltada, podiam tentar bater recordes de velocidade e até verificar a meio do caminho que tinham economizado os travões.. Alguns acidentes depois... Todos esses problemas estavam resolvidos! .....

Íamos brincar para a rua com a única condição de voltar para casa ao anoitecer. Não havia telemóveis... E ninguém sabia onde estávamos! Incrível!! ......
Tínhamos aulas só de manhã e íamos almoçar a casa.....
Canadianas, dentes partidos! Ninguém se queixava disso.
Todos tinham razão, menos nós.
Comíamos doces, pão com manteiga, bebidas gasosas, gelados e açúcar, mas não se falava de obesidade - brincávamos sempre na rua e éramos activos ... Dividíamos uma laranjada golo a golo e nunca ninguém morreu por isso ....

Nada de Playstations, Nintendo 64, X boxes, jogos de Vídeo , Dolby surround, Telemóvel, Computador, Chats na Internet ... Só amigos. Jogávamos ao espeta, à macaca, ao pião, ao guelas. A pé ou de bicicleta, íamos a casa dos amigos, mesmo que morassem a kms da nossa casa, entrávamos sem bater e íamos brincar. É verdade! Lá fora, nesse mundo cinzento e sem segurança! Como era possível? Jogávamos futebol com uma só baliza e mesmo que não fossemos seleccionados ... nem era frustração, nem era o fim do mundo.
Havia alunos que estudavam e outros não. Uns passavam e outros reprovavam. Ninguém ia a correr a um psicólogo ou psicoterapeuta. Não havia a moda dos superdotados, nem se falava de dislexia, problemas de concentração, hiperactividade. Quem reprovava repetia simplesmente o ano, e cada um tinha uma nova hipótese…
Tínhamos: liberdades, insucessos, sucessos, deveres...e aprendíamos a lidar com cada um deles.
A única verdadeira questão é: como conseguimos nós sobreviver?
E acima de tudo, como conseguimos desenvolver a nossa personalidade?
Se calhar vão responder que era uma chatice, mas ... como éramos felizes!!!!!! Vale a pena pensar nisto.
((autor desconhecido))
Imagem: os "Peanuts", tirada do Google.
Postado por Lótus em 08:08 AM de 02 Junho 2005 no http://conversasdexaxa.blogs.sapo.pt

sábado, agosto 18

Premonição

Este artigo, da autoria de um dos então colaboradores do blog http://conversasdexaxa3.blogs.sapo.pt foi publicado em 20 de Fevereiro de 2005 com o título “Mais do mesmo”.

É interessante lê-lo mais de 2 anos depois:

“Os portugueses numa claríssima demonstração de maturidade escolheram, … mais do mesmo!
Esta aposta na continuidade nas políticas de desemprego, de apertar de cintos, o reforçar das misérias, a certeza de que a Banca continuará a não pagar ao fisco, está assegurada pelo futuro governo de Sócrates.
Em todas as televisões aparecem os mesmos “lambe-botas” que já nos conduziram a uma situação de ruptura e abriram as portas ao destrambelhado desgoverno de Santana/Portas, posicionam-se agora para nos darem a esperança de uma governação igual, acentuando a diferença entre ricos e pobres, a desertificação do interior, a protecção dos poderosos.

Não ouvi uma única ideia por parte do partido socialista a dizer como pretende inverter o descalabro.
Não a tem.
Tinha uma ideia fixa: a de conseguir uma maioria absoluta para com alguma legitimidade assegurar uma ditadura de quatro longos anos.
Será ouvir daqui a algum tempo os mesmos queixumes que íamos ouvindo agora. “A vida está impossível”, “ladrões”, “são todos iguais” e afins.

