domingo, abril 29

Seja o Cisne

De Roberto Shinyashiki

"Talvez o maior desafio da vida moderna seja sermos nós mesmos em um mundo que insiste em modelar nosso jeito de ser.
Querem que deixemos de ser como somos e passemos a ser o que os outros esperam que sejamos.

Aliás, a própria palavra "pessoa" já é um convite para que você deixe de ser você.
"Pessoa" vem de "Persona", que significa "máscara".

É isso mesmo: coloque a máscara e vá para o trabalho. Ou vá para a vida com a sua máscara.

Talvez o sentido do elogio: "Fulano é uma boa pessoa", signifique na verdade:
"Ele sabe usar muito bem a sua máscara social".

Mas qual o preço de ser bem adaptado?
O número de depressivos, alcoólatras e suicidas aumenta assustadoramente.
Doenças de fundo psicológico como síndrome do pânico e síndrome do lazer não param de surgir. Dizer-se estressado virou lugar-comum nas conversas entre amigos e familiares.

Esse é o preço.
Mas pior que isso é a terrível sensação de inadequação que parece perseguir a maioria das pessoas.
Aquele sentimento cristalino de que não estamos vivendo de acordo com a nossa vocação.

E qual o grande modelo da sociedade moderna?
Querer ser o que a maioria finge que é.
Querer viver fazendo o que a maioria faz.

É essa a cruel angústia do nosso tempo: o medo de ser ultrapassado em uma corrida que define quem é melhor, baseada em parâmetros que, no final da pista, não levam as pessoas a serem felizes.

Quanta gente nós não conhecemos, que vive correndo atrás de metas sem conseguir olhar para dentro da sua alma e se perguntar onde exatamente deseja chegar ao final da corrida?
A maior parte das terapias prega que as pessoas não olham para dentro de si com medo de encontrar a sua sombra.
Porém, na verdade, elas não olham para dentro de si por medo de encontrar sua beleza e sua luz.
O que assusta é o receio de se deparar com a sua alegria de viver, e ser forçado a deixar para trás um trabalho sem alegria.

Mas sejamos francos:
para quê manter um trabalho sem alegria?
Só para atender às aspirações da sociedade?

Basta voltar os olhos para o passado para ver as represálias sofridas por quem ousou sair dos trilhos, e, mais que isso, despertou nas pessoas o desejo de serem elas mesmas.
Veja o que aconteceu a John Lennon, Abraham Lincoln, Martin Luther King, Isaac Rabin?

É muito perigoso não ser adaptado!
Essa mesma sociedade que nos engessa com suas regras de conduta, luta intensamente para fazer da educação um processo de produção em massa.
Porque as pessoas que vivem como máquinas não questionam a própria sociedade.

A maioria das nossas escolas trabalha para formar estudantes capazes de passar no vestibular. São poucos os educadores que se perguntam se estão formando pessoas para assumirem a sua vocação e a sua forma de ser.
As escolas de música ensinam com os mesmos métodos as mesmas músicas.
Quase todas querem formar covers de Mozart ou covers dos Beatles.
É raro um professor com voz dissonante que diga para seus alunos: "Aqui você vai aprender idéias, para liberar o músico que existe dentro de você".

Os MBA's, tão na moda, na sua maioria, usam os mesmos livros, dão as mesmas aulas, com o objetivo não explicitado de formar covers do Jack Welch ou do Bill Gates.
O que poucos sabem é que nenhum dos dois fez MBA.
Bill Gates, muito ao contrário disso, abandonou a idolatrada Harvard para criar uma empresa na garagem, que se transformou na poderosa Microsoft.
Os MBA's são importantes para que o aluno aprenda alguns instrumentos de administração.

Mas alguém tem de dizer ao estudante: "Utilize essas ferramentas para implementar suas idéias, para ser intensamente você".
Quantos casos de genialidade que foram excluídos das escolas porque estavam além do que o sistema de educação poderia suportar.

Conta-se que um professor de Albert Einstein chamou seu pai para dizer que o filho nunca daria para nada, porque não conseguia se adaptar.
Os Beatles foram recusados pela gravadora Deca!
O livro "Fernão Capelo Gaivota" foi recusado por 13 editoras!
Caetano Veloso foi vaiado quando apareceu com a sua música "Alegria, Alegria!".
O projeto da Disney Word foi recusado por 67 bancos! Os gerentes diziam que a idéia de cobrar um único ingresso na entrada do parque não daria lucros.
O genial Steven Spielberg foi expulso de duas escolas de cinema antes de começar a fazer seus filmes, provavelmente porque não se encaixava nos padrões comportamentais e técnicos que a escola exigia que ele seguisse.
Só há pouco tempo é que ele ganhou um título de "honoris causa" de uma faculdade de cinema.
E recebeu o titulo pela mesma razão que foi expulso anteriormente: ter assumido o risco de ser diferente, por não ceder à padronização que faz com que as pessoas pareçam seres saídos de linhas de montagem.

