terça-feira, julho 3

Asqueroso miserável e revoltante

Não posso calar a minha indignação como ser humano e como cidadão português, ao ler a notícia publicada na pág 15 do jornal "Correio da manhã" de hoje, 03 de Julho 2007, sob o título:
"Apto a dar aulas sem voz - Professor com cancro na garganta obrigado a dar aulas. Morreu a trabalhar"

Artur Vieira da Silva, de 60 anos de idade, professor de Filosofia na Escola Secundária Alberto Sampaio, em Braga, teve de se submeter a uma amigdalectomia esquerda e laringectomia total, com esvaziamento gangliconar cervical funcional bilateral e traqueotomia permanente.
Com ausência total e irrecuperável da voz, o professor pediu a aposentação.
O caso foi avaliado por uma junta médica em 18 de Abril de 2006, SEM QUE O PACIENTE TIVESSE SIDO CONVOCADO.
A 09 de Maio o professor recebeu o veredicto de que NADA O IMPEDIA DE EXERCER AS SUAS FUNÇÕES.
Morreu no dia 09 de Janeiro de 2007.

- O que o jornal escreve é verídico? Se é, sinto-me enojado.
- Os Sindicados fizeram algo em defesa do professor, ou só defendem os sindicalizados?

O mesmo jornal relata ainda o caso de uma professora de Aveiro, de 63 anos, a quem tinha sido diagnosticada uma leucemia e que morreu sem que lhe tenha sido concedida a reforma.

Isto passa-se no MEU PAÍS?

Não quero acreditar.

Já sei que ninguém irá comentar, porque estamos todos indiferentes ao que se passa com os nossos semelhantes (o que vai longe de mim vai bem).
Porque andamos todos receosos de abrir a boca, nem que seja para bocejar.
E porque os delatores pululam como cogumelos.

15 Comentários:

Às 03 julho, 2007 11:56 , Blogger Ant disse...

3 questões importantes meu amigo:

1. Será verdade? Muito importante reflectir sobre as notícias, hoje em dia.
2. O que fazem os sindicatos?Pouco, sobretudo se o trabalhador, seja de que área for, não for sindicalizado. Aparentemente é mais importante ser muita gente sindicalizada do que resolver problemas. É mais importante ir para a rua gritar palavras de ordem e abanar bandeirinhas que trabalhar mesmo nos direitos dos trabalhadores.
3. É claro que ninguém comenta. Deverias ter apimentado isso com uma linguagem libidinosa ou romântica, dizendo por exemplo que o pobre homem deixou de ter apetite sexual, fazendo uma graçola entre esse e a outra que morreu com leucemia.

Caro Peter, depois do comentário ao outro post, em fomos acusados de sermos párias ou parecido, e de sermos ajuizados de forma... bem ajuizados chega mesmo não penses que te safas. Nem tu nem o blogue.

Mas deixa lá, um dia destes eu volto aos poemas lindos lindos.
e tu sempre podes voltar aos posts lindos lindos.

Abraço companheiro.

 
Às 03 julho, 2007 12:55 , Blogger Peter disse...

ANT, ressalvei esse aspecto, transcrevo:

"O que o jornal escreve é verídico?"

Quanto ao comentarem ou não, não me afecta. É um assunto do foro íntimo de cada um.

 
Às 03 julho, 2007 15:12 , Anonymous Anónimo disse...

Peter,
o país esta a descambar de uma maneira vergonhosa.
é tudo de todos e nada de ninguém..

Infelizmente, estamos a ver tudo a afundar, a moral, a ética, tudo,sem fazer nada.

e depois dizem:" Ahh,os portugueses estão a emigrar? Porquê?"

ora que esta..

Bj*

 
Às 03 julho, 2007 15:53 , Blogger Ant disse...

Eu sei Peter. Quis apenas salientar que o tinhas feito.

 
Às 03 julho, 2007 17:12 , Blogger Papoila disse...

