sexta-feira, fevereiro 26

AS BOTAS…


Para descontrair:

“Num infantário a educadora está a ajudar um menino a calçar as botas. Ela faz força, faz força, e parece impossível; as botas entram muito apertadas. Ao fim de algum tempo, e a muito custo, uma bota já entrou e a outra já está quase. Nisto diz o miúdo: As botas estão trocadas!
A educadora pára, respira fundo, vê que o rapaz tem razão e começa a tirar-lhe as botas novamente. Mais uma dose de esforço e depois ela torna a tentar colocar-lhe as botas, desta vez nos pés certos. Ao fim de muito tempo e muito esforço, ela lá é bem sucedida e diz: Bolas… estava a ver que não… custou…
Sabe é que estas botas não são minhas! A educadora fecha os olhos, respira fundo e lá começa a descalçar o rapaz novamente. Quando finalmente consegue, diz ao miúdo: OK! De quem é que são estas botas, então? São do meu irmão! A minha mãe obrigou-me a trazê-las! A educadora fica em estado de choque, pulsação acelerada, vai respirando fundo, decide não dizer nada e novamente a calçar o rapaz.
Mais uma série de tempo e finalmente consegue. No fim diz-lhe: Pronto, as botas já estão! Onde é que tens as luvas?
Pus nas botas! “

(partilha)

quarta-feira, fevereiro 24

Sentido de Estado

“Quando se tornou claro que na Madeira acontecera uma tragédia, Sócrates abandonou uma reunião partidária no Porto para voar rumo ao Funchal, com o ministro da Administração Interna. Aí, ambos coordenaram com Alberto João Jardim medidas de auxílio imediato às vítimas do desastre.
Ou seja, políticos que se haviam combatido violentamente, recorrendo até ao insulto, foram capazes de ultrapassar ódios e ressentimentos para se concentrarem em ajudar a Madeira. A dimensão da tragédia justificou este raro momento de união e com isso ganhou a política.
Importa que o exemplo se repita. Não se trata de eliminar naturais divisões partidárias e ideológicas. Nem de voltar ao Bloco Central. Há, sim, que reconhecer um imperativo que os políticos têm esquecido nas suas tácticas partidárias. O imperativo de gerar um consenso sobre as medidas impopulares necessárias para reduzir o défice orçamental nos próximos anos. Sem esse consenso os mercados não irão acreditar nas intenções governamentais, fazendo-nos pagar caríssimo o dinheiro que pediremos emprestado. É uma questão de sentido de Estado.”

(Francisco Sarsfield Cabral, in “Página 1” de 23/02/2010)

segunda-feira, fevereiro 22

TODOS SOMOS MADEIRENSES

Desculpe sr Carlos Abreu Amorim, não sei de que Partido é, nem quero saber, sei que é português como eu e como os nascidos na Madeira e que ali moram. Sei que é jurista e escreve habitualmente a coluna “Heresias”, na última página do jornal “Correio da manhã”, que acabo de ir comprar. Peço licença para a transcrever, pois concordo inteiramente com o que escreveu e felicito-o pelo mesmo.

“Este é o tempo de se esfumarem todas as discrepâncias entre os políticos da Madeira e do resto de Portugal. Que a dor dos que perderam os seus e daqueles que viram o esforço de uma vida inteira arrastada pelas águas em poucos minutos, possa perfazer um intervalo de quietude e lucidez nos homens e mulheres da política. Para que se esqueçam os remoques, as queixas e as ofensas mútuas e só se pense na ajuda aos aflitos e na reconstrução da região.
Este é o tempo de estarmos todos com a Madeira. De não pouparmos os nossos empenhos na solidariedade. Não bastam as visitas e as declarações dos políticos – é preciso actos, meios e apoios.
E já agora: comprem a porcaria do radar meteorológico que podia ter previsto a catástrofe com cinco horas de avanço…”

Oportuno?

Por motivos pessoais, só tive conhecimento da imensa tragédia que se abateu sobre a Madeira no noticiário das 13h da RTP1 de domingo, mas antes ainda assisti ao final do “Contra Informação” em que o visado era o AJJardim pelos factos políticos que são do conhecimento de todos.

Qual foi a minha surpresa quando o noticiário abre com toda aquela imensa destruição que se abateu sobre a ilha, visando em especial a parte baixa do Funchal, mas também Curral das Freiras, Ribeira Brava e Câmara de Lobos.
Devido às chuvas torrenciais que se abateram sobre a ilha, as ribeiras encheram rapidamente e os obstáculos naturais e humanos impediram o escoamento das águas que se constituíram em autênticos rios de lama, pedras e detritos levando tudo o que encontravam à sua passagem: automóveis, pontes, casas e pessoas foram assim arrastados pelas fortes correntes.

Foi sensato transmitir previamente o programa em questão?
Os compromissos de programação tudo justificam?

sexta-feira, fevereiro 19

O Watergate português


“Quem foi que, liderando um dia a bancada da oposição, disse a um Primeiro-ministro que ilegalmente silenciara um comentador televisivo que ele devia explicações ao país, que a manobra era uma vergonha para o seu governo e uma nódoa que ficaria para sempre na sua reputação? Foi José Sócrates, em Outubro de 2004, acusando Santana Lopes no caso Marcelo-TVI. Essas imagens, exibidas por estes dias, são a mais perfeita e irónica (auto-)condenação do actual Primeiro-Ministro. Vale a pena apreciar o caso que agora prende o país pelo lado da justiça e pelo lado da política.
Do ponto de vista judicial, ninguém se entende. Das escutas feitas no processo Face Oculta, o juiz de Aveiro deduziu que havia indícios de um plano do Primeiro ministro para condicionar vozes jornalísticas incómodas e controlar meios de comunicação potencialmente hostis, configurando um crime contra o Estado de direito. Nem o Procurador-Geral nem o Presidente do Supremo Tribunal, supostamente depois de ouvirem a mesma coisa, acharam tal, mandando parar o processo (que pelos vistos não parou), e destruir as escutas (que pelos vistos ainda existem). E como o segredo de justiça é uma coisa que os próprios agentes judiciais acham ser “um problema sem solução”, as escutas logo apareceram em fascículos nos jornais.
Do ponto de vista legal, Sócrates é inocente até prova em contrário – e prova judicial ainda não há. O “Sol” e toda a imprensa que tem vindo a revelar dados sobre o caso cometeram uma ilegalidade? Parece que sim. Mas a gravidade do que poderá estar em causa não torna a sua revelação um serviço público? Também parece que sim. O código deontológico dos jornalistas recomenda publicidade quando se trata de indício de crime ou contradição por parte de titulares de cargos políticos.
Resta o lado substancial e moral da política. E este é simples. Numa democracia digna desse nome, sobretudo no estado frágil em que o país está, o Primeiro-Ministro, pura e simplesmente, não pode ser suspeito de liderar um “polvo” censório. Um homem é um homem, e parece que o homem Sócrates é temperamental: o que interessa saber não são os termos vernaculares com que em privado ele se refere aos seus reais ou imaginários inimigos, mas antes se utilizou meios e dinheiros públicos para limitar a pluralidade de opiniões na televisão e nos jornais. Um Primeiro-Ministro tem que saber viver com a crítica, mesmo quando ela é injusta e abusa do “character assassination”: é o preço da democracia. Chegados aqui, o país não pode continuar com o “Sol” nas bancas e o líder do governo silencioso e acossado: ou o “Sol” inventou tudo o que conta, e deve ser expeditamente processado, ou Sócrates é culpado, e então estamos perante o Watergate português – com os seus “Washington Posts” e o seu Richard Nixon – com a agravante de o escândalo lesar também, e muito, a Procuradoria-Geral da República e a cúpula dos Tribunais portugueses.
Em vista da legitimidade e mandato político que o eleitorado confiou ao PS e a Sócrates em Setembro, era melhor que o processo Face Oculta não existisse.
O Primeiro-ministro devia estar a liderar, a governar e a inspirar; não é isso que se vê. Ninguém de bom senso pode estar orgulhoso com o lamaçal. Mas a proporção que este caso tomou impede já que os brandos costumes varram o lixo para debaixo do tapete. José Sócrates bem pode clamar que tem o país a olhá-lo pelo buraco da fechadura. Se para lá da porta a casa estiver limpa, não tem nada que temer e até, paradoxalmente, sairá desta crise reforçado. O que ele não pode é exasperar-se ou esconder-se perante o direito de os portugueses saberem o que é que está para lá dessa mesma fechadura.”