A lista de pessoas que precisaram passar por cima da rejeição porque não se adaptavam ao esquema pré-existente é infinita.
A sociedade nos catequiza para que sejamos mais uma peça na engrenagem e quem não se moldar para ocupar o espaço que lhe cabe será impiedosamente criticado.
Os próprios departamentos de treinamento da maioria das empresas fazem isso.
Não percebem que treinamento é coisa para cachorros, macacos, elefantes.

Seres humanos não deveriam ser treinados, e sim estimulados a dar o melhor de si em tudo o que fazem.

Resultado: a maioria das pessoas se sente o patinho feio e imagina que todo o mundo se sente o cisne.
Triste ilusão: quase todo mundo se sente um patinho feio também.

Ainda há tempo!
Nunca é tarde para se descobrir único.
Nunca é tarde para descobrir que não existe nem nunca existirá ninguém igual a você.
E ao invés de se tornar mais um patinho, escolha assumir sua condição inalienável de cisne!"

(Recebido por mail. Espero que tenham chegado aqui)

sábado, abril 28

Uma história celeste de vida para além da morte

Com o auxílio do telescópio espacial Spitzer, foi possível observar o que se pensa ser poeira de cometas em torno da anã branca G29-38, que morreu há aproximadamente 500 milhões de anos.
Os cientistas estão a usá-lo como uma ajuda preciosa para a compreensão de como os sistemas planetários evoluem em conjunto com as suas estrelas anfitriãs.
Esta descoberta sugere que esta estrela (que provavelmente terá consumido os seus planetas interiores) tem ainda na sua órbita um anel de cometas e possivelmente também planetas exteriores.

Os astrónomos acreditam que as anãs brancas são os “esqueletos encolhidos” de estrelas que foram outrora semelhantes ao Sol. À medida que foram envelhecendo, após milhares de milhões de anos, tornaram-se mais brilhantes e eventualmente aumentaram de tamanho, tornando-se gigantes vermelhas.
Após milhões de anos, as camadas da atmosfera exterior das gigantes vermelhas foram dispersando-se pelo espaço, deixando para trás uma anã branca.

Ilustração artística de um cometa a ser desfeito em torno da estrela G29-38:


No nosso sistema solar, os cometas residem nas fronteiras exteriores e frias, em regiões conhecidas como a Cintura de Kuiper e a Nuvem de Oort. Estes objectos iniciam as suas jornadas periódicas até à vizinhança quente do Sol, apenas quando algo, um outro cometa ou um planeta exterior, causa distúrbios nas suas órbitas. Estas viagens geralmente acabam com a sua destruição. Os cometas desintegram-se lentamente à medida que se aproximam do Sol, ou então colidem contra a estrela. Ocasionalmente também colidem com planetas, como foi o caso do cometa Shoemaker-Levy 9 que mergulhou na atmosfera de Júpiter há muito pouco tempo.

Não há certezas, como sabemos: embora a poeira observada pelo Spitzer em torno da anã branca seja muito provavelmente restos de um cometa desfeito, poderão existir outras explicações:
- uma possibilidade é a de que uma segunda vaga de planetas terá sido formada muito depois da morte da estrela, deixando para trás uma zona de construção poeirenta.

“vida para além da morte”

(adaptado do “ASTRONOVAS”, OAL)

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quarta-feira, abril 25

Um dia a comemorar novos rumos : 25 de Abril !

Amigo maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também
Em terras
Em todas as fronteiras
Seja bem vindo quem vier por bem
Se alguém houver que não queira
Trá-lo contigo também
Aqueles
Aqueles que ficaram
(Em toda a parte todo o mundo tem)
Em sonhos me visitaram
Traz outro amigo também

José Afonso

terça-feira, abril 24

Os Memes e o Thinking Blogger Awards

A propósito da cadeia despertada pelo Thinking Blogger Awards, da máxima responsabilidade do Ilker Yoldas achei que seria interessante colocar uma pequena explicação acerca do conceito de "memes", algo que poderá eventualmente ajudar a esclarecer a ideia subjacente a esta simpática iniciativa cultural que envolve a blogosfera, juntando credos e nacionalidades de todos os cantos do mundo. Mais uma vertente desta Revolução Digital dos séculos XX e XXI.

A fonte, também ela da responsabilidade da cultura internauta, é a Wikipédia (a referência aos blogues foi acrescentada por mim) :

"Um meme, termo cunhado em 1976 por Richard Dawkins no seu bestseller controverso O Gene Egoísta, é para a memória o análogo do gene na genética, a sua unidade mínima. É considerado como uma unidade de informação que se multiplica de cérebro em cérebro, ou entre locais onde a informação é armazenada (como livros [e blogues]) e outros locais de armazenamento ou cérebros. No que respeita à sua funcionalidade, o meme é considerado uma unidade de evolução cultural que pode de alguma forma autopropagar-se. Os memes podem ser ideias ou partes de idéias, línguas, sons, desenhos, capacidades, valores estéticos e morais, ou qualquer outra coisa que possa ser aprendida facilmente e transmitida enquanto unidade autónoma.

Dawkins observou que as culturas podem evoluir de modo muito similar ao das populações de um organismo. Entre as gerações podem ser passadas idéias que podem aumentar ou diminuir a sobrevivência dos indivíduos que as obtêm e usam. A esse processo vem associado um mecanismo de selecção das idéias que continuarão a ser passadas às gerações futuras. Por exemplo, cada cultura pode possuir métodos e designs únicos para a construção de determinadas ferramentas, mas a que possua métodos mais eficazes - assumindo que todas as outras variáveis se conservam inalteradas - irá provavelmente prosperar sobre as outras culturas. Isso leva a que prospere a adopção desses métodos, que serão usados por uma fracção maior da população com o passar do tempo. Cada design de ferramenta funciona então da mesma forma que um gene biológico (que pode existir nalgumas populações mas não noutras): a presença desse mesmo design nas gerações futuras é directamente afectada pela sua eficácia enquanto meme.

Uma característica chave do meme é que ele é propagado por imitação, conceito proposto pelo sociólogo francês Gabriel Tarde. Quando a imitação surgiu evolutivamente nos humanos, isso veio a revelar-se um bom "truque", pois aumentava a capacidade individual de se reproduzir geneticamente. Talvez a seleção sexual dos melhores imitadores tenha levado a um aumento genético na capacidade dos cérebros para imitar. "Imitar" aqui significa basicamente levar informação do ambiente até ao cérebro por algum órgão sensorial. O elemento ambiental pode ser inanimado (como é o caso dos livros [e os blogues]), mas, mais tipicamente, é um outro humano a partir de quem a informação de um certo comportamento é obtida e posteriormente praticada. As fontes inanimadas de informação são designadas pelo termo "sistemas retentores". Uma vez que os memes se progagam de um indivíduo a outro por imitação, não podem existir sem cérebros que sejam suficentemente potentes para analisar os aspectos relevantes dos comportamento a ser imitado (o que deve ser copiado e por que razão deve sê-lo) bem como seus benefícios potenciais. Os memes (ou comportamentos adquiridos e propagados por imitação) apenas podem ser observados num reduzido número de espécies terrestres, caso dos hominídeos, dos golfinhos, e de aves que aprendem a cantar por imitação dos seus progenitores."

Seja bem vinda a Mundialização (?).

segunda-feira, abril 23

Nocturno de Lisboa

"Pela noite adiante, com a morte na algibeira,
cada homem procura um rio para dormir,
e com os pés na Lua ou num grão de areia
enrola-se no sono que lhe quer fugir.

Cada sonho morre às mãos doutro sonho.
Dez-réis de amor foram gastos a esperar.
O céu que nos promete um anjo bêbado
é um colchão sujo num quinto andar."

(Eugénio de Andrade)

Hoje é o Dia Mundial do Livro e resolvi comemorá-lo com esta poesia de Eugénio de Andrade.
Não é só o que se escreve, embora evidentemente tenha muito mais mérito, que importa. Muitas vezes, a escolha do texto transcrito, neste caso uma poesia de um dos nossos maiores poetas, também nos diz algo sobre quem a transcreveu.

sexta-feira, abril 20

Thinking blogger Award no Peter's


Sinto-me honrado por ter sido distinguido, até porque não escrevo poesia, apenas prosa.
É difícil escolher, porque quase restrinjo as minhas visitas aos links e é o que vou fazer, vou escolher entre eles. Já que não posso escolher quem me indicou, como seria justo, vou indicar 5 blogs por ordem alfabética:

Betty Branco Martins - http://bettybrmartins.blogspot.com/
Heloísa – http://heloisaconversandocomaspalavras.blogspot.com/
Maat (Sophia de Carvalho) – http://vivaosol.blogspot.com/
Nilson Barcelli – http://nimbypolis.blogspot.com/
Rosa_brava – http://roseiraldoamor.blogspot.com/

Abraço do,
Peter

Lisboa – Parque Eduardo VII


Todos os lisboetas o conhecem, mas talvez nem todos saibam o motivo porque lhe foi dado este nome. Foi-o em honra de Eduardo VII, do Reino Unido, que visitou Lisboa em 1902, para reafirmar a aliança entre os dois países (pois sim…).
Trisavô de Carlos, Príncipe de Gales e herdeiro do trono, a mulher deste, Camilla Parker Bowles é bisneta de Alice Keppel, última amante “oficial” do Monarca. (in Wikipédia).

