Nocturno de Lisboa
"Pela noite adiante, com a morte na algibeira,
cada homem procura um rio para dormir,
e com os pés na Lua ou num grão de areia
enrola-se no sono que lhe quer fugir.
Cada sonho morre às mãos doutro sonho.
Dez-réis de amor foram gastos a esperar.
O céu que nos promete um anjo bêbado
é um colchão sujo num quinto andar."
(Eugénio de Andrade)
Hoje é o Dia Mundial do Livro e resolvi comemorá-lo com esta poesia de Eugénio de Andrade.
Não é só o que se escreve, embora evidentemente tenha muito mais mérito, que importa. Muitas vezes, a escolha do texto transcrito, neste caso uma poesia de um dos nossos maiores poetas, também nos diz algo sobre quem a transcreveu.
1 Comentários:
Ainda bem que há prémios para todos, era muito chato ficar alguém sem ser premiado.
Como a ideia era nomear cinco blogs que nos fazem pensar, engraçado, pensamos todos uns nos outros, directa ou indirectamente, conforme a corrente passa.
Um abraço. Augusto
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