(José Miguel Sardica - Professor da Universidade Católica Portuguesa, in “Página 1” de 17/02/10)

Hoje (ontem) o Primeiro Ministro fez uma declaração ao país, que eu ouvi com interesse. Penso que a mesma nada adianta, nem contradiz o texto acima. Nós portugueses precisamos de coesão num esforço conjunto para enfrentarmos a terrível situação em que nos encontramos. Infelizmente não é isso que vejo e já 3 longos meses se passaram após as eleições.

quinta-feira, fevereiro 11

Revolta do Presidente da AMI sobre o estado da pobreza em Portugal


O presidente da AMI, Fernando Nobre, criticou a posição das associações patronais que se têm manifestado contra aumentos no salário mínimo nacional. Na sua intervenção no III Congresso Nacional de Economistas, Nobre considerou "completamente intolerável" que exista quem viva "com pensões de 300 ou menos euros por mês", e questionou toda a plateia se "acham que algum de nós viveria com 450 euros por mês?"
Numa intervenção que arrancou aplausos aos vários economistas presentes, Fernando Nobre disse que não podia tolerar "que exista quem viva com 450 euros por mês", apontando que se sente envergonhado com "as nossas reformas".
"Os números dizem 18% de pobres... Não me venham com isso. Não entram nestes números quem recebe os subsídios de inserção, complementos de reforço e outros. Garanto que em Portugal temos uma pobreza estruturada acima dos 40%, é outra coisa que me envergonha..." disse ainda.
"Quando oiço o patronato a dizer que o salário mínimo não pode subir.... algum de nós viveria com 450 euros por mês? Há que redistribuir, diminuir as diferenças. Há 100 jovens licenciados a sair do país por mês, enfrentamos uma nova onda emigratória que é tabu falar. Muitos jovens perderam a esperança e estão à procura de novos horizontes... e com razão", salientou Fernando Nobre.
O presidente da AMI, visivelmente emocionado com o apelo que tenta lançar aos economistas presentes no Funchal, pediu mesmo que "pensem mais do que dois minutos em tudo isto". Para Fernando Nobre "não é justo que alguém chegue à sua empresa e duplique o seu próprio salário ao mesmo tempo que faz uma redução de pessoal. Nada mais vai ficar na mesma", criticou, garantindo que a sociedade "não vai aceitar que tudo fique na mesma".
No final da sua intervenção, Fernando Nobre apontou baterias a uma pequena parte da plateia, composta por jovens estudantes, citando para isso Sophia de Mello Breyner. "Nada é mais triste que um ser humano mais acomodado", citou, virando-se depois para os jovens e desafiando-os: "Não se deixem acomodar. Sejam críticos, exigentes. A vossa geração será a primeira com menos do que os vossos pais".
Fernando Nobre ainda atacou todos aqueles que "acumulam reformas que podem chegar aos 20 mil euros quanto outros vivem com pensões de 130, 150 ou 200 euros... Não é um Estado viável! Sejamos mais humanos, inteligentes e sensíveis".

( Dr. Fernando Nobre - "Temos 40% de pobres" - III Congresso Nacional de Economistas)

quarta-feira, fevereiro 10

Será que ninguém se indigna no PS?

“Será possível que ninguém se indigne no partido socialista?
Será que estar no poder é um valor mais alto do que todos os outros valores de liberdade e de respeito pelas regras democráticas?
Será que o partido de Mário Soares e Manuel Alegre, que tanto se bateram para que vivêssemos numa sociedade livre e aberta, está agora refém de um Primeiro-ministro pronto a usar todos os meios para combater os que o criticam?
As revelações dos últimos dias, goste-se ou não da forma como surgiram, carecem de explicações urgentes.
Um país não pode viver permanentemente a desconfiar da honestidade e dos métodos do Primeiro-ministro.
Não perceber isto é não perceber que o regime está a apodrecer.
A era Sócrates há-de chegar ao fim e quando isso acontecer era bom que o país e as suas mais importantes instituições, como a Justiça, não fossem atrás dele.
E já agora, para quem agita o papão da estabilidade, é bom lembrar que foi o PS que ganhou as eleições e não José Sócrates. Se por motivos pessoais o Primeiro-ministro tiver que ser afastado, há sempre soluções no Partido, para garantir ao país a estabilidade necessária.”

