quarta-feira, janeiro 31

Se a moda pega ...


Um contribuinte a quem as Finanças enviaram uma carta para pagar uma coima de 122,5 €, não esteve cá "de modas".
Pediu ao banco que lhe desse essa quantia em moedas de 1 e 2 cêntimos o que implicou 4 sacos, pesando cerca de 2 kg cada um. Carregado com o peso dos mesmos, dirigiu-se à respectiva Rep Finanças para efectuar o pagamento do débito.
O pagamento foi aceite e duas funcionárias demoraram 1h20 a contar as moedas.
No fim, faltava dinheiro, mas como o contribuinte dissesse que tudo estava certo, teve lugar outra recontagem de 2h por parte do Chefe da Repartição, tendo-lhe sido passada a guia de vencimento.

(Esta história é verídica e consta do Jornal Correio da Manhã de 26/01/07, numa notícia assinada por Miguel A. Ganhão)

terça-feira, janeiro 30

Talin - Vana Turg

Vana Turg (o Mercado Antigo) foi o primeiro de Talin. O mercado já existia antes da muralha da cidade ser construída e alguns historiadores afirmam mesmo que já aí estava antes da conquista pelos dinamarqueses, em 1219.
Hoje em dia é aí que se cruzam as ruas mais animadas da Cidade Antiga. Arautos em trajes medievais, competindo por clientes "famintos", convidam turistas a almoçar ou jantar nos seus restaurantes e experimentar as receitas de uma época na qual a Europa ainda não conhecia as batatas.




Os dois restaurantes principais são o Olde Hansa, situado em dois andares da antiga Casa das Embalagens (em cima) e o Peppersack, numa típica casa medieval de um mercador hanseático (à direita).

Note-se o mecanismo de içar na parte superior do fontão, característico de todas as moradias medievais - os sótãos eram usados como armazéns, enquanto a família vivia no rés-do-chão.

(Fotos Peter)

REFERENDO DO DIA 11

É com grande prazer, (também porque o facto pressagia uma forte diminuição das "abstenções" relativamente ao anterior referendo), que vamos lendo as vossas contribuições deixadas no SIM e no NÃO.
Resolvemos tomar uma atitude de isenção, traduzida numa total "não intervenção", embora como cidadãos conscientes já há muito tenhamos a nossa posição bem definida.
Orgulhamo-nos de termos colaborado e continuarmos a colaborar no esclarecimento cívico dos cidadãos interessados que, em nosso entender, somos todos nós.
Além dos textos e vídeos deixados, o número de visitantes diários é bem elucidativo da forma como os nossos leitores têm acolhido a nossa iniciativa:

Dia 26 - 171 visitantes
Dia 27 - 170 visitantes
Dia 28 - 171 visitantes
Dia 29 - 176 visitantes

Contamos o número de visitantes desde as 00h00 de um dia, até às 24h00, como é óbvio.

Portanto já fomos visitados por 688 pessoas nestes 4 dias. Temos de admitir que estes visitantes são do blogue na sua globalidade e não só do Referendo, pois por exemplo e reportando-nos a este mês, tivemos:

Dia 03 - 167 visitantes
Dia 22 - 195 visitantes

Mas, de um modo geral, podemos admitir que o número de pessoas que em média costumam visitar o blogue, aumentou em cerca de 50%.

O NOSSO MUITO OBRIGADO!

domingo, janeiro 28

Feliz aniversário aos "Conversandocomaspalavras"
















Está de Parabéns a nossa amiga e colega dos blogues "Heloísaconversandocomaspalavras" (2 aninhos) e "Conversandocomaspalavras" (3 aninhos).
Artista multifacetada que nos tem deliciado com palavras e imagens de uma imensa beleza e sensibilidade.
Feliz Aniversário, pois então !

Átomos de ferro

Os átomos de ferro, existentes nos quasares “contemporâneos” do nascimento do Cosmos, poderão ser o triplo (como poderá ser outra quantidade) dos núcleos de ferro existentes actualmente no “nosso” Sistema Solar. O que interessa é que são mais e não deviam ser.

Quanto mais os nossos instrumentos de pesquisa se aproximam de objectos luminosos afastados no tempo, mais se aproximam do “nascimento” do Cosmos, sem nunca lá chegarem, como é óbvio. E esses objectos luminosos, como é o caso dos quasares, têm uma idade muito superior à do sistema solar. Isto é: quando a luz emitida por eles iniciou a sua viagem, ainda o sistema solar não nascera. Só agora a estamos a receber.
Ora pela análise dessa luz, isto é, do quasar e de todos os corpos que o rodeiam, verifica-se que a quantidade de átomos de ferro é bastante maior que a existente no actual sistema solar.

E não devia ser, porquê?