(Foto Peter)

quinta-feira, abril 19

Brincadeiras


Deixei a cama aberta
Espero-te.
Demoras?
Gosto do amor do riso
Sem juízo
Da pirueta inocente
Da gargalhada
Misturada no tesão
Cambalhotas no colchão
Porque o desejo
É tão, e só, um gracejo.

quarta-feira, abril 18

Timor, Austrália e petróleo …

A descoberta da Austrália no século XVIII por James Cook, que a reinvindicou para a Coroa Britânica, é hoje contestada. O jornalista australiano Peter Trickett, autor de um livro recentemente publicado: "Beyond Capricorn", descobriu numa livraria de Camberra um conjunto de mapas desenhados no começo do século XVI por Cristovão Mendonça, que teria navegado pela zona nos anos 20 do referido século.
"Os mapas fornecem provas esmagadoras de que os barcos portugueses fizeram essas ousadas viagens de descoberta no começo dos anos 20 do século XVI, depois de terem navegado junto à Austrália Setentrional para chegarem às ilhas das Especiarias, as Molucas", afirma o autor.

Sempre me fez confusão que tivéssemos descoberto Timor e durante todos aqueles anos que por ali andámos não tivéssemos encontrado um continente tão grande como a Austrália ...


(Vista de Timor Lorosae por satélite: origem NASA)


Ou talvez o “segredo” já tivesse começado aí:

- Cristóvão Mendonça, que haveria de terminar os seus dias como comandante dum forte localizado onde hoje se situa o actual Irão e cujas descobertas não são mais que uma nota de rodapé na nossa História, partira da nossa base em Malaca, com quatro barcos, numa missão secreta para encontrar a “Ilha do Ouro” que, segundo Marco Polo, se situaria a sul de Java.

Não a encontrou, mas teria cartografado toda a costa leste da Austrália até Botany Bay, Sydney e mais além. Sabe-se que quando do terramoto de 1755 se perderam muitos mapas portugueses que estavam arquivados na destruída Casa da Índia. Talvez se tivessem perdido alguns dos mapas agora encontrados. (*)

Em finais dos anos 60 do século XX, pessoa amiga viu em Suai, na administração do concelho, um poço de petróleo a céu aberto no quintal do administrador e donde este, por um processo rudimentar, extraía o combustível que utilizava nas viaturas a Diesel da administração. Suai situa-se na parte SW de Timor Leste e a cerca de 6 km da parte ocidental da ilha que, como se sabe, pertence à Indonésia.

Nessa altura o orçamento de Timor não pesava no do Estado Português, já que grande parte era pago por Macau, como “moeda de troca” por Timor autorizar manter nas suas prisões os presos de delito comum que não estava interessado em manter no seu território. Como se sabe, Macau retirava os seus enormes proventos a partir do jogo e não seria de “bom tom” a existência ali de prisões e de malfeitores.
Mas não só. A existência de petróleo em abundância já de há muito despertara a cobiça australiana a qual não teria mesmo hesitado em utilizar o seu dinheiro para evitar que os portugueses se antecipassem. Depois da independência e abstraindo das “reservas” que possam existir da parte de alguns sectores da opinião pública, sobre as opções políticas de Mário Alcatiri, Chefe do Primeiro Governo saído da Independência tão sofridamente alcançada, as negociações com os australianos foram favoráveis ao povo timorense que poderia vir a beneficiar dum razoável nível de vida.
Talvez estejam aqui as raízes de todos os incidentes que há um ano devastam Dili. Talvez …

No momento em que estão a decorrer eleições presidenciais no território, julgo oportuno lembrar quanto de coragem, perseverança e sofrimento o povo timorense teve de dar provas para alcançar o estatuto de Nação independente.
Seria bom que não deitassem tudo a perder e que o modo como nós portugueses nos unimos (como raras vezes tem acontecido) em torno desse projecto, não tenha sido em vão.

(*) – Alguns dados foram colhidos no “Courrier internacional” nº 105, de 05 a 12 do corrente.

domingo, abril 15

“Galáxia cometa” fornece pistas para a evolução de galáxias

Com o auxílio do telescópio espacial Hubble e de vários outros telescópios terrestres e espaciais, os astrónomos foram capazes de observar uma galáxia a ser "desfeita" por acção do campo gravitacional de um enxame de galáxias.

Esta descoberta fornece algumas pistas sobre o processo misterioso pelo qual galáxias espirais ricas em gás podem eventualmente evoluir para galáxias irregulares ou elípticas, pobres em gás, no decorrer de milhares de milhões de anos. As novas observações também fornecem uma explicação para o mecanismo que faz com que milhões de estrelas "vagabundas" sejam observadas espalhadas pelos enxames de galáxias.

No Universo existem muitas galáxias de formas e tamanhos variados.
Aproximadamente metade destas são galáxias elípticas pobres em gás e que possuem pouca formação estelar. A outra metade compõe-se de galáxias espirais e irregulares, ricas em gás e que apresentam uma taxa de formação estelar elevada.
Observações realizadas mostraram que as galáxias pobres em gás são normalmente encontradas perto do centro de enxames de galáxias, enquanto que as galáxias ricas em gás se encontram na sua maioria em isolamento. Observações profundas do Universo colocaram um mistério aos cientistas. Quando o Universo tinha metade da sua idade actual, apenas uma em cinco galáxias eram pobres em gás. Sendo assim, como se originaram todas as galáxias pobres em gás observadas nos dias de hoje?
Os astrónomos suspeitam que tenha ocorrido algum tipo de processo de transformação, mas como a evolução de uma galáxia ocorre durante milhares de milhões de anos, não foi ainda possível observar a ocorrência destas transformações.

Ao observar o enxame de galáxias Abell 2667, uma equipa de cientistas obteve um dos melhores exemplos, até à data, destas transformações. Os astrónomos descobriram uma galáxia espiral que se move através do enxame Abell 2667, após ter sido acelerada até pelo menos 3,5 milhões de quilómetros por hora, por acção do enorme campo gravítico combinado da matéria negra, do gás quente e de centenas de galáxias presentes no enxame.


Nesta imagem é bem patente o enorme campo gravitacional deste enxame, que faz com que a forma de outras galáxias mais distantes apareça distorcida. O arco em forma de banana observado ligeiramente à esquerda do centro do enxame, corresponde à imagem ampliada e distorcida de uma galáxia distante.

Atente-se agora no canto superior esquerdo desta imagem. É possível observar uma galáxia espiral, de cor azulada, acompanhada de perto por algumas estruturas globulares, também azuladas.


De facto, esta galáxia está a atravessar o enxame Abell 2667 e, à medida que o faz, o seu gás e estrelas são arrancados e dispersos pela acção das forças de maré exercidas pelo enxame. A pressão do gás quente existente no enxame, que atinge temperaturas entre os 10 e os 100 milhões de graus, é outro factor que contribui para a "destruição" da galáxia. Vemos pois que, à medida que viaja dentro do enxame (da parte inferior esquerda para a parte superior direita da imagem), a galáxia vai deixando para trás estruturas azuladas que correspondem a "pedaços" do seu material, ricos em gás, onde existe formação estelar.

O facto de ambos os processos descritos, as forças de maré e a pressão do gás quente, serem semelhantes aos processos que afectam os cometas no Sistema Solar levou os astrónomos a darem a esta galáxia, situada a 3,2 mil milhões de anos-luz da Terra, o apelido de "Galáxia Cometa".

Também o facto de milhões de estrelas terem sido arrancadas à galáxia anfitriã, faz com que esta acabe por envelhecer prematuramente.
Embora a sua massa seja ligeiramente superior à da Via Láctea, a galáxia irá inevitavelmente perder todo o seu gás e poeira. Isto fará com que este objecto perca a capacidade de formar novas estrelas acabando por se tornar uma galáxia pobre em gás com uma população velha de estrelas vermelhas. No entanto, no meio desta destruição em decurso, as forças gravíticas fortes do enxame originaram uma última explosão de formação estelar na galáxia condenada.

Os cientistas estimam que a duração total do processo de transformação rondará os mil milhões de anos. As imagens obtidas com o auxílio do Hubble, mostram a galáxia numa altura em que já passaram aproximadamente 200 milhões de anos desde o início do processo.

(Publicado a partir do último “ASTRONOVAS” recebido por e-mail do Observatório Astronómico de Lisboa - Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa)

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quarta-feira, abril 11

a coisa tá lá quase!!!


Em 1896 como em 2007:

"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta. [.]


Dois partidos [.] sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes,[.] vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se amalgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar."


(Guerra Junqueiro, "Pátria", 1896 )

terça-feira, abril 10

Engenhêro

O puto está de ferias, vai estar até ao fim do ano, pois com as notas que teve não vale a pena andar lá a perder tempo.
Sem nada para fazer, a mãe diz-lhe:
- Olha peg'aí numa corda e leva o porquito té ao montado comer umas boletas.
O puto lá foi, mas o montado era pequeno, dois ou três chaparros e bolotas no chão népias.
Como resolver o problema?
Passa a corda por cima de uma pernada da árvore, ata-a a uma perna do porco e começa a puxá-lo até às bolotas.

Um carro que passa, ao ver aquele espectáculo, pára e sai um tipo que vai até junto do puto.
- Que estás tu a fazer rapaz?
- Atão na vêi? Tou a dar boletas ao porco. Na à no chão ...
- Mas porque é que tu não trepas à árvore e fazes cair bolotas para o chão?
E vira as costas e volta para o carro.

O puto lá desce o porco e fica a coçar a cabeça, dizendo entre dentes:
- Engenhêro

domingo, abril 8

O PORTO: O MORRO E O RIO (à margem de uma filmagem) - APENDICE Nº 1 : AS RAZÕES DE Dª TERESA

"Talvez seja do calor, mas há uma dúvida que não me sai da cabeça: Que razões teria Dª Teresa para uma tão grande generosidade em relação ao Bispo D. Hugo?
Lá que dá para pensar, lá isso dá... " (Episódio nº 5 )

EM 1120, PORTANTO HÁ 887 ANOS, O DOMINGO DE PÁSCOA CALHOU A 18 DE ABRIL. É PRECISAMENTE ESSE DIA QUE VAMOS EVOCAR:

Ano : 1120
Nada fáceis, com toda a franqueza, os oito anos de viuvez de Dª Teresa.
D. Henrique falecera inesperadamente em Astorga a 14 de Abril de 1112, pondo fim a cerca de 16 anos em que, com sagacidade e ambição, governara o Condado Portucalense que o sogro, D. Afonso VI, fizera juntar à mão da filha Teresa.

Que Dª Teresa era ambiciosa, parece bem demonstrado só pelo facto de ter passado a utilizar o título de Rainha a partir de 1117. Faltava-lhe, no entanto, o apoio que D. Henrique havia granjeado junto à nobreza regional, para além dos seus méritos de guerreiro e de político, aliando-se a uns e a outros conforme os objectivos que pretendia atingir. Inimigos hoje, aliados amanhã, de acordo com os ventos que soprassem em Leão ou na Galiza.
Dª Teresa gostava mais dos ventos da Galiza, principalmente se soprados pelos Travas. E com esse gosto perdeu o apoio dos senhores da guerra portucalenses, pouco interessados que os amores da sua "rainha" ultrapassassem a intimidade do seu leito.
Foi uma rainha enfraquecida que em 1117 se viu cercada dentro das muralhas de Coimbra, na sequência da invasão almorávida comandada pelo próprio emir de Marrocos, Ali ben Yusuf.


Mas se pelo Sul foi uma humilhação, para os lados do Norte ainda foi pior, ao ter que se refugiar no Castelo de Lanhoso e sujeitar-se à mana Urraca que invadira e saqueara aquelas terras, acompanhada do poderoso arcebispo de Compostela, Diego Gelmirez.
É nessa situação de constrangimento (será a palavra certa?), eventualmente recolhida no Castelo de Lanhoso, que em 18 de Abril de 1120 - domingo de Páscoa - outorga a carta de doação e couto do burgo do Porto ao Bispo D. Hugo e seus sucessores.

Directa ou indirectamente, uma imposição do Arcebispo de Compostela, colocando a cereja em cima do bolo, por ele bem cozinhado sete anos atrás: a designação de Hugo como Bispo do Porto, aquando da restauração da antiga diocese portucalense.
Francês, oriundo do poderoso Mosteiro de Cluni, viera para Compostela onde cedo estabeleceu uma forte ligação com Gelmirez., apoiando-o na sua eleição a Bispo. Delegado deste, vai a Roma defender interesses da diocese, recebe com rapidez as honrarias de arcediago e é elevado a Bispo do Porto, na sequência natural de uma carreira fulgurante.
Já falamos do que encontrou em Pena Ventosa: uma pequena ermida a servir de Sé e um minúsculo burgo à sua volta. Do outro lado do Rio era já o Bispado de Coimbra.

As vitórias conseguem-se no sítio próprio, no momento exacto e com a pessoa certa. Não foi em Pena Ventosa que D. Hugo iria continuar a somar sucessos, mas em Roma, onde foi obtendo o alargamento das fronteiras da diocese, incluindo a tão disputada Terra de Santa Maria, subtraída a Coimbra. E é em Roma que está aquando da carta de doação.
Três anos mais tarde D. Hugo concede um foral generoso aos burgueses do Porto.



