Meu coração tardou
A "bluegift" anda a publicar e ainda bem que o faz, textos de Fernando Pessoa. Tenho a impressão que passam despercebidos. Estão ao lado e os leitores “passam ao lado” e fazem mal.
As pessoas lêem os "posts", quando lêem. Às vezes apenas o último parágrafo, ou nem isso, deixam "um beijinho" para "picarem o ponto" e para que nós não nos esqueçamos de visitar o “ blog” delas.
Não sei, se calhar não é assim. O número de visitantes não me interessa para nada, esforço-me por escrever, mas as palavras não vão fluir naturalmente, umas vezes sim, outras vezes não, porque não sou escritor e muito menos poeta. Talvez cheguem sempre e apenas da miséria do tédio, das noites mal dormidas.
Escrevemos para quê, sabem? Se calhar tudo isto não interessa para nada. Se calhar o próprio "blog" é uma pura perda de tempo.
“Meu coração tardou. Meu coração
Talvez se houvesse amor nunca tardasse;
Mas, visto que, se o houve, houve em vão,
Tanto faz que o amor houvesse ou não.
Tardou. Antes, de inútil, acabasse.
Meu coração postiço e contrafeito
Finge-se meu. Se o amor o houvesse tido,
Talvez, num rasgo natural de eleito,
Seu próprio ser do nada houvesse feito,
E a sua própria essência conseguido.
Mas não. Nunca nem eu nem coração
Fomos mais que um vestígio de passagem
Entre um anseio vão e um sonho vão.
Parceiros em prestidigitação,
Caímos ambos pelo alçapão.
Foi esta a nossa vida e a nossa viagem."
(Fernando Pessoa)
4 Comentários:
Este comentário foi removido pelo autor.
Confesso que não me dera conta que a bluegift faz da barra lateral, onde geralmente as coisas estão mais ou menos fixas, um local de postar. E ainda bem que esclareces, passarei a dar mais atenção porque Pessoa é, para mim, o "maior".
Abraços
Tens toda a razão, os blogs para muitos não passam de um rali, é só marcar presença na esperança da retribuição, que muitas vezes não compreendo porquê pois o que escrevem se não é nada perto anda.
Escrevo as coisas de que gosto, divulgo o que eu gosto, mas tenho a consciência que a maior parte das pessoas não lê o que está escrito, e sem modéstia, muitas vezes são coisas no mínimo interessantes que deveriam interessar às pessoas.
Às vezes pergunto a mim próprio se vale a pena a trabalheiras que alguns posts dão.
Um abraço. Augusto
Olá!
Confesso que não tinha visto os poemas do Pessoa aqui ao lado.
Confesso ainda que não sou grande amante de poesia.
E não confesso mais nada porque não és padre.
E se fosses também não confessava.
Um abraço
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial