Nuvens
“Encantei-me com as nuvens, como se fossem calmas
locuções de um pensamento aberto. No vazio de tudo
eram frontes do universo deslumbrantes.
Em silêncio via-as deslizar num gozo obscuro
e luminoso, tão suave na visão que se dilata.
Que clamor, que clamores mas em silêncio
na brancura unânime! Um sopro do desejo
que repousa no seio do movimento, que modela
as formas amorosas, os cavalos, os barcos
com as cabeças e as proas na luz que é toda sonho.
Unificado olho as nuvens no seu suave dinamismo.
Sou mais que um corpo, sou um corpo que se eleva
ao espaço inteiro, à luz ilimitada.
No gozo de ver num sono transparente
navego em centro aberto, o olhar e o sonho.”
(António Ramos Rosa, “Volante Verde” – 1986 in Antologia Poética - Selecção de Ana Paula Coutinho Mendes)
«J’aime les nuages ... les nuages qui passent ... là-bas ... là-bas ... les merveilleux nuages ! »
(Charles Baudelaire, « Le spleen de Paris – petits poèmes en prose »)
(Foto Peter)
5 Comentários:
Gostei de ler...
Oie Peter! Que lindo poesia e musica. Casamento perfeito!
Tou voltando aos pouquinhos. Mas precisava vir ver os amigos que amo.
Fique com Deus! Beijos
Peter:
Lindíssimos os poemas! Regresseo de férias! Baudelaire... As nuvens! As nuvens!
Beijo
como o voo delicado das emoções. ganhando forma. "lá-bas"...
abraços
Não convém esquecer que as núvens são água e a água é uma das bases da vida, portanto:
As núvens são uma das bases da vida.
Abraço
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