Que pensar de tudo isto?
Quem não tem condições para exercer o poder ou o delega, ou o perde. E é numa mistura destas duas situações que temos que encarar a doação de Dª Teresa, retirando-lhe a componente de generosidade.
Tão adequada parece, no entanto, aproveitando o prestígio de D. Hugo e o apadrinhamento de Compostela, que apetece retirar-lhe também o peso de não se tratar de uma medida tomada com total liberdade.
E assim se compreende que, 18 anos mais tarde, D. Afonso Henriques não só confirmasse a decisão da Senhora sua Mãe como até alargasse os limites do couto.

E assim falamos dos três primeiros documentos fundamentais para a história da Cidade do Porto:
1120 - Carta de doação de Dª Teresa ao Bispo D. Hugo
1123 - Carta de foro do Bispo D. Hugo aos moradores do Porto
1138 - Confirmação da doação e ampliação do Couto concedido por D. Afonso Henriques ao Bispo D. João, sucessor de Hugo.

O tempo que se seguiu, até 1405, foi um permanente jogo do poder: Bispo - Coroa - Burgueses. Com estes num papel decisivo na decisão dos conflitos.
Vai valer a pena falar sobre isso. . .

BIBLIOGRAFIA
História de Portugal - Vol III - A Monarquia Feudal - José Mattoso
História de Portugal - António Ennes - V I - Livro I - O Condado de Portugal
História de Portugal – Fortunato de Almeida – V I – Livro I –
Memória de Portugal - O milénio Português - Coorden. de Roberto Carneiro
História da Cidade do Porto - Vol I - Os Bispos Senhores da Cidade
História do Porto - Luís A. Oliveira Ramos
O Censual da Mitra do Porto - Cândido Dias dos Santos
O Tripeiro - 5ª Série - Artigos diversos

(Colaboração de Fernando Novais Paiva, autor do texto)





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sábado, abril 7

Sábado de Aleluia


«O Sábado de Aleluia é o sábado anterior ao domingo de Páscoa. É o dia em que se acende o Círio Pascal, uma grande vela. O Círio simboliza a luz de Cristo, que ilumina o mundo. Na vela, estão gravadas as letras gregas Alfa e Omega, que querem dizer "Deus é o princípio e o fim de tudo". »

Quando eu era miúdo e frequentava a Escola Primária Oficial, o único estabelecimento de ensino que havia na terra, adorava ir "correr as aleluias". A miudagem, por volta do meio dia reunia-se no adro da igreja matriz. Muitos de nós descalços, pois usar botas era um luxo não acessível a todos. Eu era dos felizardos, pois tinha as minhas botas de couro, cardadas, feitas no único sapateiro que havia na terra. Lembro-me de lá ir tirar medidas, o pé assente em cima duma folha de papel pardo e o mestre sapateiro tirando o lápis de trás da orelha e desenhando no papel o contorno do mesmo. Depois, com a fita métrica, tirava-me a medida do peito do pé.
Era esperar que ficassem prontas, o que levava sempre bastante tempo, pois o vinho era uma tentação e só quando o dinheiro faltava ele acelerava o trabalho.
É certo que na oficina havia sempre meia dúzia de aprendizes, sentados em mochos e que executavam o trabalho. Depois de aprendizes passavam a sapateiros. Não havia o problema do trabalho infantil, ou melhor, havia, era um facto aceite por todos. Os aprendizes não tinham remuneração, pois estavam a aprender a arte. Ingressavam no mister por volta dos 9 ou 10 anos, depois de terem completado o ensino escolar obrigatório: a 3ª classe do Ensino Primário. Como passavam o dia sentados a trabalhar, os outros rapazes gozavam com eles dizendo que tinham "cu de sapateiro", designação depreciativa e que aplicavam a outros que tivessem igualmente o traseiro mais desenvolvido.

Esperava-se que o sino da igreja tocasse as aleluias ao meio dia e então a malta ali reunida, todos de talego ao pescoço e com um guizo, ou chocalho, também pendurados no mesmo, partia em correria louca percorrendo as ruas da vila.
As pessoas atiravam-lhe rebuçados e amêndoas, sobretudo estas. A maior parte eram "de gesso", como lhes chamávamos, pois eram mais ordinárias, com menos açúcar e com um amendoim em vez de uma amêndoa.
Era uma briga, a rapaziada atropelando-se, empurrando-se, caindo em cima uns dos outros na disputa das guloseimas.
Saía-se com uns joelhos esfolados e, no pior dos casos, com alguma cabeça partida.

