terça-feira, julho 31

O que é de facto significativo na vida?

“O que é de facto significativo?

O filho que muitas vezes não limpa o quarto e está a ver televisão, significa que está em casa.
A desordem que se tem de limpar depois de uma festa, significa que estivemos rodeados de familiares e amigos.
As roupas que nos estão apertadas, significa que temos mais do que o suficiente para comer.
O trabalho que temos a limpar a casa, significa que a temos.
As queixas que escutamos acerca do governo, significa que temos liberdade de expressão. (Temos? Ao menos isso …)
Não encontrar estacionamento, significa ter carro.
Os gritos das crianças, se são nossas, significa que temos filhos, mas também significa que podemos ouvir.
O cansaço ao final do dia, significa que temos trabalho.
O despertador que nos acorda todas as manhãs, significa que estamos vivos.
Finalmente, pela quantidade de mensagens que recebemos, significa que temos amigos a pensarem em nós.

QUANDO PENSARES QUE A VIDA TE CORRE MAL LÊ OUTRA VEZ ESTA MENSAGEM.

(recebido por e-mail)

E agora vamos para férias. Toda a gente está em férias, o País fechou e nós não podíamos ser excepção. Né?

segunda-feira, julho 30

Coisas do telemóvel que eu não sabia.



1. COMO DESACTIVAR UM TELEMÓVEL ROUBADO

- Tem de se saber o "número de série" do telemóvel (IMEI). Para o encontrar marque *#06#
- Ao marcar, aparece no mostrador um número de 15 dígitos. É este o "número de série" que deve escrever e guardar em lugar seguro.
- Se lhe roubarem o telemóvel contacte a sua operadora e dê-lhe esse número, que cancela, ou anula o telemóvel.
- Quando dá esse número, ninguém mais poderá usar o aparelho, porque o desactivaram e, mesmo que troquem de cartão, não funcionará.

2. SE A BATERIA DO TELEMÓVEL SE ESGOTOU

- Todos os telemóveis têm uma reserva de carga na sua bateria que, ao marcar *3370# activa-se automaticamente, dando até cerca de 50% de energia adicional.
- Quando recarregar o telemóvel este volta a carregar automaticamente esse suplemento de energia, que poderá ser utilizado de novo, se necessário.

3. NÚMERO DE EMERGÊNCIA

- O número de emergência em todo o mundo é 112.
- Este número pode ser marcado mesmo que o telefone esteja bloqueado, ou sem saldo.

domingo, julho 29

Se está com problemas no seu PC ...


sábado, julho 28

Não me apetece

Estou na praia e não estou na praia. Normalmente, nos outros anos, a esta hora já lá estaria, mas este ano não. Estou aqui frente a esta máquina que me vicia e à qual interrogo, procurando resposta para os meus problemas.
Esqueço-me que é em mim que devo procurar essas respostas.




(Foto NATIONAL GEOGRAPHIC – Find more wallpapers at www.nationalgeographic.com )

sexta-feira, julho 27

Sempre, todos os dias...

Desconstruí o Jorge Palma. Do último que ainda não ouvi completamente.


Este é um voar que gostamos de fazer sempre, sempre.


Este rapaz é uma pérola. E já anda por aí o clip.


Acho que fica bem no meio deste universo que aqui é mostrado


Encosto-me aqui...




Encosta-te a mim


(Jorge Palma)





Encosta-te a mim, nós já vivemos cem mil anos.


Encosta-te a mim, talvez eu esteja a exagerar.


Encosta-te a mim, dá cabo dos teus desenganos.


Não queiras ver quem eu não sou, deixa-me chegar.


Chegado da guerra, fiz tudo p´ra sobreviver em nome da terra,


no fundo p´ra te merecer. Recebe-me bem,


não desencantes os meus passos faz de mim o teu herói,


não quero adormecer.


Tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo, o que não vivi,


hei-de inventar contigo sei que não sei às vezes entender o teu olhar


mas quero-te bem, encosta-te a mim.


Encosta-te a mim, desatinamos tantas vezes.


Vizinha de mim, deixa ser meu o teu quintal,


recebe esta pomba que não está armadilhada


foi comprada, foi roubada, seja como for.


Eu venho do nada porque arrasei o que não quis em nome da estrada,


onde só quero ser feliz.


Enrosca-te a mim, vai desarmar a flor queimada,


vai beijar o homem-bomba, quero adormecer.


Tudo o que eu vi,estou a partilhar contigo, o que não vivi,


um dia hei-de inventar contigo


sei que não sei, às vezes entender o teu olhar, mas quero-te bem.





Encosta-te a mim.


Quero-te bem.


Encosta-te a mim







E bom fim-de-semana



Estou de fériaaaaaaaassssssssssss!!!!!!!!!!!





(Foto: Nuno Costa)

Dubrovnik II

"Lembro-me bem das imagens arrepiantes, dos bombardeamentos a Dubrovnik em plena guerra da ex-Jugoslávia. Lembro-me de ter pensado que estavam a destruir algo que pertencia a todos nós e não só ao povo Croata e que era mais uma estúpida consequência da anormalidade humana! Felizmente, com o apoio da Unesco, a cidade está a recuperar a sua beleza original"
("belzebu")

Pois é, meu caro "belzebu", autor de um blog que muito aprecio, resolvi publicar mais esta foto de Dubrovnik.

É uma planta da cidade, colocada em local bem visível e na qual estão assinalados a negro os impactos dos projecteis e a cor de rosa os quarteirões totalmente arrasados por esses selváticos bombardeamentos. Impressionante o orgulho com que a n/guia se referiu ao esforço de todos em reerguerem a sua cidade, dos escombros em que mergulhara.
(Foto Peter)

quinta-feira, julho 26

Dubrovnik

“Dubrovnik (Ragusa em italiano) é uma cidade costeira da Croácia localizada no extremo sul da Dalmácia, banhada pelo Mar Adriático. É uma das estâncias balneares mais importantes do país, bem como um porto e a capital do condado de Dubrovnik-Neretva. A maior parte dos seus habitantes é de origem croata e, pela sua beleza natural e pelo que representa para a história, Dubrovnik é conhecida como "a pérola do Adriático". A cidade é considerada património da humanidade pela UNESCO.

A fundação de Dubrovnik resultou da fusão de duas pequenas cidades: Laus, a comunidade de uma pequena ilha na costa meridional da Dalmácia, para onde se dirigiram os refugiados da cidade de Epidaurum (hoje Cavtat) e Dubrava, um povoado de imigrantes eslavos no sopé do monte Srđ. A partir da sua fundação no século VII, a cidade ficou sob a protecção do Império Bizantino. Após as Cruzadas, Ragusa/Dubrovnik passou para as mãos da República de Veneza (1205-1358) e pelo tratado de Zadar, de 1358, tornou-se território da coroa da Hungria. A cidade foi fortificada e dotada de portos.

