Gastar descontraidamente
“Por melhor vontade que tenhamos em fazer um esforço patriótico e não criticar, nesta altura de dificuldades, quem nos governa, há situações que tornam a tarefa impossível.
O comum cidadão, da classe média, ouve as notícias e não acredita. Para o dr. Jaime Gama, o preço de uma viagem semanal a Paris à custa, não do seu, mas do nosso bolso é uma ninharia ridícula. Mas, para quem tem que pagar, não é. Por isso, dr. Jaime Gama, se esta questão não merece um minuto nas suas preocupações, para nós, que pagamos, o caso só tem um nome: é um escândalo! Vê-se bem que não está habituado a pagar viagens - nem as suas, nem as dos outros!
Para os nossos governantes, só os milhões que arrecadam de impostos à classe média têm verdadeiramente significado no equilíbrio das contas do Estado.
Sugerir a redução de despesas em assessorias de ministros e em carros novos, topo de gama, para a administração pública, é ser populista e fazer política de terra queimada. O socialismo, que gosta tanto de encher a boca com a igualdade de oportunidades, é incapaz de perceber a utilidade da igualdade de sacrifícios, quando chega a hora de pagar as asneiras que um reduzido número de políticos e administradores públicos fizeram em nome de todos.
É na descontracção com que o poder público continua a gastar dinheiro que a nossa situação mais se assemelha à da Grécia.”
(Raquel Abecasis in ” Página 1” de 26/04/10)
1 Comentários:
lapidar a frase final. Temos de ir fazendo barulho, que o barulho incomoda..
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