COINCIDÊNCIAS
“O turco Cuneyt Cakir foi o escolhido pelas instâncias da UEFA para dirigir o jogo desta quarta-feira entre Portugal e a Espanha a contar para as meias-finais do Campeonato da Europa de
futebol.
Para uma fase tão adiantada, como decisiva, da competição, talvez fosse de esperar a nomeação de um juiz com melhores credenciais.
É que do currículo do juiz turco não constam atuações em desafios de elevado grau de dificuldade, e dele alguns portugueses conservam apenas uma muito esbatida ideia.
Vale a pena recordar que a decisão agora tomada em relação à designação de Cuneyt Cakir cabe por inteiro ao presidente do Comité de Árbitros da UEFA, por acaso o espanhol Angel Villar, que há quase duas dezenas de anos se mantém no cargo, neste mandato acolitado por um vice-presidente de origem turca.
Será desejável que se trate apenas de coincidências, e que logo à noite não estejamos todos a lamentar uma má atuação da equipa de arbitragem responsável pela direção do jogo que vai apurar um dos finalistas do Euro e mandar outro de regresso
a casa.
Depois de Michel Platini ter vaticinado uma final entre a Alemanha e a Espanha (sempre a Espanha), só faltava agora esta infeliz decisão dos responsáveis pelo pelouro da arbitragem da
UEFA que, à partida, dá guarida a toda a espécie de desconfianças.
Claro que ninguém deseja a qualificação da seleção de Portugal por via de uma arbitragem deficiente.
Do mesmo modo não será aceitável que sejam os dirigentes da UEFA a emitir o seu bilhete de regresso através de interposta pessoa.”
(Ribeiro Cristovão)