Entre o século XIV e o ano de 1808, Dubrovnik manteve-se independente e chamava-se Respublica Ragusina, também conhecida como "República de Dubrovnik". A República atingiu o seu auge nos séculos XV e XVI, quando rivalizava em influência e em termos comerciais com a República de Veneza e outras repúblicas marítimas italianas.
A cidade era governada por uma aristocracia que formava dois conselhos. Estes mantinham um rígido sistema de classes sociais, mas aboliram o comércio de escravos no início do século XV e tinham a noção de liberdade em alta conta. Em baixo, à esquerda, a estátua de Orlando é o símbolo de uma cidade livre. Dubrovnik logrou manter a sua soberania, equilibrando-se entre os interesses de Veneza e os do Império Otomano.

A República entrou numa fase de declínio após uma crise da navegação no Mediterrâneo e um terramoto catastrófico em 1667. Em 1699, viu-se obrigada a vender parte do seu território aos otomanos, como forma de se proteger dos avanços de Veneza.
Em 1806, as forças de Napoleão conquistaram Dubrovnik. Em 1808, os franceses aboliram a República de Dubrovnik e integraram o seu território nas Províncias Ilírias da França, mas em 1815, por decisão do Congresso de Viena, Dubrovnik foi atribuída à Áustria (a partir de 1867, Áustria-Hungria) e permaneceu no Reino da Dalmácia até 1918, com o nome oficial de Ragusa.
Com o fim da I Guerra Mundial, passou a integrar o Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos e a partir de 1929, Reino da Jugoslávia. Ao começar a II Guerra Mundial, Dubrovnik fazia parte do Estado Independente da Croácia. De Abril de 1941 até Setembro de 1943, a cidade foi ocupada pelo exército italiano e em seguida pelos alemães. Em Outubro de 1944, o movimento de resistência jugoslavo libertou-a da ocupação alemã e Dubrovnik passou a integrar a segunda Jugoslávia a partir de 1945.

Em seguida à independência da Croácia em 1991, o exército federal jugoslavo bombardeou a cidade antiga em 6 de Dezembro de 1991. O restante da cidade teve menos sorte no cerco, que durou de Outubro de 1991 a Maio de 1992.

Com o fim da guerra, teve início um grande projecto de reconstrução dirigido pelo governo croata e pela UNESCO, segundo técnicas e materiais tradicionais. Um dos maiores problemas enfrentados durante a reconstrução foi substituir as famosas telhas de terracota rosadas dos edifícios da cidade antiga, danificados pelo bombardeio. Procurou-se também reforçar as estruturas antigas contra terramotos.

Em 2005, o trabalho de restauração já estava basicamente concluído.”


É sempre bom conhecer algo dos sítios que se visita. A foto acima, que tirei assim como as outras e que vos apresento, faz-me lembrar Alfama.

(Fotos Peter)


quarta-feira, julho 25

À procura da massa em falta no Universo

O Universo que nos rodeia não é bem o que aparenta. As estrelas perfazem menos de 1% da sua massa e todas as nuvens de gás e outros objectos, menos de 5%. Esta matéria visível, constituída por átomos, ou matéria “bariónica”, é apenas cerca de 10% de todo o material que o constituiu e ao qual damos o nome de "Matéria Negra" - uma descrição que apenas revela a nossa imensa ignorância sobre a sua natureza.
Sabemos pouco dos restantes 90% do Universo, constituído na sua quase globalidade por essa "matéria negra" invisível, mas que possibilita que as estrelas possam andar como que em redemoinho em ilhas galácticas e que as galáxias se aglomerem, como fazem, para que o Universo seja visto como o vemos.


(As WIMPs terão, muito possivelmente, uma distribuição esférica e simétrica, a partir do centro da galáxia, como o artista as colocou na gravura e proporcionariam muita da força gravitacional que mantém unida a parte visível da mesma galáxia. Poderemos especular que se trata de partículas massivas que interagem fracamente sobre a matéria comum (bariónica), mas fortemente entre si.)

O mistério da massa em falta no Universo, poderá começar a ser revelado à medida que os astrónomos do Reino Unido ajustem os seus sensíveis detectores, para a pesquisa de "Matéria Negra", situados a 1100 metros de profundidade nos planaltos de North Yorkshire, tendo em vista a detecção de “Partículas Massivas de Interacção Fraca” (WIMPs), principais candidatas ao mistério da massa em falta no Universo.

Embora provavelmente biliões de WIMPs passem por nós em cada segundo, estas dificilmente interagem com a matéria comum o que faz com que sejam extremamente difíceis de detectar. Numa amostra de um quilograma de material, menos de uma WIMP por dia atingirá o núcleo de um átomo, obrigando-o a recuar ligeiramente. Os detectores têm por missão captar este recuo e registá-lo. Quando uma WIMP colide com o núcleo de um átomo, ela "empurra-o" para trás e a energia libertada pelo átomo, devido a este recuo, pode ser detectada de uma de três maneiras, dependendo do material do detector:

- poderá ocorrer um ligeiro aumento de temperatura, ou a libertação de carga eléctrica (ionização), ou ainda a libertação de um fotão – luz - (cintilação). É também possível que mais do que um destes efeitos ocorra simultaneamente.

Como este fenómeno acontece muito raramente, os detectores poderiam também registar muitas outras reacções: tais como raios cósmicos a atingirem o material, ou radioactividade natural. É por isso que os detectores estão situados a 1100 metros no subsolo, porque a Terra absorve a maioria das partículas exteriores (como os raios cósmicos vindos do espaço) e as paredes da mina de sal oferecem ainda uma protecção adicional, por serem muito pobres em radioactividade natural.

Fontes:

GOOGLE e ASTRONOVAS ( Publicação do Observatório Astronómico de Lisboa - Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa)

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terça-feira, julho 24

Oh tempo volta para trás


"Oh tempo volta para trás, dá-me tudo o que eu perdi ..." canção muito em voga nos anos 60/70 do século passado e que ainda hoje faz as delícias dos que persistem viver em 1973.
"Numa casa portuguesa fica bem pão e vinho sobre a mesa e se à porta humildemente bate alguém, senta-se à mesa com a gente …”
É o sentas! Tomara é que a comida chegue para os da casa.

Política? Não percebo nada, nem quero perceber. A minha política é o trabalho.
Futebol? Claro, e viva o Benfica! Quem não é do Benfica não é bom chefe de família!
Antes do futebol uns couratos com umas bjecas e, depois do jogo, uns caracóis com mais umas bjecas, para festejar com os amigos o empate do glorioso, arrancado a ferros.
Agora puseram a malta a jogar com camisolas cor de rosa! Mas aquilo impõe respeito a alguém? Vamos lá é voltar ao encarnado e deixemo-nos dessas “mariquices”!

Deus, Pátria e Família, é a Santíssima Trindade. Mas isso já exige uma certa posição, pois a malta fica-se pelos 3 Fs: Fátima, Fado e Futebol.
Nada como a grande e saudosa Hermínia Silva para fazer vibrar a malta! Com uns copinhos de tintol e uns enchidos assados, que é que me interessam essas politiquices? O respeitinho é muito bonito.

NOTA

Não, não estou a publicitar o livro, nem o autor, a imagem foi escolhida no Google e considerei-a como adequada ao que leram se por acaso leram …

segunda-feira, julho 23

A espinha do robalo


Uma das histórias que correm cá pelos "Allgarves" é a de uns turistas ingleses que num dos restaurantes da zona se queixaram por lhes ter sido servido peixe com bocados de plástico.
Pressuroso, o chefe de mesa veio ver o que se passava e verificou que aquilo a que os súbditos de Sua Majestade chamavam de "plástico" era a espinha do robalo.

Habituados ao "fish and chips" ...

sexta-feira, julho 20

O PORTO: O MORRO E O RIO - 11º EPISÓDIO: CALE



Perpena, general Romano de Sertório - a quem assassinaria uns anos mais tarde - terá ocupado Cale em 74 antes de Cristo. Não devia ter sido feito militar de grande monta, nem pela importância do povoado, nem pelas implicações da conquista - e, assim, o mais natural seria dar-se ao acontecimento a importância reduzida que teve naquela época. É o que faz Salústio, historiador, falecido 40 anos depois, com uma brevíssima referência a este sucesso - e mesmo assim foi preciso esperar quatro séculos, mais ano menos ano, para se saber o que ele disse ( 1 ).
É a primeira vez que se ouve falar de Cale, mas só essa vez chegou para muita tinta fazer correr sobre o significado da palavra e a sua localização.
Por azar nosso, dos historiadores e do próprio Salústio, Cale vem situada na Gália - e por lá teria ficado se um notável Holandês, Gerard Voss (1577-1649) não procurasse demonstrar que se havia tratado de um lapso e que onde está Gália se devia ler Calécia.
De facto, as incursões militares de Perpena decorreram pelo Noroeste Peninsular (levaram-no até ao Rio Lima) pelo que a correcção de Voss, com tantos séculos de atraso, foi aceite pela generalidade dos historiadores.
Temos assim Cale situado na Calécia, o que a coloca a Norte do Douro, dado o rio fazer fronteira com a Lusitânia Romana.
Azar dos que defendiam Cale em V.N. de Gaia.
Um abraço para a Galiza, herdeira da Calécia, por ter acolhido o topónimo Cale, de um minúsculo povoado junto ao seu limite sul, para com ele formar o seu próprio nome.
Por muito inacreditável que pareça, esta foi a base para o baptismo de toda a faixa ocidental da Península.


O itinerário de Antonino, finais do século III, é um documento de compilação das vias romanas. Grandes Romanos! Deixaram pontes, estradas, legislação, costumes, uma língua para nos entendermos...Abençoada ocupação.
E é aqui que voltamos a ter notícias: na via Olissipo – Bracara Augusta, uma espécie de IP1 daquela época, numa extensão total de 244 milhas, Calem vem mencionada como a penúltima das suas estações. A análise das distâncias entre estas permite situá-la na vizinhança do Douro.
Para alguns, a Cale do Perpena nada tem a ver com a Calem de Antonino; para a maior parte, todavia, estabeleceu-se um certo acordo: trata-se de uma povoação pré-romana, de nome celta (Kal = pedra, rochedo, como hipótese mais aceite) situada a norte do morro de Pena Ventosa. Mais concretamente: entre os locais onde hoje se situam a estação de S. Bento e a Sé.



Dúvida parece não haver quanto à localização do porto fluvial que servia Cale.
Quando voltar à Praça da Ribeira – porque você já lá foi - repare na Rua de S. João, a que vem a descer, do seu lado esquerdo. Sim, você está de costas para o Rio.
Pense que por ali corria o tão falado Rio de Vila, prestes a encontrar o Rio Douro, pouco mais ou menos no sítio onde você está. Esse ponto de encontro, possivelmente, reunia condições mais favoráveis à acostagem de embarcações, já que as margens de granito das redondezas não deviam ser muito fofas para a manobra.


Repare agora na estreitíssima Rua dos Mercadores, a do seu lado direito, por onde dantes a Via Romana retomava o seu caminho na direcção de Bracara Augusta. Não tinha muito espaço para se alargar: de um lado, o morro; do outro o Rio de Vila; subia por ali, chegava à Rua Escura de hoje (ainda não havia Cerca Velha) e virava a Norte, passando pela estação de Calem.
Pois foi aí, onde você está, que tudo começou. O Portus (romano) de Cale (celta) deu origem a Portucale e o resto já se sabe. Por isso, esta história é também a sua história, a que não vai ficar indiferente.

(1) - Citação do gramático Sérvio, séc. IV, inserida num comentário sobre Virgílio.

No próximo Episódio (o penúltimo), vamos sair de Cale em direcção ao Rio.

(continua)

(Fernando Novais Paiva)

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quinta-feira, julho 19

Corfu


É a mais setentrional das Ilhas Jónicas e a mais visitada. Vlachérna, com o seu pequeno mosteiro branco, é uma das imagens de marca mais belas de Corfu. e pode ser alcançada por um passadiço.
No Verão há passeios de barco até Pontikonisi, ou "Ilha do Rato", que a lenda afirma ser o barco de Ulisses, transformado por Posídon em pedra.

(foto Peter)

quarta-feira, julho 18

CONTACTOS

Foi recebido o seguinte e-mail do SAPO:

“Estimado(a) Cliente,
Em resposta à sua questão, informamos que para um diagnóstico assertivo da dificuldade encontrada, é necessário confirmar-nos os seguintes dados:
- Endereço electrónico SAPO.PT em causa;
- Se o envio/recepção de mensagens é efectuado através de um programa de gestão de correio ou do site SAPO Mail em http://mail.sapo.pt;
- No caso de utilizar um software para o efeito, qual o programa utilizado;
- Mensagem de erro gerada aquando tentativa de acesso às mensagens recebidas/Inbox;
- Se dispõe de algum anti vírus ou firewall instalados no seu PC.
Caso subsista alguma questão não hesite em contactar-nos de novo, através deste e-mail.

Com os melhores cumprimentos,

Cláudia Ribeiro
Serviço de Apoio a Clientes
PT.COM”

Deste modo, o e-mail de contacto do blog http://conversasdexaxa4.blogspot.com
bem como o do http://oblogdopeter.blogspot.com (que é o mesmo) passou a estar operacional.

Agradecemos que continuem a contactar connosco através do endereço:

bric_a_brac@sapo.pt

Os nossos agradecimentos,

Peter

A nossa representação do Universo

“Um conhecido homem de ciência (segundo as más línguas, Bertrand Russel) deu uma vez uma conferência sobre astronomia (...) No fim da conferência, uma velhinha, no fundo da sala, levantou-se e disse:
«O que o senhor nos disse é um disparate. O mundo não passa de um prato achatado equilibrado nas costas de uma tartaruga gigante.»
O cientista sorriu com ar superior e retorquiu com outra pergunta:
«E onde se apoia a tartaruga?»
A velhinha então exclamou:
«Você é um jovem muito inteligente, mas são tudo tartarugas por aí abaixo!»”

(“Breve História do Tempo”, Stephen W. Hawking)

É uma sugestão à leitura ...

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terça-feira, julho 17

Planetas errantes

Numa região de formação de estrelas na Nebulosa de Orion, a cerca de 1.500 anos-luz da Terra foram detectados 13 ”planetas errantes”. Estes mundos escaldantes não se formaram da mesma forma que os planetas do Sistema Solar. De facto, poder-se-ia mesmo perguntar se lhes podemos sequer chamar planetas? As observações do enxame do Trapézio, na Nebulosa de Orion, revelaram mais de 100 "anãs castanhas", objectos que poderiam vir a ser estrelas mas que não têm massa suficiente para tal.



