(P. Charteres de Azevedo)
Aquela
Minha amada é de carne, de pele e pêlo.
Ora é negra, ora é loura, ora é vermelha.
Minha amada é três. É trinta e três.
Minha amada é lisa, é crespa, é salgada, é doce.
Ela é flor, é fruto, é folha, é tronco.
Também é pão, é sal e manga-rosa.
Minha amada é cidade de ruas e pontes.
É jardim de arrancar flores pelo talo.
Ela é boazuda e é bela como uma fera.
Minha amada é lúbrica, é casta, é catinguenta.
Minha amada tem bocas e bocas de sorver,
de sugar, de espremer, de comer.
Minha amada é funda, latifúndia.
Minha amada é ela, aquela que não vem.
Ainda não veio, nunca veio, ainda não.
Mas virá, ora se virá. A diaba me virá.
Darcy Ribeiro
Etiquetas: literatura, v
3 Comentários:
A poesia brasileira é sensual e desinibida, não se perde em "rodriguinhos" choramingando amor.
P.S. - Não consigo postar.
Eu consegui aceder sem problemas; mas acedi através do "dashboard" do meu blog. Vou experimentar pelo "conversas"
Vou enviar-te um e-mail
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