Não se pode acusar este povo cultíssimo, letrado, crítico, de falta de inteligência. Não, não podemos.
A tremenda votação no partido de Sócrates demonstra por si só, a enorme capacidade que este povo tem para esquecer.
Já parecem ir longe os tempos em que Guterres tinha paixões; a fuga do mesmo “herói” também passou ao esquecimento. O “lavar de mãos” de Pilatos e dos seus apaniguados, evaporou-se no éter.
Quando é mais do que certo que a arrogância – que já se começou a manifestar em palavras de António Vitorino, quando afirmou que «não será pela comunicação social nem para a comunicação social que se fará o futuro governo» o que traduzido quer dizer «os portugueses já cumpriram o seu dever que era darem-nos a maioria, agora nada mais têm a ver com as escolhas nem com as políticas que pretendemos implementar» – será a tónica dominante, o desrespeito pelas minorias, o “abre-te Sésamo” aos grandes interesses um dado adquirido, este povo bate palmas, clama vitórias, agita bandeirinhas numa manifestação de felicidade inequívoca por continuarem a ter, “mais do mesmo, com outras caras”.

Cada um tem o que merece.

Estou certo de que não irá passar muito tempo sem que se ouçam as habituais críticas e que a depressão se abata ainda com mais força.
Puderam optar. O espectro político não se esgota no sistema viciado que nos impingem. Ou não o quiseram ver, ou então se o viram, ignoraram tal facto.

Apetece-me perguntar: depois porque se queixam?!”

(Posted by “letrasaoacaso” at 11.22 PM/comentários 19)

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Compete a cada um de nós ajuizar da “premonição” do autor do texto. Verificou-se o previsto? Não se verificou?

Embora eu não concorde com a parte final do texto (cada um tem as suas opções) resolvi publicá-lo na íntegra, não só porque não censuro textos de colaboradores, mas também porque não sou cego nem surdo, desloco-me nos transportes colectivos e oiço e compartilho as queixas e dificuldades por que passam actualmente a maioria dos portugueses, na qual me incluo.

sexta-feira, agosto 17

Diálogo amoroso


Ele - Querida, deixa-me tratar-te por Eva.
Ela - Eva? Porquê?

Ele - Porque és a primeira.
Ela - Meu Peugeot_zinho lindo ...

Ele - Peugeot? Porquê?
Ela - Porque és o 206 ....

quinta-feira, agosto 16

Como é que podemos ter produtividade?




É lamentável e chega a ser chocante!...
Esta imagem é a prova provada de que em Portugal, enquanto uma pessoa trabalha, pelo menos uns 14 ficam a olhar.
É por esta razão que nunca vamos atingir os índices de produtividade dos países mais desenvolvidos...

quarta-feira, agosto 15

“Burocratices”


Com "Simplex" ou sem ele, a burocracia tem raízes profundas que dificilmente serão extirpadas.
Um cidadão "vulgaris de Lineus", (daqueles que paga os seus impostos, porque não pode fugir ao cumprimento de um dever, que parece não ser de todos, por muito que nos queiram convencer do contrário) perdeu a sua carta de condução e munido dos documentos que julgava necessários, dirigiu-se ao respectivo departamento para pedir uma 2ª via da referida Carta.
Após mais de uma hora perdida, ou seja, mais de uma hora em que não deu o seu contributo para o aumento da produtividade do País, foi finalmente atendido.
Azar! Necessitava de entregar também uma fotocópia do seu Bilhete de Identidade. Furioso por ter de ir fazer fora a fotocópia necessária e ter de voltar para o fim da fila, o que significava mais tempo não produtivo (era um cidadão muito preocupado com o aumento da produtividade ...) e em desespero de causa, pediu o livro das reclamações, também conhecido por "a cunha dos teimosos".
Com muito má vontade, o funcionário foi buscar o livro, ao mesmo tempo que lhe pedia o Bilhete de Identidade para tirar uma fotocópia que teria de ficar apensa à queixa.
NÃO HÁ PACHORRA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
E não há que fugir:
« ... somos um país de burocratas em que o "juridismo" impera em certas zonas da administração, de maneira obsessiva. Como se, para compensar a "não-acção", se devesse registar a mínima palavra ou discurso em actas, relatórios, notas, pareceres - ao mesmo tempo que não se toma, em teoria, a mais ínfima decisão, sem a remeter para a alínea X do artigo Y do decreto-lei nº tal, do dia tal, de tal mês, do ano tal. .. » (in "Portugal, hoje - o medo de existir", José Gil)

terça-feira, agosto 14

RECORDANDO O DIA 05 DE FEVEREIRO DE 2005



ABERTURA

Desta vez não houve cerimónia (fictícia) de abertura, com cortar de fita e comes e bebes para os convidados, com especial relevo para os notáveis (?) que comparecem sempre, mas que agora andam demasiado ocupados em se insultarem uns aos outros na campanha política.

“Morreu o Rei, viva o Rei”.

O “conversas de xaxa 3” segue assim a linha sucessória, embora não sejamos monárquicos.

Contamos com a vossa visita e os vossos comentários. Sem eles não conseguimos sobreviver e, com certeza, não querem colaborar em mais uma falência, que seria “não fraudulenta”, o que é raro nos tempos que correm.

Os indefectíveis:

Lótus
Bluegift
Embaixatriz Do Brasil
Letras Ao Acaso
Peter
Posted by Peter15 at 01:34 AM Comentários: (17)

Temos vindo a resistir!
Desta equipa restam:
Bluegift
Peter
Mantemos contactos esporádicos com “Letras Ao Acaso” que continua sempre combativo, lutando contra os “Poderes Instituidos”.

segunda-feira, agosto 13

ficam as impressões de lábios

“ficam as impressões de lábios
dilacerando a pele
mais viva

ficam as fúrias desmedidas
misturadas de raivoso desejo

fica a marca de dedos
cravados numa superfície
obscena
e fica a nódoa descolorida de qualquer
coisa entornada por descuido

ficam os prédios velhos
por mais um século de
escolhos
e ficam mulheres de rugas
e de negro na cal
é assim-- em 'quedâncias'--
que te amo--

-- em suspeitas de permanência
e de intemporalidade escrita
a navalha num carvalho de
duzentos anos senão para sempre
pelo menos para já”

(clAud)

Desconheço o autor/a? Ficaram os versos …
Não incluo imagem. Para quê? Está aí tudo.

domingo, agosto 12

Space Shuttle Endeavour (STS 118)

A tripulação do STS- 118 completou hoje a inspecção do “escudo de aquecimento" do Space Shuttle Endeavour e virou a sua atenção para a preparação do passeio espacial de amanhã, 13 AGO 07, usando o “braço robótico" de 50 pés (16,5m) de comprimento e o Orbiter Boom Sensor System (OBSS).
A tripulação detectou na parte debaixo do Endeavour várias áreas danificadas (assinaladas a amarelo) durante a entrada em órbita do Space Shuttle, em 08 deste mês.




Estes passeios espaciais despertam-me sempre grande interesse e possibilitam-nos a recolha de imagens espectaculares, pelo menos para mim.



Claro que hoje em dia é um facto vulgar que pouca, ou nenhuma, atenção desperta, a menos que os danos verificados no “escudo térmico” levem a um acontecimento trágico.
Aí sim, vem ao de cima a nossa consciência mórbida.

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Problemas com o sobrenome

Cá vai uma notícia para animar. Quando passarem por B..., poderão certificar-se se é verdade ou não...

O Registo Civil de B... recebeu o seguinte requerimento:

B..., 5 de Fevereiro de 2006.

Eu, Maria José Pau, gostaria de saber da possibilidade de se abolir o sobrenome Pau do meu nome, já que a presença do Pau me tem deixado embaraçada em várias situações. Desde já agradeço a atenção despendida.

Peço deferimento,

Maria José Pau.

------------------------------------------------------

Em resposta, recebeu a seguinte mensagem:

Cara Senhora Pau:

Sobre a sua solicitação da remoção do Pau, gostaríamos de lhe dizer que a nova legislação permite a remoção do Pau, mas o processo é complicado e moroso.
Se o Pau tiver sido adquirido após o casamento, a remoção é mais fácil, pois, afinal de contas, ninguém é obrigado a usar o Pau do cônjuge se não quiser.
Se o Pau for do seu pai, torna-se mais difícil, pois o Pau a que nos referimos é de família e tem sido utilizado há várias gerações. Se a senhora tiver irmãos ou irmãs, a remoção do Pau torná-la-ia diferente do resto da família. Cortar o Pau do seu pai pode ser algo muito desagradável para ele.
Outro senão está no facto do seu nome conter apenas nomes próprios, e poderá ficar esquisito, caso não haja nada para colocar no lugar do Pau.
Isto sem mencionar que as pessoas estranharão muito ao saber que a senhora não possui mais o Pau do seu marido. Uma opção viável seria a troca da ordem dos nomes.
Se a senhora colocar o Pau na frente da Maria e atrás do José, o Pau pode ser escondido, pois poderia assinar o seu nome como "Maria P. José".
A nossa opinião é a de que o preconceito contra este nome já acabou há muito tempo e visto que a senhora já usou o Pau do seu marido por tanto tempo, não custa nada usá-lo um pouco mais. Eu mesmo possuo Pau, sempre o usei e muito poucas vezes o Pau me causou embaraços.

Atenciosamente,

Bernardo Romeu Pau Grosso

Registo Civil de B...

(Histórias da Internet…)

sexta-feira, agosto 10

Simulada a formação da primeira estrela do Universo


Um supercomputador permitiu que astrofísicos da Universidade da Califórnia, em San Diego, tenham conseguido uma simulação de como se terá formado a primeira estrela (População III) do Universo.
A simulação permitiu perceber que esta pode ter-se formado a partir do colapso de uma nuvem de hidrogénio e hélio, com uma massa 100 vezes mais compacta do que o Sol. Terá sido a partir deste ambiente (considerado dos mais simples de todos) que começaram a formar-se os elementos químicos que compõem o Universo.
Até agora, a forma como terão surgido as estrelas mais complexas tem gerado polémica entre os investigadores. Daí a importância da simulação (em cima à esquerda), já que foi a partir desta primeira que todas as outras composições estelares se terão formado.

Os astrofísicos opinam que terão sido necessárias várias gerações de estrelas* (cada uma a processar resíduos deixados por outras e depois a distribui-los graças às explosões estelares e supernovas **) para que fosse possível produzir em abundância os elementos que se observam actualmente nas estrelas, gás e pó encontrados no Universo.
Só agora, graças aos supercomputadores (que permitiram testar e combinar milhares de hipóteses e variáveis), é que foi possível chegar a algumas conclusões. Outros cálculos estão a ser feitos, para confirmar ou desmentir estas investigações.

(*)População III» População II» População I. Os “primeiros astros” (População III), nunca foram observados, mas teriam sido eles que, ao explodirem, terão originado a População II estelar, já com alguma metalicidade.
(**) Nem todas as explosões estelares originam “supernovas”. O nosso Sol (População I) não possui massa suficiente para tal. Será uma “nebulosa planetária” daqui a 5,5 mil milhões de anos.

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quinta-feira, agosto 9

Praias

Seguindo num "transfer" do Aeroporto de Veneza para o Porto de Triestre, começo a ver do lado direito da estrada uma extensa fila de automóveis.
Eram pessoas que tinham ido à praia. Simplesmente, praia não havia. Havia sim pessoas deitadas em cima das calçadas, ou, na melhor das hipóteses, nestes recantos arborizados.


Nada de areia, nem um grão! Só pedregulhos e mais pedregulhos, de cima dos quais alguns jóvens mergulhavam nas águas do Adriático.
Tive pena deles e começo a ter pena de nós pela forma como as autarquias gananciosas, vão malbaratando esse património que é nosso: as maravilhosas praias Algarvias, de areia fina.


O que interessa é obter receitas e, para isso, vão autorizando os donos do betão armado a construir os seus "mamarrachos" por todo o lado.
Acabarão, a curto prazo, por matar a "galinha dos ovos de ouro", se é que não a mataram já ...

(Fotos Peter)

quarta-feira, agosto 8

Noruega... para pensar

"Na Noruega, o horário de trabalho começa cedo (às 8 horas) e acaba cedo (às 15.30). As mães e os pais noruegueses têm uma parte significativa dos seus dias para serem pais, para proporcionar aos filhos algo mais do que um serão de televisão ou videojogos. Têm um ano de licença de maternidade e nunca ouviram falar de despedimentos por gravidez."

"A riqueza que produzem nos seus trabalhos garante-lhes o maior nível salarial da Europa. Que é também, desculpem-me os menos sensíveis ao argumento, o mais igualitário. Todos descontam um IRS limpo e transparente que não é depois desbaratado em rotundas e estatuária kitsh, nem em auto-estradas (só têm 200 quilómetros dessas «alavancas de progresso»), nem em Expos e Euros."

"É tempo de os empresários portugueses constatarem que, na Noruega, a fuga ao fisco não é uma «vantagem competitiva». Ali, o cruzamento de dados «devassa» as contas bancárias, as apólices de seguros, as propriedades móveis e imóveis e as «ofertas» de património a familiares que, em Portugal, país de gentes inventivas, garantem anonimato aos crimes e «confundem» os poucos olhos que se dedicam ao combate à fraude económica."

"Mais do que os costumeiros «bons negócios», deviam os empresários portugueses pôr os olhos naquilo que a Noruega tem para nos ensinar. E, já agora, os políticos.
Numa crónica inspirada, o correspondente da TSF naquele país, afiança que os ministros não se medem pelas gravatas, nem pela alta cilindrada das suas frotas. Pelo contrário, andam de metro, e não se ofendem quando os tratam por tu. Aqui, cada ministério faz uso de dezenas de carros topo de gama, com vidros fumados para não dar lastro às ideias de transparência dos cidadãos. Os ministros portugueses fazem-se preceder de batedores motorizados, poluem o ambiente, dão maus exemplos e gastam a rodos o dinheiro que escasseia para assuntos verdadeiramente importantes."

"Mais: os noruegueses sabem que não se «projecta o nome do país» com despesismos faraónicos, basta ser-se sensato e fazer da gestão das contas públicas um exercício de ética e responsabilidade. Arafat e Rabin assinaram um tratado de paz em Oslo. E, que se saiba, não foi preciso desbaratarem milhões de contos para que o nome da capital norueguesa corresse mundo por uma boa causa."

"Até os clubes de futebol noruegueses, que pedem meças aos seus congéneres lusos em competições internacionais, nunca precisaram de pagar aos seus jogadores 400 salários mínimos por mês para que estes joguem à bola.
Nas gélidas terras dos vikings conheci empresários portugueses que ali montaram negócios florescentes. Um deles, isolado numa ilha acima do círculo polar Árctico, deixava elogios rasgados à «social-democracia nórdica». Ao tempo para viver e à segurança social."


"Ali, naquele país, também há patos-bravos. Mas para os vermos precisamos de apontar binóculos para o céu. Não andam de jipe e óculos escuros. Não clamam por messias nem por prebendas. Não se queixam do «excessivo peso do Estado», para depois exigirem isenções e subsídios."

É tempo de aprendermos que os bárbaros somos nós.
Seria meio caminho andado para nos civilizarmos.

(colaboração de António Coelho)


terça-feira, agosto 7

Técnicas de protesto

Leiam estas três preciosas dicas sobre como lidar com as agressões de "telemarketing", que constituem para todos nós uma praga quase diária.

1ª - Um método que realmente funciona:

Ao receber uma chamada de telemarketing a oferecer um produto ou um serviço, diga apenas, com toda a cortesia:

"Por favor, aguarde um momento.".

Dito isto, deixe o telefone sobre a mesa e vá fazer outras tarefas (em vez de simplesmente desligar o telefone de imediato).
Isso vai fazer com que cada chamada de telemarketing para o seu telefone tenha uma duração longuíssima, ultrapassando em muito os limites impostos ao indivíduo que lhe ligou.

De vez em quando, verifique se o sujeitinho ou menina ainda está em linha.
Reponha o telefone na posição de repouso apenas quando tiver a certeza de que desligaram. Não tenha dúvida de que esta é uma lição de custo elevado para os intrusos.

2ª - Já alguma vez lhe sucedeu atender o telefone e parecer que não há ninguém do outro lado?

Em caso afirmativo, fique a saber que esta é uma técnica de telemarketing executada por um sistema computorizado, o qual estabelece a ligação e regista a hora em que a pessoa atendeu o telefone. Esta técnica é utilizada por alguns serviços de marketing para determinar a melhor hora do dia em que uma pessoa dos serviços poderá ligar-lhe, evitando assim que o "precioso" tempo de ligação deles venha a ser desperdiçado, se não encontrar ninguém em casa.

Neste caso, ao receber este tipo de ligação, não desligue. Ao invés, pressione imediatamente a tecla "#" do aparelho, seis ou sete vezes seguidas e em sequência rápida. Normalmente, este procedimento confunde o computador que discou o seu número, obrigando-o registar o seu número como inválido, eliminando-o assim da base de dados.