(o enxame do Trapézio na Grande Nebulosa de Orion)

Com menos de 0,08 massas solares, estes objectos não geram calor interno suficiente para desencadear as reacções de fusão nuclear que mantêm as estrelas a brilhar durante longos períodos. No entanto, os cientistas dizem que até mesmo as "anãs castanhas" produzem alguma energia nuclear por períodos curtos, desde que a sua massa seja superior a 0,013 massas solares, ou seja, cerca de 13 vezes a massa de Júpiter, o maior planeta do nosso Sistema Solar. Os astrónomos definiram esta massa como sendo a massa mínima de uma "anã castanha".

Os 13 objectos em questão têm massas inferiores a esse limite de 0,013 massas solares, sendo a massa do mais pequeno estimada em não mais que oito vezes a massa de Júpiter. Os investigadores chamaram a estes objectos “planetas errantes” porque, aparentemente, não orbitam qualquer estrela, deslocando-se por si próprios através do espaço. Tal como as estrelas, terão sido criados a partir da contracção das nuvens interestelares de gás e poeira existentes naquela zona do espaço. No entanto, como não atingiram o limite mínimo das 13 massas de Júpiter, terão libertado apenas o calor resultante da sua formação.

A descoberta de 13 "planetas errantes", localizados num único enxame de estrelas, sugere que estes objectos possam ser bastante comuns e como existem cerca de 100 mil milhões de estrelas na nossa galáxia e se este enxame estelar for típico, então deverão existir pelo menos algumas centenas de milhões de "planetas errantes"…

No âmbito da investigação dos processos de formação planetária, o que se procura "são planetas semelhantes aos do Sistema Solar". Os "planetas errantes", pelo contrário, "formaram-se, presumivelmente, da mesma maneira que as estrelas se formam, apenas aconteceu que não tiveram massa suficiente para serem verdadeiras estrelas". Serão "anãs castanhas” de muito pequena massa, mais uma curiosidade no “zoo astronómico”.

Os astrónomos pensam que a maioria das estrelas se formam em gigantescas nuvens moleculares, vastas regiões de gás frio e poeira. A nuvem molecular mais próxima está exactamente por detrás do gás brilhante da Nebulosa de Orion. O enxame do Trapézio saiu recentemente dessa nuvem molecular escura e foi precisamente essa a razão que levou a escolher-se essa região para se efectuar o estudo.

Dado que as "anãs castanhas" e os "planetas errantes" arrefecem muito rapidamente, é mais fácil encontrá-los quando ainda são jovens e emitem algum calor resultante do seu processo de formação. Os objectos agora encontrados no enxame do Trapézio têm, na sua maioria, cerca de 1 milhão de anos, ou seja, são ainda muito jovens se os compararmos com os 4,6 mil milhões de anos do nosso Sol.

Importa esclarecer que as estrelas a que é dado o nome de “anãs castanhas” não emitem luz visível, pelo menos que possa ser detectada com os meios que actualmente possuímos. Este esclarecimento torna-se necessário na sequência de um jornal diário português ter publicado esta notícia dizendo que o nome destas estrelas advém do facto de emitirem uma luz acastanhada, o que não corresponde à verdade. Na realidade, o seu nome provém da necessidade de se caracterizar um tipo de objectos que se situa entre uma "estrela vermelha" - o tipo de estrelas mais frias a emitirem no visível - e as "anãs negras", verdadeiros cadáveres estelares que não emitem qualquer energia. Emitindo alguma energia que resulta - como se diz no artigo mencionado - da formação da própria "anã castanha", mas não sendo esta detectável por meio de telescópios ópticos a partir da Terra, escolheu-se a cor castanha como intermédia para denominar estes objectos.

(in ASTRONOVAS, OAL/FCL, adaptado)

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segunda-feira, julho 16

Novo e-mail

Devido a erro, o e-mail de contacto do blog http://conversasdexaxa4.blogspot.com bem como o do http://oblogdopeter.blogspot.com deixaram de estar operacionais.
Lamentamos o ocorrido, do qual não temos qualquer culpa.

O endereço anterior era:

bric_a_brac@sapo.pt

Passa a ser:

conversas.xaxa@gmail.com

Continuamos a contar com a vossa assiduidade,

Peter

domingo, julho 15

A semana do nosso descontentamento


Tenho estado isolado do mundo, sem ler jornais e sem ver TV. Foi bom, ia dando uma espreitadela ao blog, respondendo a alguns comentários e trocando e-mails com pessoas amigas. A avestruz é que tem razão: escondendo a cabeça na areia, os problemas não existem.
Mas existem, òh se existem ...

Os futebolistas continuam a saga de denegrir, através do seu comportamento, a imagem do País. Só para recordar:
- A bronca do Europeu de 2000, com os nossos jogadores a rodearem o árbitro austríaco Guenter Benko.
- A agressão de João Pinto ao árbitro argentino Ângel Sanchez, no Mundial de 2002.
- Em 2004 os Sub-21 destroem o balneário em Clemont-Ferrand.
- Em 2007, no Mundial de Sub-20, Zequinha tirou o cartão vermelho das mãos do árbitro malaio Mohd Salleh.

Excessos de juventude ...

Pois é... e quando perdemos, o que é normal, ainda se desculpam dizendo que os árbitros estrangeiros nos perseguem.

Sou português. Tenho orgulho nisso. Não gosto de ser olhado de soslaio quando, visitando algum país, digo a minha nacionalidade. Já tem acontecido.

Antes do 25 de Abril de 1974, havia os 3 Fs: Fátima, Fado e Futebol.
Este é apenas um F. Para que me vou chatear com ele?

Mais um caso de uma professora, revelado ontem no noticiário da TVI. Sujeita a uma mastectomia, apareceu-lhe posteriormente um cancro no útero e outro na língua.
Presente à Junta de Inspecção Médica da CGA foi dada como “não estando em condições para exercer a sua profissão”.
Esta decisão foi posteriormente revogada, considerando-a como "estando apta para a exercer".

Admirei a postura da senhora e a coragem com que enfrentou as câmaras e aqui lhe rendo as minhas homenagens e apoio virtual. É o mais que posso fazer.

Este não é um F, é uma situação que nos pode cair em cima em qualquer momento. Não acontece apenas aos outros.

O blog “InApto” (http://vbeiras.blogapraai.com/) está sob investigação do MP.

Àh, é verdade: para os Lisboetas, hoje há eleições municipais para a presidência da Câmara. Não se esqueçam de ir votar.


sábado, julho 14

Muito Virtual...


Entrei apressado e com muita fome no restaurante.

Escolhi uma mesa bem afastada do movimento, pois queria aproveitar os poucos minutos de que dispunha naquele dia atribulado para comer e consertar alguns bugs de programação de um sistema que estava Desenvolvendo, além de planejar minha viagem de férias,que há tempos não sei o que são.

Pedi um filé de salmão com alcaparras na manteiga,uma salada e um suco de laranja, pois afinal de contas fome é fome, mas regime é regime, né?


Abri meu notebook e levei um susto com aquela voz baixinha atrás de Mim:

-Tio, dá um trocado?

- Não tenho, menino.

- Só uma moedinha para comprar um pão.

- Está bem, compro um para você.

Para variar, minha caixa de entrada estava lotada de e-mails.

Fico distraído vendo poesias, as formatações lindas, dando risadas com as piadas malucas. Ah! Essa música me leva a Londres e a boas lembranças de tempos idos.

- Tio, pede para colocar margarina e queijo também? Percebo que o menino tinha ficado ali.

- OK, mas depois me deixe trabalhar, pois estou muito ocupado, tá?


Chega a minha refeição e junto com ela o meu constrangimento. Faço o pedido do menino, e o garçom me pergunta se quero que mande o garoto ir.

Meus resquícios de consciência me impedem de dizer. Digo que está tudo bem. - Deixe-o ficar. Traga o pão e mais uma refeição decente para ele.


Então o menino se sentou à minha frente e perguntou: - Tio, o que está fazendo? - Estou lendo uns e-mails.

- O que são e-maias?

- São mensagens eletrônicas mandadas por pessoas via Internet.

Sabia que ele não iria entender nada, mas a título de livrar-me de maiores questionários. Disse:

- É como se fosse uma carta, só que via Internet. - Tio, você tem Internet?

- Tenho sim, é essencial no mundo de hoje.

- O que é Internet, tio?

- É um local no computador onde podemos ver e ouvir muitas coisas, notícias, músicas, conhecer pessoas, ler, escrever, sonhar, trabalhar, aprender. Tem tudo no mundo virtual.

- E o que é virtual, tio?


Resolvo dar uma explicação simplificada, novamente na certeza que ele pouco vai entender e vai me liberar para comer minha refeição, sem culpas.

- Virtual é um local que imaginamos, algo que não podemos pegar, Tocar. É lá que criamos um monte de coisas que gostaríamos de fazer. Criamos nossas fantasias, transformamos o mundo em quase como queríamos que fosse.

- Legal isso. Gostei!

- Mocinho, você entendeu o que é virtual?

- Sim, tio, eu também vivo neste mundo virtual.

- Você tem computador?

- Não, mas meu mundo também é desse jeito... Virtual. Minha mãe fica todo dia fora, só chega muito tarde, quase não a vejo. Eu fico Cuidando do meu irmão pequeno que vive chorando de fome, e eu dou água para ele pensar que é sopa. Minha irmã mais velha sai todo dia, diz que vai vender o corpo, mas eu não entendo, pois ela sempre volta com o corpo.

Meu pai está na cadeia há muito tempo. Mas sempre imagino nossafamília toda junta em casa, muita comida muitos brinquedos de Natal, e eu indo ao colégio para virar médico um dia.

Isto não é virtual, tio?


Fechei meu notebook, não antes que as lágrimas caíssem sobre oTeclado.

Esperei que o menino terminasse de literalmente "devorar" o pratoDele, paguei a conta e dei o troco para o garoto, que me retribuiu com um dos mais belos e sinceros sorrisos que eu já recebi na vida, e com um "Brigado tio, você é legal!". Ali, naquele instante, tive a maior prova do virtualismo insensato em que vivemos todos os dias, enquanto a realidade cruel rodeia de verdade, e fazemos de conta que não Percebemos!

(Recebido por e-mail

Foto: da net)

sexta-feira, julho 13

E o primeiro lugar é para...


Lisboa e mais duas cidades (desculpem, apanhei a notícia a correr... se souberem melhor) são as mais poluídas do país.


Vá ó pessoal do Porto e agora? Heim? Têm a mania disto e daquilo.

Vá lá, vá...

É que nem em terceiro lugar ficaram, isso sei eu.


Ora tomem.

Assistência na Doença ...


Hoje fui entregar umas receitas médicas para serem comparticipadas, sabe-se lá quando ...
Cheguei pelas 10h00 e a sala, relativamente acanhada, estava completamente cheia. Sufocava-se, pois o ar condicionado não funcionava. "Falta de verba"...
Tirei a senha e verifiquei que tinha só 150 pessoas à minha frente, o que, com um pouco de sorte, possibilitaria que ainda pudesse ser atendido hoje. Encostei-me a um pedaço de parede que estava vago e aguardei. Para passar o tempo e como estava perto de um dos balcões, fui-me entretendo a ouvir as conversas:

"Beneficiário" (?) - Bom dia!
Funcionário -------------------
B - Tenho aqui umas receitas para serem comparticipadas.
F - (vira e revira os papéis com o máximo cuidado, receoso de se tratar de alguma carta armadilhada)
B --------------
F - Isto está mal, tem aqui 6 pacotes de fraldas e nós não pagamos por pacotes, pagamos fralda a fralda. Quantas fraldas tem cada pacote?
B - (telefona para casa, é esclarecido e elucida o F) Cada pacote tem 24 fraldas.

Entretanto a sala continuava a encher. Mas então ninguém foi de férias? ("penso eu de que")

Outro "beneficiário" - Bom dia!
Funcionário – Hum
B - Tenho aqui uma consulta do dentista para ser comparticipada.
F - Não posso pagar. Não está assinada pelo médico.
B - Mas tem aqui o carimbo do consultório e a rubrica do médico.
F - A rubrica não é legível, o médico tinha de fazer a assinatura por extenso.
B - RECONHECIDA PELO NOTÁRIO?
F - NÃO. TINHA DE TER A VINHETA!!!!!!!!!!!

Afinal isto é divertido. Não dou pelo passar do tempo.

Mais um "beneficiário" - Bom dia!
Funcionário – dia (isto está a melhorar ...)
B - Tenho aqui uma receita de óculos.
F - Não posso pagar, falta a indicação do mês. Tem 25, tem 2007, mas não tem o mês.
B - Foi em Junho, lembro-me bem que foi em Junho. Eu escrevo aqui um 6
F - Não pode fazer isso. Está a falsificar um documento. O 6 tem de ser escrito por quem passou o recibo da consulta.

Sorte para o infeliz: no cartão com as dioptrias, passado pelo oftalmologista, este tinha posto a data e a rubrica (este funcionário aceitou a rubrica).
O funcionário escreveu o 6 no recibo. Escrito por ele já não era falsificação.

Consegui ser atendido cerca das 16h30. Afinal não se pode dizer mal* ...

* - Porque não deixam, ou porque o Serviço é eficiente?

quinta-feira, julho 12

O Velho e o Punk


Vamos rir-nos um pouco. Bem precisamos:

O Velho e o Punk

O velho senta-se num banco no ônibus de frente para um punk de cabelo comprido, com mechas verdes, azuis, rosas e vermelhas .

O velho fica olhando para o punk e o punk olhando para o velho. O punk vai ficando invocado... até que então pergunta ao velho:
O que foi, vovô, nunca fez nada diferente quando jovem?

O velho responde:

- Sim, eu fiz. Quando era jovem fiz sexo com uma arara e estou aqui pensando: "Será que esse f… da p… é meu filho?"

(recebido por e-mail)

Nota:

Pesquisando no Google à procura de uma imagem adequada, constatei que a anedota foi tirada do blog: http://100bananas.blogspot.com mas, mesmo assim, resolvi publicá-la por a achar com piada e nós, portugueses, cada vez estarmos mais necessitados de rir. Rir à gargalhada. Não dá para mais.

