D.januario pede novas políticas para vencer a crise
O Bispo das Forças Armadas pede, na sua mensagem de Natal,
mais justiça e respeito pelo próximo e mais inconformismo diante da situação
dramática em que vivem muitos portugueses. D. Januário Torgal Ferreira deixou
palavras de esperança este tempo de crise e críticas a quem quer enganar o
povo.
“Só é possível nós vermos a luz ao fundo do túnel se os
direitos dos cidadãos portugueses, como o salário, condições de saúde,
habitação, novas teorias e estratégias do ponto de vista de emprego, tantas
vezes se falou em ir para o mar, quem é que vai para o mar? Vai a Marinha
portuguesa e meia dúzia de pescadores que nem recursos têm. Onde é que nós temos
ido para mar? Onde está a industrialização portuguesa? Onde estão novas
políticas de trabalho, como fala o Papa?”, questiona.
“A propaganda diz que vamos ganhar, [mas] acabamos de ouvir
que o nosso défice acaba de ter mais um rombo, porque é que não somos humildes,
porque é que se tenta enganar um povo que, felizmente, é muito mais inteligente
do que a gente que o quer ludibriar”, afirma D. Januário Torgal Ferreira.
Nesta mensagem de Natal, o prelado deixa bem claro que é
preciso que as hierarquias saibam ouvir as queixas dos militares e procurem
respostas adequadas. “Há gente nas Forças Armadas que sofre, como há nas
empresas. O maior drama de Portugal é o desemprego, mas o militar que não tem
futuro, que não tem promoção, que acha que não é respeitado pelo poder, que
acha que há interesses e que não há amor pelas pessoas, ao menos ouçam-nos e
não venham dizer: ‘quem não está bem que se mude’, que foi uma frase infernal
que foi dita”, lê-se ainda no texto de D. Januário
O Bispo das Forças Armadas destaca, também, alguns apelos da
mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz e deixa um lamento: “Temos tão pouca
gente que estude a Doutrina Social da Igreja e que traga até ao sistema
político português uma injeção de sangue novo, de iniciativas novas, até do
ponto de vista temporal, do ponto de vista estratégico”.