Da Ciência
As chamadas "Guerras da Ciência" são, na verdade, guerrilhas sócio-filosóficas contra a Ciência e foram quase ignoradas pelos cientistas durante largo tempo.
A SSK ( Sociologia do Conhecimento Científico) é uma actividade de grupos de sociólogos que têm procurado relativizar o conhecimento científico como se este fosse apenas um conjunto de regras convencionalmente aceites pelos cientistas numa dada época e cultura sócio-política. O conhecimento da Natureza e estou a restringir-me ao planeta em que vivemos, seria um conjunto de relações estabelecidas consensualmente sem mais pretensões a objectividade do que qualquer sistema de crenças de qualquer outro grupo. Estes sociólogos fazem parte de um grupo a que pertencem os chamados "pós-modernistas".
Julgo que foi em 2001 que o professor universitário de Coimbra, e influente sociólogo, Boaventura de Sousa Santos, publicou um livro intitulado "Um Discurso sobre as Ciências", que levou à publicação no ano seguinte do livro "O discurso pós-moderno contra a Ciência - obscurantismo e irresponsabilidade", pelo professor universitário António Manuel Baptista, no qual rebate as ideias expressas por BSS. Apreciando este último, do qual tenho lido algumas obras, nomeadamente: "Pela mão de Alice - o social e o político na pós-modernidade", não posso neste "conflito" (?) deixar de concordar com AMB, porque se identifica mais com as ideias dos cientistas, astro-físicos e cosmologistas, que desde há um ror de anos vêm preenchendo parte importante das minhas leituras.
"A ciência considera-se "objectiva" no sentido em que os seus "factos" não podem ser criados só pelo pensamento e podem ser percebidos, em princípio, por todos. Constam da realidade física, dita natural. Para as chamadas "ciências humanas ou culturais", os "factos" são sempre, sem excepções, algo que os homens poderiam ter decidido que fossem diferentes pelos poderes associados ao pensamento, à mente estimulada muitas vezes pelas emoções. Quaisquer conclusões ou construções do pensamento sem correspondência com estes factos, não pertencem à ciência ou não pertencem "ainda" à ciência." (António Manuel Baptista, op cit)
4 Comentários:
Concordo que sim, mas este texto é uma resposta a umas afirmações feitas pelo Zé num dos seus últimos artigos, que eu aliás comentei oportunamente.//Férias? Quando puder. Cai-me tudo em cima.//Podias fazer um sêlo para o blog, igual ao outro, apenas substituindo o 3 pelo 4. É uma sugestão.
Libelua, o texto do Zé: "Não é o jornalista um ser humano com emoções?" originou uma série de comentários meus, que agora completei com este texto.
Desculpa, mas em meu entender o termo "ciências exactas", devido ao desenvolvimento da teoria quântica, não se aplica aos conhecimentos actuais. Eu diria apenas "ciência", como algo que pode ser aceite, negado, melhorado, ou originar novos desenvolvimentos correlacionados, através de sucessivas e variadas experiências, coisa que não acontece com as "humanidades", "ciências socio-culturais" que são, pela sua própria natureza, não susceptíveis de serem provadas experimentalmente.
Um texto interessantissimo sem dúvida. Gostaria imesno de poder trocar pessoalmente - imagino que qd for a Lisboa possa ser uma oportunidade - impressões sobre o assunto.
Estou certo de que teremos matéria para umas horas. Bolas, mas eu gosto de uma boa conversa...
Quanto à Anjo, entendi a indirecta.
Se cultura é uma coisa que te ultrapassa e a achas "o ambiente demasiado pesado" será uma questão que terás de ultrapassar, sob pena de morreres ignorante.
Odeio indirectas. Apenas espero que se tiveres de ripostar o faças aqui, sem subterfúgios.
Imenso (errata)
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