terça-feira, abril 27

Um país à deriva

Alguém governa este país? Digo “este” porque julgo que ele há muito deixou de ser “nosso”. Os deputados perdem o seu tempo a averiguar se Sócrates mentiu ou não mentiu ao Parlamento. Quero lá saber se ele mentiu ou deixou de mentir, quero é que governe.

“Génios” que auferem milhões de euros como recompensa por terem administrado instituições falidas têm a “lata” de vir justificar a sua (não)actuação. Outras não estão falidas, é certo, mas se o Estado não tem dinheiro e não tem, para que lhes paga? Deve haver para aí muito desempregado capaz de fazer mais e melhor. Os que se sentem prejudicados ponham o caso em tribunal. Se calhar resolvia-se mais depressa que o mega processo Casa Pia.

O Presidente da República Checa foi pouco cortês para com o nosso País, na pessoa do nosso PR. Não se esqueçam de o convidar a visitar Portugal.

É paralisando o País com greves sucessivas que vamos resolver os nossos problemas, quando se tem o descaramento de exibir uma parada de Ferraris, se calhar comprados pelos proprietários de algumas fabriquetas que abriram falência, lançando na miséria milhares de trabalhadores?

Mas tudo o que estou a dizer se calhar é “demagogia e populismo barato” porque neste momento o que verdadeiramente interessa é o SLB ir ganhar o campeonato de futebol, ou a vida amorosa de Pinto da Costa. Raiva de sportinguista? Não, o que eu quero é ter o mínimo de condições para viver, uma vez que não tenho possibilidades de o poder fazer noutro país.

segunda-feira, abril 26

Gastar descontraidamente

“Por melhor vontade que tenhamos em fazer um esforço patriótico e não criticar, nesta altura de dificuldades, quem nos governa, há situações que tornam a tarefa impossível.
O comum cidadão, da classe média, ouve as notícias e não acredita. Para o dr. Jaime Gama, o preço de uma viagem semanal a Paris à custa, não do seu, mas do nosso bolso é uma ninharia ridícula. Mas, para quem tem que pagar, não é. Por isso, dr. Jaime Gama, se esta questão não merece um minuto nas suas preocupações, para nós, que pagamos, o caso só tem um nome: é um escândalo! Vê-se bem que não está habituado a pagar viagens - nem as suas, nem as dos outros!
Para os nossos governantes, só os milhões que arrecadam de impostos à classe média têm verdadeiramente significado no equilíbrio das contas do Estado.
Sugerir a redução de despesas em assessorias de ministros e em carros novos, topo de gama, para a administração pública, é ser populista e fazer política de terra queimada. O socialismo, que gosta tanto de encher a boca com a igualdade de oportunidades, é incapaz de perceber a utilidade da igualdade de sacrifícios, quando chega a hora de pagar as asneiras que um reduzido número de políticos e administradores públicos fizeram em nome de todos.
É na descontracção com que o poder público continua a gastar dinheiro que a nossa situação mais se assemelha à da Grécia.”

(Raquel Abecasis in ” Página 1” de 26/04/10)

domingo, abril 25

25 de Abril de 1974





Esta é a madrugada que eu esperava
o dia inicial inteiro e limpo
onde emergimos da noite e do silêncio
e livres habitamos a substância do tempo

(Sophia de Mello Breyner Andresen)

sexta-feira, abril 23

Sabe circular nas rotundas?

A circulação em rotundas é uma das situações mais controversas de interpretar em relação à letra da lei. As dúvidas levantam-se sempre que existe mais que uma faixa de circulação no seu interior.

“O trânsito de veículos deve fazer-se pelo lado direito da faixa de rodagem e o mais próximo possível das bermas ou passeios conservando destes uma distância que permita evitar acidentes” (nº1 do artº 13º do CE).

A utilização das faixas interiores como apenas de ultrapassagem, compromete a segurança do tráfego, uma vez que prevê um princípio que se desenrola ao arrepio das normas de circulação em rotunda, praticadas por toda a Europa e EUA.
Vai ser lindo no Algarve, com todos aqueles ingleses a circularem em carros alugados!
Aqui em Lisboa o condutor que suba a Av Liberdade, à entrada da Praça MPombal está praticamente impossibilitado de demandar a primeira saída (Av Duque de Loulé) sem cometer uma ilegalidade ou estar sujeito a acidente, já que para o fazer terá que cruzar a faixa de saída Bus, pelo que terá de circular novamente a praça, numa volta de 360º, até lhe ser possível tomar a via da direita para seguir para a referida avenida.

Brilhante!

Mais do mesmo: os condutores de veículos a motor que pretendam entrar numa rotunda passam a ter de ceder a passagem aos condutores de velocípedes, de veículos de tracção animal e de animais que nela circulem. (art.ºs 31º e 32º).

Com legisladores destes, vamos longe…

ATENÇÃO:

A nova legislação já está em vigor!

quinta-feira, abril 22

PRODUTIVIDADE

O presidente da Câmara de Coimbra ordenou o corte do acesso ao Facebook nos computadores da autarquia.
A decisão foi tomada depois de funcionários terem sido apanhados a jogar no “Farmville”, um jogo que incentiva os utilizadores a cuidar de uma quinta.
“É preciso explicar que as pessoas, enquanto estão a aceder a um computador ou à Internet na câmara, estão a aceder a um instrumento de trabalho. E não estão nem a divertir-se nem a tratar da sua vida”, justificou Carlos Encarnação.

terça-feira, abril 20

VOLCANIC LIGHTNING 2

Iceland's active Eyjafjallajokull volcano is famous for its paralyzing ash, which has grounded thousands of planes in Europe and disrupted travel worldwide.
Even more amazing, however, is its white-hot lightning:

http://www.spaceweather.com/submissions/large_image_popup.php?image_name=Olivier-Vandeginste-IMG_9705_1271594202.jpg

segunda-feira, abril 19

VOLCANIC LIGHTNING

"On the evening of April 16th, there were some small eruptions producing ash clouds up to about 6-7 km, with lightning," says photographer Harald Edens. "The sky was nice and clear, so I was able to photograph the bolts from the town of Hvolsvollur using my Nikon D700 and a 80-200/2.8 lens."



It is well known that volcanic eruptions produce strong lightning. Less well known is why? Ordinary lightning in thunderstorms is not fully understood; volcanic lightning is even more of a mystery.To investigate, a team of researchers from New Mexico Tech has traveled to Iceland to monitor the Eyjafjallajokull volcano--and they have found it crackling with electricity.

Photography is one way to monitor volcanic lightning, but the technique has limits: Ash clouds are able to hide the flashes; lightning is not always visible in daylight; glowing lava competes for attention; and so on. Radio receivers can do a better job. Lightning emits impulsive radio bursts which can be measured and counted, day or night, even through clouds of ash. "We are deploying a six-station lightning array around the Eyjafjallajokull volcano," says Edens. Their analysis of the radio "crackles" could reveal much about the inner workings of volcanic lightning.

sábado, abril 17

Institutos públicos

“Agora que vamos ter que poupar dinheiro na despesa pública - e poupá-lo a sério - ainda por cima numa situação de quase estagnação da economia, não é mais aceitável que continue a existir, a nível do Estado, uma espécie de coutadas que foge por sistema às medidas de contenção da despesa.
Refiro-me a alguns institutos públicos e entidades semelhantes que, prevalecendo-se da sua autonomia financeira e da cobrança de receitas próprias (que em muitos casos são taxas ou, pior ainda, verdadeiros impostos disfarçados de taxas) conseguem escapar-se às poupanças que os serviços normais do Estado têm de fazer. Nunca ouvi referir que, mesmo nas fases mais difíceis de contenção orçamental, faltasse dinheiro a essas entidades para viagens ao estrangeiro, encomendas de estudos e outros serviços em outsourcing, compra de mobiliário, de equipamento informático, ou até, aquisição de viaturas. Para já não falar do excessivo espaço construído que em muitos casos ocupam.
Considero esta situação inaceitável. Os institutos públicos não exercem uma actividade mais importante que a generalidade dos outros serviços do Estado e por isso devem ser sujeitos exactamente às mesmas medidas de contenção do que esses serviços. O facto de cobrarem receitas não é motivo para se furtarem a esta obrigação. As receitas não são dos institutos - são do Estado e não têm que ser gastas na totalidade em despesas desses institutos.
Nem pelo facto de haver receitas a despesa tem de aumentar até as igualar.
No PEC o Governo aponta para um maior controlo destas despesas. A intenção é de aplaudir, mas já não é a primeira nem a segunda vez que um Governo a anuncia sem que consiga obter resultados práticos. Proponho por isso uma medida que daria certamente resultado: que, para os institutos públicos que reconhecidamente não cumpram as medidas de poupança, um dos membros da respectiva direcção seja, obrigatoriamente, da confiança pessoal do ministro das Finanças e a ele reporte directamente.”