3ª - Publicidade inserida nas contas recebidas pelo correio

Todos os meses recebemos publicidade indesejada inserida nas contas de telefone, luz, água, cartões de crédito, etc. Muitas vezes essa propaganda vem acompanhada de um envelope-resposta, que "não precisa selar; o selo será pago por..."

Insira nesses envelopes pré-pagos a publicidade recebida e coloque-a no correio, endereçada de volta o a essas companhias. Caso queira preservar a sua privacidade, antes de inserir a publicidade no envelope remova todo e qualquer item que possa identificá-lo.

Este é um método que funciona excelentemente para ofertas de cartões, empréstimos, e outro material não solicitado. Portanto, não atire fora esses envelopes pré-pagos! Ao devolvê-los com a propaganda recebida, está a fazer com que as referidas empresas paguem duas vezes pela publicidade enviada. Se quiser acrescentar um requinte de malvadez, aproveite para inserir anúncios da pizzaria do seu bairro, da lavandaria, da florista, do canalizador, do oculista, da costureira, do talho, do dentista, da tabacaria, do barbeiro, do fabricante de marquises de alumínio, da peixaria, do serralheiro, ou de qualquer outra actividade comercial local do mesmo género, que esteja mais à mão.

Há já várias pessoas (eu, por exemplo) a usarem estes métodos de devolver o lixo publicitário. Está na altura de mandarmos o nosso recado às empresas.

É preciso, no entanto, que se atinja um número expressivo de pessoas a aplicar estas técnicas eficazes de protesto. Talvez não seja má ideia passarem este mail aos vossos amigos.

(recebido por e-mail)

segunda-feira, agosto 6

Duas Luas em 27 de Agosto

A "patranha" corre mundo, ao ponto da NASA se ter dado ao trabalho de emitir um esclarecimento:

«BEWARE THE MARS HOAX:
It's August, which means it's time for the annual Mars Hoax. An email is going around claiming that Mars will approach Earth on August 27th; the encounter will be so close, the email states, that Mars will rival the full Moon in size and brightness. (Imagine the tides!) Don't believe it. The Mars Hoax email first appeared in 2003. On August 27th of that year, Mars really did come historically close to Earth. But the email's claim that Mars would rival the Moon was grossly exaggerated. Every August since 2003, the email has staged a revival.»

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domingo, agosto 5

Domani


"Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajecto, quem não muda as marcas no supermercado, não arrisca vestir uma cor nova, não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o "preto no branco" e os "pontos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam o brilho nos olhos, sorrisos, corações aos tropeções, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projecto antes de iniciá-lo, não tentando um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o simples acto de respirar.
Estejamos vivos, então!"

(Pablo Neruda)

Estar vivo é gozar o momento presente. Hoje foi o dia melhor da minha vida, porque estou vivo, porque tenho saúde e porque não vivo mergulhado no passado. Passado é passado.
Fiz coisas tremendamente importantes: tomei banho num mar um bocado agitado, mas que eu gosto, porque gosto de cortar as ondas. Depois fui “trabalhar para o bronze”. Pouco tempo. Levantei-me, comi uma maçã à dentada e fui explorar as rochas distantes, fazer umas fotos. Talvez publique alguma no blog, se me apetecer. Isso sim, isso é que é verdadeiramente importante: «se me apetecer».
À tarde, enquanto esperava que a loja da comida feita abrisse, estive no meu carro, que adoro, ouvindo uma colectânea dos “Beatles”. Música pré-histórica? Será. Mas gosto especialmente do “yesterday” e da “Lucy in the Sky with Diamonds".

Foi bom, não foi?
“Je ne regrette rien”

E amanhã? Será bom se acordar. É a melhor coisa que me poderá acontecer e tudo o que vier será bom.
“Domani sean altro giorno”

(Foto Peter)

sexta-feira, agosto 3

O que leva ao sexo?


Um estudo levado a efeito durante 5 anos pela Universidade do Texas e divulgado pela publicação científica: «Archives of Sexual Behavior», concluiu que a "ATRACÇÃO" é o principal motivo para homens e mulheres terem relacções sexuais.
Este estudo afasta uma série de estereótipos, como a ideia de que:
- o homem só quer sexo para obter prazer físico;
- a mulher se entrega por amor.

Teorias científicas que valem o que valem. Cada ser é um mundo e o amor, como sentimento, não é susceptível de ser estudado cientificamente.

(Gustav Klimt, “O beijo”)

quinta-feira, agosto 2

Ancona, Urbino e Rafael

Olhando para o mapa da Itália nota-se que a partir do centro da Bota existe uma elevação que vai em direcção ao mar Adriático, e é exactamente nesta elevação que surge Ancona, palavra grega que significa “cotovelo”. O cotovelo nasce no monte Conero e estende-se até ao mar por um desfiladeiro de penhascos. Como todas as localidades da costa do Adriático, Ancona vê o sol nascer do lado do mar, mas é a única privilegiada que, devido à sua forma de cotovelo, no Verão admira o pôr do sol também do lado do mar.

A partir daí dirigimo-nos para Urbino. Urbino é uma cidade pequenina. À primeira vista parece quase igual a Siena: ruas apertadinhas a subir, casas com janelas verdes e paredes castanhas. Em Urbino há a casa natal de Rafaello!

Rafael, em italiano Raffaello Sanzio, nasceu em Urbino a 6 de Abril de 1483 e, como todos sabem, foi um mestre da pintura e da arquitectura da escola de Florença, durante o Renascimento italiano, celebrado pela perfeição e suavidade das suas obras. Também é conhecido por Raffaello Sanzio, Raffaello Santi, Raffaello de Urbino ou Rafael Sanzio de Urbino.
Quando do nascimento de Rafael, o seu pai, Giovanni, dirigia um famoso estúdio em Urbino. Ele ensinou o filho a pintar e introduziu-o na corte humanista de Urbino, que, no final do século XV, havia-se tornado um dos mais activos centros culturais da Itália, sob a regência de Federico de Montefeltro.

quarta-feira, agosto 1

Jornalista portuguesa usa véu em Portugal ao entrevistar embaixador do Irão

Mas esta gente perdeu a cabeça?

Vejam a notícia:

Media: CDS-PP questiona critérios da RTP na entrevista ao embaixador do Irão
1 de Agosto de 2007, 18:56
Lisboa, 01 Ago (Lusa) - O CDS-PP questionou hoje os critérios editoriais que levaram uma jornalista da estação do serviço público de televisão a entrevistar em Lisboa o embaixador do Irão com a cabeça coberta por um véu.
"Os critérios editoriais do operador de serviço público de televisão têm obrigação de representar os valores do Estado de Direito democrático e do espaço de liberdades, defendendo a igualdade de direitos entre homens e mulheres", sublinhou a deputada do CDS-PP, Teresa Caeiro, em declarações à Agência Lusa.
Em causa está uma entrevista realizada em Lisboa pela jornalista da RTP Márcia Rodrigues a Mohammad Taheri, em que a entrevistadora surge de véu, roupa escura e luvas pretas.
"Quando uma jornalista portuguesa, em Portugal, e no exercício da sua função de jornalista do serviço público, se veste, voluntariamente, de acordo com as mais estritas imposições de um estado confessional islâmico está a desprestigiar o nosso operador público de televisão, a sua profissão e a menorizar os direitos das mulheres portuguesas", refere a deputada centrista.
Por estas razões, os democratas-cristãos aguardam que a RTP esclareça quais os critérios editoriais desta opção e ponderam entregar um requerimento na Assembleia da República pedindo explicações ao Governo, através do ministro Augusto Santos Silva, que tutela o sector.
"Não esquecemos que estas imposições de vestuário simbolizam a humilhação, o desprezo e a repressão, por uma polícia religiosa, dos mais elementares direitos das mulheres, passando uma mensagem que em nada traduz os valores portugueses de Estado de Direito Democrático em que vivemos", concluiu.

Estou plenamente de acordo com a posição do CDS (coisa rara mas possível...)!

E ainda há quem defenda estes jornalistas de pacotilha, verdadeiros ignorantes e histéricos que polulam actualmente na televisão portuguesa. Mas não há ninguém que os envie para a BBC, TV5, CNN ou afim para aprenderem a profissão?