domingo, junho 21



LÁPIDE

Luís Vaz de Camões.
Poeta infortunado e tutelar.
Fez o milagre de ressuscitar
A Pátria em que nasceu.
Quando, vidente, a viu
A caminho da negra sepultura,
Num poema de amor e de aventura
Deu-lhe a vida
Perdida.
E agora,
Nesta segunda hora
De vil tristeza,
Imortal,
É ele ainda a única certeza
De Portugal.


Miguel Torga

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6 Comentários:

Às 21 junho, 2009 09:06 , Blogger Peter disse...

Se ao menos a Sócrates lhe faltasse um olho...

 
Às 21 junho, 2009 14:33 , Blogger vbm disse...

Lol.

Hoje li o manifesto dos sábios, os 28 economistas. Realmente, todas as decisões estratégicas para o país deveriam ser objecto de debate entre os que sabem. Depois, os partidos políticos, a quem incumbe responsabilizarem-se pela direcção política da sociedade, ficariam condicionados pelo confronto directo com os 'sábios'.

O que achei de mais notável no documento foi a chamada de atenção imprescindível para obrigar os investimentos a serem congruentes com a sustentablidade financeira e harmonização com demais investimentos complementares.

Por exemplo, é absurdo dar prioridade às vias férreas e manter a intensidade do investimento rodoviário que se deve subordinar a complementar o primeiro.

A sustentabilidade é fundamental e sempre obscurecida e desprezada por juristas, engenheiros, arquitectos e sociólogos. Os investimentos têm de ser escolhidos entre os mais oportunos num tempo dado e nos de maior impacto no rendimento corrente (eficiência marginal do capital).

Por exemplo, nas recomendações do manifesto a única política táctica coerente é o de escolher entre via férrea, aérea, terrestre e marítima, preferindo a primeira (com impacto nos portos de mar para o transporte de mercadorias);

prioritizar o trajecto interno Lisboa-Porto em alta velocidade (não sei se TGV ou não) em via férrea própria, libertando a outra via para o transporte de mercadorias já estrangulado;

adiar o início do aeroporto, oferecendo Beja para os low-costs intercontinentais e europeus;

depois dõ trajecto Porto-Lisboa, estender até Vigo e Setúbal e a Sines-Badajoz; finalmente, Lisboa-Badajoz.

Tudo isto só depois de realizar primeiro os investimentos no sector da energia hidro-eléctrica e no de apoio ao sector exportador por todo o tempo necessário a que o valor da dívida externa se reduza pelo montante que vá ser necessário para o financiamento do investimento ferroviário, ou seja, pelo menos, sem agravamento da presente situação de dívida externa.

A meu ver, quer o PSD quer o PS, deveriam comprometer-se a respeitarem assim a execução dos grandes projectos: 1º) reforço da competitividade e exportação; 2º) redução da dívida; 3º) energia hídrica; 4º) apoio ao desemprego; 5º) investimento ferroviário; 6º) novo ponto da situação daqui a uns 3 ou 4 anos.

 
Às 21 junho, 2009 15:22 , Blogger Peter disse...

Ainda não me debrucei bem sobre o assunto, mas do que dizes, considero prioritário:

"adiar o início do aeroporto, oferecendo Beja para os low-costs intercontinentais e europeus"

Temos de proteger a n/companhia aérea de bandeira e combater a concorrência.

 
Às 21 junho, 2009 19:10 , Blogger vbm disse...

Para lá do manifesto, ouvi com interesse a posição de Rui Moreira - um dos signatários - na mesa redonda do Expresso-Sic de 6ª feira.

Nos países estrangeiros, os primeiros troços de alta velocidade lançaram-se entre as cidades de cada país que asseguravam mais tráfego. Só numa 2ª fase se estenderam para o tráfego transfronteiriço. A via férrea é considerada a via de transporte principal para o século 21.

Há uma revolução em curso na Europa quanto ao caminho de ferro. A aviação tende a especializar-se no longo curso. O país não deve avançar com projectos nenhuns sem primeiro desanuviar o estrangulamento da dívida externa.

Creio que vai ser isso mesmo que o PSD irá garantir: não avançar com TGV nenhum, antes da redução da dívida externa. E não me admira que o PS proponha o mesmo. Nenhum partido vai ousar opor-se directamente ao manifesto dos 'sábios' :)

Por outro lado, é inadmissível que optando pela renovação da via férrea, e ligação aos portos de mar na costa portuguesa, não se secundarize de modo notório, o transporte rodoviário. As economias de energia nesta revolução dos transportes serão impressivas.

De resto, a nova geração automóvel será híbrida, gasolina/electricidade, gaz natural e hidrogénio. A rede de estradas será mais de carácter vicinal e inter-municipal do que auto-estradas entre grandes cidades.

 
Às 22 junho, 2009 00:21 , Blogger Peter disse...

vbm

Penso que sim: a via férrea é considerada a via de transporte principal para o século 21.
O transporte rodoviário de mercadorias deverá passar para 2º plano.Quanto ao transporte aéreo, volto a insistir em reservar Lisboa para as grandes companhias de bandeira, reservando Beja para as suas concorrentes "low cost". Para tanto haverá, na medida do possível, que melhorar as suas ligações a Lisboa. Mas não há pressa, pois elas são a concorrência e há que proteger a TAP.

 
Às 23 junho, 2009 11:07 , Blogger vbm disse...

Ontem ouvi na RTP-Notícias um debate sobre os caminhos de ferro onde Rui Moreira, um dos "28", censura os "sábios não-economistas", a saber "engenheiros & advogados" de não saberem integrar os diferentes projectos de investimento num programa coerente de fomento da economia e desenvolvimento da sociedade. Os "engenheiros", então, são um "desastre": apreciam cada obra de per si, mesmo se inúteis no contexto. Rui Moreira defende: 1ª prioridade: alta velocidade de Setúbal (Faro) a Vigo (Corunha); 2ª prioridade: Aveiro a Salamanca; 2ª ex-aequo: Sines a Badajoz; 3ª prioridade: Lisboa-Badajoz. Isto, acompanhado de produção de energia hidro-eléctrica, eólica, solar (nuclear, também, presumo eu - para equilibrar custos) -, e redução do transporte rodoviário!

É neste pormenor da coerência de fomento que se marca a diferença entre um cientista social (um ser lógico) e um engenheiro civil, (simples mecânico empírico). Com um pormenor financeiro adicional: tudo só depois de a exportação, e a contenção de importações, ter diminuido o esmagador endividamento actual na proporção suficiente para o país avançar, afoito, á renovação das suas vias férreas. [Outro detalhe, ainda: a proporção possível do fabrico e toda a montagem de vagões, carruagens e locomotivas obrigatoriamente realizadas em território português; e, já agora, as barragens e equipamento hidromecânico, também. Ou por outras palavras: voltar a por de pé a indústria metalo-mecânica (Sorefame) criada por Salazar em 1943 para a construção de barragens e rquipamento ferroviário.]

 

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