segunda-feira, fevereiro 6

Uma história celeste de vida para além da morte


Com o auxílio do telescópio espacial Spitzer, foi possível observar o que se pensa ser poeira de cometas em torno da anã branca G29-38, que morreu há aproximadamente 500 milhões de anos.
Esta descoberta sugere que a estrela, que provavelmente terá absorvido os seus planetas interiores, tem ainda em sua órbita um anel de cometas e possivelmente planetas exteriores. Esta é a primeira evidência observada de que os cometas podem sobreviver à morte das suas estrelas.

Há décadas que os astrónomos sabem que as estrelas nascem, atravessam um período longo de "meia-idade" e no fim deste, desvanecem ou explodem. Os cientistas estão a usar o Spitzer como uma ajuda preciosa para compreenderem como os sistemas planetários evoluem em conjunto com as suas estrelas anfitriãs.
Acreditam que as anãs brancas são os “esqueletos encolhidos" de estrelas que foram outrora semelhantes ao Sol. À medida que as estrelas foram envelhecendo, após milhares de milhões de anos, tornaram-se mais brilhantes e eventualmente aumentaram de tamanho, tornando-se gigantes vermelhas. Após milhões de anos, as camadas exteriores das gigantes vermelhas foram-se dispersando para o espaço, deixando para trás uma anã branca.

Provavelmente, as poeiras observadas em torno da G29-38 foram criadas recentemente aquando de uma possível entrada de um destes cometas na região interior do sistema, o qual se teria desfeito e transformado em poeira. Mas poderão existir outras explicações como a de que uma segunda vaga de planetas teria sido formada muito depois da morte da estrela, deixando para trás uma zona de construção poeirenta. A gravura é uma ilustração artística do que poderia ter ocorrido.

No nosso sistema solar, os cometas residem nas fronteiras exteriores e frias, em regiões conhecidas como a Cintura de Kuiper e a Nuvem de Oort. Estes objectos iniciam as suas jornadas periódicas até à vizinhança quente do Sol, apenas quando algo, um outro cometa ou um planeta exterior, causa distúrbios nas suas órbitas.

(adaptado do ASTRONOVAS – OAL - Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa)

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1 Comentários:

Às 06 fevereiro, 2006 10:34 , Blogger PDivulg disse...

Como será o nosso futuro?...

 

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