Porque o Sistema Solar absorveu enormes quantidades de átomos de ferro, provenientes de todas as inúmeras explosões de estrelas, que ocorreram entre o “nascimento” do Universo, até aqui aceite: 13,5 mil milhões de anos e o seu “nascimento”: 4,5 mil milhões de anos. Como continua a recebê-los e pelo mesmo motivo, durante toda a sua existência, até hoje.
E a luz enviada pelo quasar observado, é “contemporânea” de um Universo “recém-nascido”, em que, por hipótese, ainda não teria “morrido” nenhuma estrela e que, por isso, ainda não teria havido nenhuma explosão de super-novas a espalharem átomos de ferro pelos espaços siderais. Logo, o total dos átomos de ferro seria inexoravelmente menor do que a análise da luz recebida o indica.

“O Universo não é apenas mais estranho do que nós imaginamos, é mais estranho do que o que podemos imaginar.”
(J.B.S. Haldane)*

*John Burdon Sanderson Haldane (5 de Novembro de 1892, Oxford – 01 de Dezembro de 1964, Bhubaneswar, Oriss, Índia), que normalmente usava "J.B.S." como prenome, foi um geneticista e biólogo britânico, que emigrou para a Índia, onde viria a falecer.

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sexta-feira, janeiro 26

O refugo da Justiça

Este excerto foi tirado do artigo com o mesmo nome, da autoria de Mário Ramires e publicado no semanário SOL de 20 de Janeiro de 2007.
São uma série de perguntas feitas pelo autor a propósito do chamado "Caso da menina de Torres Novas" e se o publico, não é, de modo algum, para aproveitar o sensacionalismo do assunto, mas porque as perguntas em si, infelizmente são extremamente oportunas e não só nos casos de "adopção", também nos de "separação".

" Quem nos tribunais que apreciaram o caso se preocupa com as consequências psicológicas que a solução encontrada e imposta irremediavelmente acarreta para a menor?
Quem se arrisca a iniciar um processo de adopção de menor que não seja órfã, com uma Justiça assim?
Quem olha para os menores abandonados em depósitos de crianças que não podem candidatar-se à adopção porque um dos pais os visita ocasionalmente só para impedir que o processo seja desencadeado?
Quem defende os direitos e sentimentos de quem cuida veladamente dos menores à espera de uma adopção que pode nunca vir a concretizar-se? (Estava a lembrar-me do caso daquela menina do Porto, entregue ao pai e à avó paterna e que depois de sofrer maus-tratos inenarráveis que levaram à sua morte, acabou por ser lançada ao rio). Este à parte é meu e não do cronista.
Quem fiscaliza o efectivo cumprimento dos deveres dos pais, biológicos ou adoptivos? (Sim, quem? Quase sempre são crianças trocadas por dinheiro. Os chamados "pais Batman", não é um movimento exclusivamente inglês). Também é um à parte meu.
E quem se preocupa em chamar à pedra os juízes que se limitam a cumprir os formalismos legais para não serem apanhados nas malhas de uma inspecção?
Quem acaba com a arrogância e a prepotência dos magistrados?
Quando é que os tribunais de família e menores deixam de ser o refugo da Justiça?"

É esta a Justiça que temos?
É esta a Justiça a que temos direito?

Não quero acreditar.

quinta-feira, janeiro 25

Countdown

Se está sentado/a num avião, ou num comboio, ao lado de alguém irritante que pretende à viva força meter conversa consigo, proceda do seguinte modo:

1. Calmamente abra a bolsa do seu “laptop”.
2. Retire-o.
3. Ligue-o.
4. Assegure-se que o impertinente pode ver o ecrã.
5. Abra este e-mail.
6. Feche os olhos e incline a cabeça para trás, na direcção do céu.
7. Aceda a este “site”: http://www.thecleverest.com/countdown.swf

Enviado pela “bluegift” que, mesmo “atulhada” em exames não esquece o blogue.

Ressonância Schumann - o impulso bioeléctrico da Terra

“Não apenas as pessoas mais idosas mas também os jovens sentem que tudo está acelerando excessivamente. Ontem foi Carnaval, dentro de pouco tempo será Páscoa. Mais um pouco Natal. Esse sentimento é ilusório ou tem base real?

Pela “ressonância Schumann” procura-se dar uma explicação. Em 1952, o físico alemão W.O.Schumann constatou que a Terra é cercada por um campo electromagnético poderoso que se forma entre o solo e a parte inferior da ionosfera, cerca de 100Km acima de nós.
Esse campo possui uma ressonância (daí chamar-se ressonância de Schumann), mais ou menos constante, da ordem de 7,83 pulsações por segundo. Funciona como uma espécie de metrónomo, responsável pelo equilíbrio da biosfera, condição comum de todas as formas de vida. Verificou-se também que todos os vertebrados e o nosso cérebro são dotados da mesma frequência de 7,83 hertz.

Empiricamente fez-se a constatação de que não podemos ser saudáveis fora dessa frequência biológica natural. Sempre que os astronautas ficavam fora da ressonância de Schumann, adoeciam. Mas submetidos à acção de um simulador Schumann, recuperavam o equilíbrio e a saúde.

Durante milhares de anos o coração da Terra tinha essa frequência de pulsações e a vida desenrolava-se em relativo equilíbrio ecológico. Parece que a partir dos anos 80, e de forma mais acentuada a partir dos anos 90, a frequência passou de 7,83 para 11 e depois para 13 hertz por segundo. O “coração da Terra” disparou.

