Sentido de Estado
“Quando se tornou claro que na Madeira acontecera uma tragédia, Sócrates abandonou uma reunião partidária no Porto para voar rumo ao Funchal, com o ministro da Administração Interna. Aí, ambos coordenaram com Alberto João Jardim medidas de auxílio imediato às vítimas do desastre.
Ou seja, políticos que se haviam combatido violentamente, recorrendo até ao insulto, foram capazes de ultrapassar ódios e ressentimentos para se concentrarem em ajudar a Madeira. A dimensão da tragédia justificou este raro momento de união e com isso ganhou a política.
Importa que o exemplo se repita. Não se trata de eliminar naturais divisões partidárias e ideológicas. Nem de voltar ao Bloco Central. Há, sim, que reconhecer um imperativo que os políticos têm esquecido nas suas tácticas partidárias. O imperativo de gerar um consenso sobre as medidas impopulares necessárias para reduzir o défice orçamental nos próximos anos. Sem esse consenso os mercados não irão acreditar nas intenções governamentais, fazendo-nos pagar caríssimo o dinheiro que pediremos emprestado. É uma questão de sentido de Estado.”
(Francisco Sarsfield Cabral, in “Página 1” de 23/02/2010)
3 Comentários:
Temo bem, meu caro amigo, é que daqui a dias se tenham esquecido disto. E volte tudo ao mesmo.
Ferreira Pinto
É preferível publicar um texto agradável e de esperança, mesmo que esta seja de curta duração.
Temo mais são as péssimas condições meteorológicas previstas para 6ªF e que são capazes de fazer voltar tudo à estaca zero.
Peter
Também achei de grande dignidade e sentido de Estado. Um exemplo que sai do quotidiano mediocre da politiquice.
Abraço
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