O seu a seu dono.

Peter

quarta-feira, julho 11

A força dos blogs


(Imagem de Paulo Bicarato, obtida no Google)

É um facto indesmentível. Os blogs são hoje uma força de pressão a ter em conta pelos governantes. A prová-lo estão as declarações do Primeiro Ministro, ontem, dia 10 de Julho de 2007, no noticiário das 20h00, aos microfones da TVI.

Orgulhamo-nos de ter dado a nossa ínfima colaboração para esse "arrepiar de Caminho", com a publicação do nosso artigo: “Asqueroso, miserável e revoltante”, no passado dia 03 do corrente.
Embora tivesse havido comentários que punham em dúvida a veracidade das notícias publicadas, ou que consideravam o sucedido como “casos excepcionais” (não se passou com eles …) outros houve que corajosamente (parece que hoje em dia é preciso coragem para defendermos os nossos inalienáveis direitos …) se sentiram igualmente enojados “com esta e outras porcarias que se vão passando neste país à beira mar plantado”.

O n/Primeiro Ministro declarou ontem (mais palavra, menos palavra, pois estou a citar de cor) que se sentia profundamente chocado com o que se passara com os dois professores que, em fase terminal, viram recusado o seu direito à reforma, por uma Junta Médica da Caixa Geral de Aposentações, tendo morrido no exercício das suas funções. Mais acrescentou, que iria ordenar um inquérito ao sucedido, nomeadamente sobre a actuação das Juntas Médicas da CGA e sobre a legislação que regula a sua actuação.

Congratulemo-nos com a decisão tomada (embora tardia …) e homenageemos mais uma vez os que morreram a trabalhar para o ensino dos nossos filhos e netos. É o mínimo que poderemos fazer por eles.

Como diria o Marquês de Pombal, após o terramoto de 1755:
- “homenageemos os mortos e ocupemo-nos dos vivos”.

Será pois altura de nos ocuparmos da OTA e do TGV.

terça-feira, julho 10

VIDA

O que é a vida, como começou, como evoluiu, como chegou ao estado em que hoje se encontra? De acordo com estudos levados a cabo por cientistas credenciados, o primeiro passo na direcção da "construção" da vida, foi a formação dos aminoácidos (compostos orgânicos cujas moléculas possuem átomos de carbono, de hidrogénio, e outros elementos que não cabe aqui enumerar, distribuídos na forma e quantidade correctas, como se obedecessem a um planeamento cósmico bem definido). Como e porquê estes compostos se formaram, é um verdadeiro mistério.

Continuando com o passo seguinte na construção da vida, surgem as proteínas, que são o encadeamento de muitos aminoácidos, de várias espécies. Como esse encadeamento se processa é uma grande maravilha, um verdadeiro milagre. Na formação de uma das mais simples proteínas é necessário que sejam ordenados, numa sequência absolutamente correcta e no tempo exacto, mais de 1.000 aminoácidos. A probabilidade matemática de isto poder acontecer é de pasmar, nada menos que 1 para 10 elevado a 260, isto é, 1 seguido de 260 zeros. E, isto é para uma das mais simples proteínas!

Se agora tivermos em consideração que o corpo humano tem mais de um milhão de diferentes tipos de proteínas, chega-se a números verdadeiramente astronómicos, impossíveis de imaginar sequer.
Mas, os "milagres" têm de continuar, pois ainda está longe o aparecimento da Vida. E então surge a primeira dificuldade: as proteínas não têm a capacidade de se copiarem a si próprias. Foi então que entrou em cena o ADN, que faz rápida e fielmente, com toda a facilidade, as cópias necessárias de todas as proteínas.
Finalmente, as proteínas, devidamente "ajudadas" pelo ADN, com a colaboração de outros componentes, de que se destacam o carbono, o oxigénio, o hidrogénio, o azoto, etc, juntaram-se e rodearam-se de uma membrana protectora que as envolvessem e individualizassem, e formaram a primeira célula viva. Esta célula, a que foi dado o nome de Protozoário, que já desempenhava todas as funções vitais: movia-se, alimentava-se, desenvolvia-se e procriava; era a forma mais rudimentar de um ser vivo, Mas … já era VIDA.

Segundo os cálculos mais recentes este acontecimento teve lugar há cerca de 3,85 biliões de anos. De salientar que há cerca de 3,9 biliões de anos a superfície da Terra nem sequer ainda era sólida.
No passo seguinte da evolução, várias e diferentes células, cada uma delas com a sua função bem definida, reuniram-se para formar um ser vivo mais complexo, a que foi dado o nome de Metazoário.
E a evolução continuou ao longo de muitos milhares de anos, com o aparecimento das plantas, dos peixes, dos répteis, mamíferos, etc.

Reportando-nos ao género humano, o mesmo teve a sua origem no Australopithecus Afarensis, há cerca de 3,4 milhões de anos, que tinha uma capacidade craniana de 450 cm3; continuou com o Australopithecus Africanus, há cerca de 3 milhões de anos; o Homo Habilis, há cerca de 2,5 milhões de anos, que começou a usar utensílios; o Homo Erectus, há cerca de 1,8 milhões de anos, com uma capacidade craniana de 825 cm3, e que já sabia utilizar o fogo; o Homo Pré-Sapiens, há cerca de 200.000 anos, que tinha uma capacidade craniana de 1.200 cm3 e já sabia construir cabanas; o Homo Sapiens, ou de Neandertal, há cerca de 40.000 anos, com uma capacidade craniana de 1.500 cm3 (igual à do Homem Actual); o Homo Sapiens Sapiens, ou Homem de Cro Magnon, há cerca de 35.000 anos, até ao Homem Actual. De realçar que a capacidade craniana não aumentou desde há cerca de 40.000 anos. Parece espantoso!

Julgo que deveríamos todos parar um bocadinho, para pensar seriamente, tentando compreender o que se está a passar com a nossa civilização, a civilização do Século XXI. Talvez seja porque a nossa capacidade craniana não teve qualquer aumento desde há cerca de 40.000 anos? Não será que estamos a caminhar a passos largos para o”abismo”? Não devemos esquecer que a Natureza sabe muito bem defender-se dos abusos a que tem vindo a ser sujeita.

Colaboração de:
João Augusto Bastos

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segunda-feira, julho 9

Atenas - Acrópole (as Cariátides)


As Cariátides no Erection, são colunas com a forma de estátuas de mulheres, que suportam na cabeça todo o peso do entablamento e da cobertura do templo de Erecteion, dedicado a Erecteu, rei mítico de Atenas.
Numa das duas versões do mito, ele é identificado com Erictônio, meio homem, meio serpente (e daí existir no templo uma serpente, a quem se oferecia uma maçã, sendo mau presságio se ela a recusasse) e cujo nome significa “nascido do solo”, o que denuncia as suas origens ctónicas.
O nome de Cariátides era devido ao facto de serem donzelas originárias de Cárias, cidade grega da Lacónia.

O templo, construído entre 421 e 405 a. C. por Menésicles, é tido como o mais belo monumento em estilo Jónico e serviria também, sob o ponto de vista arquitectónico, para contrabalançar discretamente o Partenon.

Foi um prazer poder fotografá-las.

(foto Peter)

domingo, julho 8

Maravilhas de Portugal

07/07/2007

Lá fui ao espectáculo das "7 Maravilhas de Portugal". Fui tratado como "lixo", como todo o Zé Pagante o é no País que é nosso.
Comprei uma Bancada PT, pela qual esportulei 90 € e, se calhar, mais valia ter ficado em casa a ver pela TV. Ficava-me muito mais barato e não me chateava.
O lugar era o nº 8 da Fila B no Sector 40 e à minha frente tinha um projector gigante, maior que uma câmara de TV, que me impedia de ver sequer 1 m/m do que se passava lá em baixo.
Fartei-me de berrar e as "meninas voluntárias" disseram-me que não me podiam resolver o assunto, mas que iam procurar um "responsável". Claro que não o encontraram. Já algum de vocês encontrou responsáveis no nosso País?
Deixei-me ficar sentado, com o "mastodonte" a um palmo da minha cara, tapando-me completamente a visão, como já disse atrás, até que veio o operador da máquina.
Aí perguntei-lhe:
- O Sr. quer manobrar o projector sentado no meu colo, ou às "cavalitas" nos meus ombros?
O homem coçou o queixo e disse-me que o melhor era passar para um lugar vago, o que significava que, cada vez que o legítimo dono do mesmo aparecia, eu tinha de procurar outro lugar.
Foi divertido, levei o tempo a praticar exercício físico, uma espécie de "dança das cadeiras".
O espectáculo lá começou, mas antes houve um momento alto:
- Uma assobiadela monumental quando no écran apareceu a imagem do Senhor Primeiro Ministro.
Não percebi muito bem se era a aplaudirem, se era a vaiarem, mas, pelo sim, pelo não, bati palmas.

Ná! Andam muitos "bufos" por aí...

quinta-feira, julho 5

Discurso do Ministro Brasileiro de Educação nos EUA

Data: Seg, 21 Mar 2005

Este discurso merece ser lido. Afinal não é todos os dias que um Brasileiro dá um "baile" educadíssimo aos Americanos...

Durante um debate numa universidade nos Estados Unidos o Ministro Brasileiro da Educação CRISTOVAM BUARQUE, foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazónia (ideia que surge com alguma insistência nalguns sectores da sociedade americana e que muito incomoda os brasileiros).

Um jovem americano fez a pergunta dizendo que esperava a resposta de um Humanista e não de um Brasileiro. Esta foi a resposta do Sr. Cristovam Buarque:

"De facto, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazónia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse património, ele é nosso.

Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazónia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.

Se a Amazónia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro... O petróleo é tão importante para o bem estar da humanidade quanto a Amazónia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extracção de petróleo e subir ou não o seu preço.

Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser Internacionalizado. Se a Amazónia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país. Queimar a Amazónia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.

Antes mesmo da Amazónia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo génio humano. Não se pode deixar que esse património cultural, como o património natural Amazónico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz muito tempo, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.

Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milénio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.

Se os EUA querem internacionalizar a Amazónia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos também todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.

Nos seus debates, os actuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a ideia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como património que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que merece a Amazónia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um património da Humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar, que morram quando deveriam viver.

Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazónia seja nossa. Só nossa!"

(enviado pelo n/colaborador e amigo A.Coelho)

quarta-feira, julho 4

As excepções

Parece-me que estamos em maré de contestação, o que até nem é mau, digo eu…
E a propósito de excepções, aquelas que tantas vezes servem para confirmar regras, o que me parece que elas se estão a tornar, cada vez mais, nas próprias regras.

Se pensarmos nas últimas escandaleiras, como a do professor que contou, ou não contou (?) a tal anedota, ou fez comentário deselegante, ou isso… - porque parece que ninguém quer falar do assunto com honestidade –, a anedota do deserto, que até nem tem - do meu ponto de vista e até vivo por cá - a gravidade que alguns lhe deram, até a estas últimas expostas no post anterior, então a coisa começa a ser uma recorrência e não um acidente.

Mas estas excepções e a bufaria não são de agora nem do tempo da outra senhora, não são apanágio deste ou de outros governos.
Esta coisa de sabermos do que estamos a falar dá uma azia descomunal.
É que, e para decepção de muitos e gáudio de outros, as perseguições e a exclusão, a prateleira, existem em todos os quadrantes políticos, todos os empregos, todas as actividades.
As cunhas e boys com jobs e jobs para boys são o alimento dos poderes, pequenos e grandes. Apenas e só basta que sejam poderes.
Como dizia o Lord Acton: “se o poder corrompe eis que o poder absoluto corrompe absolutamente.”
Por isso é que a dança das cadeiras continua na moda e será moda sempre. Muito mais duradoura que Chanel ou os Beatles.

Por isso, o que me parece é que isto está mesmo muito mal, mas há muito tempo.
Democratas que se enquadram em filosofias totalitaristas e exclusivas, sejam lá de que ala forem. Basicamente são sempre, todos eles pouco tolerantes com opiniões. Opinar é, definitivamente, criminoso.

Por isso quando ouço falar em revolução…
… e temos pena…


(E nem ponho foto de propósito)

terça-feira, julho 3

Asqueroso miserável e revoltante

Não posso calar a minha indignação como ser humano e como cidadão português, ao ler a notícia publicada na pág 15 do jornal "Correio da manhã" de hoje, 03 de Julho 2007, sob o título:
"Apto a dar aulas sem voz - Professor com cancro na garganta obrigado a dar aulas. Morreu a trabalhar"

Artur Vieira da Silva, de 60 anos de idade, professor de Filosofia na Escola Secundária Alberto Sampaio, em Braga, teve de se submeter a uma amigdalectomia esquerda e laringectomia total, com esvaziamento gangliconar cervical funcional bilateral e traqueotomia permanente.
Com ausência total e irrecuperável da voz, o professor pediu a aposentação.
O caso foi avaliado por uma junta médica em 18 de Abril de 2006, SEM QUE O PACIENTE TIVESSE SIDO CONVOCADO.
A 09 de Maio o professor recebeu o veredicto de que NADA O IMPEDIA DE EXERCER AS SUAS FUNÇÕES.
Morreu no dia 09 de Janeiro de 2007.

- O que o jornal escreve é verídico? Se é, sinto-me enojado.
- Os Sindicados fizeram algo em defesa do professor, ou só defendem os sindicalizados?

O mesmo jornal relata ainda o caso de uma professora de Aveiro, de 63 anos, a quem tinha sido diagnosticada uma leucemia e que morreu sem que lhe tenha sido concedida a reforma.

Isto passa-se no MEU PAÍS?

Não quero acreditar.

Já sei que ninguém irá comentar, porque estamos todos indiferentes ao que se passa com os nossos semelhantes (o que vai longe de mim vai bem).
Porque andamos todos receosos de abrir a boca, nem que seja para bocejar.
E porque os delatores pululam como cogumelos.

