sexta-feira, setembro 11

Que fazer?

São apologistas do chamado voto útil? Muito bem, tenham então a verdadeira lucidez de votar em Branco! Não falo em eleições autárquicas, que dessas sabe quem lá vive e julga o trabalho realizado localmente, independentemente do partido vigente. Falo das eleições para a Assembleia Legislativa.

É indesmentível que o panorama político português, à esquerda e à direita, apenas tem servido, até hoje, para engordar o compadrio e a corrupção. Todos, mas TODOS os governos que passaram pelo poder, sem excepção, desde a revolução até hoje, favoreceram abusivamente as grandes empresas com o pretexto de dinamizar a economia e promover o investimento. E qual foi o resultado? Zero! Desculpem... abaixo de zero! A riqueza produzida com este favorecimento continua a engordar escandalosamente os grandes empresários, nunca foi aproveitada para o desenvolvimento real do país e consequente nivelamento das classes sociais.

Onde está a suposta política de repartição equitativa da riqueza? Qual o governo que teve a coragem de a implementar? São todos cobardes ou estão todos de tal forma embebidos no sistema e nas suas próprias comodidades, que pouco se importam com essa "treta" dos objectivos comunitários? A nossa classe política é profundamente egoísta, está-se nas tintas para o povinho, está-se nas tintas para o país. E, pior, continua a ser apoiada nos seus objectivos egoísticos por uma cambada de carneiros cegos de ilusão, que em cada discurso e eleição de maquilhagem partidária continua a fazer méééé-méééé !

Queremos outros políticos, políticos que finalmente tenham a coragem e amor à pátria suficientes para salvar Portugal do nível de subdesenvolvimento em que se está assustadoramente a afundar. Os que lá andam são sempre os mesmos, já sabemos que não prestam, já sabemos que se estão a marimbar para o país. Queremos outros!

(publicado, com pequenas alterações, por “bluegift” em 10 SET 05)

25 Comentários:

Às 11 setembro, 2009 14:47 , Blogger antonio ganhão disse...

No outro dia, na SIC Notícias, Saldanha Sanches referia-se a um protuguês medianamente próspero como alguém que ganha 300.000 euros por ano!

Saberá ele quanto é o RSI, ou o ordenado mínimo nacional?

 
Às 11 setembro, 2009 14:50 , Blogger vbm disse...

Não concordo; compreendo mas não concordo; pela razão específica de o vazio de poder pós-eleitoral de uma débâcle do "centrão" vir a ser ocupado por oportunistas políticos e não por dirigentes iluminados e sérios. No fundo, o que mais se necessita é fortalecer a cidadania, a sociedade civil que, atenta e com espírito crítico, alerte e denuncie a incompetência e o nepotismo seja do poder político, seja dos grupos económicos ou das corporações e sindicatos que se oponham e não valorizem o maior e livre desenvolvimento de todos os cidadãos.

 
Às 11 setembro, 2009 15:09 , Blogger Peter disse...

Antonio - o implume

"Medianamente próspero" não implica, quanto a mim, ser incluído na "classe média".

Então eu serei da "classe média baixa", mesmo assim sem direito a existir, segundo o Louçã, até porque também não estou incluído nos "intelectuais". Neste último aspecto, o BE é o MRPP do sec XXI.

 
Às 11 setembro, 2009 15:13 , Blogger Peter disse...

vbm

O "não concordares" é a tua atitude normal, mas agora que parece dispores de grande disponibilidade de tempo, podes esclarecer-nos desenvolvendo o teu ponto de vista.

 
Às 11 setembro, 2009 21:10 , Blogger vieira calado disse...

Oh, meu caro!

Me desculpe.

Mas como não há candidato preto...

não posso votar... em preto.

Então... voto em branco!

Um forte abraço.

 
Às 12 setembro, 2009 09:14 , Blogger vbm disse...

LOL

 
Às 12 setembro, 2009 09:29 , Blogger vbm disse...

