Despertar
Foi acordando lentamente. Um pequeno seio aninhara-se na concha da sua mão. Andavam afastados pelo dia-a-dia que os engolira e devorava. Tinham deixado de pensar e de viver a sua própria vida. O importante era a vida dos outros, os “casos” que aguardavam julgamento. Foi pastando lentamente no corpo doce e aveludado. Há quanto tempo não faziam amor! Na semi-obscuridade do quarto encantava-o olhar para aquele rosto de menina. No amor era sempre aquele rosto que se mantinha. Indiferente à passagem dos anos. A sua mão aflora os cabelos crespos da púbis. Algo procura sofregamente o seu sexo. Roda sobre si próprio penetrando-a lenta e profundamente. O seu espírito, liberta-se do corpo e vagueia pelos espaços infinitos. Regressa à Terra, desperto pelos gritos e gemidos dela e mergulha num suave torpor. Uma mão pequenina afaga-lhe a nuca. Como sempre …
(Foto do Google)
2 Comentários:
Sensualíssimo Peter! O texto e a foto em sintonia. Adorei!
Eis o lado erótico do Peter!
Abraço
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