(Raquel Abecasis in “Página 1” de 08/02/10)

terça-feira, fevereiro 9

A NASA lançou o Endeavour, de futuro incerto


A NASA lançou ontem o Endeavour com seis astronautas a bordo, 24 horas depois do inicialmente previsto. Este é o último ano de viagens com os vaivéns, após Obama ter cancelado o regresso à Lua.
Na semana passada, o Presidente entregou ao Congresso a proposta do Orçamento do Estado para 2011, que cancelava o programa da NASA destinado a colocar de novo astronautas na Lua em 2020.
Obama considerou “muito caro e sem inovação” o programa que estava a desenvolver a nave espacial Orion, a nave lunar Altair e os foguetões Ares para levar astronautas para a Lua pela primeira vez em quase meio século.
A alternativa vai ser a aplicação de uma parte das verbas destinadas a esse programa em incentivos às empresas privadas para criarem uma nova geração de foguetões e de naves para voos espaciais tripulados.
O objectivo do Presidente norte-americano é apostar em novas tecnologias para que, quando se der um novo avanço para o espaço, “os EUA estarem na vanguarda em relação aos concorrentes mais directos – China, Rússia e Índia”.

Vivemos num contexto diferente, já que o quadro ideológico da Guerra Fria: “uma concorrência desenfreada no domínio espacial com as outras potências”, não é aquele que é defendido pela administração Obama. Há antes uma aposta na colaboração, não só em recursos tecnológicos como também em recursos humanos. Há um sinal de que é preciso apostar melhor, com verbas mais bem capitalizáveis e resolver também algumas deficiências que a NASA tinha nos últimos anos, nomeadamente, em estudos relativos ao Planeta Terra e às alterações climáticas.

Lori Garver, administradora-adjunta da NASA, já tinha afirmado que a sétima vez que aterrassem na Lua “seria com parceiros internacionais e de uma forma diferente, com novas tecnologias”.

segunda-feira, fevereiro 8

Viúva


Quando o marido finalmente morreu, a esposa colocou no jornal o anúncio da morte, acrescentando que ele havia morrido de gonorreia. Logo que o jornal foi distribuído, um amigo da família telefonou e protestou veementemente:
- Você sabe muito bem que ele morreu de diarreia, e não de gonorreia!!!
A viúva respondeu:
- Eu cuidei dele noite e dia, portanto é lógico que eu sei que ele morreu de diarreia, mas eu achei que seria melhor que se lembrassem dele como um grande amante, ao invés do grande merda que ele sempre foi.

sexta-feira, fevereiro 5

Drones

Vejam como é a guerra moderna:- os aviões sem piloto (Drones que são armados com bombas e foguetes) estão no Afeganistão.



Os pilotos estão nos Estados Unidos, voando por controle remoto e vendo tudo o que se passa à sua frente.
Somente cento e poucos dos cerca de trezentos pilotos de caça formados pela USAF no ano passado foram voar realmente nos aviões de caça. O restante recebeu treino em Drones e sentados em algum lugar do Colorado, pilotam em tempo real os Drones que estão voando no Afeganistão.
Estes controladores estão cada um "voando" remotamente um drone a milhares de milhas da zona de combate.
A mão esquerda deles está no acelerador controlando o motor do drone e prestando atenção a todos os botões, os quais executam várias tarefas. A mão direita está guiando o avião.
Isto é a parafernália da guerra moderna.

quarta-feira, fevereiro 3

A morte do leão



Já fora do campeonato e agora varrido da Taça de Portugal de forma humilhante, para uma equipa sem classe, já pouco haverá a fazer.

(um sócio sportinguista)

terça-feira, fevereiro 2

Desabafo

Pessoa amiga, com problemas (todos os temos), enviou-me um e-mail do qual tomei a liberdade de extrair este pequeno texto, tendo o cuidado do expurgar de qualquer elemento identificativo:

“Depois de 4 meses em casa começo a ficar doida. Vale-me o facto de recomeçar a trabalhar amanhã!
Porque deste país, tenho de tentar esquecer-me que vivo nele.
(…)
A última e que me pôs completamente de rastos, foi uma empregada de uma amiga minha, ter levado com a porta da sala de operações do IPO em Lisboa nas ventas, no dia da greve. O marido, com um cancro e a operação da maior urgência marcada, lá ficou de novo à espera... a mulher a vê-lo morrer em cada dia. Pessoas com menos de 60 anos, com um filho engenheiro recem-formado, uma rapariga no 4º ano de medicina em Lisboa, levaram a vida a sacrificar tudo para dar em um futuro aos filhos, privando-se de quase tudo... E DE REPENTE... m**** de VIDA! E serem tratados assim! E de certeza não foram caso único, o que me deixa completamente "passada"! Se fossem ricos, o homem já estava operado... E ASSIM? Que raio de greves são estas em que não são acautelados os mais desfavorecidos?
(…)
E agora só faltava a palhaçada dos carrosséis...

MAS O NOSSO POVO É DO QUE GOSTA, NÃO É?!”