Intervalo para descompressão da Crise.
O Ti Joaquim tem uma tasca, na Vila Carrapato, e decide que vai vender copos 'fiados' aos seus leais fregueses, todos bêbados, quase todos desempregados. Porque decide vender a crédito, ele pode aumentar um pouquinho o preço da dose do tintol e da branquinha (a diferença é o preço que os pinguços pagam pelo crédito). O gerente do banco do Ti Joaquim, um ousado administrador formado em curso muito reconhecido, decide que o livrinho das dívidas da tasca constitui, afinal, um activo recebível, e começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento, tendo o 'fiado' dos pinguços como garantia. Uns seis zécutivos de bancos, mais adiante, lastreiam os tais recebíveis do banco, e os transformam em CDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS ou qualquer outro acrónimo financeiro que ninguém sabe exactamente o que quer dizer. Esses adicionais instrumentos financeiros, alavancam o mercado de capitais e conduzem a operações estruturadas de derivativos, na BM&F, cujo lastro inicial todo mundo desconhece (os tais livrinhos das dívidas do Ti Joaquim). Esses derivativos estão sendo negociados como se fossem títulos sérios, com fortes garantias reais, nos mercados de 73 países. Até que alguém descobre que os bêbados da Vila Carrapato não têm dinheiro para pagar as contas, e a tasca do Ti Joaquim vai à falência. E toda a cadeia pifou!
16 Comentários:
Olá,
Cheguei ao seu blog de forma inusitada (pesquisando imagens sobre a grota azzurra na ilha de Capri) e acabei por surpreender-me, pois você trata de diversos assuntos de meu interesse, entre eles astrofísica (fui estudante de Físia na Universidade de São Paulo - USP, Brasil).
Porém, fiquei surpreso com este post sobre a crise econômica que assola o mundo, especialemnte por ser exatamente essa minha percepção sobre os reais motivos desta loucura que vivemos.
Parabéns pela brilhante crônica.
Nélio
São Paulo, Brasil
Nélio
O texto não é meu. Tem andado a ser difundido na NET e é possível que muitos leitores já o tenham lido, mas achei-o interessante e, por isso publiquei-o.
Sim, a Astrofísica é um assunto que me apaixona e, embora não sendo um técnico, há anos que leio livros de divulgação científica de cientistas consagrados. Vou publicar amanhã um artigo sobre raios gama.
Sobre a grotta azurra em Capri as fotos foram tiradas por mim.
Este texto foi-me enviado por e-mail. Esqueci-me de mencionar esse facto.
Possivelmente será do conhecimento de muitos leitores (se os continuar a ter) pois circula pela NET.
Publiquei-o por o achar engraçado, por nos dar uma ideia simples da Crise que a todos atinge e por querer constituir um reportório da mesma.
ass) Peter
Peter lindinho, não importa de quem seja, mas você o trouxe ao nosso conhecimento. Assim a ganância financeira, desencadeia uma crise sem tamanho que assola o mundo.
Beijos
olhos de mel
"A coisa agora está preta"...
Bem isto faz-me lembrar, ("mal acomparado" como se diz na minha terra), a história do tipo que foi mandar fazer um fato, (a sério, um fato e não um facto), ao alfaiate.
Depois de acertarem o tecido e a forma, passaram ao preço e depois de muito discutirem, diz o alfaiate:
Gaita, você não vai pagar o fato para qua é que está a discutir um desconto?!
Ao que o cliente respondeu:
É para você não ter tanto prejuizo!!!
Abraço
Já tinha lido, mas gostei de reler porque a história da crise é mesmo essa, embora seja uma caricatura. Bem feita, de resto.
Abraço.
conheço em primeira mão. e parece-me uma ilustração perfeita...
abraços
"Com o Prémio Dardos se reconhecem os valores que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras."
Agradecia que passasses pelo MM para recolher o Prémio que foi atribuído a este Blogue.
Um abraço ;)
explicação simples e eficaz, muito bem.
menina marota
Surpreendido e agradecido.
O problema é como o coloco aqui...
lusitano
Se o freguês não ia pagar o facto, porque é que o alfaiate o fazia?
nilson - heretico e Tiago
Recebi-a por e-mail e calculei que já muitos a teriam lido. É a comunidade da blogosfera. Mas publiquei-a, pois tenho os textos todos que publiquei no blog e este vai para a pasta da Crise.
Gosto da adaptação portuguesa ao original brasileiro que termina «E toda a cadeia sifudeu.»
joshua
Não conheço o original brasileiro. Gostava de vê-lo.
Tens aí um vídeo sobre o tema, publicado pelo Vasco. Vale a pena vê-lo.
Abraço.
De antologia e uma forma bem prosaica de explicar aos mais incautos e desconhecedores o que se passa no domínio da crise!
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