João Ferreira do Amaral
Economista

quarta-feira, abril 14

A melhor anedota irlandesa do Ano 2008

Um médico, em Dublin, queria DESCANSAR e ir pescar. Então aproximou-se do seu assistente e disse-lhe:
- Murphy, amanhã vou pescar e não quero fechar a clínica. Acha que consegue cuidar dela e de todos os pacientes?
- Sim, senhor! – respondeu Murphy.
O médico foi pescar e voltou no dia seguinte.
- Então, Murphy, como correu o dia?
- Cuidei de três pacientes. O primeiro tinha uma dor de cabeça e, então, eu dei-lhe paracetamol.
- Bravo, meu rapaz .
- E o segundo? - perguntou o médico.
- O segundo teve indigestão e eu dei-lhe Guronsan- informou Murphy.
- Bravo, bravo! Você é bom nisso… E o terceiro? - perguntou o médico.
- Bom, doutor, eu estava sentado aqui e, de repente, abriu-se a porta e entrou uma linda mulher. Ela arrancou a roupa, despiu tudo, incluindo o sutiã e as cuequinhas. Depois deitou-se sobre a marquesa, abriu as pernas e gritou: «AJUDE-ME, pelo amor de Deus! Há cinco anos que eu não vejo homem!''
- Nossa Senhora, Murphy, o que é que você fez? - perguntou o médico.
- Eu pus-lhe gotas de Visadron nos olhos, doutor!

segunda-feira, abril 12

Tudo é pago!

A campanha a favor das vítimas do temporal na Madeira através de chamadas telefónicas é um insulto à boa-fé da gente generosa. A promoção reza assim: preço da chamada 0,60 € + IVA.
São 0,72 € no total. O que de má-fé não se diz é que o donativo que deverá chegar (?) ao beneficiário madeirense é de apenas 0,50 €.
Assim oferecemos 0,50 € a quem carece, mas cobram-nos 0,72 €, mais
0,22 € ou seja 30 %. Quem fica com esta diferença?
1º - a PT com 0,10 € (17 %) isto é a diferença dos 60 para os 50.
2º - o Estado 0,12 € (20 %) referente ao IVA sobre 0,60.
Numa campanha de solidariedade, a aplicação de uma margem de lucro pela PT e da incidência do IVA pelo Estado são o retrato da baixeza moral a que tudo isto chegou.
A RTP anunciou com expressa satisfação que o montante doado já atingiu os 2.000.000 de euros. Esqueceu-se de dizer que os generosos pagaram mais 44 % ou seja mais 880.000 euros divididos entre a PT (400.000 € para a ajuda dos salários dos administradores) e o Estado (480.000 € para ajuda ao reequilíbrio das contas públicas e a todos os “trafulhas” que por lá andam).
A PT cobra comissão de 20 % num acto de solidariedade.
O Estado faz incidir IVA sobre um produto da mais pura generosidade.
Isto, a ser verdade, é um asqueroso esbulho!

Já agora, vale a pena pensar nas recolhas de alimentos para o Banco Alimentar Contra a Fome feitas à porta dos hipermercados.
Tudo é pago, contemplando o lucro dos ditos e, claro está, os impostos ao consumo.

Em Portugal, miseravelmente, ser solidário é ser sinónimo de parvo e estúpido!