Não sei bem como "desenvolver" aquele ponto de vista... A ideia é que nós, indivíduos, cidadãos, sociedade civil, devemos empenhar-nos mais nas nossas causas. Não é que eu ache que as pessoas comuns sabem mais do que "os que sabem", os cientitas, os intelectuais, os especialistas - estes sim devem discutir as coisas e emitir opiniões que nós devemos confrontar com os nossos valores e interesses. Mas o essencial é os partidos políticos perceberem que não têm o monopólio ou o oligopólio da opinião pública e que se quiserem ter apoio eleitoral têm mesmo de integrar os cidadãos comuns, os cientistas, os intelectuais e os especialistas nas suas listas de militantes, filiados ou simpatizantes e atrair independentas ao debate das questões políticas da sociedade. Sem este amplo cerco aos partidos, estes convertem-se em meros dispositivos de agremiação propagandística de captação de votos e distribuição de tachos. Sucede que os nossos partidos minoritários em tudo se assemelham a grupos oportunistas de assalto ao poder com nenhuma persuação política no debate de altenativas estratégicas para o país.

 
Às 12 setembro, 2009 19:24 , Blogger Peter disse...

vbm

Mas eu concordo com o que escreves:

"Sucede que os nossos partidos minoritários em tudo se assemelham a grupos oportunistas de assalto ao poder com nenhuma persuação política no debate de alternativas estratégicas para o país."

 
Às 12 setembro, 2009 19:30 , Blogger Peter disse...

Vieira Calado

Cheguei hoje da sua terra. Espectacular, água a 25º, há quantos anos não usufruia desse privilégio.

Quanto às eleições, uma simples tomada de posição dum dirigente partidário, é suficiente para me levar a votar nesse partido.

Maiorias? "Jamais"!

 
Às 12 setembro, 2009 23:11 , Blogger Manuel Veiga disse...

abraço (discordante).

mas compreendo o teu desabafo

 
Às 14 setembro, 2009 01:28 , Blogger Peter disse...

heretico

Tanto faz ganhar o PSD como o PS uma vez que o país se vai arrastar durante 2 anos, com o PR de olho atento.
Se o PSD perder, livram-se da MFL e o PPCoelho aguarda. Se for o PS a perder, o António Costa é o nº1 na fila de espera e livram-se do incómodo Sócrates.

Vamos então esperar por 2011, se entretanto "isto" não for ao fundo.

 
Às 14 setembro, 2009 09:53 , Blogger Quint disse...

PETER o que me incomóda é que, de facto, nem o PS, nem o PSD parecerem estar (e não estão) à altura das circunstãncias! É triste quando os dois maiores partidos portugueses se prestam a trabalhos e demagogias como as que vamos vendo ...

Mas ainda me incomóda mais vermos surgir paulatinamente uma espécie de homem providencial emergindo da extrema-esquerda, como Louçã, que tudo ataca e tudo promete mas, bem vistas as coisas, parece não ter grandes ideias sobre como resolver certas questões fundamentais. Contudo, penso que a hora da verdade para Louçã se aproxima rapidamente; e aí, ou morre ou então vai ver-se obrigado a mudar muito!

E ainda me incomóda mais saber que em Belém mora outra pessoa que também tem de si uma concepção providencial e que se apresta para ficar com o destino da nação nas mãos.
E, como alguém escrevia na VISÃO, penso que Pedro Norton, se há asfixia democrática, arrogância, pesporrência e caciquismo oriundo de certos sectores do PS, também o há do PSD e eu ainda me recordo como foram os anos do cavaquismo quando esse sector tomou as rêdeas do poder!

 
Às 14 setembro, 2009 12:52 , Blogger vbm disse...

Eu comprei ontem o livro do Medina Carreira. É certo que ele é acusado de 'terrorismo' tremendista, mas nunca o ouvi dizer que não houvesse solução para o País, e sim, apenas, que iremos ao fundo a continuar com as políticas actuais. Se o partido socialista for o mais votado vai ser indispensável formar um governo com ministros que não sejam meros "yes'men" do primeiro ministro mesmo se para tal for necessário indigitar outro responsável para dirigir a equipe do governo.

 
Às 14 setembro, 2009 12:57 , Blogger vbm disse...

Também considero indispensável que o governo ou o presidente exijam que o parlamento aprove planos de fomento pluri-legislaturas porque a orientação estratégica dos investimentos produtivos - e a sua distribuição territorial - não podem decidir-se por simples impulsos de primeiros-ministros de partidos episodicamente mais votados.

 
Às 14 setembro, 2009 13:17 , Blogger Peter disse...