Por coincidência, ou talvez não, fizeram-se sentir desequilíbrios ecológicos, perturbações climáticas, maior actividade vulcânica, crescimento de tensões no mundo e aumento geral de comportamentos desviantes nas pessoas, entre outros. Devido à aceleração geral a jornada de 24 horas seria na verdade apenas de 16 horas. Portanto, a percepção de que tudo está passando rápido demais não é ilusória e teria base real nesse transtorno da ressonância de Schumann.

Gaia, esse superorganismo vivo que é a Mãe Terra, deverá estar buscando formas de retornar ao seu equilíbrio natural. E vai consegui-lo, mas não sabemos a que preço a ser pago pela biosfera e pelos seres humanos. Aqui abre-se espaço para grupos esotéricos e outros futuristas projectarem cenários, ora dramáticos, com catástrofes terríveis, ora esperançosos, como a irrupção da quarta dimensão, pela qual todos seremos mais intuitivos, mais espirituais e mais sintonizados com o biorritmo da Terra.

Não pretendo reforçar esse tipo de leitura. Apenas enfatizo a tese recorrente entre grandes cosmólogos e biólogos de que a Terra é, efectivamente, um superorganismo vivo, de que a Terra e a humanidade formam uma única entidade. Nós, seres humanos, somos Terra que sente, pensa, ama e venera. Porque somos isso, possuímos a mesma natureza bioeléctrica e estamos envoltos pelas mesmas ondas ressonantes Schumann.

Se queremos que a Terra reencontre seu equilíbrio, devemos começar por nós mesmos: fazer tudo sem stress, com mais serenidade, com mais amor, que é uma energia essencialmente harmonizadora. Para isso importa termos coragem de ser anti-cultura dominante, que nos obriga a ser cada vez mais competitivos e efectivos. Precisamos respirar juntamente com a Terra, para conspirar com ela pela paz.”

Enviaram-me por e-mail e como achei interessante o seu teor, aqui o deixo, apenas passando o português do Brasil, para o nosso.
Claro que se trata de uma “brasileirada”, embora a “ressonância Schumann” seja um facto* e eu acredite na “hipótese Gaia, esse superorganismo vivo que é a Mãe Terra”. O resto será, como se diz, para “grupos esotéricos e outros futuristas.”


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* A Ressonância Schumann é um conjunto de picos no espectro da banda de frequência extremamente baixa (ELF) do campo electromagnético da Terra e tem este nome em homenagem ao físico alemão Winfried Otto Schumann, que predisse matematicamente as mesmas em 1952.
A ressonância Schumann deve-se ao espaço entre a superfície da Terra e a ionosfera condutiva, agir como um "guia de ondas". As dimensões limitadas da Terra fazem com que este “guia de onda” funcione como uma cavidade de ressonância para ondas eletromagnéticas na banda ELF (Banda de Frequência extremamente Baixa). A cavidade é naturalmente excitada pela energia dos raios. A frequência mais baixa (e a maior intensidade) da ressonância Schumann é na freqüência aproximada de 7.83 Hz. Picos adicionais de ressonância são encontrados em 14, 20, 26, 33, 39 e 45 Hz.

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quarta-feira, janeiro 24

Alfarrabista

De vez em quando dá-me vontade de voltar a ler um livro há muito tempo lido. Algo ficou que retorna à superfície e me impele para o reatamento do contacto.Desta vez foi o “horror”.
A guerra? Não será um termo ultrapassado, quando, por todo o lado vivemos em confrontação permanente?
Não. É um tema que nunca esteve tão actual: a violência, nas suas mais diversas formas, faz parte do nosso quotidiano. É-nos servida diariamente, de preferência ao jantar, que é quando há mais audiência.

A Guerra civil de Espanha, tratada por Ernest Hemingway no seu livro: “Por quem os sinos dobram” tem páginas de uma violência que me marcou profundamente, especialmente a descrição da forma como foram massacrados os habitantes de uma pequena cidade.
O mesmo horror que senti quando me emocionei em Madrid, no Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, perante ”Guernica”:




“E nesse momento consegui espreitar pelas grades e vi a sala cheia de homens que brandiam os cajados e brandiam os manguais, e que espetavam e batiam e gritavam e golpeavam as pessoas com as forquilhas de madeira branca que estavam agora vermelhas de sangue e tinham os dentes partidos e tudo estava assim na sala enquanto Pablo continuava sentado no cadeirão com a espingarda nos joelhos e olhava, e ouviam-se gritos e golpes e havia ferimentos, e os homens urravam como urram os cavalos no meio de um incêndio."

segunda-feira, janeiro 22

O PORTO : O MORRO E O RIO (à margem de uma filmagem) - 3º EPISÓDIO: O LARGO DO COLÉGIO ( II )

Entrou tarde, esta Igreja de S. Lourenço, na história da Cidade:
Foi em 1560 que os Jesuítas se instalaram na Ribeira, próximo da Capela da N.S. da Lada, onde começou o Colégio de S. Lourenço – assim baptizado porque o dia da festa do mártir foi o dia da instalação. Mas logo depois conseguiram este terreno e construíram Colégio e Igreja, graças ao donativo de 30.000 cruzados de Frei Luís Álvares de Távora, Bailio de Leça, que a partir de 1614 assume o papel de fundador. E se referirmos que a fachada só se concluiu em 1709, podemos adivinhar as dificuldades.

Em 1759 os Jesuítas são expulsos do Reino, tendo o seu património passado para a posse da Universidade de Coimbra em 1774 (um ano depois de Clemente XIV ter suprimido a Companhia). Seis anos depois, os Agostinhos Descalços, os frades Grilos de Lisboa, compraram Colégio e Igreja. E o povo que adora baptizar pessoas e coisas, entendeu por bem trocar-lhe o nome.
Da obra notável dos Jesuítas, no seu Colégio, largos benefícios vieram para a Cidade. Apesar de muitas vezes hostilizados pelos burgueses e pela própria Câmara, porque isto de filhos demasiadamente cultos podia trazer dissabores.

Este soberbo edifício do antigo Colégio, varanda privilegiada sobre a zona ribeirinha, onde hoje funciona o Seminário Maior e o Museu de Arte Sacra, serviu de quartel, em 1832, durante o cerco do Porto, ao Batalhão Académico onde o soldado voluntário nº 72, de nome Almeida Garrett, começou a escrever o tão apreciado “Arco de Sant’Ana”.
E então eu disse:

«Vale a pena lê-lo, nem que seja só para nos deliciarmos com o que D. Pedro diz ao Bispo, ali em cima, na Sé. Que bonito, também é este Largo!»



Pois é! Mas se tivesse cá vindo à data desta fotografia, teria dito a mesma coisa?
Interrogar-me-ia, sim, como fora possível que o Centro Histórico do Porto, tão cheio de tradições, tivesse atingido este lamentável estado de degradação.
A sua recuperação, lenta mas segura, tem sido um trabalho notável de querer, eficácia e persistência - a merecer o respeito e gratidão de todo o portuense. Bem hajam todos os que nele se empenharam. Rumaram o caminho certo!


Encostado à escarpa, como que transportada para o seu interior, foi edificado um Café/Restaurante, bom exemplo de como é possível construir uma unidade nova, perfeitamente enquadrada num ambiente que pretende manter o cunho especial de uma época que já não é do nosso tempo.
Quando for visitar o Largo, almoce por lá, retemperando forças para subir as Escadas.
A Fernanda terá gosto em o servir, tanto como teve em dançar, antecipando a noite de S. João.

No próximo episódio, do cimo das Escadas, vamos olhar para o Porto, num dos melhores miradouros que o Porto tem. E não vamos ter tempo de sair de lá.

(continua)

Colaboração de Fernando Novais Paiva, autor do texto e das fotos.

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quinta-feira, janeiro 18

Que chatice...


... ando sem tempo e sem inspiração...

A cabeça anda revolta em mil recados
Em mil pecados
Pedaços...


Tenho saudade de ter tempo mas não consigo estar a tempo inteiro.

Um dia destes vou-te deixar ver-me em cena...

Um dia destes...

Até lá fica a saudade.
Concordas?

Diz que sim.


(Foto: foi na net ora… pois se não tenho muito tempo…
http://www.flickr.com/photos/39998938@N00/)

Cometa



O último cometa visto da Terra e visível mesmo em pleno dia, principalmente no hemisfério Sul, foi o McNaught.
Esta foto, tirada em 16 deste mês por Grahame Kelaher, em Sydney, deve ter sido a última, ou das últimas, tiradas ao cometa, o qual já deixou de ser visível no hemisfério Norte.

Antes da Terra se ter formado, já havia cometas, os quais, durante todas as eras subsequentes, continuaram a embelezar os nossos céus, mas só muito recentemente, em comparação com os milhões de anos decorridos, passou a haver espectadores capazes de se maravilharem com a sua beleza e só a partir dos últimos 3 a 4 milénios dispomos de registos sobre eles.
Carl Sagan, no seu livro "Cometa" refere que a ligação entre cometas e desgraça é apontada na mais antiga referência conhecida a um cometa, uma sentença chinesa do século XV a. C.

"Quando Chieh executou os seus conselheiros, um cometa apareceu."

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quarta-feira, janeiro 17

Destino, acaso, ou acaso condicionado?

Segundo os antigos gregos, o homem comum denominava o poder causal responsável por aquilo que lhe acontecia de modo imprevisível, por «daímon».
«Daímon» era assim algo como o “destino”, e o indivíduo teria de estar de bem com o seu «daímon», porque ser feliz ou infeliz não era algo que dependesse dele. Feliz era quem tinha um «daímon» bom, «eudaímon», em contraste com o infeliz, que teria um «kakodaímon».
A ideia de um “ser determinado” fazer de guardião de cada homem, um «daímon» que lhe “saiu na rifa” durante o seu nascimento, encontramo-la formulada em Platão, mas provém sem dúvida de uma tradição mais antiga. Temos aqui um “ser” que protege o homem, tal como nos nossos dias algumas pessoas poderiam falar em “anjo da guarda”.

Suponhamos um ateniense caminhando na sua cidade e que inesperadamente leva com um vaso de flores na cabeça, ficando gravemente ferido. Irá atribuir as culpas do acontecimento ao seu «daímon». Ele não estaria de bem com o seu «daímon», porque este não o protegeu.
Fazendo uma aproximação à teoria da “predestinação”, seria na altura do nascimento que o nosso ateniense ficava sob a tutela de um bom ou mau «daímon». Por mais que ele fizesse, seria sempre feliz ou infeliz. Se lhe calhou um «kakodaímon» não havia nada que lhe valesse. Seria sempre infeliz.

Heráclito considerava o “carácter” como o «daímon» do homem.
Penso que não. O levar com o vaso na cabeça, nada tem a ver com o seu “carácter”. Este poderá fazer com que o homem seja feliz ou infeliz, consoante o seu modo de actuar, mas não o livra de levar com o vaso de flores na cabeça ...

Tal como o genoma poderá conter em si os genes susceptíveis de condicionar a personalidade humana, também (e isto é um dos maiores mistérios) a “vida” e o “pensamento” estariam já inscritos nas potencialidades do universo primitivo?

Se eu tiver uma caixa cheia de átomos de oxigénio e outra de átomos de hidrogénio, há uma lei que me diz que 2 átomos deste, mais 1 de oxigénio, levam à formação de uma molécula de água.
Mas quais? Quais os átomos de hidrogénio que se vão associar com um determinado átomo de oxigénio? Puro acaso, ou um “acaso condicionado” à lei que leva à formação da molécula de água?

terça-feira, janeiro 16

Talin


A principal via que deu apoio à construção das fundações de Talin foi a rota dos vikings pelo Báltico. Pensa-se que a existência da cidade foi registada pela primeira vez pelo geógrafo árabe Al Idrisi em 1154.
Quando em 1219 chegou o Rei da Dinamarca, Valdemar II os estónios perderam a sua independência. Tendo derrubado a fortificação estónia, Valdemar II procedeu à construção da sua própria, o Castelo Dinamarquês ou "taani linnus" que viria a dar o nome à cidade de Talin.
Nos seguintes sete séculos, Talin pertenceu sucessivamente a dinamarqueses, alemães, suecos e russos, até que em 1918 a Estónia conquistou a sua independência.

(Foto Peter)

sábado, janeiro 13

Será Solidão ?


******************"SERÁ SOLIDÃO ???
SIM, OU NÃO ???...
"PARECE SOLIDÃO" !...

.........................Parecem-me DUNAS,
Areais sem fim,
"Altitudes" almejadas,
Estrelas Sonhadas,
INFINITOS por definir :
menos ainda, atingir !!!!!

"PARECE SOLIDÃO" !
- SERÁ !???...

- "Parece-me Evasão" !
- Evade-se o corpo !
Evade-se a Alma !
Procura-se o Paraiso ;
Vislumbra-se a "Neblina"
No Amanhecer,
No Entardecer :
Naquela hora, bem antes, do Crepúsculo "Adormecer" !!!!

- Toma-se o Navio,
Embarca-se no Sonho,
Ruma-se à Praia do "Oriente"
Busca-se o SOL NASCENTE
Chega-se no OCASO !...

Deitamos as Águas, a Âncora.
Aportamos no Desejo !
Caminhamos no Desconhecido.
Descansamos no TEMPO !...
Embrulhamo-nos no Lençol
Do Olvido...
Despertamos, na manhã seguinte, Orvalhada,
Subimos as DUNAS
Sentamo-NOS absortos,
Ausentes
(semi-dementes),
Rebuscamos nossas Emoções
Recolhemos, no cesto da Alma,
Nossas Desilusões !...

Voltamos a Partir,
Voltamos a Embarcar,
No nosso Navio
Rumo ao MAR...
E, somos "engolidos"
Nas ONDAS TEMPESTUOSAS
Das Nossas Viagens,
Não cumpridas !...

Submergimos na Neblina
(acinzentada ou azulada)
Da nossa Imaginação ;
Que, viajou num navio "fantasma"

E... nos deposita nas DUNAS,
De uma qualquer,
Praia Deserta,
Cujo Silêncio
Nos acorda !
Cujo Silêncio,
Nos desperta
Do nosso turpor ;
E... já sem "dor",
Olhamos o Horizonte
(Indiferentes !)
Sem sabermos o Norte !

- Instintivamente,
"Enterramos na Areia, a Mão :
FRIA E BRANCA...
Depois, lentamente,
Erguemo-LA,
Abrimos os Dedos e...
Deixamos escorrer a AREIA...
Escoarem-se os "Grãos",
Esvair-se o PÓ
Tal, como se esvai,
O TEMPO !
O SER !
O QUERER !
O SENTIR !...
E...
"Esvai-se, assim,
O Desejo de Infinito" !!!...

- Fica a DUNA !
- Fica o Horizonte !
- Fica a Neblina...

E...
Forçando o OLHAR,
Pode-se AVISTAR
Lá, bem ao longe :
Para lá do OCASO...
Um Vulto,
sentado na DUNA,
DA PRAIA DA VIDA :
- PARECE PERDIDA !...

*PARECE SOLIDÃO* !!!

- SERÁ ???
TALVEZ SIM !...
TALVEZ NAO !
MAS... PARECE MESMO,
"IRMÃ DA DESILUSÃO" !!!!!!...
..........................
"PARECE SOLIDAO" !
SERÁ, OU NÃO ???...
........................

Heloísa

in *Divagando*

Ouça o poema na voz excelente de Henrique de Sousa:

sexta-feira, janeiro 12

Mais rápido que a luz (a biografia de uma especulação científica)

É um livro escrito por João Magueijo, nascido em Évora em 1967, licenciado em Física na FC da UL e que, perante as limitações ao estudo da Cosmologia em Portugal, mudou-se para Cambridge nos anos 90, para o Trinity College, onde assegurou uma bolsa de estudo que lhe permitiu fazer o mestrado e o doutoramento. Foi investigador no St John’s College e actualmente lecciona Física Teórica no Imperador College, em Londres.
Ontem, na FC da UL proferiu uma palestra sobre o seu livro, com o título em epigrafe, o qual tem sido fortemente contestado:

- “Quando comecei a chamar à minha ideia VSL (variable speed of light), alguém sugeriu que as iniciais queriam dizer very silly (disparate)”.

É diferente dos livros de divulgação científica que tenho lido, os quais, normalmente seguem um determinado rumo essencialmente explicativo.
Tal não acontece aqui, onde encontramos duas partes:

A primeira é:
– A história de “c”
É a parte científica, em que o autor fala da relatividade, do big bang e da forma como o americano Alan Guth procurou, através da Teoria Inflacionária, resolver os enigmas postos pelo big bang.

Na segunda:
– “Anos - luz “
O Magueijo tem a ideia de que ”se conseguisse demonstrar que no universo primordial a luz se tivesse propagado mais depressa do que hoje, talvez conseguisse resolver alguns dos enigmas.”
É a parte pessoal: a luta contra o “statu quo” e os “monstros sagrados”, o ambiente universitário em Inglaterra, a necessidade de encontrar alguém que colabore com ele numa ideia “maluca”em que, por vezes, tem de escrever 50 páginas de fórmulas matemáticas para resolver um aspecto do problema, a colaboração de físicos experimentais capazes de verificarem as suas previsões, a “batalha Gutenberg” ( luta para conseguir a publicação do artigo numa das revistas científicas) e o seu dia-a-dia como pessoa.

Um seu colaborador, John Barrow (“O mundo dentro do mundo”, nº 99 da Gradiva, col. Ciência Aberta), “fez certa vez notar que qualquer ideia nova atravessa três etapas aos olhos da comunidade científica:
Etapa 1: é uma “grande merda”, não queremos sequer ouvir falar nela.
Etapa 2: não está errada, mas não tem certamente qualquer relevância.
Etapa 3: é a maior descoberta de todos os tempos e nós chegámos lá primeiro.”

E se a VSL estiver errada?
Aí o Magueijo diz:

“Diverte-me que alguns dos meus colegas – justiça seja feita, uma minoria de entre eles – estejam “desesperados” por ver a VSL ir por água abaixo. São pessoas que “nunca tiveram tomates” de tentar algo verdadeiramente novo. É triste que alguns cientistas nunca se afastem do que já é conhecido, quer em teoria das cordas, quer em cosmologia inflacionária, quer na teoria e prática da radiação cósmica. É óbvio que uma ideia tão doida como a VSL lhes ofende o amor-próprio: “têm” de a ver falhar para sentir o ego composto. Mas não me parece que entendam. Se a VSL falhar, tentarei outra ideia ainda mais radical:

”a ciência só vale a pena na medida em que nos é permitido perder-nos na selva do desconhecido.”

Ou como ele proferiu ontem na sua palestra:

“as leis mudam, mesmo as leis que regem o Universo”.

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Passagem do ano no Funchal


É uma foto um bocado tardia, eu sei, mas mais vale tarde que nunca. Aí têm o maior espectáculo pirotécnico do mundo, a passagem do ano 2006/07 no Funchal.

Com os meus agradecimentos à Susana.

quinta-feira, janeiro 11

Fugindo de si mesmo

"Procurarei, como sempre, os passeios com Sol e seguirei rente aos muros verdes e húmidos dos jardins. Ziguezaguearei passos. Semicerrarei os olhos. Desviar-me-ei, porque no meio dos jardins há sempre um repuxo - não vos darei nenhum dos meus repuxos neste mundo! - , e antes de regressar, indolente, à pressa – fingida, só para vos tranquilizar - de chegar às coisas práticas, beberei água com os olhos, com os cabelos, com o nariz, com a boca, com a cara toda.
O silêncio do mundo e o riso do mundo serão sempre, sempre, sempre meus. Jamais vos darei as minhas asas."
( LT)

Não quero as tuas asas, pois tenho as da poesia:

“O sol é uma noite suave.
Silencioso triunfo da noite e da nudez.
Cintilantes frutos erguem-se
do abismo. Serenidade fresca.

