Poeira de estrelas
A cosmologia moderna redescobriu a antiga aliança entre o homem e o Cosmos. O homem é filho das estrelas, irmão dos animais selvagens, primo das flores do campo; todos nós somos apenas “poeiras de estrelas”. A astrofísica sugere e tenta demonstrar que o aparecimento da vida e da consciência a partir da “sopa primordial” dependeu de uma regulação extremamente precisa das leis da Natureza e das condições iniciais do Universo.
Se a intensidade das forças fundamentais tivesse variado, por pouco que fosse, nós não estaríamos cá para falar delas, as estrelas não se teriam formado, e não poderiam ter exercido a sua maravilhosa alquimia nuclear. Teria sido o adeus aos “elementos pesados que constituíram a base da vida”!
O material que se condensou num disco para formar o nosso sistema solar, era uma combinação interestelar de hidrogénio e de elementos mais pesados, como o Nitrogénio e o Oxigénio. Cada um dos átomos destes elementos mais pesados, bem como de outros, foram criados em estrelas que acabaram por explodir em “supernovas”, espalhando-os pelo Universo.
Deste modo, todos nós somos formados por “poeiras de estrelas”, resultantes de “super novas”, como esta, por exemplo:
Super Nova Remnant M-1: The Crab Nebula
As leis físicas não só teriam permitido o aparecimento do homem, como também lhe teriam conferido o dom de compreender o mundo que o alberga. O facto dele não ser cegamente afectado pelas leis da Natureza, sem as compreender, terá talvez um significado:
- a nossa capacidade de fazer ciência e decifrar o código cósmico sugere a existência de uma conexão íntima entre o nosso mundo mental e o mundo das formas platónicas. O círculo foi fechado. Talvez isso não tenha acontecido por acaso (?)
Bibliografia:- Trinh Xuan Thuan, “O Caos e a Harmonia. A fabricação do real”
Etiquetas: Universo Fantástico
8 Comentários:
Olá, Peter!
Mais um texto (com uma bela foto) sobre aquele que me parece ser o teu tema favorito.
Neste caso, acho que até sais da astronomia e entras na filosofia (na cosmologia que eu tenho a vaga ideia de ter estudado no meu 7º ano do liceu - foram assuntos que me interessaram na altura mas que depois abandonei)
Obrigado pelo teu comentário ao meu texto-história "Adorámos o papá!"
Um abraço
António, este é dos tais comentários a que eu tenho mesmo de responder.
De facto é um dos meus temas favoritos que eu tenho cultivado, na medida das minhas possibilidades, que já são poucas. Quando tento derivar, cultivar novos conhecimentos, sai asneira ...
Na realidade, há mais de 20 anos que eu me tenho dedicado à leitura de livros de divulgação científica, assistir a conferências sobre o assunto e receber informações quer do OAL, quer da NASA não sobre Astronomia, mas em especial sobre Cosmologia.
Este comentário foi removido pelo autor.
"paula raposo", de certeza não me "ouves" tão encantada como eu leio a tua poesia que está cada vez mais bela.
Não comentei a "Neblina" porque aguardo sempre que haja lá mais comentários, que decerto não faltarão.
Olá Peter:
"A nossa capacidade de fazer ciência e decifrar o código cósmico sugere a existência de uma conexão íntima entre o nosso mundo mental e o mundo das formas platónicas. O círculo foi fechado. Talvez isso não tenha acontecido por acaso (?)"
Somos pó das estrelas...
Beijo
Olá, temos a nossa conversa preferida, que se pode resumir, quem criou quem, sendo o tema o mesmo, criado ou incriado. Não vou dizer o que penso do que ele diz, todos temos direito à nossa opinião, e eu respeito todas, para mais sabes o que eu penso sobre o assunto. Mas acho óptimo trazeres estes temas para o blog, é preciso que as pessoas se habituem a pensar em coisas que valham mesmo a pena.
Um abraço. Augusto
Pois é Augusto, tu bem te esforças por isso:
"pensar em coisas que valham mesmo a pena".
Abraço
Obrigado pela tua resposta, Peter!
Abraço
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial