Inventar a roda
O diagnóstico está feito, embora novas falhas da justiça portuguesa continuem a surgir. A justiça não funciona em Portugal. Não é só o arrastar dos processos. Nem a clara diferença, na prática da
justiça, entre quem tem poder e os outros. Nem, ainda, a violação sistemática do segredo de justiça. São também as suspeitas de politização do aparelho judiciário.
justiça, entre quem tem poder e os outros. Nem, ainda, a violação sistemática do segredo de justiça. São também as suspeitas de politização do aparelho judiciário.
Sem um sistema de justiça eficaz e credível não há Estado digno desse nome, muito menos democracia. Também não há investimento empresarial. Mais grave, os direitos fundamentais de muita gente são ignorados.
Se tudo isto é sabido, porque não se mudam as coisas? O que é algo muito diferente de alterar leis ao sabor das circunstâncias.
Se tudo isto é sabido, porque não se mudam as coisas? O que é algo muito diferente de alterar leis ao sabor das circunstâncias.
Já se organizaram conferências e congressos sobre justiça, mas os
progressos são nulos. Afinal, em inúmeros países existem sistemas de justiças que funcionam. Não é preciso inventar a roda, já está inventada. Falta vontade política para mudar. E, tendo falhado as corporações da justiça, terão de ser os políticos eleitos pelos cidadãos a dar a volta a este cancro nacional.
(Francisco Sarsfield Cabral, Jornalista, in “Página 1” de 02/12/2009)
progressos são nulos. Afinal, em inúmeros países existem sistemas de justiças que funcionam. Não é preciso inventar a roda, já está inventada. Falta vontade política para mudar. E, tendo falhado as corporações da justiça, terão de ser os políticos eleitos pelos cidadãos a dar a volta a este cancro nacional.
(Francisco Sarsfield Cabral, Jornalista, in “Página 1” de 02/12/2009)
15 Comentários:
Quando me apercebi que nos tribunais se passeavam vaidades e nas sentenças os cidadãos eram encarados como o senhor A e o senhor B, como se aprende em muitos manuais de Direito, comecei por suspeitar que tarde ou cedo o caldo ia entornar!
Se a isto juntarmos um oceano legislativo, custas judiciais brutais e muita litigância por dá cá aquela palha, temos um retrato tremido do que por lá se passa!
Parece um novelo de lã que não tem como acabar, não encontramos a outra ponta...
foco apenas :"Se tudo isto é sabido, porque não se mudam as coisas?"
bjo, lúcia
Lylia
Porque, como se diz no texto:
«Falta vontade política para mudar»
Falta a vontade a toda a gente, não são só os politicos.
isto é uma bola de neve que apanhou toda a gente e nós acodamo-nos; queixamo-nos muito é verdade, mas sentados no sofá.
* acomodamo-nos
Lylia
O Ferreira Pinto, com conhecimento de causa, descreve-nos a Justiça que temos.
Repara na figura que ilustra o artigo: a estátua da Justiça quer endireitar-se e não pode, o tecto que se abate sobre ela não o permite.
Peter,
Eu sou uma cidadã comum e digo que a justiça funciona.
Não está preso o sucateiro, e se bem me lembro a sua secretária?
Está! Porquê? É corruptor.
Não estão os "senhores" corruptos cá fora, sejam lá eles quem forem?
Estão. Porquê?
Porque é assim que a justiça funciona!
Há corruptor sem haver corruptos?
Não.
Então?
E agora deixo-te o que acabei de ler num blog amigo...valha-nos algum humor!
se o dinheiro custa a ganhar, mais vale roba-lo
Um abraço
Meg
Vê o vídeo "Postal de Natal" que publicamos e depois diz-me se pensas o mesmo que eu penso.
É bom que o vejam antes de se lançarem na loucura das compras.
Peter,
Vi e acho que penso o mesmo que tu... mas de há muito.
Por natureza não sou consumista, e apesar sa minha actividade profissional, não consigo entender, de há muitos anos para cá, como funciona a cabeça das pessoas... que espécie de loucura as atacou.
Impressionou-me há dias ver um casal de pessoas muito simples que, apoiados em 2 quase miseros salários conseguiram um empréstimo de 100.00 euros para construir uma casa lá onde o diabo perdeu as botas. Hoje, a mulher desempregada, com dois filhos, não têm dinheiro para pagar a casa, não têm quem a compre, não podem sair de lá, pois não podem alugar uma casa noutro meio...
Ninguém avisou estas pessoas?
Qual é a responsabilidade dos bancos em (milhares) de situações como esta?
O mesmo se passa com os cartões de crédito... e como as pessoas gostam de abrir as carteiras e exibir dúzias de cartões!
E por que carga de água, eu que nunca fiz um crédito, não tenho contas chorudas, já estou a ser bombardeada com ofertas de crédito rápido e fácil?
Quantas pessoas, em desespero, não se deixam apanhar por estas verdadeiras teias?
Sabes que mais... estamos a viver um drama... e há ainda tanta gente indiferente!
Falam-me de grandes superfícies a abarrotar.
O VÍDEO, MEU CARO, É UMA VOZ NESTE DESERTO!
Um abraço
Corrijo
100 mil euros
A falta de vontade política é um eufemismo. Na verdade, não há mudanças porque algumas pessoas têm interesse em que na Justiça Portuguesa tudo permaneça na mesma: lento, nebuloso, ineficaz... injusto!
Vera Y.
«algumas pessoas
têm interesse
em que
na Justiça Portuguesa
tudo permaneça:
lento, nebuloso, ineficaz... injusto»
_______________________________
Vera,
Não são 'algumas' pessoas:
- metade do povoléu
tem conveniência nisso!
É lógico, perspícuo,
e não vale escondê-lo.
Meg,
Hoje, [ ] não têm dinheiro para pagar a casa, [ ] ...
Ninguém avisou estas pessoas?
Qual é a responsabilidade dos bancos em (milhares) de situações como esta?»
_________________________________
Meg,
Metade do povoléu tapa os ouvidos a quem sabe e lhes dá bons conselhos. A 'outra' metade é ingénua. Garanto-te que isto é rigorosamente assim: não ouvem!
Mas reconheço, neste caso da habitação uma desculpa, uma razão de ser: - No final da Monarquia qualquer viúva explorava famílias com rendas de aluguer de casas e quartos sem limite ou controle: a República decretou a lei das rendas, limitando-as a favor dos inquilinos; Salazar manteve a lei; o PS não a alterou na substância dos casos existentes;
hoje em dia, o povoléu de casa alugadas explora os senhorios e o edificado urbano está na decadência que se conhece; o restante, compra casa a crédito e tapa os ouvidos a quem o aconselha a não comprar.
Vera
Subscrevo na íntegra o comentário do Ferreira Pinto porque é um profissional e por isso, sabe bem do que fala.
Pelo seu currículo, concordo com o artigo do Sarsfield e foi isso que me levou a tomar a liberdade do transcrever:
«Sem um sistema de justiça eficaz e credível não há Estado digno desse nome, muito menos democracia. Também não há investimento emoresarial. Mais grave, os direitos fundamentais de muita gente são ignorados.»
Meg
Os responsáveis não são só os Bancos, são também esses "abutres" das instituições de Crédito, a que os aflitos são obrigados a recorrer em último recurso.
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