Por que me falas nesse idioma?
Por que me falas nesse idioma? perguntei-lhe, sonhando.
Em qualquer língua se entende essa palavra.
Sem qualquer língua.
O sangue sabe-o.
Uma inteligência esparsa aprende
esse convite inadiável.
Búzios somos, moendo a vida
inteira essa música incessante.
Morte, morte.
Levamos toda a vida morrendo em surdina.
No trabalho, no amor, acordados, em sonho.
A vida é a vigilância da morte,
até que o seu fogo veemente nos consuma
sem a consumir.
(Cecília Meireles)
3 Comentários:
Bom dia, também gosto muito da Cecilia Meireles.
Passei por aqui, porque deixei no meu blog (Minha Página) um desafio para si.
Responda, sim? Obrigada
Beijinhos
Marta
Como agradecimento pela resposta, transcrevo o meu poema favorito da Sophia de Mello Breyner Andresen:
Há muito
Há muito que deixei aquela praia
De grandes areais e grandes vagas
Mas sou eu ainda quem na brisa respira
E é por mim que espera cintilando a maré vaza
Como falas no teu post anterior, partilhar é isto - o meu poema favorito contigo
Beijinhos
Marta
..levamos toda a vida morrendo em surdina....
amei ler.
jocas maradas de tempo
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