quinta-feira, junho 28

Comprar, comprar, comprar...

Andava há dias sem saber muito bem o que escrever para este blogue.
Ultimamente falta-me a veia, o assunto. Ora ontem o Correio da manhã deu-me o mote.

Há uns tempos, mais mês menos mês, fui confrontado com um abaixo-assinado emanado pela administração do Jumbo cá do burgo que pretendia prolongar a abertura do supermercado para as tardes de domingo.
Na altura disse à rapariga que escondesse a coisa numa qualquer gaveta, não se desse o caso de muita gente assinar...
Bem... li hoje no jornal que 25 mil pessoas assinaram a petição, o que quer dizer que 25 mil pessoas legitimaram uma maior pressão para que o tal horário venha a ser autorizado.

Ponto um: Não concordo.
Ponto dois: Mas afinal o que se passa com esta gente?
Ponto 3: haverá mesmo necessidade de andar às compras no Jumbo ou outro hiper qualquer aos domingos à tarde? Todos os dias até às 23 e domingos de manhã já não são suficientes?

A verdade é que existem muitos serviços (saúde, transportes, limpezas, lazer, hotelaria, etc., etc.) que funcionam 24 sobre 24 horas. Alguns deles provavelmente sem necessidade, outros inevitavelmente ou dificilmente poderão estar isentos desses horários.

Mas neste caso, que é a compra das massas e do arroz, azeite, sabonetes e outros, haverá mesmo necessidade de sacrificar as pessoas com mais um dia de trabalho?
É que aquilo é mesmo violento. Já não basta aquela gente que chega em cima da hora do fecho e lhes prolonga o horário muito para além do razoável?

Preocupa-me a desumanização crescente, a falta de respeito pelo outro.

Proponho uma petição para um dia de folga geral. Um dia em que as pessoas podem simplesmente fazer o que lhes apetece. Todas as pessoas (ok, ok, há excepções, eu sei... não sou perfeito, nem ingénuo, está bem?).
Pelo menos aqueles serviços que apenas servem para nos esquecermos que somos todos pessoas.
Humanos...


(Foto: papeisportodolado.blogspot.com/2005/04)

6 Comentários:

Às 28 junho, 2007 17:34 , Blogger Peter disse...

"Preocupa-me a desumanização crescente, a falta de respeito pelo outro."

Também a mim, mas, infelizmente, 25.000 pessoas parecem não se preocupar com os "escravos" (alguns com cursos superiores, necessidade assim o obriga) que lá trabalham.

O egoismo e a indiferença para com o seu semelhante atingiram neste país níveis inadmissíveis.

 
Às 28 junho, 2007 19:16 , Blogger Paula Raposo disse...

Concordo contigo Ant. Beijos.

 
Às 29 junho, 2007 12:41 , Anonymous Anónimo disse...

Para o Autor e seus fieis seguidores:
O alargamento do horário pode ter implicações no comércio tradicional.Disso não falam.
Também não falam do número de postos de trabalho que tal alargamento iria criar em todo o país.
Falam de desumanidade e trabalho escravo! Conversa de quem nunca trabalhou ou se julga em comício do Bloco com 25 pessoas a assistir.
São estas posições doentias que nos colocam no lugar em que estamos.
Lamentável.
Os comentários servem. também, para discordar. Ou não?

Maria Antónia - Cacém

 
Às 29 junho, 2007 14:05 , Blogger Peter disse...

Maria Antónia

Claro que servem e é essa, ou deveria ser, a sua principal função, em vez dos tradicionais:
"Gostei muito. Beijinhos".

O texto não é meu, mas do meu colega ANT, porém, como responsável pelo blog, não quero deixar de assinalar a minha concordância com o que dizes. De facto são aspectos não considerados, mas daí a deduzires que somos pessoas que nunca trabalharam, vai uma distância abissal.

 
Às 29 junho, 2007 14:57 , Anonymous Anónimo disse...

Peter,

Eu vi de quem era o texto.
Mas o teu coment�rio deu-lhe cobertura.
Trabalho escravo havia nos regimes comunistas -e nos que ainda perduram e que continuam a ter defensores. � preciso contar pormenores?
Aqui, mesmo em per�odos dif�ceis,
nunca me sinto escrava quando trabalho. Mas tamb�m n�o me vergo.
� essa a diferen�a em ser livre.

De qualquer forma gostei da tua resposta - que separou algumas �guas.

Maria Ant�nia

 
Às 02 julho, 2007 13:52 , Blogger Ant disse...

A amiga Maria Antónia tira conclusões precipitadas e faz juízos de valor acerca das pessoas que não conhece.
1. Discordar não é doença
2. Trabalho há muitos anos alguns dos quais no comércio, nomeadamente em centros comerciais.
3. A liberdade é muito relativa, seja nos estados comunistas, seja nos EU ou Europa, deveria saber isso. Aliás quanto a escravatura, temos um passado (e porque não um presente?) muito triste.
4. A Maria Antónia não deve achar importante as pessoas terem para si e para as suas famílias um dia de descanso comum. É legítimo.
5. Já não é legítimo usar essa sua liberdade para ajuizar àcerca daquilo que eu penso e transformá-lo em ideologia carimbada.
6. Se a Maria Antónia me conhecesse, ou se desse ao trabalho de me ler (nada a obriga a isso, claro), saberia exactamente o que eu penso acerca dos carimbos e das carneiradas.
7. Já escrevi de mais sobre o assunto.

Obrigado pela sua participação, continue porque é sempre interessante dabater ideias, apesar da Maria Antónia pensar o contrário.

 

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