(recebido por e-mail)

sexta-feira, abril 9

Tiro no porta-aviões

“Em vez de andar entretido a ouvir listas intermináveis de pessoas para saber se a liberdade de expressão está em causa em Portugal, o Parlamento devia parar para se questionar a si próprio.
Subitamente, os senhores deputados acordaram para os mistérios que envolvem os negócios da Defesa e querem apurar as estranhas razões que nos levaram a desculpar quem nos vendeu submarinos e não cumpriu as contrapartidas prometidas. O negócio foi acordado em 2003 e nestes sete anos o Estado português perdeu milhões, mas fechou os olhos. Muitos sabiam e muitos calaram-se. Ninguém se lembrou de fazer comissões de inquérito e o Parlamento, que é suposto fiscalizar, dormiu sobre o assunto.
Agora, porque na Alemanha se dorme menos, uma investigação de uma revista apanhou alemães nas malhas da corrupção e Portugal levantou o sobrolho.
Se alguém corrompeu, alguém foi corrompido.
Se alguém ganhou com o negócio do lado de lá, alguém deve ter ganho alguma coisa do lado de cá e os senhores deputados, indignados, querem fazer à pressa uma comissão de inquérito.
Esperemos que não levem meses a ouvir listas intermináveis de responsáveis em intermináveis sessões inconclusivas. E esperemos, sobretudo, que não aconteça o costume: descobrem-se os corruptos do lado de lá da fronteira e do lado de cá a culpa morre solteira.”

(Ângela Silva, in “Página 1” de 08/04/10)

Nota – Por motivos particulares, não me tem sido possível dar a minha habitual colaboração ao blogue, nem visitar os amigos, o que lamento.

segunda-feira, abril 5

Governo congela salários até 2013!

«O Diário Económico apurou que o PEC vai prever uma política de moderação salarial para a Função Pública até 2013, com metas definidas sobre o peso da factura com pessoal no total da despesa do Estado»

Ora cá vão uns salariozitos MENSAIS (!) que vão entrar em "moderação" e não vão aumentar:

"- Mata da Costa: presidente CTT, 200.200,00 €
- Carlos Tavares: CMVM, 245.552,00 €
- António Oliveira Fonseca: Metro do Porto, 96.507,00 €
- Guilhermino Rodrigues: ANA, 133.000,00 €
- Fernanda Meneses: STCP, 58.859,00 €
- José Manuel Rodrigues: Carris, 58.865,00 €
- Joaquim Reis: Metro de Lisboa, 66.536,00 €
- Vítor Constâncio: Banco Portugal, 249.448,00 €
- Luís Pardal: Refer, 66.536,00 €
- Amado da Silva (ex-chefe de gabinete de Sócrates): Ana com, Autoridade Reguladora da Comunicação Social, 224.000,00 €
- Faria de Oliveira: CGD, 371.000,00 €
- Pedro Serra: AdP, 126.686,00 €
- José Plácido Reis: Parpública, 134.197,00 €
- Cardoso dos Reis: CP, 69.110,00 €
- Vítor Santos: ERSE, Entidade Reguladora da Energia, 233.857,00 €
- Fernando Nogueira (este não é o ex-PSD que se encontra em Angola): ISP, Instituto dos Seguros de Portugal, 247.938,00 €
- Guilherme Costa: RTP, 250.040,00 €
- Afonso Camões: Lusa, 89.299,00 €
- Fernando Pinto : TAP, 420.000,00 €
- Henrique Granadeiro: PT, 365.000,00 €"

Fonte: Jornal SOL de 22/01/2010.

Mas será mesmo verdade? Custa-me a crer...

E ainda faltam as Estradas de Portugal, EDP, Brisa, Petrogal, todas as outras reguladoras e observatórios... E pedem contenção e moderação!!!!

Imaginem o que é pagar um subsídio de férias ou de Natal a estes senhores: ''Tome lá meu caro amigo 35.000 euros para passar férias ou fazer compras de Natal''.

E pagar-lhes esta reforma... É no mínimo imoral, até porque estes cargos não são para técnicos, mas são de nomeação política. É isto que lhes retira toda e qualquer credibilidade junto do povo e dos quadros técnicos.