«Chamar-me-ia um cobarde e uma nulidade,
se tivesse de te ceder naquilo que me ordenas.
A outros dá as tuas ordens, mas não penses mandar
em mim. Pois penso nunca mais te obedecer.»
Ilíada, I. 293-96
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"Amar esta sombra que desliza e que é talvez já a presença que nos foge" (António Ramos Rosa)
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4 Comentários:
Querido Peter:
Uma belíssima ilustração. Os clássicos sempre muito actuais.
Beijos
Hoje em dia é tão forte o imperativo colectivo, o condicionamento social e político, que demarcar energicamente uma afirmação, uma resistência é quase tido por loucura!
No entanto, é bom lembrar que o poder dos que mandam reside todo na inclinação dos que obedecem.
Dizer não, resistir, opor, fazer diferente, valorizar o indivíduo sobre o governo, o partido, a opinião é o caminho único da dignidade e da liberdade.
Eu li a Ilíada, em jovem, e fiquei estupefacto por ver a narrativa da guerra toda interrompida porque Aquiles disse não a Agamémnon só por este não lhe ter atribuido os signos de honraria a que se achava com direito!
Todo enredo é perpassado por teimosa oposição de Aquiles ao rei dos Gregos. Só no fim, Ulisses se lembra de simular a rendição com o abandono do "Cavalo Tróia" alforje do grupo de ataque de surpresa e abertura dos portões da fortaleza!
Assim nós, em Portugal! Se os banqueiros, empresários e políticos não têm a competência de governar o país na senda do progresso, pois que o povo tome nas suas mãos o poder; que emigre para Angola, Brasil ou África do Sul; que vote esmagadoramente em branco nas próximas eleições; que demita os seus dirigentes partidários; que se oponha aos presidentes das cãmaras e aos dirigentes sindicais; que faça saber aos militares que também este regime de agora não tem valor nem serventia como também o anterior não tinha; que mude este estado apático, de roubalheiras particulares e impunidade pública.
Eu votarei em branco, o unico poder que me foi dado, e vou aproveitá-lo bem.É desolador mas tem de ser
vbm
Concordo inteiramente com o que escreves:
"Dizer não, resistir, opor, fazer diferente, valorizar o indivíduo sobre o governo, o partido, a opinião é o caminho único da dignidade e da liberdade."
O jornalista António Ribeiro Ferreira, referindo-se ao país, utiliza frequentemente a seguinte caracterização:
"sítio corrupto, manhoso, pobre, deprimido e obviamente cada vez mais mal frequentado".
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