Peter:
A estes dois casos vergonhosos referiu-se Marcelo Rebelo de Sousa no Domingo à noite na RTP 1... Já são demasiadas vozes... Referiu-se ainda à falta de liberdade de expressão que nunca atingiu com qualquer governo pós 25 de Abril as dimensões de agora.
"Se estou lixada, que se lixe!" Nunca ninguém conseguirá fazer calar-me...
Beijo

 
Às 03 julho, 2007 18:05 , Blogger Peter disse...

"bluegift", subscrevo a tua opinião sobre os Sindicatos e respectivos dirigentes, bem vestidos, gordos e anafados e sem ideias, o que é o pior.
Sempre o mesmo esquema: bandeiras vermelhas, bandeiras negras, palavras de ordem gritadas nos altifalantes, pessoas trazidas em camioneta de Alguidares de Baixo e outras terras semelhantes, que se estão maribando para as manifestações e vieram foi passear a Lisboa ...

 
Às 03 julho, 2007 18:09 , Blogger Peter disse...

"Papoila", não ouvi o Marcelo. É como te digo:

As pessoas andam todas receosas de abrir a boca, nem que seja para bocejar.
E os delatores pululam como cogumelos.

 
Às 03 julho, 2007 18:24 , Blogger Peter disse...

Lúcia, só não emigra quem não pode, ou NÃO LHE CONVEM, fazê-lo.

 
Às 03 julho, 2007 23:52 , Blogger António disse...

Olá!
Isto são, seguramente, casos excepcionais (muito maus, mas de excepção).
Porque se isto fosse a regra iríamos muito mal...muito mal mesmo!

Abraço

 
Às 04 julho, 2007 09:34 , Blogger Paula Raposo disse...

Não posso deixar de comentar este teu post, Peter! Partindo do princípio de que a notícia é verídica, obviamente, sinto-me igualmente enojada com esta e outras porcarias que se vão passando neste país à beira mar plantado. Não tenho medo, nunca tive e seguramente, não terei, de expressar a minha opinião, sobretudo quando algo me desagrada profundamente. Existem tantas coisas que nos desagradam.

 
Às 04 julho, 2007 10:11 , Blogger Marta Vinhais disse...

Peter, tens toda a razão - uma verdadeira tristeza o que se está a passar...
Conclusão: será que não podemos adoecer? Também nos vão retirar esse "direito"?
Obrigada pela visita, Peter..
Beijos e abraços
Marta

 
Às 04 julho, 2007 11:09 , Anonymous Anónimo disse...

Peter,
tenho tentado ser optimista, tenho esperanças que isto dê uma reviravolta.. mas não vejo nada.
O português acomodou-se a estas situações, tornou-se preguiçoso e nada inteligente.

Começo a pensar: Será que isto tem solução?

cada vez menos penso que não.

Beijo
Lúcia


P.S. Peter, o tempo aqui está espectacular, calor 34º, ta é um pc de vento, mas suporta-se bem.
as praias cheias.
Se cá vieres, apita:)

 
Às 04 julho, 2007 11:38 , Anonymous Anónimo disse...

*cada vezmais penso que não..
erro meu:) ehehehe

 
Às 04 julho, 2007 11:50 , Blogger Peter disse...

Marta os professores não podem adoecer, especialmente se se tratar de uma doença prolongada.
Se tal acontecer JULGO serem prejudicados financeiramente com o corte progressivo no vencimento, preteridos na progressão na sua carreira e na contagem do tempo de serviço.
Quer dizer:
- Quando mais precisam, menos lhe dão.

 
Às 04 julho, 2007 11:55 , Blogger Peter disse...

Paula Raposo

E porque não haverias de comentar o meu post? Todos o podem fazer e há casos que, SE FOREM VERÍDICOS, são absolutamente revoltantes.
Cabe ao Governo esclarecer, depois de mandar averiguar. Ou será que "a culpa morre sempre solteira"?

 

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