domingo, fevereiro 1



«Chamar-me-ia um cobarde e uma nulidade,
se tivesse de te ceder naquilo que me ordenas.

A outros dá as tuas ordens, mas não penses mandar
em mim. Pois penso nunca mais te obedecer.»

Ilíada, I. 293-96

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4 Comentários:

Às 02 fevereiro, 2009 20:52 , Blogger Papoila disse...

Querido Peter:
Uma belíssima ilustração. Os clássicos sempre muito actuais.
Beijos

 
Às 02 fevereiro, 2009 21:58 , Blogger vbm disse...

Hoje em dia é tão forte o imperativo colectivo, o condicionamento social e político, que demarcar energicamente uma afirmação, uma resistência é quase tido por loucura!

No entanto, é bom lembrar que o poder dos que mandam reside todo na inclinação dos que obedecem.

Dizer não, resistir, opor, fazer diferente, valorizar o indivíduo sobre o governo, o partido, a opinião é o caminho único da dignidade e da liberdade.

Eu li a Ilíada, em jovem, e fiquei estupefacto por ver a narrativa da guerra toda interrompida porque Aquiles disse não a Agamémnon só por este não lhe ter atribuido os signos de honraria a que se achava com direito!

Todo enredo é perpassado por teimosa oposição de Aquiles ao rei dos Gregos. Só no fim, Ulisses se lembra de simular a rendição com o abandono do "Cavalo Tróia" alforje do grupo de ataque de surpresa e abertura dos portões da fortaleza!

Assim nós, em Portugal! Se os banqueiros, empresários e políticos não têm a competência de governar o país na senda do progresso, pois que o povo tome nas suas mãos o poder; que emigre para Angola, Brasil ou África do Sul; que vote esmagadoramente em branco nas próximas eleições; que demita os seus dirigentes partidários; que se oponha aos presidentes das cãmaras e aos dirigentes sindicais; que faça saber aos militares que também este regime de agora não tem valor nem serventia como também o anterior não tinha; que mude este estado apático, de roubalheiras particulares e impunidade pública.

 
Às 02 fevereiro, 2009 22:25 , Anonymous Anónimo disse...

Eu votarei em branco, o unico poder que me foi dado, e vou aproveitá-lo bem.É desolador mas tem de ser

 
Às 03 fevereiro, 2009 11:17 , Blogger Peter disse...

vbm

Concordo inteiramente com o que escreves:

"Dizer não, resistir, opor, fazer diferente, valorizar o indivíduo sobre o governo, o partido, a opinião é o caminho único da dignidade e da liberdade."

O jornalista António Ribeiro Ferreira, referindo-se ao país, utiliza frequentemente a seguinte caracterização:

"sítio corrupto, manhoso, pobre, deprimido e obviamente cada vez mais mal frequentado".

 

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