Reconheço um caminho entre dois reinos.
Jogos da elipse e do contíguo.
Puros relevos. Os negros emblemas
da luz. Os fósseis do rigor.

De que desolado fundo surge a árvore
ou o rosto? O arbitrário poder
das pedras. Ser sem qualidades,
consciência sem palavras.

Paciência na cor e na pedra
do ser. O esplendor dos sulcos brancos.
A abóbada de ausência, círculo do universo.
O que permanece ondula entre o verde e o vento.”

(António Ramos Rosa, "Mediadora da ausência")

Peter, fugindo de si mesmo ...

segunda-feira, janeiro 8

O PORTO : O MORRO E O RIO - 2º EPISÓDIO: O LARGO DO COLÉGIO ( I )


O Largo do Colégio, austero, solitário, com a nobreza fidalga tão arredia dos dias de hoje, é um dos tais lugares a que ninguém fica indiferente. Felizes as cidades que ainda conservam espaços como este, sem o insulto do urbanismo moderno à sua volta.
Adivinha-se, lentamente, bocado a bocado, como se não quisesse ser descoberto, se o atingirmos pelos lados de Sant’Ana ou Pena Ventosa.
Abre-se, num momento só, como uma enorme fotografia de um livro até aí escondido, se tivermos vindo, com mais comodidade, pelo terreiro da Sé e o encontrarmos, surpreendentemente, do cimo das suas velhas escadas.

No seu lado poente, olhamos para o enorme buraco da escarpa, em declive acentuado até às traseiras das casas da Rua dos Mercadores. Não é por acaso que por aí corria a primeira muralha do burgo, a Cerca Velha, como que a impedir que todo este patamar se desmoronasse por ali abaixo.
E nessa altura eu disse:

« Aos poucos, vamos vendo o traçado da Cerca Velha. Passava por aqui. O burgo, nessa altura, acabava aqui. A Cerca tinha um perímetro reduzido de 750 metros e situava-se pela parte de fora da actual Rua D. Hugo. Chegavam-lhe quatro Portas. Já vimos onde era a de Sant’Ana. Mas vamos ver as outras…»



A Norte, desembocam a Rua de Sant’Ana, por onde viemos, e mais acima a Travessa de Pena Ventosa, que lhe é paralela.
No século XVIII houve, por aqui, uma incompreensível revolução toponímica: a Rua das Aldas passou a Sant’Ana; a de Pena Ventosa passou a Aldas; e a Pena Ventosa de hoje era a Viela dos Palhais.
Assim, quando se diz que a Rua de Sant’Ana é, possivelmente, a mais antiga da Cidade, estamos a falar da herdeira da Rua das Aldas. E sobre a origem possível da palavra Aldas …não vai ser agora que vou falar.

A Nascente, aquela escarpa, agora ascendente, na direcção do Terreiro da Sé, é um autêntico hino à majestade do granito.
Quando nestes tempos vemos utilizar a palavra Catedral, abusivamente, por tudo quanto é sítio, eu permito-me pensar que Catedral do Granito é a designação que melhor define este Largo do Colégio.


Falta falar do lado Sul, onde se ergue a fria e sempre distante Igreja de S. Lourenço, perfeitamente enquadrada no ambiente granítico à sua volta. Como se impusesse, ao visitante, as suas rigorosas condições de acesso. Ao Largo e a ela própria.

É assunto para o próximo episódio onde vamos lembrar como apareceu o Colégio, recordar Garrett e mostrar o Largo num período triste de alta degradação de toda a zona da Sé.

(continua)

Artigo da autoria de Fernando Novais Paiva, a partir de um DVD feito pelo mesmo.

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sexta-feira, janeiro 5

Ermitage - entrada principal



Porque houve pessoas que manifestaram interesse em ver uma foto da fachada principal do Museu, aí está ela. Esta fachada é a do Palácio de Inverno, virado para a Praça do Palácio e cujas traseiras se estendem até ao Rio Neiva. É o edifício principal.
À sua esquerda tem o Pequeno Ermitage, que também se estende até ao Neiva e à esquerda deste o Novo Ermitage, por detrás do qual e frente ao rio, se situa o Velho Ermitage.
Os edifícios que o museu actualmente ocupa formam um dos melhores conjuntos arquitectónicos na parte central de São Petersburgo, conjunto que se formou no decorrer de mais de um século e meio.

