E agora Sócrates?
Como todos sabem, o PS ganhou as Legislativas, o PR ouviu os Partidos e indigitou Sócrates para formar novo Governo. As condições em que irá governar novamente o país são diferentes, assim como será o Governo a empossar. Terá de governar em minoria e dos ministros apenas conservará, ao que parece e com o que penso todos concordarem, o das Finanças, da Saúde e dos Negócios Estrangeiros. A situação em que se encontra o país exige que lhe concedamos o “benefício da dúvida”.
A solução passa por negociar um acordo com algum partido, ou optar por acordos de incidência parlamentar. MFL exclui qualquer possibilidade de entendimentos com o PS, enquanto Marcelo entende que a oposição deve viabilizar o programa e orçamento do Governo para evitar uma crise governativa. Teremos de esperar por aquilo que ficar decidido no próximo congresso do PSD. Com a previsível saída de MFL as coisas ficarão mais facilitadas. Penso que tal solução não contará com o apoio de Roseta e de Alegre, que têm um número considerável de apoiantes, sobretudo os mais jovens, que prefeririam o BE ao PSD. Mas Louçã já disse ser o PS o seu inimigo, o que nada significa, pois em política (como no futebol) “o que é verdade hoje, pode não o ser amanhã”.
Resta a solução PP, talvez mais acessível, pois para este garante a sua sobrevivência, mas que não contará com o apoio dos notáveis do PS, pelo que Sócrates não deverá querer comprometer-se e deverá optar por negociar acordos de incidência parlamentar com este Partido.
Aguardemos…
10 Comentários:
Então? Agora é o diálogo...
Cá para mim isto cheira-me a "baralhar e voltar a dar...o mesmo jogo"!!!
Acho que só "acordamos" quando isto bater mesmo no fundo!!!
Ainda não li a entrevista, mas Sócrates afirma na edição da VISÃO desta semana que para dialogar são precisos dois e que a outra parte queira falar.
O PSD, por Manuela Ferreira Leite, rejeita coligações ou acordos parlamentares.
O PP, por Paulo Portas, fez o mesmo mas terá deixado um caderno de encargos e admite um entendimento lei a lei.
O BE e o PCP devem fazer o mesmo hoje.
Será, pois, um governo PS em minoria e que terá de negociar caso a caso. Não vejo onde esteja o problema.
Assim como não vejo porque é que anda quase tudo a dizer que a obrigação de diálogo só impende sobre uma das partes.
Amigo Peter,
Fase a esta situação José Socrates contra a sua vontade e natura terá de ser bastante dialogante, mas a oposição vai ter aqui uma responsabilidade acrescida de estar aberta ao dialogo para resolução dos problemas de que padece o país. Se Entrarmos no capitulo da intransegência de ambos os lados a situação vai ser bem complicada. Haja sentido de estado é o que se pode pedir a ambos os lados.
Um abraço
Joy
Penso que os acordos estão a ser estabelecidos, embora «por baixo da mesa». O Paulo Portas entregou um dossiê. Penso que chegarão a um acordo informal e que o CDS viabilizará o Governo.
É que o CDS tem medidas a propôr que, em muitos casos, até são as mesmas que interessam ao PS, ao contrário do que sucede com os outros partidos, que visam ostensivamente a conquista do poder - o PSD literalmente, o BE como «grão na engrenagem». Mas está mesmo a ver-se que o Sócrates não vai em chantagens e o BE não vai ter sorte nenhuma nesta estratégia terrorista que adoptou.
E creio que o PC também estará disposto a cedências, até para compensar as negociações com o CDS e para combater o BE.
Pois, fazer futurologia é bem divertido rsrsr
antonio - o implume
E Sócrates está a dialogar com os partidos, assim como terá do fazer com os Sindicatos.
lusitano
Eu dou-lhe o benefício da dúvida. Penso que o Governo prejudicou imenso a sua imagem ao manter ministros improdutivos, que pouco fizeram e o que fizeram foi mau. Alguns, como a ministra da Educação foram sacrificados pois foram utilizados como pontas de lança contra a classe dos professores.
Ferreira Pinto
Também não vejo onde esteja o problema em governar em minoria, negociando caso a caso.
O diálogo de hoje de Sócrates com Louçã demorou 2,30h revelando a dificuldade de Sócrates aceitar medidas que para o BE são essenciais.
Eu diria que Sócrates necessita de dialogar para governar.
JOY
Concordo:
"Se entrarmos no capitulo da intransegência de ambos os lados a situação vai ser bem complicada. Haja sentido de estado é o que se pode pedir a ambos os lados."
alf
"O CDS tem medidas a propôr que, em muitos casos, até são as mesmas que interessam ao PS, ao contrário do que sucede com os outros partidos, que visam ostensivamente a conquista do poder - o PSD literalmente, o BE como «grão na engrenagem»."
O PSD não pode entrar em acordos na situação de fragilidade em que se encontra. Tem primeiro de "arrumar" a casa.
Ao BE pode aplicar-se-lhe a fábula da "rã e do boi": rebentará de tanto inchar. Há que ter a noção de até onde podem ir as próprias possibilidades. Quem constitui a maioria de eleitores do nosso Paíz não são os intelectuais e os artistas. Não é a população citadina, das grandes cidades, entenda-se, mas a população rural que, optando pela esquerda, escolhe PCP.
Quanto ao PCP discordo. O Partido está em crise, pela 1ª vez na sua história admitiram um insucesso (nas autérquicas) e portanto a sua prioridade vai para dentro do Partido. Não esqueçamos que o PCP continua com enorme poder junto dos trabalhadores, actuando através dos sindicatos, cada vez com maior força à medida que o desemprego avança. E é por aí que criará problemas ao futuro Governo.
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