Mas era bom, a malta gostava e eu tenho saudades desse tempo, em que não havia game-boys, mas eu tinha a minha fisga, feita por mim para matar pardais e a bola com que jogávamos na rua era de trapos envolvidos numa meia.
E tinha uma coisa importantíssima, inestimável e a que só agora dou o devido valor:

Tinha a vida inteira à minha frente.

sexta-feira, abril 6

Conquistas femininas


Conquistas Femininas... vá lá... já estão a melhorar... já servem para alguma coisa...
A repórter Glória Maria, da TV Globo, quando esteve no Afeganistão, há dez anos, notou que as mulheres caminhavam sempre meio metro atrás de seus maridos.
Voltando lá agora, observou que elas tinham passado a caminhar, pelo menos, cinco metros à frente deles.

Interessadíssima nesta mudança de comportamento, a jornalista imaginou que tal mudança de costumes deveria significar uma grande vitória feminina.
Aproximou-se de uma das mulheres e disse, deslumbrada:

- "Amiiiiiga, que maraviiiiilhaaaa!!!!!!! O que aconteceu aqui que fez com que se extinguisse aquele costume absurdo da mulher caminhar atrás dos maridos e, agora, caminharem gloriosamente à frente deles????????"

E a mulher afegã respondeu: - "MINAS TERRESTRES..."

(enviado pela "bluegift")

Foto Google – Mulher afegã com burka

quinta-feira, abril 5

Lisboa - Docas

O post que aqui estava constava dos meus arquivos e não tinha indicação de origem. Deduzo ter sido uma anedota dessas que correm pela NET e que me fora enviada por alguém que desconheço e em tempo que também desconheço.
Achei-a engraçada, procurei no Google uma imagem a condizer e publiquei-a.
Pelos comentários, deduzo que havia pelo menos 3 pessoas que não a conheciam e que gostaram.
Apareceu a sua legítima (?) dona.
Como não sou "ladrãozinho", apaguei o referido post e, à falta de melhor e devido ao adiantado da hora, publico esta foto, TIRADA POR MIM, num local aprazível onde tenho bebido uns "valentes copos", que é do que ando a precisar.


E assim tudo regressa à normalidade:
- a rã ao Google;
- a fábula à sua autora (?);
- os comentários à Paula Raposo, à "bluegift" e à "Maria Papoila",
às quais peço desculpa por lhes ter apagado os referidos comentários, mas foram "na onda".

Peter

terça-feira, abril 3

Meu coração tardou

A "bluegift" anda a publicar e ainda bem que o faz, textos de Fernando Pessoa. Tenho a impressão que passam despercebidos. Estão ao lado e os leitores “passam ao lado” e fazem mal.
As pessoas lêem os "posts", quando lêem. Às vezes apenas o último parágrafo, ou nem isso, deixam "um beijinho" para "picarem o ponto" e para que nós não nos esqueçamos de visitar o “ blog” delas.
Não sei, se calhar não é assim. O número de visitantes não me interessa para nada, esforço-me por escrever, mas as palavras não vão fluir naturalmente, umas vezes sim, outras vezes não, porque não sou escritor e muito menos poeta. Talvez cheguem sempre e apenas da miséria do tédio, das noites mal dormidas.
Escrevemos para quê, sabem? Se calhar tudo isto não interessa para nada. Se calhar o próprio "blog" é uma pura perda de tempo.

“Meu coração tardou. Meu coração
Talvez se houvesse amor nunca tardasse;
Mas, visto que, se o houve, houve em vão,
Tanto faz que o amor houvesse ou não.
Tardou. Antes, de inútil, acabasse.

Meu coração postiço e contrafeito
Finge-se meu. Se o amor o houvesse tido,
Talvez, num rasgo natural de eleito,
Seu próprio ser do nada houvesse feito,
E a sua própria essência conseguido.

Mas não. Nunca nem eu nem coração
Fomos mais que um vestígio de passagem
Entre um anseio vão e um sonho vão.
Parceiros em prestidigitação,
Caímos ambos pelo alçapão.
Foi esta a nossa vida e a nossa viagem."

(Fernando Pessoa)

domingo, abril 1

PÁSCOA FELIZ


“Para os cristãos o dia da Páscoa é o primeiro domingo depois da Lua Cheia que ocorre no dia ou depois de 21 de Março. Entretanto, a data da Lua Cheia não é a real, mas ocorre após ou no equinócio da Primavera boreal, adoptado como sendo 21 de Março (Concílio de Nicéia 325 d.C.). A quarta-feira de Cinzas ocorre 46 dias antes da Páscoa e, portanto, a terça-feira de Carnaval ocorre 47 dias antes da Páscoa.”

Tempo de festa para cristãos e não cristãos, é tempo de reunião da família, do que ainda existe dela.

Desejamos a todos os que nos têm vindo a acompanhar com as suas visitas e os seus comentários, uma PÁSCOA FELIZ.