quinta-feira, março 4

Desemprego entre licenciados

Na semana passada, um jornal britânico, que julgo ter sido o “Sunday Times”, abordava o problema do desemprego não cessar de aumentar entre os recém-licenciados britânicos. Dois números chocavam e alertavam a opinião pública:
- uma em cada 5 pessoas em idade de trabalhar não tem emprego;
- dos 1,7 milhões de empregos criados desde 1997 no Reino Unido, 81% pertenciam a estrangeiros.

E o jornal comentava:

“Poder-se-ia pensar num declínio de civilização. Instalados na sua subsídiodependência, os britânicos já não teriam ambição e capacidade para singrar. A observação dos factos leva porém a outras pistas: após nove, 11 ou mais anos de escola, os jovens passam ao mercado de trabalho sem um mínimo de capacidades. Pior nem sequer revelam interesse pelo trabalho.
Num recrutamento, 52 candidatos foram chamados a uma entrevista para emprego. Mais de metade chegaram atrasados, 12 não traziam nada com que pudessem tirar notas para resolver um problema e os três seleccionados ficaram sem emprego em menos de 6 meses, por incompetência e falta de empenho.”

Fica evidente que as escolas estão a falhar na sua função. Não fabricam homens livres, capazes de fazer progredir as sociedade em que se inserem. Com esta Educação, não há hipóteses de um mundo melhor. Nem de uma vida melhor.

Lá como cá?

7 Comentários:

Às 04 março, 2010 13:37 , Blogger alf disse...

Há uma outra questão; o emprego para licenciados tornou-se uma escravatura. Os novos gurus da gestão que andam a ser seguidos em muitos paises de economia dita liberal acham que essa coisa da motivação etc já era.

Os licenciados, em muitos empregos, não têm horário; conheço até casos em que se considera que dormir mais de 4 horas é perder tempo útil de trabalho.

Essas empresas que aparecem como «as melhores para trabalhar» adquirem esse estatuto sem que nunca nada seja perguntado aos empregados - é apenas pelas informações da administração. Aliás, os empregados estão proibidos, no caso que eu conheço, de prestar qq informação para esse fim.

Aos quadros dão-se cursos onde ensinam como melhor explorar os colaboradores; o quadro que melhor o conseguir é o que é promovido.

é por isso que começam a surgir taxas assustadoras de suicidios no emprego.

é conhecido o caso daquele curso, em frança creio, onde era dado um gatinho a cada participante, no início, para dele cuidar, e no fim os participantes no curso tinham de matar o seu gatinho - um bom gestor não pode ter sentimentos, não é? e todos mataram o gatinho excepto uma senhora que teve de ir para tratamento psiquiátrico.

Os consultores competem para verem quem consegue mais despedimentos, como antigamente os cowboys para ver quem tinha mais marcas nas coronhas das pistolas.

Hoje, ir para um emprego é como ir para a guerra; o tempo médio de sobrevivência é de dois anos. Está estudado que as pessoas que estão mais de dois anos a trabalhar, por exemplo, numa consultora, entram em parafuso, ficam com «os miolos queimados», e passam depois anos no desemprego sem consequirem fazer seja o que for.

As consultoras já sabem que a generalidade das pessoas que contratam não vão durar mais que dois anos - essa é mesma a teoria: explorar até estoirar e depois mete-se outro fresquinho.

Ao contrário, os empregos de baixa qualificação têm leis e regras a proteger.

Nem todos os empregos para licenciados são assim; mas quase todos os que estão sempre com admissões abertas são. Quase todas as ofertas de empregos para licenciados nas grandes empresas multinacionais são para isto.

 
Às 04 março, 2010 16:33 , Blogger Peter disse...

Obrigado pela achega. É assustador!
Vou deixar ficar o post por uns dias, para esclarecimento público. Pode ser que as pessoas leiam o teu comentário.

Tudo isto me farta. Tudo isto me entirstece e desanima.

Bom fds? O que é isso?

 
Às 04 março, 2010 19:50 , Blogger vbm disse...

É muito importante examinar sempre os muitos lados de uma questão. Não é que se vá cair num qualquer relativismo apático ou céptico; pode e deve guardar-se o ânimo de repulsa da injustiça ou do desequilíbrio que se denuncia. Mas deve ser-se crítico dos discursos e narrativas que parecem prometer-nos o céu e a terra e não passam de encapotada exploração da crendice e saloíce do próximo.

 
Às 05 março, 2010 15:45 , Blogger Meg disse...

Peter,

Ia comentar, mas depois de ler o que o ALf escreveu, fiquei dem palavras.
É de estarrecer.
E ia eu falar da família também.
Fico-me por aqui, Peter.

Um bom fim de semana.

Um abraço

ps: ando em mudanças, daí a minha ausência. Felizmente... como sabes!

 
Às 05 março, 2010 21:18 , Blogger Lylia disse...

e nao se sabia já isso mesmo?

beijo

P.S. passa pelo http://convulsaodaalma.blogspot.com/ e ve a novidade que trago:)
agradeço a todos , pois sempre me incentivaram a escrever.

 
Às 06 março, 2010 11:51 , Blogger Peter disse...

Lylia

O que o "alf" conta é de estarrecer e eu, possivelmente influenciado pelos filmes, julgava que só sucedia nos EUA.
Irei ver o teu blogue e talvez inseri-lo nos links, pois sempre fica mais à mão, se bem que actualmente dedique pouco tempo ao blogue.
Eu e uns quantos assíduos frequentadores de blogues, passámo-nos para a "Facebook FarmVille". Ali podemos fazer o mesmo que aqui com a vantagem da audiência e dos contactos serem imensos: de segundo a segundo estão a ser publicadas as coisas mais diversas.

Aqui é o "lá vem um"...

Bom fds (chuvoso, como de costume)

 
Às 06 março, 2010 11:59 , Blogger Peter disse...

Meg

Já tinha lido o teu comentário no "gmail".
Passo horas no "Facebook FarmVille", por isso não tenho ido ao teu blogue. Desculpa :(
Uns quantos assíduos frequentadores, como é o caso da Menina Marota, mudaram-se para lá. Ali publica a sua poesia.

Bom fds com o mau tempo do costume. Parece que estamos em Inglaterra.

 

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