segunda-feira, fevereiro 9

Utopias

Francisco Louçã apresentou as propostas do Bloco de Esquerda para "responder agora à crise em nome de quem precisa": um serviço público bancário que garanta juros e taxas não especulativas, a proibição de entrega de dividendos aos accionistas por parte de empresas que tenham recebido benefícios do Estado, a proibição dos despedimentos nas empresas com lucros, o aumento das pensões e do salário mínimo (para chegar a 600 euros em dois anos), a revogação do código do trabalho e o imposto sobre as grandes fortunas.

Utopia?

Sócrates, na reunião do PS no Porto disse que pretendia limitar as deduções fiscais dos mais ricos para poder aliviar a carga fiscal da classe média.
Utopia, pois contam-se pelos dedos de uma mão as pessoas que apresentam declarações fiscais com rendimentos escandalosamente altos e o que vai acontecer é que qualquer família da classe média (os remanescentes…) de trabalhadores por conta de outrem, corre o risco de nas estatísticas do IRS se enquadrar entre os ricos.

«Os contribuintes por conta de outrem serão sempre os principais mecenas do Fisco.»

10 Comentários:

Às 09 fevereiro, 2009 15:54 , Blogger vbm disse...

Pessoalmente, nunca entendi o clamor contras as deduções de imposto, as retenções na fonte, nem sequer entendo a reclamação contra o IVA. Toda a crítica unilateral que a opinião ergue contra os impostos é inoperativa. Porque o ponto é outro! Por mim, posso até descontar 90% de IRS, e pagar 40% de IVA! O que preciso de saber são duas coisas:

- Qual o líquido que recebo e se com ele consigo uma qualidade de vida razoável;
- Que qualidade e quantidade de bens e serviços públicos o Estado, cobrador de impostos, me fornece.


Por exemplo, os empregados nos Estados Unidos pouco descontam de impostos, mas os serviços públicos são pobres e de baixa qualidade; por outro lado, embora o líquido que recebem seja elevado em relação ao que gastam em alimentação (transgénica e de qualidade duvidosa, a avaliar pela epidemia de obesidade que grassa na população sofre), não é nada de especial em relação ao custo de habitação, saúde, educação e divertimentos!

Tudo tem de avaliar-se em termos de tempo e rendimento disponível após impostos, e custo / qualidade de bens e serviços, quer públicos quer de mercado.

Convém ter presente que mesmo que um empregado sofra uma retenção de 90% do seu ordenado quem a paga ao Estado é a empresa onde o assalariado, em cooperação com os outros prestou o seu trabalho, coordenado por outrém. É a produção colectiva obtida que suporta o pagamento de todos os impostos e mais-valias (juros, lucros, rendas). O Estado colecta, redistribui e assegura serviços públicos gratuítos (por já pagos).

 
Às 09 fevereiro, 2009 16:20 , Blogger antonio ganhão disse...

Utopia é pensar que o Benfica vai ser campeão. O resto é só pouca vergonha... curiosamente o Louçã vem um pouco na linha de Obama!

 
Às 09 fevereiro, 2009 16:32 , Blogger Peter disse...

Perguntas:

- Qual o líquido que recebo e se com ele consigo uma qualidade de vida razoável;
- Que qualidade e quantidade de bens e serviços públicos o Estado, cobrador de impostos, me fornece.

Quanto a mim, a resposta à 1ª pergunta é NÃO.
E quanto à 2ª é MÁ e POUCA.

 
Às 09 fevereiro, 2009 16:38 , Blogger Peter disse...

antonio-o implume

Quanto ao FCP continua a subserviência dos árbitros.

Talvez o Louçã esteja a aprender algo, agora Sócrates é que não aprendeu nada.

 
Às 09 fevereiro, 2009 18:27 , Blogger vbm disse...

É isso mesmo que se deve denunciar: - Não é aceitável a qualidade de vida e de serviços públicos que temos!

 
Às 09 fevereiro, 2009 20:36 , Blogger Compadre Alentejano disse...

Com que autoridade vem agora Socras falar em classe média? Um homem (?) que conseguiu dar cabo da classe média, vem agora dizer que lhe vai dar rebuçados?
Olhe, vá dar banho ao cachorro!...
Compadre Alentejano

 
Às 09 fevereiro, 2009 21:45 , Blogger Peter disse...

Comprade Alentejano

Não me revejo neste PS de Sócrates e como não sou "vira casacas" devo votar em branco.

Aliás não deve ter a mínima importância dado o aumento de votantes que irá conseguir com o projecto dos casamentos de homossexuais.

 
Às 09 fevereiro, 2009 22:03 , Blogger vbm disse...

RAG

 
Às 10 fevereiro, 2009 15:04 , Anonymous Anónimo disse...

Quando se fala em deduções à colecta menores para os ricos para se poder aumentar à classe média deve-se ter em consideração que em Portugal os ricos são a classe média e a classe média os pobres!

 
Às 10 fevereiro, 2009 19:18 , Blogger Peter disse...

Ferreira-Pinto

Sem dúvida! «Os contribuintes por conta de outrem serão sempre os principais mecenas do Fisco.»
Por isso são eles que irão sofrer as deduções à colecta.

 

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