terça-feira, janeiro 31

A solidariedade do Universo


Escrevo a tua história bem sei num terraço de moléculas
Sobre o teu corpo resistindo mal a grandes temperaturas
A efémera bioquímica da vida
Os hieróglifos da antiga ciência
A solidariedade das suas pedras
A espantosa inter-conexão de tudo quanto existe
O universo compõe-se de algum modo
De sóis extintos e de supernovas do teu sagrado sexo
Oh essa espiral fecunda do Universo
Que vibra

O teu corpo procura verdade
A verdade da Grande Matéria entre aminoácidos
E o meio ambiente uma verdade atómica
Como se a evolução fosse guiada por Alguém
E procurasse um pequeno caminho na Terra
Escrevo a tua história bem sei
Entre minúsculos átomos de carbono e versos
Vozes da matéria alguns sóis
O ferro do teu sangue continua regressando
Ao coração do mundo
As distâncias dos objectos vão aumentando
Daqui a biliões de anos onde estarão estes versos?
Insisto que existe uma infinidade de mundos
E a gravidade não é senão a curvatura do universo
Este mundo é uma estrela a Terra
(nem toda a luz vemos)
caminhamos para a grande névoa

(Alexandra Kfraft in “Concerto para o Fim do Futuro”)

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1 Comentários:

Às 31 janeiro, 2006 22:35 , Blogger Heloisa B.P disse...

LENDO E APRENDENDO!
ABRACO!

Heloisa.
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