(Foto Peter)

Nós não podemos dominar a móvel rede do sentido

Nós não podemos dominar a móvel rede do sentido
nem analisar o líquido tapete das analogias
Cada palavra é uma abertura para o insondável
antes de ser uma relação horizontal com as outras palavras

Se na trama contínua ela desenha a figura do possível
o seu surgir é uma torrente branca ilimitada
em que a vertigem do sentido é a pulsação do impossível
Por isso ela transcende o seu caminho plano
e irrompe como a negra e vermelha biologia de um ser que
é e não é o nada

É o inconcebível infinito o seu puro nada
que nas palavras ressoa com a incandescência do ser

(António Ramos Rosa, "as palavras")

quinta-feira, janeiro 4

Astronomia e Astrofísica, a ciência do Universo!

Miguel Telles Antunes, catedrático da Fac. Ciências e Tecnologia da Un. Nova Lisboa e Director do Museu da Academia das Ciências, considera que “a extinção do Homem é uma realidade à qual não podemos fugir. Em todos os tempos houve evolução. (…)
A espécie humana não é mais do que uma das que existem e que tenderão a evoluir. (…)
E não vamos em conversas de que o homem se modificou muito, não é verdade. A tecnologia é que se modificou muito, evoluiu. (…)”
Acho que nós, os homens-comuns, começamos a tomar consciência dos graves perigos que ameaçam o planeta, embora continuemos sistematicamente a destruí-lo.

Entretanto talvez seja de intensificarmos os nossos esforços, para encontrarmos um “buraco onde nos metermos.” Daí o interesse da Astrofísica e ter-me lembrado duma conferência proferida na Fac. Ciências da Un. Lisboa pelo Prof Dr João Lin Yun, Director do OAL:

“A Astronomia utiliza as leis da Física para explicar o universo, daí que a Astronomia moderna seja apelidada de Astrofísica.

O Universo é um laboratório maior do que qualquer construído na Terra. As condições extremas existentes em sistemas astronómicos, temperaturas e densidades muito elevadas ou muito baixas, composições químicas extremas, campos muito intensos, permitem executar testes únicos de teorias físicas.

Através da Astronomia, a Física atingiu alguns dos seus grandes avanços:

- a verificação das leis da fusão nuclear como fonte de energia das estrelas;
- as oscilações entre três famílias de neutrinos nos neutrinos solares;
- as variações das órbitas de binários de pulsares como prova da existência de ondas gravitacionais, uma previsão da Relatividade Geral de Einstein;
- limites extremamente fortes para a variação temporal nos valores das intensidades das interacções físicas;
- a existência de matéria escura e de energia escura.”

Esperemos que esses loucos que nos governam não se lembrem de apertar o gatilho nuclear. Se tal acontecer, ficarão só os lacraus, que parece serem os únicos organismos celulares multi-complexos, capazes de resistirem às radiações atómicas.
Depois?
Depois ficarão os virús e as moléculas, os últimos resistentes.

Aliás, talvez até nem seja necessário, pois nós, nos nossos automóveis, vamos dando a nossa contribuiçãozinha …

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quarta-feira, janeiro 3

São Petersburgo - O Ermitage


O Ermitage é um dos museus mais imponentes do mundo. Na brilhante época de Catarina II, em torno do Palácio de Inverno de Pedro o Grande, nas margens do Neiva, constituiu-se o conjunto de edifícios que passou a levar o nome de Ermitage.

A tela é a "Santa Família" de Rafael (1483-1530), pintada na sua juventude.
Procurando ser diferente, o que é próprio dos jovens, pintou S.José de forma diferente da tradicional, isto é, sem barba. Naquele tempo, em Florença, era tradicional os homens não usarem barba e, como sabem, os pintores pintam os seus personagens de acordo com os usos e costumes e, bem assim, os trajes, da época em que vivem.

(Foto Peter)

segunda-feira, janeiro 1

The day after



Era o título de um filme, que fez a sua época. Aqui será a foto da manhã do dia 01 de Janeiro. De que ano? Não importa, é a foto do Ano Novo, poderá ser 2007.
Se for, quero voltar a 2006.

Porquê? Porque foi um Ano Bom para mim, foi o ano do M&M. Não é justo que esteja no caixote de lixo da história. Sei como foi, foi agradável. Que me reserva o 2007, apenas com poucas horas de vida? Que sei eu dele? Nada. Ele não existe, porque tudo é Passado e não há Futuro.
Quero voltar a 2006. Para viver mais tempo?
Não. Para o viver outra vez.

Pensei contactar o Tempo e até lembrar-lhe o mito do "eterno retorno". Mas nem um nem outro também existem. O Tempo não tem existência própria, são os Marcos que assinalam a estrada da minha vida, Só me lembro dos Marcos, a distância entre eles não conta para mim. E quanto ao "eterno retorno", é assunto que apenas diz respeito aos meus átomos, que voltarão, isso voltam, mas nenhum dos triliões que constituem o meu corpo, sabe da minha existência, ou da dos outros átomos, ou da de si mesmos, nem nunca saberá.

Porque festejamos então a chegada de um Novo Ano? É menos um ano de vida que vivemos. É uma incongruência, até porque estamos a festejar o desconhecido.
Porque ele trará a concretização de algo que ardentemente desejamos? Esperemos que sim, esperemos que sim...