quarta-feira, julho 4

As excepções

Parece-me que estamos em maré de contestação, o que até nem é mau, digo eu…
E a propósito de excepções, aquelas que tantas vezes servem para confirmar regras, o que me parece que elas se estão a tornar, cada vez mais, nas próprias regras.

Se pensarmos nas últimas escandaleiras, como a do professor que contou, ou não contou (?) a tal anedota, ou fez comentário deselegante, ou isso… - porque parece que ninguém quer falar do assunto com honestidade –, a anedota do deserto, que até nem tem - do meu ponto de vista e até vivo por cá - a gravidade que alguns lhe deram, até a estas últimas expostas no post anterior, então a coisa começa a ser uma recorrência e não um acidente.

Mas estas excepções e a bufaria não são de agora nem do tempo da outra senhora, não são apanágio deste ou de outros governos.
Esta coisa de sabermos do que estamos a falar dá uma azia descomunal.
É que, e para decepção de muitos e gáudio de outros, as perseguições e a exclusão, a prateleira, existem em todos os quadrantes políticos, todos os empregos, todas as actividades.
As cunhas e boys com jobs e jobs para boys são o alimento dos poderes, pequenos e grandes. Apenas e só basta que sejam poderes.
Como dizia o Lord Acton: “se o poder corrompe eis que o poder absoluto corrompe absolutamente.”
Por isso é que a dança das cadeiras continua na moda e será moda sempre. Muito mais duradoura que Chanel ou os Beatles.

Por isso, o que me parece é que isto está mesmo muito mal, mas há muito tempo.
Democratas que se enquadram em filosofias totalitaristas e exclusivas, sejam lá de que ala forem. Basicamente são sempre, todos eles pouco tolerantes com opiniões. Opinar é, definitivamente, criminoso.

Por isso quando ouço falar em revolução…
… e temos pena…


(E nem ponho foto de propósito)

3 Comentários:

Às 04 julho, 2007 16:12 , Blogger Peter disse...

"Democratas que se enquadram em filosofias totalitaristas e exclusivas, sejam lá de que ala forem. Basicamente são sempre, todos eles pouco tolerantes com opiniões. Opinar é, definitivamente, criminoso."

Plenamente de acordo. No que respeita à última frase, eu diria:

Opinar é, definitivamente, criminoso e até perigoso.

 
Às 04 julho, 2007 16:51 , Anonymous Anónimo disse...

e alguém falava do Salazar..


**

 
Às 04 julho, 2007 18:43 , Anonymous Anónimo disse...

Fraldiqueiros

Coitarados!
Meninos, tiveram pouca mamã.
Carências afectivas afunilaram-nos psiquicamente
desde a impoética infância até este corrimento senti-
[mental
em que, grandinhos, se compensam, comprazem.
Continuam a gotejar.

Coitarados!
Gulosos de pontas de dedos,
perdem-se em beijoqueirices, diminutivas ternurinhas.
Têm sempre rebuçadinhos d'alma para as mulheres.
Falam freud ao colo das amigas.

Fraldiqueiros. . .
Vailevar-lhes isso a nojo, machão?
MuIheres gostam. Riem, prazidas.
«Venha cá à mamã!»

O golpe do coitadinho (não confundir com o golpe
do irmãozinho, esse na base do esquema da alma gémea)
é o que estás a ver: saltar para o regaço e pedir nhém
[nhém
em nome do Sigismundo, daquele que dizia, salvo erro:
A alma? Geme-a...

Fraldiqueiros
a mandarem beijinhos por teleférico!
[de saliva
Engatinhantes, tiram do estojo complexos em forma
[de saxofone
e tocantam-lhes a pingona freudista canção do bandido
,
Fraldiqueiros. . .
Mulheres gostam. Até onde?



Alexandre O´Neill
Poesias Completas
1951/1981
Biblioteca de Autores Portugueses
Imprensa Nacional Casa da Moeda

 

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