quinta-feira, outubro 15

E agora Sócrates?

Como todos sabem, o PS ganhou as Legislativas, o PR ouviu os Partidos e indigitou Sócrates para formar novo Governo. As condições em que irá governar novamente o país são diferentes, assim como será o Governo a empossar. Terá de governar em minoria e dos ministros apenas conservará, ao que parece e com o que penso todos concordarem, o das Finanças, da Saúde e dos Negócios Estrangeiros. A situação em que se encontra o país exige que lhe concedamos o “benefício da dúvida”.

A solução passa por negociar um acordo com algum partido, ou optar por acordos de incidência parlamentar. MFL exclui qualquer possibilidade de entendimentos com o PS, enquanto Marcelo entende que a oposição deve viabilizar o programa e orçamento do Governo para evitar uma crise governativa. Teremos de esperar por aquilo que ficar decidido no próximo congresso do PSD. Com a previsível saída de MFL as coisas ficarão mais facilitadas. Penso que tal solução não contará com o apoio de Roseta e de Alegre, que têm um número considerável de apoiantes, sobretudo os mais jovens, que prefeririam o BE ao PSD. Mas Louçã já disse ser o PS o seu inimigo, o que nada significa, pois em política (como no futebol) “o que é verdade hoje, pode não o ser amanhã”.

Resta a solução PP, talvez mais acessível, pois para este garante a sua sobrevivência, mas que não contará com o apoio dos notáveis do PS, pelo que Sócrates não deverá querer comprometer-se e deverá optar por negociar acordos de incidência parlamentar com este Partido.

Aguardemos…

10 Comentários:

Às 15 outubro, 2009 10:50 , Blogger antonio ganhão disse...

Então? Agora é o diálogo...

 
Às 15 outubro, 2009 10:58 , Blogger Joaquim Alves disse...

Cá para mim isto cheira-me a "baralhar e voltar a dar...o mesmo jogo"!!!

Acho que só "acordamos" quando isto bater mesmo no fundo!!!

 
Às 15 outubro, 2009 11:04 , Blogger Quint disse...

Ainda não li a entrevista, mas Sócrates afirma na edição da VISÃO desta semana que para dialogar são precisos dois e que a outra parte queira falar.

O PSD, por Manuela Ferreira Leite, rejeita coligações ou acordos parlamentares.
O PP, por Paulo Portas, fez o mesmo mas terá deixado um caderno de encargos e admite um entendimento lei a lei.
O BE e o PCP devem fazer o mesmo hoje.

Será, pois, um governo PS em minoria e que terá de negociar caso a caso. Não vejo onde esteja o problema.

Assim como não vejo porque é que anda quase tudo a dizer que a obrigação de diálogo só impende sobre uma das partes.

 
Às 15 outubro, 2009 11:59 , Blogger JOY disse...

Amigo Peter,

Fase a esta situação José Socrates contra a sua vontade e natura terá de ser bastante dialogante, mas a oposição vai ter aqui uma responsabilidade acrescida de estar aberta ao dialogo para resolução dos problemas de que padece o país. Se Entrarmos no capitulo da intransegência de ambos os lados a situação vai ser bem complicada. Haja sentido de estado é o que se pode pedir a ambos os lados.

Um abraço
Joy

 
Às 15 outubro, 2009 12:36 , Blogger alf disse...

Penso que os acordos estão a ser estabelecidos, embora «por baixo da mesa». O Paulo Portas entregou um dossiê. Penso que chegarão a um acordo informal e que o CDS viabilizará o Governo.

É que o CDS tem medidas a propôr que, em muitos casos, até são as mesmas que interessam ao PS, ao contrário do que sucede com os outros partidos, que visam ostensivamente a conquista do poder - o PSD literalmente, o BE como «grão na engrenagem». Mas está mesmo a ver-se que o Sócrates não vai em chantagens e o BE não vai ter sorte nenhuma nesta estratégia terrorista que adoptou.

E creio que o PC também estará disposto a cedências, até para compensar as negociações com o CDS e para combater o BE.

Pois, fazer futurologia é bem divertido rsrsr

 
Às 15 outubro, 2009 12:55 , Blogger Peter disse...

antonio - o implume

E Sócrates está a dialogar com os partidos, assim como terá do fazer com os Sindicatos.

 
Às 15 outubro, 2009 13:02 , Blogger Peter disse...

lusitano

Eu dou-lhe o benefício da dúvida. Penso que o Governo prejudicou imenso a sua imagem ao manter ministros improdutivos, que pouco fizeram e o que fizeram foi mau. Alguns, como a ministra da Educação foram sacrificados pois foram utilizados como pontas de lança contra a classe dos professores.

 
Às 15 outubro, 2009 14:25 , Blogger Peter disse...

Ferreira Pinto

Também não vejo onde esteja o problema em governar em minoria, negociando caso a caso.

O diálogo de hoje de Sócrates com Louçã demorou 2,30h revelando a dificuldade de Sócrates aceitar medidas que para o BE são essenciais.

Eu diria que Sócrates necessita de dialogar para governar.

 
Às 15 outubro, 2009 14:30 , Blogger Peter disse...

JOY

Concordo:

"Se entrarmos no capitulo da intransegência de ambos os lados a situação vai ser bem complicada. Haja sentido de estado é o que se pode pedir a ambos os lados."

 
Às 15 outubro, 2009 14:52 , Blogger Peter disse...

alf

"O CDS tem medidas a propôr que, em muitos casos, até são as mesmas que interessam ao PS, ao contrário do que sucede com os outros partidos, que visam ostensivamente a conquista do poder - o PSD literalmente, o BE como «grão na engrenagem»."

O PSD não pode entrar em acordos na situação de fragilidade em que se encontra. Tem primeiro de "arrumar" a casa.

Ao BE pode aplicar-se-lhe a fábula da "rã e do boi": rebentará de tanto inchar. Há que ter a noção de até onde podem ir as próprias possibilidades. Quem constitui a maioria de eleitores do nosso Paíz não são os intelectuais e os artistas. Não é a população citadina, das grandes cidades, entenda-se, mas a população rural que, optando pela esquerda, escolhe PCP.

Quanto ao PCP discordo. O Partido está em crise, pela 1ª vez na sua história admitiram um insucesso (nas autérquicas) e portanto a sua prioridade vai para dentro do Partido. Não esqueçamos que o PCP continua com enorme poder junto dos trabalhadores, actuando através dos sindicatos, cada vez com maior força à medida que o desemprego avança. E é por aí que criará problemas ao futuro Governo.

 

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