Felizes natais…
O Peter, administrador deste blogue em conjunto com a Bluegift (não esquecer o trabalho de ornamentação fotográfica e sonora deste espaço), que é um rapaz simpatiquíssimo, decidiu não me mandar dar um curva, apesar da minha pouca participação com textos. Decidiu, isso sim, e com a conivência dos outros colaboradores, deixar as quartas-feiras para eu me explanar à vontade.
Por isso, caro público, seja lá em que género for as quartas são minhas, nem que seja pelo silêncio.
Para iniciar esta nova fase havia uma série de assuntos que poderia e gostaria de abordar. Professores… ando em análise do assunto e aquilo não é nada pacífico. Ler leis e depoimentos não é suficiente. Muita matéria…
A crise e as aldrabices… inútil. Todos os dias uma nova…
Casa Pia, Futebol, eleições… ná…
Decidi-me pelo Natal. Não, não é uma resenha histórica nem uma discussão sobre a quadra mais popular da nossa civilização.
É que, por um motivo qualquer, não há ano em que não fique com a depressão pré natalícia.
Não sei se existe um estudo sobre o assunto mas, de facto, a coisa não acontece só comigo. Somos tantos que deveria haver um dia da depressão do Natal que desse apoio psicológico a todos os que padecem desta maleita.
Acredito que este sentimento absurdo, numa quadra que deveria ser de paz e harmonia, se deve a outras depressões, outras circunstâncias que, agora, ganham maior peso.
Vejamos: o Natal é a festa da família. Qual família? Hoje as famílias têm outros estatutos, outras cambiantes.
Seria bonito e interessante, sem dúvida, unir na mesma mesa todos os ex e seus novos parceiros, com todos os filhos dos novos progenitores. Que grande festa… Mas que raio, se são ex é por algum motivo e penso que nestes casos não há amor paternal ou filial que aguente a pressão.
Há anos foi feito um estudo no Reino Unido que concluiu que a taxa de divórcio aumentava a seguir ao Natal. Os motivos? A grande pressão de aturar durante uma noite inteira gente para a qual não há pachorra.
Festa da família… pois… mas com prendas, muitas prendas daquelas que aparecem na TV ou então é a desilusão completa.
O Natal, e não é novidade, à semelhança de outras datas, é mais um negócio, uma forma de nos mostrarmos, de nos mascararmos e provarmos à família que somos boas pessoas e que gostamos muito de toda a gente.
O Natal, na minha opinião, que vale o que vale, tem um pressuposto espiritual profundo. Mais que o nascimento de um puto à 2000 anos (se foi a 25 de Dezembro ou 13 de Janeiro ou Março pouco importa), há que ter em conta o fantástico contributo que Ele veio a dar mais tarde para o conhecimento da Vida e de uma outra visão da Felicidade.
Jesus é, acredito eu, o veículo que transporta para uma nova dimensão, um outro estado de consciência.
Fácil? Não. De todo. Ser cristão é das coisas mais difíceis de se ser.
Por isso, quando nos vejo numa correria frenética de loja em loja, entendo que nos perdemos no acessório, esquecendo o que de facto é essencial.
Para todos um bom Natal.
13 Comentários:
Acabo de ouvir na TV que os velhotes que têm alta dos hospitais ficam lá, pois os familiares só os vão buscar depois de passar a época festiva.
É Natal, é Natal ...
Pois, compreendo e, sempre ouvi referir que a festividade do Natal fere quem não está na condição de reunir os seus, por os ter perdido ou estar longe.
No entanto, de minha experiência, sempre vi comemorar o Natal agregando à família própria, amigos solitários e assim reunidos no mesmo élan de calor e afectividade.
No entanto, concordo,
juntar ex-cônjugues
é gesto de mau gosto!
:)
Bom Natal, Ant.
Vasco
Toda a razão...
O que é essencial...há muito que está esquecido....
Há muito também que fico deprimida neste época....e não é por me ter esquecido do essencial...
Enfim...
Beijos e abraços
Marta
Nossa, gostei imensamente do seu texto! Concordo com tudo, inclusive meu posta fala mais, ou menos sobre isso.
FELIZ NATAL e que o ANO NOVO, para todos que fazem esse belo blog! Que ele seja de realizações, paz, saúde e amor!
Beijos
então à quarta por aqui...
bom natal
:) Um bom Natal também para ti, Ant.
Um abraço
Por vezes julgo que esse nascimento, que marcou o início da nossa era, é a parte acessória de tudo isto. Bom Natal.
Obrigado pelas amáveis palavras. Mas é uma pena estarmos todos de acordo não é? Às tantas temos mesmo razão.
antónio-o implume, caro amigo, o naascimento em si mesmo não é o mais importante. Lá para os 33 é que foi. Abraço e boas festas
Bem, eu costumo resolver a coisa passando o Natal com a mulher, as filhas, a irmã e os pais ... não há cá ex-qualquer coisa, nem tios chatos, nem cunhadas que parecem umas jibóias ...
:) Lol.
Mas eu, fui sempre mais imaginativo. Festejei sempre o Natal onde sempre teve de ser. Ou seja, incluindo com as jibóias, com os patrões, com a classe operária. Explico: nunca tive um só Natal, mas vários: dos pais, dos sogros, da empresa, da créche, do circo, e... o meu próprio! Isto é, nunca deixei de festejar o meu natal, o da minha casa, mulher, filhas; mesmo que tivesse de o festejar em data antecipada à ceia de 24! Mas repito, sempre vi congregar à festa de Natal, amigos, amigas, eventualmente sós.
A família realmente é uma célula anterior e posterior ao estado político de cada sociedade. Reflicta-se, por exemplo, que inúmeras cidades e vilas do nosso país são mais antigas que Portugal. A família, como instituição, renovada e replicada em cada um dos seus exemplos, é, enquanto instituição, também mais antiga que o estado romano, muçulmano, castelhano, português. Dir-se-á, então, que é ainda mais reaccionária que o próprio estado!? Depende, - respondo -, de ela ser ou não a melhor estratégia de defesa contra todos os exploradores.
VBM, é espantoso como consegues tansformar o texto mais banal num manifesto.
Disso é que eu gosto.
Abraço
lol
vbm
E dizias tu não teres geito para escrever...
Deve ficar tudo em "águas de bacalhau".
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