FP

Incomoda-te a ti e incomoda-me a mim:
“nem o PS, nem o PSD parecem estar (e não estão) à altura das circunstâncias”
“ Louçã, tudo ataca e tudo promete mas, bem vistas as coisas, parece não ter grandes ideias sobre como resolver certas questões fundamentais”
E já destapou inadvertidamente o seu “trotskismo”. No entanto, além da intelectualidade, ou pretensa intelectualidade de alguns citadinos que se querem destacar, é capaz de arrastar consigo os carenciados e os menos esclarecidos.
Quanto ao PR a tua sogra(?) é que tem razão.
Comprei a VISÃO, mas ainda nem sequer a abri. Estes fins de férias são sempre complicados primeiro que se arrumem as coisas.
Boa semana!

 
Às 14 setembro, 2009 13:29 , Blogger Peter disse...

Vbm

“Se o partido socialista for o mais votado vai ser indispensável formar um governo com ministros que não sejam meros "yes'men" do primeiro ministro mesmo se para tal for necessário indigitar outro responsável para dirigir a equipe do governo.”

Claro que é necessário!

”Também considero indispensável que o governo (?) ou o presidente exijam que o parlamento aprove planos de fomento pluri-legislaturas porque a orientação estratégica dos investimentos produtivos - e a sua distribuição territorial - não podem decidir-se por simples impulsos de primeiros-ministros de partidos episodicamente mais votados.”

O Governo? E o seu clientelismo deixava?

És um idealista.

 
Às 14 setembro, 2009 17:46 , Blogger Peter disse...

Será que o eleitorado urbano, supostamente esclarecido e moderno, do BE sabe o que realmente o partido defende?
Que há uma ‘fúria’ nacionalizadora
que vai desde a banca à fl oresta?
Que a necessidade de tudo dirigir e planear faz com que defendam o controlo público da investigação científica e tecnológica? Que o frémito controlador vai ao ponto de se meterem a regular a
partilha do trabalho doméstico ou o tratamento do cão e do gato lá de casa?

Não é, pois, ouvindo Francisco Louçã que se conhece este partido. É preciso ler o programa para saber que modelo de sociedade se escolhe quando se vota no BE.

 
Às 14 setembro, 2009 19:50 , Blogger vbm disse...

Especificamente, quanto à floresta, não duvido, os pequenos proprietários deviam receber um ultimatum: ou aderiam obritatoriamente a cooperativas que se responsabilizariam por uma área delimitada de terreno florestado ou seriam expropriados e as suas parcelas posteriormente reprivatizadas para cooperativas ou entidades idóneas. O que será inaceitável é tolerar a incúria de proprietários absentistas e irresponsáveis.

 
Às 14 setembro, 2009 19:54 , Blogger vbm disse...

A minha 'ideia' é a de governos dependentes da assembleia da república; a de uma assembleia dependente de deputados; deputados, dependentes de partidos; partidos, dependentes dos cidadãos; cidadãos, independentes do "ópio do povo", ou seja, presentemente, a televisão e o futebol.

 
Às 14 setembro, 2009 21:29 , Blogger Peter disse...

vbm

Vota BE.

 
Às 14 setembro, 2009 21:32 , Blogger Peter disse...

vbm

Essa de «cidadãos, independentes do "ópio do povo", ou seja, presentemente, a televisão e o futebol» é de morrer a rir.

 
Às 14 setembro, 2009 22:48 , Blogger vbm disse...

É verdade que essa ideia «cidadãos» não é nenhuma entidade abstracta que independa das condições sociais concretas da existência no dia a dia. Porém, uma coisa é formar o pensamento a partir das impressões da existência e no convívio com os que sabem - os pais, os professores, os livros -; outra é formar a mente segundo a propaganda insidiosa, dirigista e alienante da televisão, que fomenta as impressões a partir de ideias feitas para manipular as consciências.

 
Às 14 setembro, 2009 22:54 , Blogger vbm disse...

Não é preciso ser bloco-esquerda para defender e aplicar a expropriação de proprietários silvicultores absentistas. É suficiente expropriar por interesse público e indemnizá-los modicamente de molde a compensar a sociedade pela ineficiência da péssima gestão passada dos recursos florestais.

 
Às 14 setembro, 2009 23:17 , Blogger Peter disse...

vbm

Medidas inexequíveis.

 
Às 17 setembro, 2009 09:16 , Blogger vbm disse...

O desemprego que se eleve para a casa espanhola dos 17 a 20 % e ver-se-á o que é exequível e inexequível.

 

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