“O Zé faz falta”

Recebi por e-mail o texto abaixo, que reproduzo em parte. É um desses e-mails que circulam pela net, quando temos o nosso endereço em cadeias de destinatários, como é o meu caso.
Muito possivelmente, qualquer dia receberei outro, ou outros sobre os diversos candidatos. De igual modo publicá-los-ei.
Como é óbvio, omito o nome das pessoas, bem como os salários auferidos por cada um:

“O Gabinete de José Sá Fernandes na C.M.Lisboa custava ao orçamento da mesma 20.880 € por mês.
Composto por 11 pessoas, das quais nove assessores técnicos, uma secretária e um coordenador de gabinete, todos auferiam salários mensais entre 1530 e 2500 €.
Há ainda a acrescentar: um motorista para o vereador, um motorista para o gabinete e um contínuo, tudo a recibos verdes.

Não há dúvida:

- o Zé faz mesmo falta a estas 11 pessoas!”

segunda-feira, julho 2

Mais compras...

Na sequência de um post anterior, que até nem teve assim muito eco no público, apetece-me reforçar a ideia de falta de respeito.

Ainda neste fim-de-semana estava eu a sair da grande superfície aqui perto de onde vivo, e passei junto ao hiper ali instalado.
Passavam 15 minutos da meia-noite e ainda estavam duas caixas a trabalhar. Ou seja, as operadoras iriam sair do seu trabalho perto da uma da manhã.
Provavelmente isto não é assunto interessante, eu sei. Provavelmente alimentar a ideia de que não nos podemos servir dos outros até ao tutano, será considerado subversivo ou desinteressante.
Mas eu, que até nem perfilho nenhuma ideologia partidária (o que até já me tem causado alguns dissabores), mantenho a ideia que, desta forma discreta e sub-reptícia como nos vão organizando e catalogando a vida, acabamos por ser todos escravos de um sistema que é extraordinariamente criativo quando se trata de manipular.

Continuo na minha que, disfarçar aumento de emprego à custa daquilo que eu considero necessidades básica (que, acho eu, vão muito para além de procriar, comer, etc. etc.) é a forma mais cómica, se não fosse trágica, de manipular a nossa vida.

Por acaso nunca ouvi falar de desemprego na China… Nem em Taiwan e outros. Ouvi, isso sim, que essas pessoas (são pessoas não são?) não têm dias de descanso, nem férias nem regalias.
Parece-me que nos EU e por essa Europa fora, e quiçá África, Austrália, etc, o paraíso se reinventou, tanta é a felicidade das pessoas têm cada vez menos tempo para si mesmas.
Afinal, para que queremos nós o tempo livre? Para discutirmos, irmos ao cinema, ao campo, à praia, ao raio que nos parta desde que isso nos dê prazer?

Ora acabemos lá com esta palhaçada.
Para quê perder tempo como que é inevitável?

domingo, julho 1

O PORTO: O MORRO E O RIO - 10º EPISÓDIO: É O GRANITO, SENHOR!



Não é gosto nem desgosto
Nem ventura ou desventura
Não há nome mais bem posto
Que o nome da Rua Escura

Se agora, com o arranjo do Terreiro, a parte de cima já recebe sol directo, antes disso havia mesmo de ser bonito! De tal modo, que ao contrário de tantas outras ruas e ruelas, a esta ninguém ousou mudar o nome. Rua Escura era, rua Escura ficou. Mantendo toda a carga de um passado onde nem as histórias eram bonitas nem o cheiro era de cravos. Como que concentrando só em si as angústias e misérias de um bairro inteiro.

Cruz do Souto - o grande entroncamento do século XIII, sem direito a desnivelamento ou rotunda.
Pelames - varandim debruçado sobre Mousinho da Silveira, cobrindo o Rio de Vila que tanto trabalho dera, desde que Dª Teresa o designara por canalem maiorem (que me perdoem os Bispos da época, tão discordantes desta interpretação).



Mesmo ali por baixo era o Largo do Souto, tomando depois o nome da elegante capela de S. Roque, oitavada, encostada exactamente a este rochedo. Capela e Largo, incompatíveis com o traçado da nova Rua, deixaram como única recordação este bocado semicircular do seu limite nascente. Estávamos no ano de 1877.

E chegamos ao vértice do ângulo formado pelas duas grandes vias que rasgaram o velho coração da cidade, Mousinho da Silveira e Avenida da Ponte. Ali mesmo, na praça Almeida Garrett, antigo Largo das Freiras, à frente do desaparecido Convento de S. Bento de Avé Maria que durante quase quatro séculos constituiu uma notável referência para a cidade.

É lembrança de um Convento
Em frente dos padres Lóios.
Ficou o nome, S. Bento
Numa estação de comboios.

E então eu disse:
1518 - Foi D. Manuel I que o fundou. E logo a seguir mandou abrir a Rua de Santa Catarina das Flores. Foi um mosteiro muito ligado à vida da cidade. Demolido em 1894 para dar lugar à estação de S. Bento.
Lembra-se das antigas notas de 100$00? Não era a estação de S. Bento, não senhor...Era a fachada principal do Mosteiro virada para a Rua do Loureiro.



Do outro lado, do lado Norte, o Convento era limitado pelo pano da Muralha Fernandina que descia desde a Batalha, junto à actual Rua da Madeira.
E lá no fundo, em frente à igreja dos Congregados, a muito movimentada Porta dos Carros.

O outro lado do ângulo é esta Avenida da Ponte. Sempre em obras. Inacabada, sim, como tudo o que está em obras. Mas, o que é pior, inacabada sem a gente perceber como é que vai acabar.
Havia que se ligar o centro da cidade ao tabuleiro superior, pois não era mais possível continuar a fazê-lo pela Rua do Loureiro-Cimo de Vila. E assim se esventrou uma parte do coração do velho Porto, como uma auto-estrada que se abre pelo meio de uma aldeia.

Possivelmente foi a melhor solução. Mas hoje, que o tabuleiro superior deixou de ser a principal porta de acesso à cidade e o trânsito, por ali, se reduziu a nada, não será possível encontrar um enquadramento menos doloroso do que toda aquela coisa que, na verdade, não é coisa nenhuma?

Já não há quem se lembre do velho Largo do Corpo da Guarda, - nem ninguém quer reconstruí-lo ali no meio da Avenida. Nem as ruelas e recantos que se eliminaram, paraíso de gatos fedorentos sem o sentido de humor dos actuais. E se deste lado, da Sé, a sua imponência disfarça uma escarpa desajeitada, a modos que um campo de cultivo interrompido, do outro lado... parece a antiga pedreira da Trindade, encostadinha ao Hospital, rebentada aos bocados por métodos barulhentos.

É o granito, Senhor! O granito daquelas pedras, mas que também faz parte de nós, dos nossos corações, das nossas almas. E que tem que aparecer com a dignidade do granito, como tudo que é encosta por este morro fora!

Vim ao Mundo por aqui.
Não pretendo ser bonito.
Quero ser como o granito
Desta terra onde nasci.

E talvez fosse exactamente por aqui, ao lado deste morro de Pena Ventosa, acima da estação de S. Bento de hoje, pelo meio dessas pedreiras por onde já houve becos e vielas, que teria existido outrora uma Cividade, a celebrada CALE, que já fez correr rios de tinta, seduziu historiadores de mérito e aguçou a curiosidade de muitos.

E é disso que vamos ousar falar.

(continua)

(Fernando Novais Paiva)

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