Uma “não-escrita”
Isto é uma “não-escrita” porque não vou escrever sobre coisa nenhuma. Há tanto para escrever, mas eu não me consigo decidir. Tudo está condicionado, porque sim. Porque não é original, porque não, porque estão fartos de política, porque futebol nem pensar. Detestam, nem querem ouvir falar.
Vou falar do “porcão” na Via de Cintura Interna do Porto, à saída para a A3? Devia ter sido giro a apanha à mão, dos 200 porcos. Será que os apanharam todos?
Ou vou falar do nevão em Vila Real? Nem tem comparação. A neve é imaculadamente branca e pura. Os seus cristais são uma maravilha da Natureza. Não há dois iguais. Parece impossível, mas é mesmo assim. A Natureza é assim, não há dois seres iguais, rigorosamente iguais. Nem mesmo os gémeos verdadeiros o são. Sei isso de experiência vivida.
“quero-te e és o meu amor.
Será que sou o teu?”
Não sei quem escreveu isto? Eu não fui. Nunca iria expor os meus sentimentos na praça pública. Mas é bonito, nós gostamos que nos digam palavras bonitas e sobretudo sentidas.
Será que são sentidas?
Duvido, duvido sempre. O meu mal é esse: duvidar.
A foto? Acho que é um “boneco” giro. É Lisboa, praia da Torre, um sítio que por ali há e a que chamam “Feitoria”. Vocês não conhecem, ou talvez alguns conheçam. Hum … duvido.
A sonda “Stardust” regressou à Terra depois de percorrer milhões de quilómetros no Espaço. Trouxe uma colher de chá de poeira estrelar. Dizem que irá ocupar os cientistas no seu estudo durante largo tempo. Mas o que é que isso vos interessa?
E que permitirá conhecer as origens do nosso Universo. Tretas, já não vou nisso.
Mas se já não vou nisso, vou no quê?
Lá está ele com a mania que sabe do assunto e o que é que vos interessa a queda da sonda?
“Não imaginas como é importante saber, nunca mais tive esta sensação que tenho contigo, este desejo que arde e esta ternura toda e esta ansiedade que escondo ou tento esconder, muitas vezes até de ti procuro esconder em parte, talvez seja para não ser demasiado ansiosa, para tentar não ser.”
Outra vez. O texto com interferências. Devo ter colhido estas palavras de amor em algum comentário. Possivelmente é considerado plágio. Será que ainda vou ser processado?
Já vos disse que os comentários são a melhor coisa deste blog?
Pois é, afinal é para isso que escrevo, como agora estou a fazer, ou melhor, a tentar fazer:
- para obter “feed back”.
Este texto, foi publicado no blog em 15 JAN 06, portanto faz hoje 2 anos. Introduzi-lhe actualizações, mas como o texto é meu …
Dois anos se passaram. É muito tempo. Pode ser a “vida” dum blogue, mas também pode ser uma vida na vida duma pessoa.
A foto? Esta é actual (24 OUT 07) também é minha e não tem “copyrights”.
Dois anos se passaram. É muito tempo. Pode ser a “vida” dum blogue, mas também pode ser uma vida na vida duma pessoa.
A foto? Esta é actual (24 OUT 07) também é minha e não tem “copyrights”.
13 Comentários:
Define muito bem o estado de espírito quando se acorda com o pé esquerdo.
Também me fizeste rir e ficar bem disposta...
Beijos, abraços e xis
Marta
Para quem dizia que o texto era sobre coisa nenhuma, acabou por ser sobre coisa alguma. Gostei.
Amigo Peter
Como dizia uma letra de uma música dos Rádio Macau :
Há dias assim
dias de alma vaga.
JOY
Escrever sobre nada e sobre tudo...
Gostei, sim senhor.
Escrever sobre nada é a tarefa mais difícil que podemos propor a nós mesmos.
Mas a força das palavras e os contornos da imaginação correm ao encontro de um sentido escrito neste não-escrever.
Já vi que hoje estás muito desanimado, escrever ou não escrever não é a questão, mas o que escrever sobre a questão, se vale a pena escrever sobre a questão. Vale sempre a pena quando a pachorra não é pequena.
Im abraço. Augusto
Não me lembro de ter lido o artigo inicial. Mas gostei imenso de te ler agora. Acho que está excelente e que reflecte um pouco daquilo que conheço de ti. Duvidar...eu também. Concordo contigo. Beijinhos.
Nem sempre é possível controlar os dedos, nesta dança sobre o teclado. Dizias que irias escrever sobre coisa nenhuma e no entanto, escreveste sobre muita coisa. Foste saltando de tema em tema, sofreste interferências , escarrapachaste uma foto sem "copyrights" e concluímos todos, que o Peter de 2006 é o Peter de 2008. Fiel à sua capacidade de duvidar sempre, exigente na escolha das palavras e na composição, cativante nas divagações e muito coerente!
É por essas e por outras que por aqui ando, desde que comecei nesta coisa das bloguices!
Aquele abraço infernal!
Peter,
Quisera eu ter esse dom de nada dizer sobre coisa nenhuma!
...E no fim ter dito tanto!
E este teu texto veio a propósito, em dia em que, nem enganadas, as palavras de soltam.
Um abraço
mesmo quando em escrita "ligeira" vais ao fundo das coisas. neste caso de todas as dúvidas...
... e da "urgência" em quebrar os muros da (in)comunicação.
abraços
À Bluegift:
No seguimento da nossa troca de comentários sobre "problemas ambientais", deixei lá no meu canto uma arenga que talvez esclareça melhor o que eu pretendia dizer...:))
Oie Peter! Escreveu sobre nada? Quando for escrever sobre tudo, o que dirá? Ficou bem legal! Adorei!
Beijos
Eis como a exteriorização de dúvidas pode dar um bom e curioso texto.
Abraço
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial